sábado, março 20, 2004
Governo do Povo ou Governo para o Povo?
"Estamos plenamente convencidos de que é melhor para o povo ser bem governado, de acordo com as suas necessidades e com os seus interesses - do que fingir que exerce uma soberania para a qual não está preparado e que por isso delega em quaisquer demagogos habilidosos. Quer dizer (e sirvamo-nos aqui da recente declaração dum grande republicano, Jean de Castellane, presidente do Conselho Municipal de Paris: - «A experiência demonstrou que a verdadeira democracia consiste menos em governar o povo, o que é impossível, do que em governar para o povo, por meio de elites, que juntem à sua autoridade uma capacidade técnica suficiente.»
Isto não tem fácil contestação: o aparente governo do povo (só aparente, porque é, de facto, governo dos partidos que exploram o povo) deve ser substituído pelo governo da Nação organizada, em que o povo, arrumado nos seus núcleos naturais, profissionais e regionais, influi realmente no governo, através dos seus verdadeiros órgãos representativos.
O paradoxo é este: as doutrinas chamadas democráticas, apregoadas como representando a felicidade do povo, só representam o ludíbrio do povo; e as doutrinas opostas é que realizam, afinal (se assim lhe quisermos chamar aceitando a palavra antipática), uma verdadeira estrutura democrática da sociedade nacional.
Sacuda-se, pois, de vez, a decrépita e falida mitologia do último século!"
João Ameal
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"Estamos plenamente convencidos de que é melhor para o povo ser bem governado, de acordo com as suas necessidades e com os seus interesses - do que fingir que exerce uma soberania para a qual não está preparado e que por isso delega em quaisquer demagogos habilidosos. Quer dizer (e sirvamo-nos aqui da recente declaração dum grande republicano, Jean de Castellane, presidente do Conselho Municipal de Paris: - «A experiência demonstrou que a verdadeira democracia consiste menos em governar o povo, o que é impossível, do que em governar para o povo, por meio de elites, que juntem à sua autoridade uma capacidade técnica suficiente.»
Isto não tem fácil contestação: o aparente governo do povo (só aparente, porque é, de facto, governo dos partidos que exploram o povo) deve ser substituído pelo governo da Nação organizada, em que o povo, arrumado nos seus núcleos naturais, profissionais e regionais, influi realmente no governo, através dos seus verdadeiros órgãos representativos.
O paradoxo é este: as doutrinas chamadas democráticas, apregoadas como representando a felicidade do povo, só representam o ludíbrio do povo; e as doutrinas opostas é que realizam, afinal (se assim lhe quisermos chamar aceitando a palavra antipática), uma verdadeira estrutura democrática da sociedade nacional.
Sacuda-se, pois, de vez, a decrépita e falida mitologia do último século!"
João Ameal
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