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domingo, março 28, 2004

Nós e Brasillach
"Para nós, acima de tudo, ele é o escritor que melhor soube compreender a beleza e a alegria da juventude e a melancolia dos que a vêem afastar-se irremediavelmente. Por isso, se exaltamos e admiramos outros - pensadores, panfletários, artistas -, é só nalgumas páginas de Brasillach que nós, os da geração que atingiu os trinta, descobrimos aquelas notas profundamente humanas e pessoais capazes de penetrarem em profundidade no nosso espírito e nos nossos sentimentos. E também por isso, se apreciamos, como o merecem, os seus romances, se consideramos as suas críticas modelares, se aderimos inteiramente aos seus mais provocantes artigos atentatórios da tranquilidade das consciências «bem pensantes», a verdade é que lhes preferimos o livro de imagens e evocações intitulado Notre Avant Guerre, onde, com uma emoção e uma ternura de que mais ninguém era capaz, ele recorda os tempos que precederam a última conflagração e durante os quais, em companhia dos seus amigos, descobriu, com o ardor dos vinte anos, o mundo, a literatura, o cinema, o Fascismo.
Em "Notre Avant Guerre" está um pouco de todos nós, da nossa mocidade - embora passada sob céu diferente. Apesar das distâncias, apesar das diferenças de época, algo de comum nos liga a Brasillach como a um irmão mais velho que, antes de nascermos, tivesse abandonado a casa paterna. E, assim, quantas e quantas vezes, ao lermos e relermos as páginas em que, com uma amena e doce calma, nos descreve a sua vida de estudante, as suas amizades, os seus entusiasmos, os seus primeiros triunfos, sentimos em nós o eco das recordações análogas, embora infinitamente mais modestas."

António José de Brito

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