domingo, março 14, 2004
O ciclo da Democracia
"Poderia continuar indefinidamente a enumerar os erros, os vícios, os desastrosos efeitos da Democracia. Para quê? É já bastante elucidativo o que atrás fica.
Contentemo-nos em examinar qual o epílogo reservado aos governos democráticos. Ou a Autoridade se decompõe inteiramente - e aparece a Anarquia; ou surge algum homem corajoso e ambicioso que, aproveitando o caos dos partidos, concentra nas suas mãos toda a Autoridade - e aparece a Tirania.
Tem sido esta a história de sempre. Desde as antigas repúblicas helénicas até à república romana que, depois dos vários Silas, Pompeus e Césares, acabou no Império militar. As repúblicas italianas do Renascimento sofreram as mesmas vicissitudes, sob a hegemonia das grandes famílias aristocráticas. E, mais perto de nós, não vemos como, da Revolução Francesa, saiu, por uma infalível necessidade, o consulado napoleónico?!
Disse-o magistralmente o nosso grande Herculano: «A igualdade democrática, onde chega a predominar, caminha mais ou menos rápida, mas sem desvio, para a sua derradeira consequência: a anulação do indivíduo diante do Estado, manifestada por uma das duas fórmulas: o despotismo das multidões ou o despotismo dos césares de plebiscito».
Assim a Democracia, fechando o seu ciclo catastrófico, termina na sua pura negação ideológica e prática: numa Anarquia ou numa Tirania."
João Ameal
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"Poderia continuar indefinidamente a enumerar os erros, os vícios, os desastrosos efeitos da Democracia. Para quê? É já bastante elucidativo o que atrás fica.
Contentemo-nos em examinar qual o epílogo reservado aos governos democráticos. Ou a Autoridade se decompõe inteiramente - e aparece a Anarquia; ou surge algum homem corajoso e ambicioso que, aproveitando o caos dos partidos, concentra nas suas mãos toda a Autoridade - e aparece a Tirania.
Tem sido esta a história de sempre. Desde as antigas repúblicas helénicas até à república romana que, depois dos vários Silas, Pompeus e Césares, acabou no Império militar. As repúblicas italianas do Renascimento sofreram as mesmas vicissitudes, sob a hegemonia das grandes famílias aristocráticas. E, mais perto de nós, não vemos como, da Revolução Francesa, saiu, por uma infalível necessidade, o consulado napoleónico?!
Disse-o magistralmente o nosso grande Herculano: «A igualdade democrática, onde chega a predominar, caminha mais ou menos rápida, mas sem desvio, para a sua derradeira consequência: a anulação do indivíduo diante do Estado, manifestada por uma das duas fórmulas: o despotismo das multidões ou o despotismo dos césares de plebiscito».
Assim a Democracia, fechando o seu ciclo catastrófico, termina na sua pura negação ideológica e prática: numa Anarquia ou numa Tirania."
João Ameal
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