sexta-feira, março 05, 2004
O Pântano
Difíceis não são as épocas em que não se pode dizer nada; difíceis são estas em que tudo se pode dizer - mas isso não serve para nada.
O lodaçal tudo absorve, todo o esforço se esvai nas águas estagnadas da indiferença. Há homens, no pântano? Ou apenas espectros, pálidos espectros que se julgam vivos e assim se mantêm?
Nas delicadas e efémeras vivências das horas sombrias, o pântano persiste. Os melhores afastam-se, por vezes para longe, sentindo que o terreno movediço e traiçoeiro não permite a alegria de um passo seguro e firme.
São tempos de monge ou de soldado? Direi que o espírito tem que estar treinado para usar de monge e de soldado. Umas vezes de monge outras de soldado. Umas vezes o recolhimento, longe do que aí está a envilecer a vida, outras vezes o combate, quando só a luta aberta preserva a integridade e a honra.
Muitas vezes, haverá que usar de monge e de soldado, ao mesmo tempo. Monges guerreiros, soldados do espírito.
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Difíceis não são as épocas em que não se pode dizer nada; difíceis são estas em que tudo se pode dizer - mas isso não serve para nada.
O lodaçal tudo absorve, todo o esforço se esvai nas águas estagnadas da indiferença. Há homens, no pântano? Ou apenas espectros, pálidos espectros que se julgam vivos e assim se mantêm?
Nas delicadas e efémeras vivências das horas sombrias, o pântano persiste. Os melhores afastam-se, por vezes para longe, sentindo que o terreno movediço e traiçoeiro não permite a alegria de um passo seguro e firme.
São tempos de monge ou de soldado? Direi que o espírito tem que estar treinado para usar de monge e de soldado. Umas vezes de monge outras de soldado. Umas vezes o recolhimento, longe do que aí está a envilecer a vida, outras vezes o combate, quando só a luta aberta preserva a integridade e a honra.
Muitas vezes, haverá que usar de monge e de soldado, ao mesmo tempo. Monges guerreiros, soldados do espírito.
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