<$BlogRSDURL$>

domingo, abril 18, 2004

Coimbra, menina e moça....
Na verdade o nome de Américo Cortez Pinto, tal como a sua obra literária, estão de há muito sepultados no esquecimento. Ninguém saberá de "Lágrimas e Sorrisos", ou de "A Alma e o Deserto", e mesmo o "Dyonisos", esse magnífico trabalho sobre El-Rei D. Dinis, passou despercebido nas praças literárias.
E todavia... lembrei-me depois de publicar o postal anterior: quem haverá aí que não tenha já cantado "Coimbra, menina e moça/ rouxinol de Bernardim/ não há terra como a nossa/ não há no mundo outra assim..."
A canção, lançada para o grande público por Edmundo Bettencourt, cantor maior que também foi poeta dos maiores, e posteriormente cantada por quase todos os cantores de Coimbra, tem uma história simples: nasceu do trabalho de composição musical de Fausto Frazão, ajudado pelo guitarrista Américo, quando da preparação da récita do quinto ano de Medicina de 1919/1920, em que o primeiro cantou e encantou, acompanhado pelo segundo.
Assim mesmo: a música é de Fausto Frazão, as quadras são de Américo Cortez Pinto. O primeiro veio a fazer vida em Angola, onde chegou a ser Presidente da Câmara de Benguela. Morreu muito cedo, em 1946. Era portanto também um colonialista infame, segundo os cânones vigentes. No dizer de Cortez Pinto, Fausto Frazão foi a melhor voz do seu tempo, a par de António Menano.
Deixo aqui estas curiosidades, até para que algum jovem romântico de agora, se ainda os há, possa lembrar-se ao entoar a canção de Coimbra ("a sorrir de madrugada/ de mãos postas à tardinha/ és Inês a bem amada/ e Santa como a Rainha") que está a cantar versos de um fascista já esquecido.

0 Comentários
Comments: Enviar um comentário
Divulgue o seu blog! Blog search directory

This page is powered by Blogger. Isn't yours?