segunda-feira, abril 05, 2004
Mais poesia
Uma vez que parece estar-se a assistir à descoberta de Couto Viana (a actual edição do "Jornal de Letras" dá grande destaque à sua obra) entendo contribuir para o conhecimento do grande poeta transcrevendo um poema que ele escreveu a 16 de Novembro de 1978, inspirado num desenho de Almada Negreiros, representando (o desenho e o poema) um desfile da sua adorada Mocidade Portuguesa.
Foi outrora. E agora?
Na alegria e pureza da manhã,
Desfilavam, num passo compassado e seguro,
Ao soar de um tambor (rataplã, rataplã!),
Sob ramos em flor, rumo ao futuro.
Eram todos o mesmo coração,
Orgulhosos da pátria, da palavra, da alma!
Como quem abençoa, estendiam a mão,
Abrindo à luz a generosa palma.
Envergavam as cores do mar, da terra...
Não, da rasa planície; não, da maré vasa:
Mas da onda viril, mas da soberba serra
Que só alcança o livre voo d'asa.
Cantavam, como canta a mocidade,
O heroísmo da vida (aventura e amor),
O querer para além da bruma da saudade
Portugal triunfal, maior, melhor!
Desfilava, com eles, a beleza
Do sorriso da mãe, da noiva inda menina.
E o espaço, em redor, era uma chama acesa:
O facho com que o sonho se ilumina.
Esse dia, nascido alegre e puro,
Retratava o desfile, as bandeiras na aragem!
E criam no futuro, ao chamar-lhes futuro,
Os que abraçam a fé e a coragem.
António Manuel Couto Viana
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Uma vez que parece estar-se a assistir à descoberta de Couto Viana (a actual edição do "Jornal de Letras" dá grande destaque à sua obra) entendo contribuir para o conhecimento do grande poeta transcrevendo um poema que ele escreveu a 16 de Novembro de 1978, inspirado num desenho de Almada Negreiros, representando (o desenho e o poema) um desfile da sua adorada Mocidade Portuguesa.
Foi outrora. E agora?
Na alegria e pureza da manhã,
Desfilavam, num passo compassado e seguro,
Ao soar de um tambor (rataplã, rataplã!),
Sob ramos em flor, rumo ao futuro.
Eram todos o mesmo coração,
Orgulhosos da pátria, da palavra, da alma!
Como quem abençoa, estendiam a mão,
Abrindo à luz a generosa palma.
Envergavam as cores do mar, da terra...
Não, da rasa planície; não, da maré vasa:
Mas da onda viril, mas da soberba serra
Que só alcança o livre voo d'asa.
Cantavam, como canta a mocidade,
O heroísmo da vida (aventura e amor),
O querer para além da bruma da saudade
Portugal triunfal, maior, melhor!
Desfilava, com eles, a beleza
Do sorriso da mãe, da noiva inda menina.
E o espaço, em redor, era uma chama acesa:
O facho com que o sonho se ilumina.
Esse dia, nascido alegre e puro,
Retratava o desfile, as bandeiras na aragem!
E criam no futuro, ao chamar-lhes futuro,
Os que abraçam a fé e a coragem.
António Manuel Couto Viana
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