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sábado, maio 15, 2004

De novo em defesa da blogolândia nacional 

Quem quer fazer política realmente nacional não pode dirigir-se apenas ao grupo que pode reunir num jantar em Lisboa, ao núcleo que pode juntar numa reunião no Porto, ou ao conjunto que irá comparecer num "encontro nacional" marcado pelos mesmos e para os mesmos. Naturalmente que todos esses são importantes; são os que já se encontraram numa caminhada comum. Esses estão já conquistados.
Mas fazer política é falar para os outros, para os que ainda não conhecemos, pensar que há alguém em Macedo de Cavaleiros a pensar como nós, um camarada que está sózinho em Idanha, outro isolado em Cabeceiras de Basto, uns tantos em Elvas, não sei quantos dispersos em Almada, em Setúbal ou em Faro... por vezes no prédio ao nosso lado mora alguém em que nunca pensámos, mas até tem as mesmas ideias... em todos os lugares onde haja portugueses pode haver alguém receptivo, e somos nós que temos de arranjar modo de ir ao encontro de todos e tecer os laços e os vínculos que reúnam todos num movimento convergente.
A rede cibernética é hoje um instrumento sem igual.
E acrescento que nos blogues individuais vejo ainda outras virtudes: está automaticamente salvaguardada à partida a autonomia e a individualidade de cada um. Ninguém precisa de prescindir das suas particularidades, das suas diferenças, em nome de alguma estratégia de grupo. Todos têm lugar próprio, como são e tal como são. Só pelo facto de existirem já cumpriam a finalidade de alicerçar esse movimento colectivo, essa blogolândia nacional.

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