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domingo, maio 30, 2004

Ninguém cala a nossa voz, o futuro somos nós! 

No ano de 1978, e na sequência de um ano intenso de trabalho político, as comemorações do 10 de Junho promovidas pela juventude nacionalista viriam a estar rodeadas de um ambiente bem diferente.
Largamente conhecidas com antecedência, as duas manifestações previstas, e legalizadas, em Lisboa e no Porto, atingiram um clima de tensão e violência que em muito poucas outras ocasiões tiveram semelhante em Portugal.
As forças de extrema-esquerda, essencialmente a UDP, mobilizaram todas as suas energias para boicotar e impedir as manifestações. O caso de Lisboa é mais conhecido, dadas as trágicas consequências da batalha que se travou no Largo de Camões, Largo do Calhariz e zonas adjacentes, da qual resultaram dezenas de feridos, uns mais ligeiros e outros mais graves, e veio a resultar também a morte do estudante de Medicina José Jorge Morais, que fazia parte de uma das brigadas da UDP que atacaram a concentração, e ainda a paralisia de outro dos menbros do comando atacante, Jorge Falcato Simões, então com 24 anos,que ficou para sempre a viver em cadeira de rodas. Os dois foram atingidos por balas da PSP, quando os poucos elementos desta ali destacados tentaram intervir para separar os contendores, atirando gás lacrimogéneo e disparando as armas que possuíam (segundo tudo leva a crer as balas que fizeram esses danos pessoais fizeram ricochete no Arco da Rua da Rosa, isto para os que se souberem localizar).
A manifestação reorganizou-se e acabou por efectuar a marcha prevista, finda que foi a batalha campal, culminando nos Restauradores, com discursos junto ao monumento.
Mas entretanto o MN tinha ganho protagonismo também no Porto. A concentração era na Praça D. João I, às 17 horas, e desde antes, pelo menos desde as 16 horas, o ambiente escaldava, com os manifestantes rodeados por contramanifestantes covocados para ali pela UDP e por um comunicado da DORN do PCP. Aqui as consequências seriam menos graves que em Lisboa por desde o princípio haver sido colocado um dispositivo policial maior, bastante para reduzir os confrontos a um mínimo, que mesmo assim se traduziu em alguns feridos.
O comício na Praça D. João I, com umas centenas de jovens manifestantes, onde discursaram António José Santos Silva, Armando Rosa Azevedo, Maria Lages, João Miranda, José Vieira e Carlos Santarém, em frente ao Palácio do Atlântico, no varandim mais elevado da Praça, decorreu sempre sob os insultos, as palavras de ordem e mesmo os apedrejamentos dos contramanifestantes que se aglomeravam na área envolvente (ruas de Sá da Bandeira, Bonjardim, Magalhães Lemos, Rodrigues Sampaio e Passos Manuel).
Por entre correrias e confrontos (a ilustre jornalista Fátima Torres viria a queixar-se depois que também levou, o que não foi nada de mais atenta a sua atitude) os jovens nacionalistas conseguiram organizar-se em cortejo e sair da Praça, desfilando pela Rua de Passos Manuel, Rua de Santa Catarina, Rua de Gonçalo Cristóvão, até ao Quartel-General da Região Militar do Porto, ond foi entregue uma moção.
Pelo caminho, e mesmo no largo frente ao Quartel-General, ainda houve outras refregas e zaragatas, com uns desmandos e uns estragos. Mas fez-se!

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