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domingo, maio 30, 2004

Portugal não recua, a juventude está na rua! 

Os anos de 1977, 1978 e 1979 puderam assistir à irrupção de uma militância juvenil nacionalista, com presença ostensiva nas ruas.
O primeiro grande episódio dessa presença foi a manifestação do 10 de Junho de 1977 em Lisboa, desde o Largo Camões aos Restauradores, que se consumou sem quaisquer incidentes - julgo que por ter apanhado de surpresa as forças contestatárias.
Era um dia de sol e calor, com o país nas praias, e a manifestação surpresa, feita sobretudo a partir dos liceus de Lisboa, mais uns pequenos núcleos universitários, apanhou desprevenido o conjunto das forças políticas.
Foi um êxito, e a primeira grande afirmação pública do Movimento Nacionalista, organização política de juventude que desde Abril de 1977 se apresentava como a grande força juvenil anti-sistema. Sublinho que, embora formalmente apresentado nessa altura, o MN tinha raízes mais antigas, tendo o seu núcleo fundamental iniciado actividade política antes do 25 de Abril. Só que sobreveio depois o período de confusão e dispersão e apenas nesses primeiros meses de 1977 foi acordado entre vários grupos e pessoas avançar com esse nome e uma organização formal, dando seguimento ao que até ali tinha apenas existência informal. Desapareceram então outras designações, como o Movimento Nacional-Revolucionário, a Juventude Nacional-Revolucionária, ou o Movimento Solidarista.
Por este motivo existem textos de propaganda do MN, datados mais ou menos da mesma época, em que nuns se afirma que o Movimento foi constituído em Abril de 1977 e noutros se diz que o Movimento teve o seu início no ano lectivo de 1972/73, nos liceus de Lisboa. As duas afirmações são verdadeiras: guardo ainda um velho texto sobre a consituição do "movimento nacionalista do ensino secundário" em que a expressão "do ensino secundário" foi tracejada no cabeçalho - curiosidade que indica que a ideia inicial foi depois alargada para outra mais ambiciosa, logo em 1973. Mas depois disso vieram as tempestades e a dispersão, as prisões de 1974 e 1975, a colaboração clandestina noutras iniciativas mais alargadas como o Movimento Federalista Português/Partido do Progresso, ou mesmo o MDLP, e só mais tarde, com a normalização da vida de alguns protagonistas, até regressados da prisão ou do exílio, foi possível reatar uma trajectória autónoma.
Nesta fase do Verão de 1977 o trabalho centrava-se ainda na redacção de "A Rua", na Sampaio e Pina, onde estavam empregados o Vítor Luís e o Carlos Jorge Alcântara, para além de outros jovens do movimento, os quais eram uma espécie de pivots por onde passavam todas as actividades.

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