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quarta-feira, maio 12, 2004

Treinadores de bancada e nacionalistas de poltrona 

Todos conhecemos os treinadores de bancada. Nunca jogaram futebol, evidentemente. Aliás, corriam o risco de não acertar se tentassem dar um pontapé numa bola. Mas na bancada não falham uma: eles lá estão sempre, severos e opinativos, fustigando impiedosamente todos os que estão em jogo com os seus juízos implacáveis.
Semelhantes a estes são os nacionalistas de poltrona. Estes também nunca vão a jogo. São inteligentes demais para sujar as mãos em tarefas mesquinhas. E aliás trabalhar é bom para os pretos. Preferem ficar a observar de um lugar confortável. Sentado, claro, sempre sentado. De preferência com uma caneca de cerveja e um pratinho de tremoços. São grandes consumidores de cerveja e tremoços. E têm montes de ideias, teorias, tácticas, estratégias. Tudo coisas para os outros executarem, evidentemente, se estes tivessem o esclarecimento necessário para seguir fielmente o que essas mentes brilhantes lhes ditam, a partir da poltrona.
Claro que os que fazem não conseguem acompanhar tais directivas; até seria impossível, pois cada um dos sábios de poltrona tem a sua, quando não fervilha uma de hora a hora, pelo que nunca se podia segui-las todas.
E então os treinadores da poltrona não perdoam: quem faz, age sempre mal. Actua mal no que faz e também mal no que não faz. Quando faz não devia fazer, ou não devia fazer assim, e quando não faz devia estar a fazer, nem se percebe porque é que não faz, coisas tão simples e elementares...
Eles, os nacionalistas de poltrona, é que são infalíveis. Nunca erram, nem nunca se arriscam a errar.

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