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domingo, junho 27, 2004

Ainda sobre a internet como terreno prioritário na acção política 

Perante a minha insistência constante sobre a necessidade de as forças nacionais concederem resolutamente prioridade à internet como instrumento e meio privilegiado para a sua implantação política têm permanecido grandes resistências, de natureza mais instintiva e sentimental do que propriamente racional.
Mas por vezes também se tenta contra-argumentar. Por exemplo declarando que a internet nunca poderá substituir totalmente as formas tradicionais de acção política, por serem insubstituíveis os contactos humanos, etc etc.
Quanto a este argumento quero fazer um breve comentário. É este: substituir totalmente, de facto não. Nem nunca foi esse o meu pensamento. O que eu pretendia era conjugar e complementar os modos de agir, dando a prioridade a essa militância cibernética para a partir daí viabilizar o resto.
Dou um exemplo prático: para fazer uma manifestação de rua evidentemente que só serve a rua, não a internet. Estamos de acordo. Mas quem possua uma numerosa e bem organizada lista de contactos, uma rede poderosa permanentemente pronta a accionar, é possível simplesmente convocar a concentração e em meia-hora pô-la na rua em qualquer ponto que seja necessário.
Antigamente era preciso reunirmo-nos com muito tempo de antecedência, escolhermos o local, os tema de mobilização, fazermos os folhetos, os cartazes e os comunicados, enviar a notícia aos jornais, alugar os carros de som, distribuir a propaganda, colar os cartazes quando viessem da tipografia - um sem fim de tarefas, trabalhos e despesas hoje dificilmente imagináveis.
Exemplifico com um caso concreto ocorrido há pouco tempo. No coração de Paris existe uma importante igreja que desde há bastantes anos constitui o bastião do catolicismo tradicionalista. É Saint Nicholas du Chardonnet. Pelo seu conjunto de actividades ela é essencial e decisiva porque permite manter viva uma enorme comunidade de largos milhares de pessoas de linha tradicionalista. Por esse motivo a igreja em causa constitui um alvo para todas as forças subversivas, que desde há muito reclamam o seu encerramento, clamando contra o que chamam um centro de difusão fascista no centro de Paris. E há uns meses, de súbito, a Igreja foi ocupada por um grupo organizado de extrema-esquerda de mistura com imigrantes ilegais. O objectivo era claro: uns confrontos e umas desordens e a Prefeitura invocando esse pretexto decretaria o encerramento da definitivo da igreja.
Passou-se porém que por via internet foram rapidamente convocadas todas as pessoas disponíveis para comparecer em São Nicolau. E pelas 18 horas dessa mesma tarde uma larga manifestação de seis a sete mil pessoas chamadas unicamente por essa forma (nem nunca haveria outra forma!) cercavam São Nicolau e forçaram a evacuação dos cerca de cento e cinquenta ocupantes, sem necessidade de intervenção policial. Sublinho que na convocação participaram todas as correntes da área nacional, mesmo identitários não católicos, todos cientes que a perda daquela trincheira os afectaria também, senão de imediato pelo menos para o futuro (hoje caíam aqueles, amanhã outros).
E São Nicolau continua a desempenhar a sua função de dinamização e difusão espiritual e cultural. A ocupação não durou mais que umas horas.
Se retirássemos a internet desta história, a direita francesa estaria a organizar manifestações de protesto e de luto por essa perda nos meses seguintes ao facto consumado.

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