segunda-feira, junho 21, 2004
Nacionais e identitários
As considerações despretensiosas que aqui fiz sobre o imperativo da autenticidade nacional e identitária de um partido que pretenda assumir-se com essas caracteristicas estão evidentemente sujeitas à livre discussão, e não passam de meras sugestões - embora nascidas de algumas décadas de conhecimento e experiência directa.
Reconheço obviamente que identidades há muitas, e qualquer indivíduo pode pefeitamente identificar-se com qualquer estilo ou grupo que ache cool, ou lá como é que se diz - mas o que se trata é de analisar friamente as possibilidades e probabilidades de identificação entre isso e a realidade do ser português (subentende-se na discussão que se procura um partido nacional e identitário português).
Se aqueles traços com que esse indivíduo se identifica são definidores da identidade de dois ou três mil sujeitos, ao fazer política é natural que suscite a reacção de identificação desse grupo de dois ou três mil. Mas nesse caso não cultive em si a ilusão de que está a construir um partido nacional (a nação não depende das especificidades de tal grupo) ou identitário (é manifesto que não há identificação, antes estranheza,entre a comunidade de destino que é a nação e esse grupo ou tribo em particular).
Quem esqueça estes mínimos de realismo básico acaba sempre na proposta de trocar de povo. O povo não alinha connosco, ele é que tem de mudar. Não é provável o sucesso desta estratégia.
Faz lembrar a anedota do recruta que após a parada militar explicava que entre os dez mil que desfilaram ele era o único que tinha o passo certo - os outros iam todos desalinhados com ele.
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Reconheço obviamente que identidades há muitas, e qualquer indivíduo pode pefeitamente identificar-se com qualquer estilo ou grupo que ache cool, ou lá como é que se diz - mas o que se trata é de analisar friamente as possibilidades e probabilidades de identificação entre isso e a realidade do ser português (subentende-se na discussão que se procura um partido nacional e identitário português).
Se aqueles traços com que esse indivíduo se identifica são definidores da identidade de dois ou três mil sujeitos, ao fazer política é natural que suscite a reacção de identificação desse grupo de dois ou três mil. Mas nesse caso não cultive em si a ilusão de que está a construir um partido nacional (a nação não depende das especificidades de tal grupo) ou identitário (é manifesto que não há identificação, antes estranheza,entre a comunidade de destino que é a nação e esse grupo ou tribo em particular).
Quem esqueça estes mínimos de realismo básico acaba sempre na proposta de trocar de povo. O povo não alinha connosco, ele é que tem de mudar. Não é provável o sucesso desta estratégia.
Faz lembrar a anedota do recruta que após a parada militar explicava que entre os dez mil que desfilaram ele era o único que tinha o passo certo - os outros iam todos desalinhados com ele.
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