<$BlogRSDURL$>

segunda-feira, julho 26, 2004

Perante o Futuro 

Persegue-se o Fascismo, calunia-se o Fascismo, apresentando-o qual sinónimo de brutalidade cruel e insensata. No entanto, no âmago dos espíritos viris, mesmo dos que se julgam antifascistas ou nunca se preocuparam com o problema, a aspiração fascista permanece latente, embora não consciente de si. Aqueles para quem a coragem e a honra não são palavras vãs sentem o íntimo desejo de servir uma causa superior, que elimine calculismos, branduras, fraquezas, ponderações, de se entregar a uma ideia transcendente que imprima sentido radical às suas existências e pela qual valha a pena lutar sem desfalecimentos, sofrer e, se necessário, morrer.
É a esses anseios de dedicação e sacrifício integrais, sempre presentes em quantos não forem lesmas rastejantes e cobardes, que importa despertar e tornar coerentes, mostrando que apenas o Fascismo lhes pode dar satisfação, porque apenas ele, na medida em que se baseia na noção de todo como norma e regra, logicamente tem autoridade para exigir uma obediência e uma devoção totais, imprimindo à vontade uma directriz militante, austera, séria, religiosa, que desconheça limites e peias. Apenas a ideia de totalidade justifica aquela entrega totalitária que as almas sinceras e nobres buscam afanosamente.

---------
Por todo o nosso universo, a juventude espera. Espera não sabe bem o quê, mas algo de diferente do que lhe prometem os doutores do marxismo ou do liberalismo. Espera, tem esperança em qualquer coisa de novo, que rompa com as idolatrias do presente. A juventude não crê no paraíso futuro, no vindouro reino da abundância que lhe oferece o marxismo, considerando tão rasteiro objectivo incapaz de legitimar os inflexíveis meios de terror empregados. E muito menos crê nas blandícias parlamentaristas e pluripartidárias, nas tentativas de castrar tudo quanto é enérgico, rude, impetuoso, trágico, em nome de um conformismo sem conteúdo, de um ethos pequeno-burguês que se aterra perante o que é grande e digno e só conhece as regras da utilidade e, sobretudo, do conforto.
Essa juventude de hoje, revoltada e desorientada, que pretende achar na sua agitação e turbulência, senão uma palavra de ordem definitiva e insuperável, uma hierarquia de valores inabalável e inequívoca, numa ânsia incontida de absoluto?
Que tenta ela alcançar, a mocidade que se arregimenta em grupos fechados, se uniformiza com blusões negros, que segue até ao fim tristes chefes de gang, que despreza as convenções, que procura motins e conflitos só pelo gosto do escândalo, da peleja, da arruaça? Não vemos nós palpitar, através de tais manifestações, anseios irreprimíveis de camaradagem, de dedicação e obediência, de disciplina e de ordem, de reforma social e de combatividade, embora deformados e corporizados em fenómenos incontestavelmente viciosos, incompletos, defeituosos?
A juventude, no seu íntimo, procura o heroísmo, procura o serviço do todo ou comunidade máxima, mesmo que, na maior parte dos casos, se fique por proezas à pistoleiro (mas gratuitas e sem fim lucrativo) e mesmo que não conheça outro todo, outra comunidade, que o seu bando.
Ela não sabe mais, porque mais não lhe ensinaram; porque sobre o heroísmo autêntico se cospem as maiores injúrias, e o serviço do todo e da comunidade é classificado de escravatura indigna e ignóbil que bestifica. O mundo inteiro lhe proclama que é perverso imolar uma vida por algo que valha em si e por si, insuperavelmente, na sua própria ideia - e os jovens, assim, matam e dão a vida por nada, sem razão nem sentido. O mundo inteiro lhe proclama que só as pessoas de carne e osso merecem respeito e possuem intrínseca dignidade e não as totalidades que as englobam - e os jovens, assim, entregam-se, por completo, às associações provisórias que formam.
Se a mocidade não pratica o heroísmo verdadeiro e a verdadeira devoção ao todo, não lhe cabe a culpa, mas aos seus mestres e educadores. Foram eles, são eles que cobrem de elogios os traidores e condenam, em tribunais, como criminosos, os que se bateram lealmente, até ao fim, pelas suas pátrias e nações.
Ai de nós, porém, se não soubermos aproveitar o que de generoso há nos ímpetos da juventude e a não conseguirmos encaminhar no justo rumo salvador, trazendo-lhe o credo que preencha o seu vazio espiritual e que dirija no bom sentido os seus instintos, em si válidos e sadios. Ai de nós, se não fizermos brotar o Fascismo, na sua plenitude e pureza, do pré-fascismo que é o clima espiritual dos moços de hoje. 

 
António José de Brito


0 Comentários
Comments: Enviar um comentário
Divulgue o seu blog! Blog search directory

This page is powered by Blogger. Isn't yours?