domingo, setembro 19, 2004
Um caminho duro, longo e difícil
Nas eleições alemãs deste domingo, nos estados da Saxónia e do Brandeburgo, o resultado politicamente mais significativo foi a grande subida dos partidos da área nacionalista.
O resto pouco conta, são os usuais sobe e desce dos partidos que alternam entre eles para que tudo se mantenha na mesma.
Nos dois estados os partidos nacionalistas ultrapassaram a barreira dos cinco por cento, que é o mínimo necessário para ter representação parlamentar nos parlamentos respectivos.
Assim, no Brandeburgo a DVU (União do Povo Alemão) conseguiu 6,4%, melhorando o seu resultado de 1999, que já tinha sido de 5,3%. E na Saxónia o NPD (Partido Nacional-Democrata) alcançou 9,4%, subindo espectacularmente o seu resultado de 1,4% em 1999.
De salientar que estes resultados foram possíveis devido a um acordo de não concorrência entre esses dois partidos habitualmente rivais, pelo que cada um deles aceitou não se apresentar no estado onde o outro tinha melhor implantação, apoiando aí aquele que se apresentava ao eleitorado.
Bons resultados eleitorais, que não devem no entanto enganar ninguém sobre as dificuldades do caminho. O poder tudo fará para combater as ameaças que se desenharem. Na Alemanha é de esperar o aumentar da repressão, através do endurecimento das leis que já tornam quase impossível a vida normal de um grupo político nacionalista e por meio de perseguições policiais sob qualquer pretexto. É de prever que renasça a tentativa de ilegalização do NPD, que o Tribunal Constitucional recentente rejeitou.
Recorde-se que também na Inglaterra, onde o BNP tem crescido de modo a criar alarmismo nos defensores do imobilismo situacionista, surgem medidas absolutamente espantosas: primeiro tinham sido os sindicatos, apoiados pelos círculos governamentais, a defender e a aplicar a doutrina que ser membro do BNP impede a pertença a essas associações e constitui mesmo justo motivo de despedimento; depois a decisão que interditava ao partido a possibilidade de manter contas bancárias (sabendo-se que por outro lado é obrigatório que todo o dinheiro dos partidos nomeadamente em campanhas eleitorais passe pela contas declaradas para efeitos de fiscalização); agora decidiu-se a nível governamental que ser membro do BNP é impeditivo de pertencer às forças policiais e de segurança; e há poucos dias surgiu a proposta para que se proíba genericamente em toda a função pública essa ligação. "Civil service" não é compatível com BNP !
Como é lógico, hoje em Inglaterra o desenvolvimento do BNP é dificultado por essa perspectiva sempre presente de perder o emprego se alguém descobre a ligação de outro ao partido. E também recrudescem as tentativas de encontrar pretextos jurídicos, geralmente o "racismo", para a perseguição policial ao partido e aos seus membros conhecidos.
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O resto pouco conta, são os usuais sobe e desce dos partidos que alternam entre eles para que tudo se mantenha na mesma.
Nos dois estados os partidos nacionalistas ultrapassaram a barreira dos cinco por cento, que é o mínimo necessário para ter representação parlamentar nos parlamentos respectivos.
Assim, no Brandeburgo a DVU (União do Povo Alemão) conseguiu 6,4%, melhorando o seu resultado de 1999, que já tinha sido de 5,3%. E na Saxónia o NPD (Partido Nacional-Democrata) alcançou 9,4%, subindo espectacularmente o seu resultado de 1,4% em 1999.
De salientar que estes resultados foram possíveis devido a um acordo de não concorrência entre esses dois partidos habitualmente rivais, pelo que cada um deles aceitou não se apresentar no estado onde o outro tinha melhor implantação, apoiando aí aquele que se apresentava ao eleitorado.
Bons resultados eleitorais, que não devem no entanto enganar ninguém sobre as dificuldades do caminho. O poder tudo fará para combater as ameaças que se desenharem. Na Alemanha é de esperar o aumentar da repressão, através do endurecimento das leis que já tornam quase impossível a vida normal de um grupo político nacionalista e por meio de perseguições policiais sob qualquer pretexto. É de prever que renasça a tentativa de ilegalização do NPD, que o Tribunal Constitucional recentente rejeitou.
Recorde-se que também na Inglaterra, onde o BNP tem crescido de modo a criar alarmismo nos defensores do imobilismo situacionista, surgem medidas absolutamente espantosas: primeiro tinham sido os sindicatos, apoiados pelos círculos governamentais, a defender e a aplicar a doutrina que ser membro do BNP impede a pertença a essas associações e constitui mesmo justo motivo de despedimento; depois a decisão que interditava ao partido a possibilidade de manter contas bancárias (sabendo-se que por outro lado é obrigatório que todo o dinheiro dos partidos nomeadamente em campanhas eleitorais passe pela contas declaradas para efeitos de fiscalização); agora decidiu-se a nível governamental que ser membro do BNP é impeditivo de pertencer às forças policiais e de segurança; e há poucos dias surgiu a proposta para que se proíba genericamente em toda a função pública essa ligação. "Civil service" não é compatível com BNP !
Como é lógico, hoje em Inglaterra o desenvolvimento do BNP é dificultado por essa perspectiva sempre presente de perder o emprego se alguém descobre a ligação de outro ao partido. E também recrudescem as tentativas de encontrar pretextos jurídicos, geralmente o "racismo", para a perseguição policial ao partido e aos seus membros conhecidos.
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