sexta-feira, abril 29, 2005
COM MUSSOLINI
Raros vão hoje a Roma que não tenham o vivo desejo de ver Mussolini, que, depois de salvar a Itália da anarquia comunista, reorganiza as finanças, reforma a administração e realiza uma grande obra de ordem material e moral e de patriotismo extreme.
Quanto caminho andado desde 1922! Adivinhavam-se ainda estão a inquietação e a desordem latentes. Os serviços de caminhos de ferro ressentiam-se das influências revolucionárias e eram desempenhados com grande irregularidade. A custo se evitou, graças à dedicação, à energia dos fascistas, a paralisação geral de serviços por 24 horas no dia 1 de Maio de 1922.
Que diferença hoje! A regularidade da marcha dos comboios, a limpeza do material, a boa apresentação dos empregados, solícitos e aprumados, a vigilância militar assegurando a boa ordem e disciplina, tudo nos revela uma profunda transformação, uma força poderosa que ordenou o caos.
Amiúde temos publicado dados estatísticos bem frisantes, que mostram como a Itália trabalha hoje em paz, livre de convulsões grevistas, de distúrbios comunistas e socialistas.
Ao mesmo tempo reparam-se pouco a pouco os males causados pelo nefasto maçonismo liberal e assegura-se à Religião e à Igreja o lugar e a influência que na vida social lhes pertencem.
O ensino religioso nas escolas, a restituição do Crucifixo ao lugar que lhe pertence, a solicitude pela equitativa dotação do Clero, a resistência enérgica às tentativas de introdução do divórcio, a guerra franca e decidida às sociedades secretas e especialmente à Maçonaria, a reivindicação dos direitos do poder perante as utopias parlamentaristas: tudo quanto caracteriza a obra de Mussolini mostra bem quão benéfica e sabiamente orientada é a sua acção política e governativa.
Na administração interna e nas relações externas o Duce norteia-se pelos altos ideais de uma Itália grande, próspera, respeitada e cônscia da sua força.
Tem Mussolini, trabalhador infatigável, uma plêiade de colaboradores dedicados, que noite e dia o ajudam na sua tarefa exaustiva.
Seja-me lícita uma especial menção do Marquês de Panlucci dei Calboli Barone, seu chefe de gabinete aliando a uma inteligência culta uma vontade enérgica e tenaz e extraordinárias faculdades de trabalho, no qual está consumindo abusivamente as suas forças.
A ele recorri para falar a Mussolini, o que é sobremodo difícil.
À hora aprazada estava num belo salão do Palácio Chigi e ali aguardei pacientemente que o Duce regressasse do Parlamento.
Introduzido no seu magnífico gabinete de trabalho, achei-me diante de um homem trajando sem pretensões, quase humildemente, lhano simples. A não ser a vivacidade do olhar e a expressão profundamente reflectida, poderíamos tomá-lo por um modesto funcionário seu.
- É jornalista?
— Sou, embora não venha aqui nessa qualidade. Queria apenas saudar V. Exa., testemunhar-lhe a minha admiração pela sua obra tão grande e patriótica, fazendo votos pelo êxito pleno da sua acção governativa. Faço-o com tanto mais entusiasmo, quanto vejo V. Exa. neste momento procurar contrastar a acção nefasta da Maçonaria. Há trinta anos que a combato na imprensa portuguesa, pois tem sido ela a causa dos maiores males que têm afligido o meu país.
Mussolini sorriu e agradeceu os votos formulados e atentando nos emblemas da peregrinação, que eu tinha ao peito, perguntou-me se a ela pertencia.
— Pertenço, embora tivesse vindo antes. E a esse propósito devo referir a V. Exa. que se passou um caso estranho que magoou os portugueses, a intimação policial, feita à chegada, a um dos seus directores, de se absterem de manifestações estranhas ao programa religioso sob pena de graves sanções.
Os meus compatriotas são incapazes de abusar da hospitalidade italiana para fazerem manifestações políticas, para mais sob um pretexto religioso. Nem a elas se prestaria a Família Real aqui presente.
Expliquei então as circunstâncias da visita Régia a Roma.
Mussolini conservou-se em discreto silêncio. Por outrem que não por ele soube depois que ao pedido do Governo português se devera aquela deprimente intervenção.
No seguimento da nossa breve conversação tive ensejo de fazer notar a Mussolini que boa parte da imprensa portuguesa lhe era hostil, o que não admirava em vista das infiltrações maçónicas que a inquinam.
Após algumas palavras amáveis de despedida pronunciadas pelo Duce retirei-me, penhorado com a lhaneza do seu acolhimento.
Deus lhe dê forças para continuar a sua grande obra.
Não são verdadeiras as notícias terroristas que a seu respeito se têm espalhado, mas vê-se bem quanto é esgotante a tarefa esmagadora que o grande patriota está desempenhando.
A despeito dos boatos que a judiaria maçónica e elementos protestantes espalharam para semear no mundo a desconfiança e afastar de Itália as multidões chamadas pelo Ano Santo, quantos ali vão, e são inúmeros, admiram a ordem, o bem-estar, a actividade económica, todas as demonstrações da vida sã duma grande nação. Todos ali se empenham em que os peregrinos do mundo inteiro se sintam bem para o desempenho do objectivo piedoso que a Roma os atrai.
Chegará Mussolini a encontrar a fórmula aceitável que ponha termo à questão romana por forma que a Santa Sé julgar compatível com os seus direitos?
Seria a corôa magnífica da sua grande obra. É esse o segredo da sua Providência.
Nemo
(J. Fernando de Sousa)
(In «A Época», n.º 2106, 09.06.1925, pág. 1/2)
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Quanto caminho andado desde 1922! Adivinhavam-se ainda estão a inquietação e a desordem latentes. Os serviços de caminhos de ferro ressentiam-se das influências revolucionárias e eram desempenhados com grande irregularidade. A custo se evitou, graças à dedicação, à energia dos fascistas, a paralisação geral de serviços por 24 horas no dia 1 de Maio de 1922.
Que diferença hoje! A regularidade da marcha dos comboios, a limpeza do material, a boa apresentação dos empregados, solícitos e aprumados, a vigilância militar assegurando a boa ordem e disciplina, tudo nos revela uma profunda transformação, uma força poderosa que ordenou o caos.
Amiúde temos publicado dados estatísticos bem frisantes, que mostram como a Itália trabalha hoje em paz, livre de convulsões grevistas, de distúrbios comunistas e socialistas.
Ao mesmo tempo reparam-se pouco a pouco os males causados pelo nefasto maçonismo liberal e assegura-se à Religião e à Igreja o lugar e a influência que na vida social lhes pertencem.
O ensino religioso nas escolas, a restituição do Crucifixo ao lugar que lhe pertence, a solicitude pela equitativa dotação do Clero, a resistência enérgica às tentativas de introdução do divórcio, a guerra franca e decidida às sociedades secretas e especialmente à Maçonaria, a reivindicação dos direitos do poder perante as utopias parlamentaristas: tudo quanto caracteriza a obra de Mussolini mostra bem quão benéfica e sabiamente orientada é a sua acção política e governativa.
Na administração interna e nas relações externas o Duce norteia-se pelos altos ideais de uma Itália grande, próspera, respeitada e cônscia da sua força.
Tem Mussolini, trabalhador infatigável, uma plêiade de colaboradores dedicados, que noite e dia o ajudam na sua tarefa exaustiva.
Seja-me lícita uma especial menção do Marquês de Panlucci dei Calboli Barone, seu chefe de gabinete aliando a uma inteligência culta uma vontade enérgica e tenaz e extraordinárias faculdades de trabalho, no qual está consumindo abusivamente as suas forças.
A ele recorri para falar a Mussolini, o que é sobremodo difícil.
À hora aprazada estava num belo salão do Palácio Chigi e ali aguardei pacientemente que o Duce regressasse do Parlamento.
Introduzido no seu magnífico gabinete de trabalho, achei-me diante de um homem trajando sem pretensões, quase humildemente, lhano simples. A não ser a vivacidade do olhar e a expressão profundamente reflectida, poderíamos tomá-lo por um modesto funcionário seu.
- É jornalista?
— Sou, embora não venha aqui nessa qualidade. Queria apenas saudar V. Exa., testemunhar-lhe a minha admiração pela sua obra tão grande e patriótica, fazendo votos pelo êxito pleno da sua acção governativa. Faço-o com tanto mais entusiasmo, quanto vejo V. Exa. neste momento procurar contrastar a acção nefasta da Maçonaria. Há trinta anos que a combato na imprensa portuguesa, pois tem sido ela a causa dos maiores males que têm afligido o meu país.
Mussolini sorriu e agradeceu os votos formulados e atentando nos emblemas da peregrinação, que eu tinha ao peito, perguntou-me se a ela pertencia.
— Pertenço, embora tivesse vindo antes. E a esse propósito devo referir a V. Exa. que se passou um caso estranho que magoou os portugueses, a intimação policial, feita à chegada, a um dos seus directores, de se absterem de manifestações estranhas ao programa religioso sob pena de graves sanções.
Os meus compatriotas são incapazes de abusar da hospitalidade italiana para fazerem manifestações políticas, para mais sob um pretexto religioso. Nem a elas se prestaria a Família Real aqui presente.
Expliquei então as circunstâncias da visita Régia a Roma.
Mussolini conservou-se em discreto silêncio. Por outrem que não por ele soube depois que ao pedido do Governo português se devera aquela deprimente intervenção.
No seguimento da nossa breve conversação tive ensejo de fazer notar a Mussolini que boa parte da imprensa portuguesa lhe era hostil, o que não admirava em vista das infiltrações maçónicas que a inquinam.
Após algumas palavras amáveis de despedida pronunciadas pelo Duce retirei-me, penhorado com a lhaneza do seu acolhimento.
Deus lhe dê forças para continuar a sua grande obra.
Não são verdadeiras as notícias terroristas que a seu respeito se têm espalhado, mas vê-se bem quanto é esgotante a tarefa esmagadora que o grande patriota está desempenhando.
A despeito dos boatos que a judiaria maçónica e elementos protestantes espalharam para semear no mundo a desconfiança e afastar de Itália as multidões chamadas pelo Ano Santo, quantos ali vão, e são inúmeros, admiram a ordem, o bem-estar, a actividade económica, todas as demonstrações da vida sã duma grande nação. Todos ali se empenham em que os peregrinos do mundo inteiro se sintam bem para o desempenho do objectivo piedoso que a Roma os atrai.
Chegará Mussolini a encontrar a fórmula aceitável que ponha termo à questão romana por forma que a Santa Sé julgar compatível com os seus direitos?
Seria a corôa magnífica da sua grande obra. É esse o segredo da sua Providência.
Nemo
(J. Fernando de Sousa)
(In «A Época», n.º 2106, 09.06.1925, pág. 1/2)
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