quinta-feira, julho 14, 2005
Reparos e discordâncias
Escreve o Dr. Cruz Rodrigues num seu texto de hoje, a dado passo:
"Seria muito bom que os que se dizem nacionalistas se debruçassem nestas questões da economia nacional – nem uma palavra, em tantos dos textos “nacionalistas” que proliferam por aí! – em lugar de teimarem quase sempre em questões meramente ideológicas repetitivas, que não apontam para qualquer caminho novo ou, pior ainda, que não esteja já amplamente desacreditado."
Cumpre reconhecer que tem razão na observação. Desde sempre tem sido um handicap do meio nacionalista esse desprezo pelas questões económicas. É como se os nacionalistas não tivessem que se rebaixar a esses assuntos de ordem prática, descer à cozinha ou ir à mercearia. A regra é não perder tempo a falar de problemas práticos, de soluções ou propostas, da vida real, do homem comum.
Nuna evocação camiliana, diria que entre os nacionalistas é habitual centrar as atenções na cabeça e no coração, mas ignorar o estômago.
E o certo é que a vidinha é que conta para o vulgar cidadão, e pelo estômago é que ela se governa.
Mas não venha por isso dizer nada que desencoraje a vocação para a escrita, a inspiração teórica, quiçá o chamamento filosófico e o gosto especulativo que deu em tantos bons militantes das hostes nacionalistas. Não senhor, isso não! Se eles querem escrever e debater, deixe escrever. Mesmo que seja sobre "questões meramente ideológicas repetitivas". Antes isso que nada. Bata palmas e empurre os moços. Para a frente, e que a escrita não lhes faça calos, nem o pensar dores de cabeça.
Ainda que possa parecer extravagância ou inutilidade, esse exercício tem uma vantagem inestimável, e só por isso deve ser encorajado. É que daí não virá grande mal ao mundo, e enquanto o pessoal estiver entretido nisso não faz coisas piores.
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"Seria muito bom que os que se dizem nacionalistas se debruçassem nestas questões da economia nacional – nem uma palavra, em tantos dos textos “nacionalistas” que proliferam por aí! – em lugar de teimarem quase sempre em questões meramente ideológicas repetitivas, que não apontam para qualquer caminho novo ou, pior ainda, que não esteja já amplamente desacreditado."
Cumpre reconhecer que tem razão na observação. Desde sempre tem sido um handicap do meio nacionalista esse desprezo pelas questões económicas. É como se os nacionalistas não tivessem que se rebaixar a esses assuntos de ordem prática, descer à cozinha ou ir à mercearia. A regra é não perder tempo a falar de problemas práticos, de soluções ou propostas, da vida real, do homem comum.
Nuna evocação camiliana, diria que entre os nacionalistas é habitual centrar as atenções na cabeça e no coração, mas ignorar o estômago.
E o certo é que a vidinha é que conta para o vulgar cidadão, e pelo estômago é que ela se governa.
Mas não venha por isso dizer nada que desencoraje a vocação para a escrita, a inspiração teórica, quiçá o chamamento filosófico e o gosto especulativo que deu em tantos bons militantes das hostes nacionalistas. Não senhor, isso não! Se eles querem escrever e debater, deixe escrever. Mesmo que seja sobre "questões meramente ideológicas repetitivas". Antes isso que nada. Bata palmas e empurre os moços. Para a frente, e que a escrita não lhes faça calos, nem o pensar dores de cabeça.
Ainda que possa parecer extravagância ou inutilidade, esse exercício tem uma vantagem inestimável, e só por isso deve ser encorajado. É que daí não virá grande mal ao mundo, e enquanto o pessoal estiver entretido nisso não faz coisas piores.
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