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segunda-feira, setembro 12, 2005

DEMOCRACIA 

«...Uma República anti-liberalista é preferível, para um monárquico integral como eu, a uma Monarquia liberal. Uma República liberalista deve ser preferível, para um monárquico liberal, a uma Monarquia anti-liberalista.
O mundo político, actualmente, já não se divide bem em monárquicos e republicanos: divide-se em liberais e anti-liberais. Os liberais estão todos presos pelo cordão umbilical da Urna; todos eles deitam incenso na ara absurda do Voto. Aos anti-liberais, une-os a Consciência de que o Sufrágio político, individualista, é uma mistificação.
O Liberalismo, ou seja monárquico ou seja republicano, além de que repousa sobre uma mentira, o voto, e de que conduz a outra tentativa - o Povo soberano -, é, na sua essência, inimigo de Deus. Todo o poder vem de Deus - omnis potestas a Deo.
Mas para o Liberalismo, monárquico ou republicano, todo o poder emana do Sufrágio. E é por isso que nós assistimos, de vez em quando, ao afã dos liberalistas, no sentido de purificarem o Sufrágio. É que, para eles, o Sufrágio é tudo! O homem, munido do papelinho branco, é omnipotente, omnisciente. Um milhão de homens de um lado, outro milhão de homens do outro lado. Empate. Quem vai desempatar? O Pistautira (oh!) que se esquecera de que era o grande dia do Povo soberano. Vão chamar o Pistautira!
E o Pistautira chega, e vota. E desempata... Quem foi omnipotente? Quem foi omnisciente? O Pistautira... É isto o Liberalismo.
O Sufrágio político é moral. Corrigi-lo, como pretendem os liberais, é piorá-lo. Aperfeiçoá-lo é torná-lo mais nocivo ainda. O que é preciso é a representação das Famílias, dos Municípios e das Corporações, porque o Poder vem de Deus, e não do Povo. E a eliminação do Sufrágio político não é, portanto, atentatória das liberdades populares, antes é a sua garantia máxima. Garantir a liberdade doméstica, a liberdade municipal e provincial, a liberdade corporativa - é deitar abaixo a Liberdade, árvore à sombra da qual tem germinado e florescido todas as tiranias, com a tirania do Número, do Anónimo, do Voto, à frente, mas é desenvolver a Nação, e abrir-lhe largos horizontes no futuro. A Liberdade é inimiga das liberdades. Onde a Liberdade impera, morrem, asfixiadas, as liberdades. Ora estas são fecundas; a Liberdade é estéril.
Liberalismo é o regime da Liberdade. A guerra ao Liberalismo é uma guerra santa. Foi ele que atentou primeiro contra a Igreja; foi ele quem enfraqueceu e estiolou o Princípio monárquico.»
Alfredo Pimenta
(In Nas Vésperas do Estado Novo, págs. 134/135)

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