quarta-feira, setembro 21, 2005
Fascismo em rede
Ainda um aditamento (este suscitado especialmente pelo comentador Corneliu Zelea).
O "Fascismo em rede" nasceu e foi sempre feito tendo entre os seus objectivos principais trazer para o meio "nacional" um estilo e uma memória.
Um estilo e uma memória.
Essas marcas só terão sentido quando forem percepcionadas pelos destinatários, sem explicador nem mestre.
Por isso tem sido sempre prática do lugar permanecer indiferente ao ping-pong verbal e ao polemismo estéril.
Como se pode ver pela análise dos conteúdos, a memória vai-se estimulando como se pode, de forma a re-ligar os tempos e as gentes; o estilo tem que propor-se por si à sensibilidade e ao entendimento do leitor.
É esta a explicação para tantas vezes deixar sem resposta muitas interpelações directas; em primeiro lugar tenho muito pouco tempo (trabalho muito); em segundo lugar, se me parece que as perguntas já têm resposta, e que esta está perfeitamente ao alcance de quem pergunta, prefiro manter o silêncio - será muito mais vantajoso ao indagante aprofundar e encontrar por si. Por vezes basta ler melhor, ou mais devagarinho, ou com mais atenção, ou ler outra vez.
Num diálogo, tem que permanecer algum trabalho de descodificação da mensagem, a cargo do destinatário, que não é mero receptor passivo e inerte.
Lembro-me a propósito de uma discussão travada há muito tempo num bar da Faculdade. Trocavam-se pontos de vista, tomadas de posição, pensamentos, sobre isto e aquilo (de fundo político, já se vê). A certa altura, entre irónico e saturado das minhas desmarcações (entenda-se, da linha de tiro onde ele que me queria colocar e que mais jeito lhe fazia), o meu interlocutor concluiu: "pois, estou a ver, vocês são por uma espécie de fascismo de rosto humano..."
Ri-me com gosto, e ainda hoje me estou a rir da saída. Mas não me perdi em tentativas de explicações vãs. Deixá-lo lá com a sua perplexidade.
Se tivesse que chegar lá, seria a sua curiosidade a conduzi-lo.
E para aqui continuo, a espalhar as sementes de um "fascismo de rosto humano".
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O "Fascismo em rede" nasceu e foi sempre feito tendo entre os seus objectivos principais trazer para o meio "nacional" um estilo e uma memória.
Um estilo e uma memória.
Essas marcas só terão sentido quando forem percepcionadas pelos destinatários, sem explicador nem mestre.
Por isso tem sido sempre prática do lugar permanecer indiferente ao ping-pong verbal e ao polemismo estéril.
Como se pode ver pela análise dos conteúdos, a memória vai-se estimulando como se pode, de forma a re-ligar os tempos e as gentes; o estilo tem que propor-se por si à sensibilidade e ao entendimento do leitor.
É esta a explicação para tantas vezes deixar sem resposta muitas interpelações directas; em primeiro lugar tenho muito pouco tempo (trabalho muito); em segundo lugar, se me parece que as perguntas já têm resposta, e que esta está perfeitamente ao alcance de quem pergunta, prefiro manter o silêncio - será muito mais vantajoso ao indagante aprofundar e encontrar por si. Por vezes basta ler melhor, ou mais devagarinho, ou com mais atenção, ou ler outra vez.
Num diálogo, tem que permanecer algum trabalho de descodificação da mensagem, a cargo do destinatário, que não é mero receptor passivo e inerte.
Lembro-me a propósito de uma discussão travada há muito tempo num bar da Faculdade. Trocavam-se pontos de vista, tomadas de posição, pensamentos, sobre isto e aquilo (de fundo político, já se vê). A certa altura, entre irónico e saturado das minhas desmarcações (entenda-se, da linha de tiro onde ele que me queria colocar e que mais jeito lhe fazia), o meu interlocutor concluiu: "pois, estou a ver, vocês são por uma espécie de fascismo de rosto humano..."
Ri-me com gosto, e ainda hoje me estou a rir da saída. Mas não me perdi em tentativas de explicações vãs. Deixá-lo lá com a sua perplexidade.
Se tivesse que chegar lá, seria a sua curiosidade a conduzi-lo.
E para aqui continuo, a espalhar as sementes de um "fascismo de rosto humano".
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