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quinta-feira, agosto 17, 2006

Narcoeconomia 

Já foi anunciado que este ano de 2006 a colheita de ópio no Afeganistão bateu todos os recordes conhecidos.
Este ano a produção é 40 % superior à que se verificou no ano passado.
Recorde-se que o Afeganistão é o maior produtor do mundo, e que isto significa que as sociedades ocidentais, desde a Rússia aos Estados Unidos, vão ser inundados com a heroína resultante dessa produção recorde, com todos os problemas daí emergentes.
E recorde-se mais: há alguns anos o Afeganistão já tinha ocupado a posição de maior produtor mundial. Depois vieram os talibans, e estes com o seu puritanismo religioso proibiram o cultivo da papoila do ópio. Com a repressão efectiva, conseguiram atingir uma produção praticamente nula, no ano de 2000.
Pode calcular-se o número e a força das inimizades que daí resultaram para os talibans por causa dessa proibição, se pensarmos um pouco na importância universal que hoje assume a narcoeconomia.
O que é certo é que esse regime veio a ser derrubado pela invasão americana, que colocou no poder os actuais governantes locais, saídos da Aliança que combatia os talibans - e muitos deles ligados aos senhores da guerra e barões da droga que antes dominavam extensas áreas do país, e as voltaram a controlar, reforçadamente, com a mudança do regime.
O que é verdade é que após o afastamento dos talibans a velha produção de ópio passou a prosperar, e a aumentar todos os anos até ao presente.
Quais as implicações profundas deste problema, no campo político, é matéria que dava para um grande livro.
Termino com uma só observação: os guerrilheiros talibans de hoje certamente não voltarão a combater o narcotráfico, nem a hostilizar os produtores de ópio. Devem ter aprendido a importância da questão. É preciso contar com isso.

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