sexta-feira, outubro 27, 2006
Yassin e Rantissi
Os círculos dirigentes israelitas têm bem presente que o destino de Israel não se joga no Médio Oriente, mas sim nos Estados Unidos. Consequentemente existe há muito uma estratégia política nacional que visa amarrar em definitivo o Ocidente, leia-se os Estados Unidos, ao destino de Israel. Para esse efeito um dos meios privilegiados é a estratégia da tensão; é preciso incendiar a rua, manter ao rubro o ódio das populações islâmicas, não especificamente contra Israel, mas sim contra o Ocidente, entenda-se a América, confundidos todos como uma realidade só, e que esse ódio gere reacções, agressões, rejeições – se for por meio de atentados é excelente, a opinião pública ocidental, maxime a americana, caminhará no sentido pretendido.
Na execução dessa estratégia todos os passos são calculados; recorde-se o episódio da esplanada das mesquitas, que lançou Sharon para chefe do governo, e entende-se. Ora neste quadro percebe-se perfeitamente o assassínio ritualizado dos chefes do Hamas, primeiro Yassin e logo depois Al Rantissi. O que se quis não foi apenas matá-los, foi executá-los de uma dada forma e com certas características de espectáculo e humilhação simbólicas que pudessem garantir o efeito pretendido. E o momento também foi escolhido: trata-se da altura da corrida presidencial americana, em que ambos os candidatos teriam que competir pelos votos e pelo dinheiro da comunidade judaica – sem cujo apoio não se ganha a eleição. Neste contexto os dirigentes israelitas sabem que podem esticar a corda sem riscos de ela se partir: ninguém que tenha ambições políticas nos Estados Unidos fará ou dirá nada contra Israel, e pelo contrário haverá uma competição pela captura das boas graças do lobby judaico, com o consequente reforço dos compromissos e elos que prenderão para o futuro a unidade de destino procurada. Se houver umas horríveis acções dos extremistas islâmicos, tanto melhor.
Os responsáveis políticos de Israel sabem que é preciso aproveitar esta altura, em que têm todos os trunfos na mão, para forçar empenhamentos irrreversíveis para o futuro (é necessário consumar todas as rupturas ente o universo árabe e islâmico e os Estados Unidos, é necessário levar estes a deslocarem mais e mais forças para as áreas estratégicas que convêm a Israel, e criar as condições do não regresso).
Repare-se que a actuação em causa contra os dois chefes islamistas nada tem que ver com uma necessidade de luta contra o terrorismo: se fosse esse o caso os responsáveis israelitas tinham simplesmente mandado os seus homens prender esses dois dirigentes políticos, como tanta vez tinha acontecido no passado (qualquer dos dois tinha passado boa parte da vida em cadeias israelitas, e continuavam a estar ali à mão para esse fim, em território controlado militarmente por Israel e com vidas públicas e conhecidas, sem que nenhum obstáculo se perfilasse a esse objectivo).
Mas não se tratava disso. Os israelitas não querem acabar com o terrorismo: pelo contrário, desejam que não falte terrorismo islâmico no Ocidente, e quanto mais melhor. É-lhes mesmo indispensável.
Na execução dessa estratégia todos os passos são calculados; recorde-se o episódio da esplanada das mesquitas, que lançou Sharon para chefe do governo, e entende-se. Ora neste quadro percebe-se perfeitamente o assassínio ritualizado dos chefes do Hamas, primeiro Yassin e logo depois Al Rantissi. O que se quis não foi apenas matá-los, foi executá-los de uma dada forma e com certas características de espectáculo e humilhação simbólicas que pudessem garantir o efeito pretendido. E o momento também foi escolhido: trata-se da altura da corrida presidencial americana, em que ambos os candidatos teriam que competir pelos votos e pelo dinheiro da comunidade judaica – sem cujo apoio não se ganha a eleição. Neste contexto os dirigentes israelitas sabem que podem esticar a corda sem riscos de ela se partir: ninguém que tenha ambições políticas nos Estados Unidos fará ou dirá nada contra Israel, e pelo contrário haverá uma competição pela captura das boas graças do lobby judaico, com o consequente reforço dos compromissos e elos que prenderão para o futuro a unidade de destino procurada. Se houver umas horríveis acções dos extremistas islâmicos, tanto melhor.
Os responsáveis políticos de Israel sabem que é preciso aproveitar esta altura, em que têm todos os trunfos na mão, para forçar empenhamentos irrreversíveis para o futuro (é necessário consumar todas as rupturas ente o universo árabe e islâmico e os Estados Unidos, é necessário levar estes a deslocarem mais e mais forças para as áreas estratégicas que convêm a Israel, e criar as condições do não regresso).
Repare-se que a actuação em causa contra os dois chefes islamistas nada tem que ver com uma necessidade de luta contra o terrorismo: se fosse esse o caso os responsáveis israelitas tinham simplesmente mandado os seus homens prender esses dois dirigentes políticos, como tanta vez tinha acontecido no passado (qualquer dos dois tinha passado boa parte da vida em cadeias israelitas, e continuavam a estar ali à mão para esse fim, em território controlado militarmente por Israel e com vidas públicas e conhecidas, sem que nenhum obstáculo se perfilasse a esse objectivo).
Mas não se tratava disso. Os israelitas não querem acabar com o terrorismo: pelo contrário, desejam que não falte terrorismo islâmico no Ocidente, e quanto mais melhor. É-lhes mesmo indispensável.
1 Comentários
Comments:
Enviar um comentário
Blog search directory