sábado, dezembro 30, 2006
Abandonos e conta corrente
Acontece frequentemente falar-se de alguém que em tempos alcançou plano de destaque e protagonismo no meio nacionalista e entretanto desapareceu das lides militantes.
E logo surge severa e implacável condenação por parte de indignados julgadores, ardendo em zelo e intransigência.
Quase sempre fico em silêncio a meditar sobre os casos que conheci e conheço, sopesando os méritos dos que desistiram e abandonaram e os daqueles que inapelavelmente condenam.
E quase sempre chego a amarga conclusão: os que automaticamente emitem sentenças de cega condenação têm em geral mais culpas nessas desistências e abandonos do que os próprios que, chegado um momento das suas vidas, fartos de remar sozinhos (ou puxar sozinhos a carroça, sendo certo que não nasceram para burros), acabaram por pôr um ponto final na sua militância activa.
Muitas e muitas vezes isso acontece quando os desistentes atingiram a exaustão total, e sofreram já danos enormes e irreversíveis na sua vida própria, nos planos pessoal, familiar, profissional ou outros.
Os implacáveis condenadores, embora tivessem iguais obrigações, nada sofreram: limitaram-se a deixá-los sozinhos, a observar indiferentes, ou a criticar, quando eles faziam esforços para mobilizar e chamar gente para as tarefas que eram de todos.
Os que abandonaram, e resolveram seguir as suas vidas, fizeram-no muitas vezes cansados da solidão e do abandono, da chocante falta de solidariedade, a que se sentiam votados pelos seus implacáveis críticos, ou seus antecessores.
Estes, os severos julgadores, as mais das vezes nunca abandonaram coisa nenhuma, porque nem sequer começaram.
De maneira que tenho para mim como princípio de justiça e prudência que é melhor avaliar cada um pelo que dá ou deu, numa espécie de contabilidade pessoal. Levemos em conta os créditos a que cada um tem direito. E só pode criticar quem tiver reunido mais créditos a seu favor.
E logo surge severa e implacável condenação por parte de indignados julgadores, ardendo em zelo e intransigência.
Quase sempre fico em silêncio a meditar sobre os casos que conheci e conheço, sopesando os méritos dos que desistiram e abandonaram e os daqueles que inapelavelmente condenam.
E quase sempre chego a amarga conclusão: os que automaticamente emitem sentenças de cega condenação têm em geral mais culpas nessas desistências e abandonos do que os próprios que, chegado um momento das suas vidas, fartos de remar sozinhos (ou puxar sozinhos a carroça, sendo certo que não nasceram para burros), acabaram por pôr um ponto final na sua militância activa.
Muitas e muitas vezes isso acontece quando os desistentes atingiram a exaustão total, e sofreram já danos enormes e irreversíveis na sua vida própria, nos planos pessoal, familiar, profissional ou outros.
Os implacáveis condenadores, embora tivessem iguais obrigações, nada sofreram: limitaram-se a deixá-los sozinhos, a observar indiferentes, ou a criticar, quando eles faziam esforços para mobilizar e chamar gente para as tarefas que eram de todos.
Os que abandonaram, e resolveram seguir as suas vidas, fizeram-no muitas vezes cansados da solidão e do abandono, da chocante falta de solidariedade, a que se sentiam votados pelos seus implacáveis críticos, ou seus antecessores.
Estes, os severos julgadores, as mais das vezes nunca abandonaram coisa nenhuma, porque nem sequer começaram.
De maneira que tenho para mim como princípio de justiça e prudência que é melhor avaliar cada um pelo que dá ou deu, numa espécie de contabilidade pessoal. Levemos em conta os créditos a que cada um tem direito. E só pode criticar quem tiver reunido mais créditos a seu favor.
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