<$BlogRSDURL$>

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Falta só um mês 

Haverá outros combates, muitos outros: mas agora é o momento de travar este, ardorosamente, pondo na luta todas as energias.
O resultado não resolverá nada; mas tem um significado de ordem cultural, civilizacional, que o transforma num facto político de primeira grandeza.
Um militante tem o dever de distinguir em cada hora qual é a batalha que então decorre, e não se deixar desviar com miragens e distracções.
Um militante tem que ser do seu tempo, agir no seu terreno e na sua época, entre a sua gente, nos debates que então se decidem - e não pode encerrar-se em torres de marfim, sonhando com guerras que foram ou com guerras que hão-de vir.
Em cada época há que travar os combates da época - sob pena de nunca chegar a participar em nenhum.
Portanto, neste mês que falta até ao referendo, só temos um direito e um dever: fazer tudo para derrotar entre nós a ideologia abortista.
No dia a seguir, se verá o que haverá então para fazer. Até lá, a missão é essa.
É um mês para dar tudo por tudo.
***
Desde que a revolução socialista passou a fazer parte do museu da história, as energias daqueles que conscientemente têm como objectivo o desfazer das sociedades humanas organizadas segundo os modelos tradicionais que lhes conhecemos concentraram-se nas tarefas de desestruturação elencadas na chamada "agenda social".
É uma tarefa em primeiro lugar metapolítica, inspirada nos teóricos que resolveram inverter as prioridades de Marx explicando que nas nossas sociedades frequentemente é a superestrutura a mandar, e daí o fracasso das tentativas de conquista e controle do poder por parte do comunismo de modelo clássico.
Logo, depreendem eles, é preciso trabalhar na superestrutura, dominar o terreno da cultura, dos valores, das concepções sociais, das representações ideológicas sobre a vida, a família, as instituições, etc.
O velho Marx com a sua insistência na infraestrutura, concentrando a sua análise nas relações sociais e na luta de classes, não teria fornecido uma receita suficientemente eficaz para a conquista e manutenção do poder. De facto, segundo eses teóricos, mantendo-se a mesma superestrutura todos os avanços conseguidos na luta política estarão sempre em perigo, porque a superestrutura resistirá e voltará a segregar as mesmas formas sociais que se pretendem abolidas.
Daqui o afluir regular para o campo da luta política dos temas relacionados com a tal "agenda social", que não são mais do que a expressão desse trabalho de destruição lenta dos alicerces das sociedades em que se desenvolve o confronto.
Realço a este propósito o salto recente para o centro da actualidade em França das questões relativas ao casamento de homossexuais e ao direito à adopção por parte de tais parelhas, e ao mesmo tempo o surgir de nova campanha em Espanha mais ou menos nos mesmos termos quanto à ampliação das práticas abortivas. Evidentemente que os "temas fracturantes" surgiram de novo na ofensiva em aproveitamento da maré das vitórias eleitorais socialistas; mas é significativo como eles estão aí, em confirmação de que não há acasos nestas coisas de agenda política.
Entretanto, em Portugal, aproveitou-se a revisão constitucional (art. 13º) para se abrir a porta a futuras batalhas sobre a "não discriminação em razão da orientação sexual" (leia-se: da desorientação sexual).
Quem não vir a relação estreita entre os tais temas, aceitação generalizada de abortos, eugenismos, eutanásia, direitos dos homossexuais, fim da tutela jurídica da família tradicional, legalização de estupefacientes e psicotrópicos, não pode entender o sentido convergente que tudo isto tem.
Aos outros, aos que percebem, eu aconselharia que fizessem o mesmo que os tais teóricos da subversão recomendam: organizem-se, cavem trincheiras, reforcem defesas, institucionalizem a luta positiva pelos valores em que acreditam, não cedam nunca à ilusão de uma vitória momentânea. Todos os núcleos de resistência são essenciais aos combates que hão-de vir.
****
Sobre estes temas "fracturantes", para aproveitar o vocabulário em uso, como são o abortamento ou a eutanásia, ou a droga, não tenho dúvidas que o pensamento daqueles que nos governam coincide no essencial com aquilo que diz o Bloco de Esquerda.
Esse pensamento não é o de uma franja socialmente marginal, corresponde à ideologia instalada em meios sociais determinantes da opinião do todo, como são as camadas jornalísticas, intelectuais, artísticas, políticas, até economicamente dominantes. O tal Berloque de estimação de todos esses grupos privilegiados apenas diz em voz alta o que eles dizem em "off" - e não querem dizer em público por razões meramente de conveniência.
Porém, daí não decorre a inutilidade do combate; ao contrário, impõe-se a luta persistente e tenaz, primeiro como disciplina própria e caminho de perfeição (Deus não manda vencer, mas manda lutar), depois por ser a única forma de erguer as bases da resistência nos corpos sociais ainda não dominados.
Chamo por isso a atenção de todos os grupos envolvidos activamente nos combates do nosso tempo para a importância de reforçar as trincheiras das organizações que se batem pela preservação e defesa da vida e da família - como são todas aquelas neste momento empenhadas na batalha contra o abortamento livre e a cargo do Estado.

2 Comentários
Comments:
Será que um deus pode levar um sabre para o combate?...

Cumprimentos camisanegra
 
Estou na luta !

Prometheus
http://hesperialeuropa.blogspot.com
 
Enviar um comentário
Divulgue o seu blog! Blog search directory

This page is powered by Blogger. Isn't yours?