quarta-feira, março 05, 2008
Avestruzes Líricos
No dia 17 de Janeiro de 1950, embora com data de 15, surgiram nas livrarias lisboetas e nas mesas da Brasileira do Chiado as folhas de poesia "Távola Redonda", tendo como directores António Manuel Couto Viana, David Mourão-Ferreira e Luís de Macedo.
Tinha sido encarado o nome "Arame Farpado", proposto por Mourão-Ferreira, a pensar no aviso de Afonso Lopes Vieira ("Há pessoas que entram na poesia como rinocerontes num jardim") mas acabou por ficar "Távola Redonda", por sugestão de Couto Viana, mais medievalista - e para significar a ideia de fraternidade à mesa da poesia que a revista se propunha trazer.
A originalidade do formato e do papel, a beleza das ilustrações, da autoria de António Vaz Pereira, chamavam à leitura de uma poesia nova naquela hora, onde se fundiam os moldes tradicionais e a modernidade estética, e provocatoriamente se proclamava a ausência de propósitos sociais - num universo pesadamente dominado pelos ditames neo-realistas.
A "Távola Redonda", onde foram figuras marcantes os próprios Couto Viana e Mourão-Ferreira, mas também tiveram presença fundamental, nomeadamente, Sebastião da Gama e Luís Amaro, veio a reunir poesia de mais um sem número de autores, como Fernanda Botelho, Goulart Nogueira, Fernando de Paços, Maria Manuela Couto Viana, Maria Judite de Carvalho, Cristovam Pavia, Sophia de Mello Breyner, e muitos outros.
Marco importante na história da literatura portuguesa, a revista "Távola Redonda" representou uma verdadeira revolução lírica, que modificou o panorama poético português - que nunca mais seria o mesmo após esse fecundo e fecundante período de 1950-1954.
Por razões que temos de chamar de extra-literárias, tem a revista sido sempre esquecida ou minimizada pelos supostos donos da cultura portuguesa. Não o faremos nós, que aqui a lembramos e exaltamos.
Tinha sido encarado o nome "Arame Farpado", proposto por Mourão-Ferreira, a pensar no aviso de Afonso Lopes Vieira ("Há pessoas que entram na poesia como rinocerontes num jardim") mas acabou por ficar "Távola Redonda", por sugestão de Couto Viana, mais medievalista - e para significar a ideia de fraternidade à mesa da poesia que a revista se propunha trazer.
A originalidade do formato e do papel, a beleza das ilustrações, da autoria de António Vaz Pereira, chamavam à leitura de uma poesia nova naquela hora, onde se fundiam os moldes tradicionais e a modernidade estética, e provocatoriamente se proclamava a ausência de propósitos sociais - num universo pesadamente dominado pelos ditames neo-realistas.
A "Távola Redonda", onde foram figuras marcantes os próprios Couto Viana e Mourão-Ferreira, mas também tiveram presença fundamental, nomeadamente, Sebastião da Gama e Luís Amaro, veio a reunir poesia de mais um sem número de autores, como Fernanda Botelho, Goulart Nogueira, Fernando de Paços, Maria Manuela Couto Viana, Maria Judite de Carvalho, Cristovam Pavia, Sophia de Mello Breyner, e muitos outros.
Marco importante na história da literatura portuguesa, a revista "Távola Redonda" representou uma verdadeira revolução lírica, que modificou o panorama poético português - que nunca mais seria o mesmo após esse fecundo e fecundante período de 1950-1954.
Por razões que temos de chamar de extra-literárias, tem a revista sido sempre esquecida ou minimizada pelos supostos donos da cultura portuguesa. Não o faremos nós, que aqui a lembramos e exaltamos.
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