quarta-feira, abril 16, 2008
Criar imprensa nacionalista
Frequentemente surgem, sobretudo da parte dos mais jovens, propostas no sentido de criar novos meios de comunicação de orientação nacionalista, como sendo a forma de romper o bloqueio mediático que sentem.
Era tão bom que tivéssemos um jornal nosso!!! (ou uma rádio, ou uma televisão...)
Geralmente tomo uma posição que a quase todos parece paradoxal: estou inteiramente de acordo, mas... sou contra.
Como se explica o paradoxo? Muito simples. A necessidade apontada é real, o remédio proposto é uma ilusão.
Ao longo das últimas décadas o meio nacionalista produziu dezenas de títulos, entre jornais, boletins, revistas e sei lá que mais. Todos foram de duração efémera, e fracassaram ao fim de pouco tempo, e escassos números.
Neste momento, com pena o digo, caso se fizesse o mesmo o resultado seria o mesmo: outro fracasso (depois de grande desgaste pessoal, inútil, de dois ou três entusiastas que se sacrificariam).
As razões são de fundo, e sem as conseguir modificar não será posssível alterar este panorama. A verdade é que não temos gente para dar corpo a um projecto que se imponha, e também não existe público para o suportar.
As múltiplas tentativas, ao longo de todo o tempo que levo a observar, falharam sempre pelas mesmas razões. Nunca foi por força dos inimigos ( na realidade o inimigo não precisou de fazer força nenhuma). Foi por causa das fraquezas próprias.
Desde logo não existe colaboração em quantidade suficiente para manter uma publicação. Costuma dar para três ou quatro números, e depois os voluntários cansam-se. Além disso, não existe público, uma corrente de opinião suficientemente numerosa para por si mesma aguentar uma publicação periódica.
Um exemplo eloquente na imprensa escrita é o semanário "O Diabo", que por aí se arrasta sem colaboradores, sem anunciantes e sem leitores.
Como sabem todos os meus leitores (que são poucos) tenho sido sempre um ardente defensor da aposta na batalha da comunicação, na concentração de esforços na criação de uma rede informativa que permita superar o défice informativo que afecta e paralisa a área nacional.
Todavia, para isso é indispensável uma sadia dose de realismo. Utilizar o que existe, e saber crescer para patamares cada vez mais ambiciosos.
Por agora, como se compreende que queira manter jornais quem nem sequer tem capacidade para manter um blogue?
Se já é difícil alimentar com constância, ritmo e regularidade um blogue que se imponha na blogosfera imagine-se o que seria manter a produção necessária a outro tipo de periódico...
Não, o que é preciso por agora é criar tudo, desde o princípio, para que haja condições para se poder passar a uma fase mais avançada.
Sobretudo, e como prioridade, criar uma equipa capaz de produzir conteúdos que possam atingir os objectivos em matéria de "criação de opinião". Ter uma rede de opinião e informação solidamente implantada na internet, um número satisfatório de militantes aptos a desempenhar esse seu papel de jornalistas doutrinados e doutrinadores.
Se for possível criar essa geração de doutrinadores-militantes, então será possível construir o público destinatário (uma corrente de opinião disseminada na sociedade que tenha expressão quantitativa suficiente para consumir as publicações que lhe sejam dirigidas).
Mas não haja ilusões, sem que exista essa nova vaga de gente que escreva, e de preferência que escreva muito e bem, não poderá haver nada: não subsistirá publicação alguma, porque não haverá quem a faça, e não poderá formar-se um público próprio, por falta de conteúdos que criem essa tal corrente de opinião.
A minha análise não é pessimista, é realista e fruto do conhecimento do terreno. Com efeito, apesar dos lamentos que a esse respeito se ouvem às vezes, nunca houve dificuldade séria em fazer publicar qualquer trabalho escrito pela nossa gente, nem que seja um pequeno texto (desde que minimamente capaz e em português regular). Pelo contrário, o que há é falta de quem escreva e falta de textos para publicar (e sempre tem sido assim).
O que se impõe de momento, e este sim é um objectivo realista, é incentivar a formação dessa fornada de publicistas e intelectuais nacionalistas, de homens e mulheres que travem a batalha das ideias, que se habituem ao debate ideológico e à intervenção permanente na actualidade e no meio em que vivem.
Para isto, basta utilizar os meios disponíveis (todos eles carecidos de colaboradores e de colaboração). Não é preciso inventar coisas novas.
O que eu gostaria de pedir aos mais novos era sumariamente isto: escrevam, escrevam incessantemente, façam opinião e criem correntes de opinião. Publiquem e divulguem. Especializem-se no jornalismo e na militância cibernética. O resto virá por acréscimo (se tivermos gente e talento para o conseguir).
Este blogue aceita reforços (tem já quatro anos e uns meses, e tem vivido apenas do esforço de um único bloguista. Não mata, mas mói).
Era tão bom que tivéssemos um jornal nosso!!! (ou uma rádio, ou uma televisão...)
Geralmente tomo uma posição que a quase todos parece paradoxal: estou inteiramente de acordo, mas... sou contra.
Como se explica o paradoxo? Muito simples. A necessidade apontada é real, o remédio proposto é uma ilusão.
Ao longo das últimas décadas o meio nacionalista produziu dezenas de títulos, entre jornais, boletins, revistas e sei lá que mais. Todos foram de duração efémera, e fracassaram ao fim de pouco tempo, e escassos números.
Neste momento, com pena o digo, caso se fizesse o mesmo o resultado seria o mesmo: outro fracasso (depois de grande desgaste pessoal, inútil, de dois ou três entusiastas que se sacrificariam).
As razões são de fundo, e sem as conseguir modificar não será posssível alterar este panorama. A verdade é que não temos gente para dar corpo a um projecto que se imponha, e também não existe público para o suportar.
As múltiplas tentativas, ao longo de todo o tempo que levo a observar, falharam sempre pelas mesmas razões. Nunca foi por força dos inimigos ( na realidade o inimigo não precisou de fazer força nenhuma). Foi por causa das fraquezas próprias.
Desde logo não existe colaboração em quantidade suficiente para manter uma publicação. Costuma dar para três ou quatro números, e depois os voluntários cansam-se. Além disso, não existe público, uma corrente de opinião suficientemente numerosa para por si mesma aguentar uma publicação periódica.
Um exemplo eloquente na imprensa escrita é o semanário "O Diabo", que por aí se arrasta sem colaboradores, sem anunciantes e sem leitores.
Como sabem todos os meus leitores (que são poucos) tenho sido sempre um ardente defensor da aposta na batalha da comunicação, na concentração de esforços na criação de uma rede informativa que permita superar o défice informativo que afecta e paralisa a área nacional.
Todavia, para isso é indispensável uma sadia dose de realismo. Utilizar o que existe, e saber crescer para patamares cada vez mais ambiciosos.
Por agora, como se compreende que queira manter jornais quem nem sequer tem capacidade para manter um blogue?
Se já é difícil alimentar com constância, ritmo e regularidade um blogue que se imponha na blogosfera imagine-se o que seria manter a produção necessária a outro tipo de periódico...
Não, o que é preciso por agora é criar tudo, desde o princípio, para que haja condições para se poder passar a uma fase mais avançada.
Sobretudo, e como prioridade, criar uma equipa capaz de produzir conteúdos que possam atingir os objectivos em matéria de "criação de opinião". Ter uma rede de opinião e informação solidamente implantada na internet, um número satisfatório de militantes aptos a desempenhar esse seu papel de jornalistas doutrinados e doutrinadores.
Se for possível criar essa geração de doutrinadores-militantes, então será possível construir o público destinatário (uma corrente de opinião disseminada na sociedade que tenha expressão quantitativa suficiente para consumir as publicações que lhe sejam dirigidas).
Mas não haja ilusões, sem que exista essa nova vaga de gente que escreva, e de preferência que escreva muito e bem, não poderá haver nada: não subsistirá publicação alguma, porque não haverá quem a faça, e não poderá formar-se um público próprio, por falta de conteúdos que criem essa tal corrente de opinião.
A minha análise não é pessimista, é realista e fruto do conhecimento do terreno. Com efeito, apesar dos lamentos que a esse respeito se ouvem às vezes, nunca houve dificuldade séria em fazer publicar qualquer trabalho escrito pela nossa gente, nem que seja um pequeno texto (desde que minimamente capaz e em português regular). Pelo contrário, o que há é falta de quem escreva e falta de textos para publicar (e sempre tem sido assim).
O que se impõe de momento, e este sim é um objectivo realista, é incentivar a formação dessa fornada de publicistas e intelectuais nacionalistas, de homens e mulheres que travem a batalha das ideias, que se habituem ao debate ideológico e à intervenção permanente na actualidade e no meio em que vivem.
Para isto, basta utilizar os meios disponíveis (todos eles carecidos de colaboradores e de colaboração). Não é preciso inventar coisas novas.
O que eu gostaria de pedir aos mais novos era sumariamente isto: escrevam, escrevam incessantemente, façam opinião e criem correntes de opinião. Publiquem e divulguem. Especializem-se no jornalismo e na militância cibernética. O resto virá por acréscimo (se tivermos gente e talento para o conseguir).
Este blogue aceita reforços (tem já quatro anos e uns meses, e tem vivido apenas do esforço de um único bloguista. Não mata, mas mói).
9 Comentários
Comments:
Blog search directory
Porque não há-de ser o «bloguer» a reforçar um projecto que necessite da tal «consistência» mencionada?
Se calhar é esse um dos males «desta área», talvez até maior que os elencados no texto, quem sabe...
Se calhar é esse um dos males «desta área», talvez até maior que os elencados no texto, quem sabe...
Porque este blogger não pode.
Não se trata de um capricho individualista, nem de uma recusa calculista. Pura e simplesmente, não lhe é possível.
Se cada um fizesse o que pode, já era uma grande coisa.
E afinal este blogue é o meio de que o blogger dispõe para apoiar outros projectos, protagonizados por outras pessoas.
Não se trata de um capricho individualista, nem de uma recusa calculista. Pura e simplesmente, não lhe é possível.
Se cada um fizesse o que pode, já era uma grande coisa.
E afinal este blogue é o meio de que o blogger dispõe para apoiar outros projectos, protagonizados por outras pessoas.
Achei todo o texto soberbo, mas permito-me destacar este segmento:
«(...)como se compreende que queira manter jornais quem nem sequer tem capacidade para manter um blogue?».
A adequação dos meios disponíveis aos objectivos pretendidos constitui talvez o ponto mais sensível de todo o comportamento humano.Intuí-lo, é já um grande passo para o sucesso. Dar-lhe solução, no plano da acção combativa, define um estratego.
Por mim, aplaudo o caminho apontado!
«(...)como se compreende que queira manter jornais quem nem sequer tem capacidade para manter um blogue?».
A adequação dos meios disponíveis aos objectivos pretendidos constitui talvez o ponto mais sensível de todo o comportamento humano.Intuí-lo, é já um grande passo para o sucesso. Dar-lhe solução, no plano da acção combativa, define um estratego.
Por mim, aplaudo o caminho apontado!
Sem grandes delendas eu sugeria, rapidamente e em força, a união do autor deste blog, do Nova Frente e do Pena e Espada, num único blog. Só isso era óptimo, acho eu.
Cont.
Três correntes, três ideias, num único blog. E deixavam-se de «tretas» e davam uma prova de que «trabalham» para o todo e não para o próprio umbigo.
Sem a descontração do Jantar das Quartas, de preferência.
(crítica positiva e não negativa)
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Três correntes, três ideias, num único blog. E deixavam-se de «tretas» e davam uma prova de que «trabalham» para o todo e não para o próprio umbigo.
Sem a descontração do Jantar das Quartas, de preferência.
(crítica positiva e não negativa)