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sábado, julho 26, 2008

Julius Evola (1898-1974) 

( Uma única coisa deve importar ao homem: permanecer de pé no meio das ruínas )

Nunca sendo fascista filiado, nem um ortodoxo do Fascismo, acompanhou este de perto, embora não lhe poupasse críticas. Depois da traição do marechal Badoglio, alinhou com Mussolini e a República Social Italiana. A seguir a 1945 exerceu uma forte influência na juventude do seu país, nomeadamente naquela que esteve ligada ao MSI e aos grupos nacional-revolucionários.
Nasceu em Roma em 1918. Combateu na 1ª Grande Guerra, ofereceu-se como voluntário para combater na frente russa, durante a 2ª Guerra Mundial. Em Viena, em 1945, foi vítima dum bombardeamento soviético e ficou, para sempre, paralisado das pernas. Morreu em Roma, em 11 de Janeiro de 1974.
Um dos mais importantes guias que viveram nos dias de hoje. Mesmo que não se concorde com a totalidade das suas afirmações, é inegável a validade fundamental dos seus contributos, das suas análises, denúncias e propostas. Aqui deixamos uma brevíssima aproximação das ideias expostas por Evola que, prosseguindo na senda em que se colocou René Guénon, confirma um esoterismo viril e coerentemente articulado (1).

(1) A que não são alheias concepções variadas como as expressas pelo hinduísmo, pelo hermetismo, etc.

“Num plano transcendente, que escapa à contingência dos acontecimentos, existe um centro de iniciação de essência não-humana”, sintetiza Michel Angebert. Dessa “região primordial” advém a mensagem original que exprime um princípio luminoso e soberano, como atributo da raça primordial. Eis a tradição.
Esta raça é-o espiritualmente. Nela verifica-se a presença duma força sobrenatural que qualifica “aqueles que são” e “que podem”. O homem primordial é o homem íntegro, o que não está afectado. O homem espiritual (ou segundo o espírito) está em conexão com formas superiores de existência; e, quando se eleva até elas, o homem torna-se também super-homem e, de algum modo, “divino” (a Bíblia usa mesmo a expressão deuses). Quebra os diques do eu e da individualidade. Cumpre e sustenta o primado dos valores éticos e heróicos.
Trata-se, pois, de despertar para a consciência ou restauração dessa dignidade, pela instauração do caminho recto ou via direita. Quem segue esse rumo é o homem recto.
Os homens segundo esta espécie dão o tom ou o tónus ao mundo para que fique tonificado: são os testemunhos, os seres exemplares, os escóis, definem-se como condutores, assumem a condição de senhores e de reis; e assim constroem, erguem, defendem e manifestam o Império.
Pela dupla qualidade de estabelecer e alimentar a ligação ao transcendente e de combater quanto a obscureça ou diminua, o homem possui a função sacerdotal e a função guerreira: o pontífice é, então, o soberano sacrificador.
Deve existir correspondência entre uma ordem exterior e uma ordem interior; e aquela não pode ser verdadeira, se estiver em discordância com esta. Quando o mundo exterior não é regulado pelo homem superior correspondência entre uma ordem exterior e uma ordem interior; e aquela não pode ser verdadeira, se estiver em discordância com esta. Quando o mundo exterior não é regulado pelo homem superior (o que guarda a regra e se faz rei), degrada-se. E o mundo degradado afecta por sua vez, a qualidade dos homens, embora sempre exista e resistam alguns de melhor genuinidade.
Em vez do progresso, é a regressão, a decadência, o definhamento que se verifica no universo.
Desce-se da idade de ouro à idade do ferro ou ao Kali-Yuga (idade demoníaca) em que vivemos hoje. Em todos os campos, foi-se quebrando a relação com o sagrado e instalou-se o triunfo do profano. Estamos num fim de um ciclo; o processo destrutivo, no Ocidente, começou há séculos e, “no domínio das nações e das potências da história”, agravou-se extremamente após a II Guerra Mundial.
A desordem moderna nutre-se da utópica ideologia igualitária. Evola ataca, sem concessões, o igualitarismo, o liberalismo, o marxismo, a democracia e o mundo burguês. Ao mundo dos mercadores opõe o mundo dos guerreiros e dos crentes, o dos combatentes e dos sacerdotes. Denuncia a “alucinação ou o demónio da economia” e afirma que “as habilidades dos economistas não podem substituir a soberania do político”.
Há sempre que manter a acção que, do interior, nos liga ao transcendente. O pensamento deve tornar-se atitude, para dar sentido à acção. Em cada um de nós, com auto disciplina, a Tradição deve ser restaurada, vivida: é uma revolução pessoal que permite a revolução comunitária.
Mesmo na decadência do nosso tempo, compete-nos permanecer de pé no meio das ruínas, cavalgar o tigre desembestado até que ele se canse e tombe, enfim, sob os nossos golpes. Com desesperada esperança, com a certeza de que, após o caos, a ordem renascerá.


( in Boletim nº 2 (duplo) de Setembro de 1980, da Intervenção Nacionalista )

Obras principais de Julius Evola:
- Rivolta contro il Mondo Moderno, 1934.
- Il Mito del Graal e la Tradizione Ghibellina del Impero, 1937.
- Sintesi di Dottrina della Raza, 1941.
- Gli Uomini e le Rovine, 1953.
- Cavalcare la Tigre, 1961.
- Il Fascismo visto della Destra, 1970.


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