sexta-feira, agosto 22, 2008
Charles Maurras (1868-1952)
O principal organizador intelectual da Action Française que, a partir de 1908, passa a publicar um jornal diário com o mesmo nome, até 1944. Defensor de um nacionalismo integral através da instauração de uma monarquia tradicional, hereditária, anti-parlamentar e descentralizada que se assume contra os protestantes, os judeus, os metecos e os maçons. Proclama la France, seulement la France. Discípulo do positivismo de Comte, influenciado por La Tour du Pin. Distancia-se do nacionalismo místico e republicano de Maurice Barrès e de Charles Péguy. Onde estes são emotivos, Maurras assume-se como lógico e racional, contra o romantismo. Invoca, assim, uma concepção experimental e o primado da política. Considera que a necessidade da monarquia pode demonstrar-se pela dedução, tão rigorosamente quanto se demonstra um teorema. Adopta o chamado naturalismo social e o empirismo organizador. Condenado a prisão perpétua em 1945. Influencia o Integralismo Lusitano e é um dos inspiradores de Salazar. Importa salienta quatro linhas de força do respectivo pensamento: o racionalismo, o carácter não-cristão, o anti-estatismo e o doutrinarismo. A perspectiva racionalismo pretende sobretudo insurgir-se contra o romantismo que, segundo as palavras do autor, não passa de uma consequência literária, filosófica e moral da Revolução, contra a inteligência clássica e a ideia de civilização como contrução da razão, a partir do espírito greco-latino. Em segundo lugar, Maurras não era cristão, considerando que há no evangelho um almanaque para formar um bom demagogo anarquista. Contudo, na hora da morte ter-se-á convertido, declarando: estou cansado de raciocinar. Em terceiro lugar assume uma perspectiva não-estatista, considerando que a sociedade, tanto espiritual como temporal, é anterior – lógica e historicamente – ao Estado. Neste sentido diverge radicalmente da perspectiva de Mussolini, salientando que quando o Estado se torna tudo, o Estado não é mais nada. Assim, é um claro adepto da descentralização. Finalmente assume uma perspectiva doutrinarista, assumindo-se, por um lado, contra a hipótese de um chefe carismático e, por outro, contra o despotismo. Esta atitude derivou, sobretudo, do facto de ter experimentado o fracasso de Boulanger, considerando que não há nenhuma possibilidade de resistência da coisa pública sem doutrina.
( http://www.iscsp.utl.pt/cepp/autores/franceses/maurras.htm )
( http://www.iscsp.utl.pt/cepp/autores/franceses/maurras.htm )
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