<$BlogRSDURL$>

sexta-feira, novembro 07, 2008

"Grupo Vector" em entrevista 

Como sabem os leitores, temos especial estima tanto pelo No Media Portugal como pelo Grupo Vector. São dois projectos que, acreditamos, apontam no sentido certo. Decidimos por isso, e pelo interesse objectivo dela, publicar toda a entrevista que o Grupo Vector concedeu ao No Media.

Aproveitando as polémicas manifestações estudantis em Itália, a No Media Portugal decidiu entrevistar um projecto nacional estudantil, de cariz local: no Instituto Superior Técnico. Dão pelo nome de Grupo Vector.

- Lendo a apresentação no vosso blogue oficial agradou-nos o carácter local do projecto, é muito específico o objectivo: o activismo no seio de um estabelecimento académico. Acreditam que deste modo se poderão evitar os habituais sectarismos da área nacional, mantendo a porta aberta a todos os estudantes nacionalistas, não importa a organização em que militem fora dos muros da escola?
- O Grupo Vector é um grupo autónomo de nacionalistas do Instituto Superior Técnico. Quer isto dizer que somos estudantes nacionalistas independentes de qualquer organização. Alguns de nós nem sequer estão ligados a grupos no exterior do instituto. Num ambiente universitário cada vez mais uniformizado, formatado e resignado, une-nos o sentimento nacionalista e o inconformismo de quem quer ter uma palavra a dizer no rumo da vida universitária.
- A ideia de criação do GV surge originalmente de um grupo de estudantes do Técnico, para contrapor as ‘jotas’ que não ocultam a sua influência na vida associativa juvenil das faculdades, ou inspirados por iniciativas semelhantes no estrangeiro (CUIB e Blocco Studentesco?
- Ao contrário de outros grupos, não somos o braço estudantil de um partido político. Por outro lado, não somos uma secção de um movimento internacional. A nós interessa-nos acima de tudo o instituto e os interesses dos estudantes. De uma perspectiva global, é óbvio que temos relações com grupos universitários nacionalistas de outros países da Europa, já que no fundo, com o processo de Bolonha e a crescente uniformização e privatização do Ensino Universitário europeu, estamos todos na mesma luta.
- Quais os problemas mais flagrantes do dia a dia de um estudante? Politicamente, notam algum policiamento externo ou destaca-se principalmente a autocensura exercida pelos vossos próprios colegas?
- O IST é uma faculdade com cerca de dez mil alunos e é uma das mais conceituadas instituições universitárias portuguesas. No dia-a-dia, os problemas que mais nos afligem são a insegurança nas imediações da faculdade e o crescente controlo dos estudantes dentro do campus (através da instalação de câmaras de vigilância, de “diligentes” seguranças e de certas restrições). Entretanto, a adaptação ao processo de Bolonha e as tentativas de privatização do IST (há muito que se fala em converter o instituto numa fundação privada) também são algo que nos preocupa.
Politicamente, o Grupo Vector quer ser claro sem deixar de suscitar a dúvida, quer estar presente sem deixar de parecer invisível. Dessa forma, podemos contornar o policiamento externo e a incompreensão de alguns colegas.
- Tendo em conta as diversas notícias vindas a público, consideram recuperável o bom nome do nacionalismo em Portugal?
- Consideramos a universidade o nosso campo de acção e, por isso, essa pergunta extravasa um pouco o nosso âmbito. Não fazemos depender a nossa motivação da popularidade das nossas convicções. Já o escritor francês Drieu la Rochelle dizia que “a verdade não precisa de muitos amigos e, mesmo quando vencida, não deixa de ter razão”.
- Julgam que o mau nome do nacionalismo se deve mais à parcialidade da comunicação social, à falta de formação dos jovens nacionalistas ou até às duas causas?
- Se é verdade que a imprensa manifesta uma posição muito hostil e até sensacionalista em relação a tudo o que tenha a ver com nacionalismo, verificam-se por vezes episódios infelizes que poderiam ser facilmente evitados. No entanto, esta é uma questão que extravasa completamente a nossa acção.
- Embora agradados pela inovação do projecto, ficamos apreensivos no que diz respeito ao símbolo adoptado, adoptar a cruz céltica foi uma ponderação estratégica de choque? Não consideram que o símbolo, por si só, poderá afastar pessoas que à partida poderiam simpatizar com as vossas ideias?
- As pessoas que simpatizem com as nossas ideias não vão afastar-se de nós por causa de um símbolo. Da mesma forma, as pessoas que não simpatizam com as nossas ideias, não vão gostar mais do Grupo Vector pela ausência desse símbolo. A cruz céltica, usada pelo Grupo Vector num cartaz de divulgação, é um símbolo ancestral ligado às raízes imemoriais do povo português, usado por diversas organizações universitárias nacionalistas europeias. Além disso, tem um forte impacto visual.
- Já ponderaram a criação de um boletim, ou folha, de opinião nacionalista acerca da vida no Técnico?
- Desde a sua criação, a acção do Grupo Vector tem sido encarada de uma forma sustentada. Lançado por um grupo restrito de estudantes, o projecto tem atraído progressivamente a atenção e o interesse de mais pessoas, dentro e fora do instituto. Apesar de todas as condicionantes, ao longo da sua existência o Grupo Vector esteve mais ou menos discretamente em diversas frentes na defesa dos alunos. Além disso, podemos dizer que temos várias iniciativas planeadas para os próximos tempos. E embora a criação de um boletim figure entre os nossos objectivos, não é de momento uma prioridade.
- Têm ponderado a possibilidade de criação de núcleos noutros estabelecimentos académicos?
- O Grupo Vector, quer pelo seu nome como pelos seus objectivos, só tem sentido dentro do Instituto Superior Técnico. No entanto, não descartamos a colaboração com outros projectos estudantis.
- Recentemente ocorreram manifestações conjuntas de organizações juvenis nacionalistas com organizações estudantis de esquerda em Roma, esse tipo de união na acção contaria com a participação do GV se ocorresse em Portugal?
- Não temos qualquer preconceito com outras organizações estudantis, até porque partilhamos certos objectivos e reivindicações. Na verdade, o Grupo Vector já esteve presente, mais do que uma vez, em iniciativas promovidas por outras organizações estudantis. No entanto, não acreditamos em uniões impossíveis. É sabido o resultado das manifestações conjuntas em Itália: os estudantes nacionalistas acabaram por sofrer uma carga violentíssima organizada por elementos de extrema-esquerda, com consequências ainda por conhecer.
- Para finalizar, veremos um dia o GV na AE do IST? Caso queiram acrescentar algo…
- Quem sabe se o Grupo Vector não se encontra já dentro da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico…
De resto, queremos agradecer por esta oportunidade e desejar boa sorte ao projecto No-Media na sua luta pela informação livre e independente.

0 Comentários
Comments: Enviar um comentário
Divulgue o seu blog! Blog search directory

This page is powered by Blogger. Isn't yours?