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quinta-feira, novembro 27, 2008

Vidas Portuguesas: António José de Brito. 

Brito (António José de) — Pensador e professor português (n. Porto, 22.11.1927). Aluno de Cabral de Moncada, concluiu licen­ciatura em Direito e o Curso Complementar de Ciências Jurídicas em Coimbra (1954), tendo sido, ainda estudante, chefe de redacção do quinzenário Mensagem (1946-1950) e colabo­rador do jornal A Nação. Nomeado secretário-geral da Universidade do Porto, continuou a desen­volver frequente actividade na crítica filosófica e na filosofia política, orientando cursos de Filosofia de Direito no Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Porto e colaborando em diversas publicações (Tempo Presente, Gil Vicente, Studium Generale, Nomos, Revista Portuguesa de Filosofia, etc.). Fundou e dirigiu o semanário portuense Praça Nova (1961), colaborou em obras colectivas, como a Enci­clopédia Logos, tendo integrado (1962 e 1963) a delegação portuguesa aos I e II Encontros Romanos de Cultura. Doutorou-se em Filosofia (1979) na Universidade de Montpellier com uma tese sobre o ponto de partida do conhecimento filosófico. Professor catedrático da Universidade Portu­calense e professor associado com agregação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, depois de ter prestado provas públicas e ser aprovado por unanimidade (1987). Em 1993 ficou em 1.° lugar no concurso para professor associado da mesma Faculdade, tomando posse em 30 de Junho do mesmo ano. Exegeta do nacionalismo e do nacionalismo português em especial (deu nova interpretação ao «Integralismo Lusitano», suscitando polémica com os integralistas históri­cos), a axiologia política do pensador, baseada numa ética fundamental objectiva, envolve um totalitarismo comunitário, condicionante da rea­lidade da pessoa, que não existe fora da comu­nidade. Este pensamento é corolário para as exigências dialécticas da sua filosofia, que, influenciada pelo hegelianismo idealista ao modo de Giovanni Gentile, toma como ponto de partida a ideia de insuperável: a síntese apriorística de onde todo o conhecimento se desenvolve, em sucessivas distinções, que incluem os contrários e os contraditórios, logicamente necessários uns aos outros. O insuperável é a primeira ideia, garante do discurso lógico e dialéctico.
(PINHARANDA GOMES, in Enciclopédia Verbo).

Nota: No início de 2009, publicar-se-á, na colecção NOVA ÁGUIA, um volume de estudos sobre o pensamento filosófico de António José de Brito ("Harmonias e Dissonâncias").

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