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sexta-feira, novembro 28, 2008

Vidas Portuguesas: Pinharanda Gomes 

Jesué PINHARANDA GOMES (Quadrazais, 16.7.1939), pensador português, estabelece na sua obra a confluência de duas teses (formalismo aristotélico e idealismo platónico) hauridas no magistério de dois mestres da "Filosofia Portuguesa": José Marinho e Álvaro Ribeiro. Vivida uma infância ingénua e algo atribulada, entre o destino para a vida rural proposto pelo pai e a incerteza de uma árdua via de estudo e reflexão, optou por trilhar o seu próprio percurso quando sentiu a vocação de escritor, rondava os onze anos. Primícias no Correio da Beira, da Guarda, em 1956. Animado do propósito em se dedicar às Letras, muda-se para Lisboa, onde enfrentará difíceis provações. Sozinho e solitário, porém alimentando uma ânsia de saber que o privava da solidão, encontra em Guedes de Amorim, decerto por solicitação de Campos Pereira, a possibilidade de colaborar no jornal O Século. É Natércia Freire que o estreia nas páginas do Diário de Notícias, onde publicará os artigos que posteriormente reúne em Pensamento e Movimento. Por essa época, escreve semanalmente e sem qualquer remuneração para O Debate. Entretanto, em regime autodidáctico, estuda as grandes correntes do pensamento filosófico grego e europeu, perscruta as teses teológicas de um Catolicismo aberto à redenção de todas as almas, mantém, através de uma multímoda e incansável leitura, na Biblioteca Nacional, um diálogo interior com o pensamento português ortodoxo e heterodoxo, adquire uma sólida preparação em línguas estrangeiras, o que lhe permite ingressar na empresa onde se manteve até à sua reforma. No Liceu Francês, em Lisboa, frequenta cursos de latim e de grego, conhecimento linguístico que lhe será útil nos futuros trabalhos em torno dos pré-socráticos e das disciplinas filosóficas. Entre a apetência por uma carreira de novelista e a vocação interior para os desafios do espírito, decide-se pela iniciação filosófica no seio de tertúlias, à mesa de cafés, que os discípulos portuenses de Leonardo Coimbra suscitaram na capital como exercício aforístico e silogístico. Ao longo de mais de três decénios e até ao presente escreve prefácios e posfácios a par de traduções (Aristóteles, Descartes, Heidegger, José de Maistre, Platão, Porfírio, Tomás Morus), organiza edições, reedições e antologias de autores votados ao esquecimento (Carlos A. Marques, Ferreira Deusdado, José de Arriaga, Latino Coelho, Leonardo Coimbra, Lopes Praça, Prudência Quintino Garcia, Teixeira Rêgo). Colabora em obras colectivas e participa em mais de meia centena de Congressos e Colóquios dedicados a temas religiosos e filosóficos. É membro da Academia Luso-Brasileira de Filosofia, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira (sócio-fundador) e da Sociedade de Língua Portuguesa. Autor de uma vasta obra, que ultrapassa duas centenas de títulos, exemplifica na vida e no que escreve a prática da humildade e o amor ao próximo, fazendo da vida um exercício da morte enquanto peregrinação do absoluto.

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