domingo, janeiro 18, 2009
Entrevista de Humberto Nuno Oliveira ao DN
Até ao momento não vi que tivesse saído nada no Diário de Notícias, mas pode ser que ainda saia (talvez "devidamente contextualizado", como se diz na linguagem deles, ou seja misturado com alguma pasquinada sobre os horrores nazis e os terríveis perigos da extrema-direita).
Aqui fica o texto divulgado na quinta-feira pelo cabeça de lista do PNR às próximas eleições europeias:
http://reverentia-lusa.blogspot.com/2009/01/o-jornalista-mrcio-candoso-do-dirio-de.html
Aqui fica o texto divulgado na quinta-feira pelo cabeça de lista do PNR às próximas eleições europeias:
http://reverentia-lusa.blogspot.com/2009/01/o-jornalista-mrcio-candoso-do-dirio-de.html
O jornalista Márcio Candoso do "Diário de Notícias" endereçou-me dez questões para uma entrevista que, creio, será publicada naquele jornal amanhã., 6ª feira. A base da mesma será a resposta por escrito que aqui vos deixo embora me tenha telefonicamente colocado mais algumas questões, pelo que a entrevista definitiva só mesmo amanhã no "DN".
De qualquer modo para ajudar ao esclarecimento dos leitores aqui fica um "borrão" da entrevista.
1 – Quais são as principais prioridades que vai apresentar aos portugueses na campanha eleitoral para o Parlamento Europeu?
- Denunciar e combater por todos os meios, os malefícios da nossa submissão à UE. Portugal não vive de betão e alcatrão e os milhões que entram diariamente com destino duvidoso, irão ser pagos com elevado juro… O país, a troco dessa esmola, deixou de produzir, deixou abater áreas vitais para a economia e independência, abdicou de sectores vitais para a sua soberania: segurança, fronteiras e moeda, entre outras. Não é, pois, possível Portugal acumular uma crescente dívida externa, ser cada vez mais dependente a todos os níveis e ainda por cima ter uma produção quase nula. Há que denunciar firmemente toda a sorte de trafulhices e sucessivas imposições por parte da classe política que apenas serve interesses inconfessáveis, que não nacionais. Há que pugnar por total transparência nos assuntos europeus que sempre foram mantidos em tertúlias partidistas e jamais apresentadas com frontalidade e submetidas à opinião nacional.
Somos irredutivelmente contra esta União que promove a globalização e o mundialismo – com todo o seu vasto cortejo de nefastas consequências - como geradora da profundíssima crise que nos assola.
Estes objectivos só podem ser alcançados através do reforço dos nacionalistas no Parlamento Europeu, únicos capazes de travar os crimes das politicas federalistas e inverter toda essa mentalidade “federasta”.
2 – Se for eleito, tem a garantia de se integrar num grupo político? Qual? Que outros partidos (e de que países) pertencem a esse grupo?
- O PNR, desde a sua fundação, tem estreitado laços com partidos nacionalistas congéneres, a maioria com assento no Parlamento Europeu.
Na qualidade de único partido representativo da corrente nacionalista em Portugal, temos ao longo dos anos participado em eventos internacionais patrocionados pela Frente Nacional francesa, a Fiamma Tricolore italiana, a Democracia Nacional espanhola, o NPD alemão, o Vlaams Belang flamengo, o British National Party do Reino Unido, o FPO austríaco, o MIEP húngaro entre outros.
Durante várias legislaturas, existiram grupos de parlamentares europeus compostos por algumas das formações atrás mencionadas.
O grupo ITS-Identidade Tradição Soberania, presidido pelo eurodeputado francês Bruno Gollnisch, o qual inclusivamente esteve presente na Conferência dos Presidentes do Parlamento Europeu, realizada em Lisboa em Junho de 2007, foi a derradeira iniciativa do género.
Na eventualidade, de o PNR lograr representação no parlamento de Estrasburgo, como é óbvio, iria integrar a família política que aglutinasse os seus correligionários europeus com os quais mantém afinidade ideológica.
3 – Que pensa do actual estado da União Europeia? E o que seria necessário mudar, na sua opinião?
- A União Europeia evoluiu, rapidamente nos últimos anos, para uma estrutura federal que não desejamos e repudiamos e que, sobretudo, ninguém nos perguntou se desejávamos. Foi construída à revelia dos povos, como se pode comprovar na recente tentativa de fazer aprovar o Tratado de Lisboa pela exclusiva via parlamentar. Felizmente ainda parece existir verdadeira democracia na Irlanda...
A União Europeia deve ser das Pátrias e não um monstro federal. Defendemos uma Europa das Nações, um espaço geográfico e civilizacional no qual as nações europeias possam celebrar pactos e acordos entre si, nos mais diversos campos, desde a economia ao ambiente, da segurança à tecnologia, mas perante os quais as nações sejam totalmente livres e autónomas, só assim a verdadeira Europa poderá fazer face, em pé de igualdade, aos outros poderes mundiais.
4 – Com que espírito aceitou a indigitação para ser cabeça de lista do PNR?
- Como sempre o fiz em política, com o espírito de missão pela causa que acredito e creio ser a melhor para Portugal e para os portugueses e pelo combate contra a “federastia” instalada na classe política portuguesa. Para nós Portugal vale mais que a União Europeia e os Portugueses e seus interesses estarão sempre em primeiro lugar.
5 – No passado mais ou menos recente teceu críticas à estratégia do PNR, tendo, segundo sei, pedido para sair da Direcção do partido. Porque o fez? Encontra-se em condições de cumprir o programa do PNR?
- Os assunto internos do Partido debatem-se no seio do mesmo, partilhados entre os que a ele pertencem. De mim não se espere jamais “lavagem de roupa suja” na praça pública. Direi apenas que pedi para sair da Direcção (mantendo-me porém no Conselho Nacional) por razões que se prendem com questões de orientação no seio daquele órgão e por razões de disponibilidade pessoal. Se não me considerasse capaz de cumprir o programa do partido não teria aceite.
6 – Actualmente – e ainda antes de o PNR se afirmar como força política relevante a nível nacional – assiste-se a uma desunião de vontades na direita nacionalista, havendo vários projectos (eventualmente uns mais sérios que outros) de fundação de novos partidos. Falo do PNP, do Partido da Liberdade e do Bloco Democrático Nacional, de entre o que eu conheço. Gostaria que comentasse.
- A “direita nacionalista” é uma realidade sociologicamente complexa com algum problema de “caudilhismo” inerente e muitas e diversas raízes ideológicas. Pessoalmente sempre pugnei para que tivessemos um único partido que pudesse representar as diversas tendências. Para tal, é certo, dever-se-ão procurar os denominadores comuns, usar de contenção de linguagem e não procurar o óptimo (que é, por definição, diverso), outros assim não o entendem. Tenho pena mas não condeno. De qualquer modo parece-me que estamos a misturar planos, bem distantes entre si, o PNR, goste-se ou não, já conquistou este espaço político, com muita coragem e entrega. O nosso destino é, pois, o crescimento.
7 – É impossível federar as direitas em Portugal? É possível juntar gente de “fato e gravata” com “skinheads”?
- Com vontade, trabalho, paciência e capacidade de diálogo é sempre possível trabalhar em prol dos valores maiores que são Portugal e os Portugueses. Essa foi, é e será a minha postura no seio da por vós denominada “direita”, embora reconheça que é um trabalho complexo dada a pluralidade ideológica e das filiações da “direita”.
8 – Foi acusado de xenofobia e anti-semitismo na blogosfera, onde marca presença há já vários anos? Há aqui alguma verdade ou é exagero de conceitos?
- A blogosfera é um campo que atrai de tudo, muitas vezes a coberto de um desprezível anonimato. É engraçado que surjam essas acusações a meu respeito para as colocar no outro prato da balança daqueles que me acusam de ser “minhotimorense”. Se calhar é a tal abrangência que busco. Recordo, por exemplo, quando coloquei o postal sobre o meu querido amigo e grande herói de Portugal Tenente-Coronel Marcelino da Mata o que me escreveram. Acho que, decididamente por não seguir a cartilha do “politicamentecorretês”, baralho muito as pessoas. Sobre o anti-semitismo como o posso ser se me acusam de ser pró-palestiniano? É que os palestinianos, como sabemos, são semitas. Ou quererão dizer anti-sionista (todos aqueles que condenam a actuação colonial do Estado de Israel), mas quanto a isso nada há a fazer, aparentemente não podemos ser contra as políticas de Israel e contra o sionismo? Temos que obediente e mansamente ser a favor, só porque é “correcto”?
Mas são acusações fáceis para atacar aqueles que ousam tocar em certos tabus. Nós no PNR estamos habituado a isso.
9 – Há muitos anos que milita nesta área política. Prevê que no futuro próximo ela tenha alguma expressão no palco político? Se sim, porquê?
- Acredito e creio que sim. Esta crise em que a globalização e o mundialismo nos colocou terá uma resposta que passará pelo resgate do brio e da honra das pátrias narcotizadas e forçadas à prostração por um sistema que se encontra à beira da falência.
10 – Qual a sua opinião sobre a estratégia política delineada pelo PNR na última convenção nacional. Qual a sua opinião sobre o presidente do partido, sobre o secretário-geral e o presidente da mesa da convenção?
- O último Conselho Nacional, no qual participei, tomou decisões ambiciosas para o Partido e para o seu futuro, que subscrevi. Possa esta candidatura ser um modesto contributo para esse desiderato. Não entendendo a utilidade da fulanização nesta questão, ainda assim posso dizer que dois deles são meus amigos e pessoas que muito considero e respeito e que outro só o conheço exclusivamente das lides partidárias.
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