quarta-feira, janeiro 14, 2009
A intervenção cívica como exercício identitário
Por concordar inteiramente com as posições defendidas, e porque a análise e as propostas adiantadas me parecerem de importância essencial, copio o artigo recentemente publicado por João Martins no Blog Identitário.
É comum ouvirmos diariamente os nossos concidadãos tecerem duras criticas ao estado actual do regime partidocrático e consequente degradação das instituições democráticas, as quais cada vez mais representam autênticos ninhos onde grassam o caciquismo, os jogos de influência, o lucro em proveito próprio, o amiguismo, a promiscuidade entre o aparelho político e empresarial, entre outras actividades nas quais reina a absoluta ausência de valores morais.
Não se chegou a este estado lastimável por acaso, não é algo conjuntural, é isso sim, é preciso dizê-lo, algo que tem origem na própria estrutura ideológica do regime, ou seja, é consequência de uma política que subjuga o poder político ao poder económico, confundido o segundo com o primeiro através da influência tentacular que esse apresenta por via do domínio do aparelho mediático, permitindo assim desviar ou chamar as atenções para aquilo que bem se entende e, por conseguinte, condicionar o livre pensamento, a liberdade de expressão e de acção de todos aqueles que se manifestam em oposição a este estado de coisas.
Por outra parte, e aqui também é imperioso denunciá-lo, a oposição pouco tem feito para se afigurar como uma alternativa séria. Atente-se que não me refiro à chamada oposição, a oposição oficial às políticas governamentais, na verdade uma caricatura no sentido em que é esta mesma oposição um sustentáculo do regime, dada a cumplicidade e conivência desavergonhada. A oposição, aquela que está fora das malhas do sistema, essa demonstra total incapacidade para estruturar uma real alternativa de ideias, de valores e mesmo na postura, em suma, demonstra ser incapaz para erigir uma verdadeira contracultura. E não o consegue fazer porque se insiste em fazer mais do mesmo, sem se perceber que não se pode aguardar nada de diferente quando se faz exactamente o mesmo. A cultura política é quase inexistente nas hostes antagónicas ao regime e esse facto leva a que persista a dificuldade em perceber que o campo da acção política não se resume, nem pode resumir à actividade partidária e muito menos ao todo-eleitoral. O cerne da questão passa invariavelmente pelo assumir de uma nova forma de fazer política, uma abordagem inovadora e descomplexada, liberta da dependência dos partidos e que não nos deixe condicionar pelos mesmos, ou seja, uma dinâmica política, social e cultural que nos coloque em directo contacto com o povo. Essa via dá pelo nome de intervenção cívica.
O fim último de qualquer organização, seja de que índole for, é a aceitação popular de uma ideia, de uma concepção societária. Para se alcançar esse estágio é necessário, antes de mais, ter poder. Porém para se ter poder é preciso desenvolver mecanismos que visem à difusão dos ideais da organização, seja pelo convencimento da justeza dos mesmos, seja pela influência, em forma de lóbi, juntos dos organismos institucionais. Somente aqueles que tem capacidade para influenciar podem, com propriedade, dizer que possuem poder, poder para mudar aquilo que consideram estar errado.
Ora, que mecanismos temos ao nosso dispor para podermos realmente tornar-nos na tão almejada alternativa? Muitos, atrevo-me a dizer. É certo que não possuímos a capacidade financeira dos nossos adversários, não temos os meios de comunicação que eles detêm, porém, múltiplos são os meios que podemos empregar e sem a obrigatoriedade de elevados custos financeiros. A internet, quiçá o derradeiro espaço livre, afigura-se como um excelente instrumento para se chegar a uma audiência de centenas ou milhares de pessoas. Este é somente um exemplo onde podemos exercer a intervenção cívica, no entanto existem muitas outras formas de fazer política diariamente. Ora vejamos, quantos de nós estão envolvidos nas comissões de moradores? Quantos de nós pertencem às associações de estudantes nas escolas e universidades? Quantos de nós intervêm nas reuniões de pais e procuram ter um papel crucial na educação que os filhos têm nas escolas? Quantos de nós procuram envolver-se nos sindicatos e comissões de trabalhadores? Quantos de nós pertencem aos escuteiros e dessa forma procuram influenciar uma parte da juventude que pela sua conduta está muito próxima daquilo que preconizamos? Quantos de nós pertencem ao rancho folclórico da sua região e dessa forma ajudam à preservação da identidade carnal do seu povo? Quantos de nós são membros de uma banda musical que reflicta nas letras a nossa forma de conceber a vida e o mundo? Quantos de nós pertencem às associações culturais e recreativas das suas localidades? Enfim, poderia continuar por aí adiante a salientar aspectos das nossas vidas diárias que poderiam ser rentabilizados para benefício das nossas ideias, mas que por inércia ou receio infundado nada se faz.
A intervenção cívica revela-se como uma excelente oportunidade para sairmos da redoma em que temos estados encerrados, pois, além de ser uma actividade significativamente respeitada, permite uma aproximação aos mais diversos sectores da nossa população, com a garantia de que se formos determinados e convictos naquilo em que nos envolvermos, encontraremos terreno fértil para a difusão do nosso ideário, abrindo brechas na malha do sistema e criando zonas livres e desintoxicadas da propaganda do regime. Tal deve ser doravante a nossa linha de actuação.
Estabelecer objectivos concretos por via da intervenção cívica, eis uma fórmula que trará inegavelmente resultados positivos no campo da acção política, social e cultural deste nosso combate identitário. Poderá demorar, pouco importa, a pressa sempre foi inimiga da perfeição.
É comum ouvirmos diariamente os nossos concidadãos tecerem duras criticas ao estado actual do regime partidocrático e consequente degradação das instituições democráticas, as quais cada vez mais representam autênticos ninhos onde grassam o caciquismo, os jogos de influência, o lucro em proveito próprio, o amiguismo, a promiscuidade entre o aparelho político e empresarial, entre outras actividades nas quais reina a absoluta ausência de valores morais.
Não se chegou a este estado lastimável por acaso, não é algo conjuntural, é isso sim, é preciso dizê-lo, algo que tem origem na própria estrutura ideológica do regime, ou seja, é consequência de uma política que subjuga o poder político ao poder económico, confundido o segundo com o primeiro através da influência tentacular que esse apresenta por via do domínio do aparelho mediático, permitindo assim desviar ou chamar as atenções para aquilo que bem se entende e, por conseguinte, condicionar o livre pensamento, a liberdade de expressão e de acção de todos aqueles que se manifestam em oposição a este estado de coisas.
Por outra parte, e aqui também é imperioso denunciá-lo, a oposição pouco tem feito para se afigurar como uma alternativa séria. Atente-se que não me refiro à chamada oposição, a oposição oficial às políticas governamentais, na verdade uma caricatura no sentido em que é esta mesma oposição um sustentáculo do regime, dada a cumplicidade e conivência desavergonhada. A oposição, aquela que está fora das malhas do sistema, essa demonstra total incapacidade para estruturar uma real alternativa de ideias, de valores e mesmo na postura, em suma, demonstra ser incapaz para erigir uma verdadeira contracultura. E não o consegue fazer porque se insiste em fazer mais do mesmo, sem se perceber que não se pode aguardar nada de diferente quando se faz exactamente o mesmo. A cultura política é quase inexistente nas hostes antagónicas ao regime e esse facto leva a que persista a dificuldade em perceber que o campo da acção política não se resume, nem pode resumir à actividade partidária e muito menos ao todo-eleitoral. O cerne da questão passa invariavelmente pelo assumir de uma nova forma de fazer política, uma abordagem inovadora e descomplexada, liberta da dependência dos partidos e que não nos deixe condicionar pelos mesmos, ou seja, uma dinâmica política, social e cultural que nos coloque em directo contacto com o povo. Essa via dá pelo nome de intervenção cívica.
O fim último de qualquer organização, seja de que índole for, é a aceitação popular de uma ideia, de uma concepção societária. Para se alcançar esse estágio é necessário, antes de mais, ter poder. Porém para se ter poder é preciso desenvolver mecanismos que visem à difusão dos ideais da organização, seja pelo convencimento da justeza dos mesmos, seja pela influência, em forma de lóbi, juntos dos organismos institucionais. Somente aqueles que tem capacidade para influenciar podem, com propriedade, dizer que possuem poder, poder para mudar aquilo que consideram estar errado.
Ora, que mecanismos temos ao nosso dispor para podermos realmente tornar-nos na tão almejada alternativa? Muitos, atrevo-me a dizer. É certo que não possuímos a capacidade financeira dos nossos adversários, não temos os meios de comunicação que eles detêm, porém, múltiplos são os meios que podemos empregar e sem a obrigatoriedade de elevados custos financeiros. A internet, quiçá o derradeiro espaço livre, afigura-se como um excelente instrumento para se chegar a uma audiência de centenas ou milhares de pessoas. Este é somente um exemplo onde podemos exercer a intervenção cívica, no entanto existem muitas outras formas de fazer política diariamente. Ora vejamos, quantos de nós estão envolvidos nas comissões de moradores? Quantos de nós pertencem às associações de estudantes nas escolas e universidades? Quantos de nós intervêm nas reuniões de pais e procuram ter um papel crucial na educação que os filhos têm nas escolas? Quantos de nós procuram envolver-se nos sindicatos e comissões de trabalhadores? Quantos de nós pertencem aos escuteiros e dessa forma procuram influenciar uma parte da juventude que pela sua conduta está muito próxima daquilo que preconizamos? Quantos de nós pertencem ao rancho folclórico da sua região e dessa forma ajudam à preservação da identidade carnal do seu povo? Quantos de nós são membros de uma banda musical que reflicta nas letras a nossa forma de conceber a vida e o mundo? Quantos de nós pertencem às associações culturais e recreativas das suas localidades? Enfim, poderia continuar por aí adiante a salientar aspectos das nossas vidas diárias que poderiam ser rentabilizados para benefício das nossas ideias, mas que por inércia ou receio infundado nada se faz.
A intervenção cívica revela-se como uma excelente oportunidade para sairmos da redoma em que temos estados encerrados, pois, além de ser uma actividade significativamente respeitada, permite uma aproximação aos mais diversos sectores da nossa população, com a garantia de que se formos determinados e convictos naquilo em que nos envolvermos, encontraremos terreno fértil para a difusão do nosso ideário, abrindo brechas na malha do sistema e criando zonas livres e desintoxicadas da propaganda do regime. Tal deve ser doravante a nossa linha de actuação.
Estabelecer objectivos concretos por via da intervenção cívica, eis uma fórmula que trará inegavelmente resultados positivos no campo da acção política, social e cultural deste nosso combate identitário. Poderá demorar, pouco importa, a pressa sempre foi inimiga da perfeição.
1 Comentários
Comments:
Blog search directory
Novidade das Edições Réquila: o LIVRO "Diálogos de Doutrina Anti-Democrática" de António José de Brito.
edicoesrequila.blogspot.com
Enviar um comentário
edicoesrequila.blogspot.com