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terça-feira, março 03, 2009

Grande entrevista com José Pinto-Coelho 

O líder do PNR, José Pinto Coelho, concedeu uma entrevista aos blogues Terra Portuguesa, que reproduzimos na íntegra.

TP - Quais as expectativas reais que o PNR tem neste ano eleitoral decisivo para Portugal e para os Portugueses?

JPC - Quando se vive num ambiente de total descrédito nos políticos, de desânimo e encolher de ombros colectivo e num sistema onde os responsáveis pelo desastre nacional conseguem blindar o acesso à opinião pública, as expectativas reais do PNR não podem ser assim fundamentadas em parâmetros objectivos. As regras do jogo são extremamente desequilibradas e desiguais.
Eu não tenho a menor dúvida que o nosso partido, sendo defensor de causas únicas, teria forte aceitação no eleitorado e seguramente lugar na Assembleia da República se a sua mensagem passasse. Não duvido disso!
Sucede, contudo, que perante dados viciados e circunstancialismos aleatórios e alheios à nossa vontade, a chegada da nossa mensagem ao eleitorado é manifestamente escassa.
Muitíssima gente por este país fora não sabe sequer da existência do PNR. Outros há que, sabendo dela, não conhecem verdadeiramente as nossas causas, outros ainda, persistem no disparate inconsequente do chamado voto útil. Temos consciência de que muitos votos que são nossos por natureza, não entram nas urnas por esses motivos.
Mas para além dessas contingências a expectativa é de um claro crescimento, pois que, apesar de tudo, o nosso activismo tem permitido que o PNR chegue a um número crescente de pessoas e além disso o momento dramático da História nacional vem dar razão às nossas causas.
O PNR é uma “Chama” de esperança que vai crescendo.

TP - As preocupações do PNR são também aparentemente as de outros partidos, nas mais diversas matérias. Em que aspectos o PNR marca a sua diferença?

JPC - Disse bem: aparentemente. É que a aparência dá muito jeito para caçar uns votos…
O PNR não muda de discurso para caçar votos, antes defende com clareza aquelas que são as suas causas. Pode em determinados pontos, eventualmente coincidir com pontos de outros partidos. Mas a diferença entre os partidos faz-se sobretudo pelas bandeiras exclusivas e, nos pontos comuns, pelo discurso e praxis política e ainda pelas verdadeiras motivações que levam a certas tomadas de posição.
Não tenho dúvida que o PNR é o único partido que defende a nação. Por muita verborreia eleitoralista que o CDS possa ter, evocando a pátria, eles defendem a globalização e a União Europeia, sendo por isso cúmplices da destruição nacional.
Por muita mentira apregoada pelos comunistas do PCP e BE em defesa da justiça social, eles defendem a imigração, prejudicando os trabalhadores portugueses.
Estes são apenas dois exemplos, mas servem para ilustrar as diferenças para além das aparências.
Para o PNR o que importa essencialmente é a defesa das nossas cinco grandes causas: Nação, Família, Trabalho, Independência Nacional e Património Histórico-Cultural.

TP - Se o PNR, nas eleições legislativas que se avizinham, conseguir assento parlamentar, qual será a primeira proposta que apresentará?

JPC - O papel do PNR passa necessariamente por uma oposição determinada e frontal. Não ao governo A ou B em concreto, mas ao poder instituído. E desse poder fazem parte os cinco partidos que estão neste momento na Assembleia da República.
O PNR não se pode reger por esta ou aquela proposta pontual, pois para nós é preciso inverter toda uma mentalidade, uma atitude e um caminho. Assim não importa qual seria a primeira ou as seguintes propostas, mas sim saber-se que o PNR se baterá firmemente pela alteração da lei da nacionalidade e da lei da imigração, pela moralização da Administração Pública, pelo apoio às famílias portuguesas e pela promoção da natalidade de portugueses, pelo apoio às forças da ordem, pela cultura de vida, pela mudança da Constituição…
Enfim, o PNR quer mostrar aos portugueses que é necessária uma força incómoda que denuncie todas as desgraças, descaminhos e desgovernos que emanam daquele hemiciclo e que aponte caminhos novos. Caminhos bem diferentes daquele trilhado pelo partido único com cinco secções que temos tido naquela Assembleia.

TP -Em tempos disse que a corrupção que existe no país sai mais caro que a crise. Pode desenvolver esta afirmação?

JPC - Quando falo em corrupção não me refiro apenas às ilegalidades, que são mais que muitas, mas também às imoralidades. Ambas se têm praticado em Portugal, de forma generalizada, desde o 25 de Abril têm servido para aniquilar o nosso país enquanto nação e a sua perspectiva de futuro. Todas as actuações dos dirigentes, que sirvam interesses próprios ou de grupo, lesam e muito os interesses nacionais e o povo português.
Se temos dois milhões de pobres, não se deve seguramente a esta ou aquela crise, mas sim a uma situação crónica de falta de atitude e excesso de oportunismo que tem levado a que os ricos estejam cada vez mais ricos e a classe média cada vez mais pobre. É justamente a ganância e aproveitamento de cargos políticos ou de gestão que levam ao enriquecimento de alguns e abandono de muitos com consequente empobrecimento da grande maioria.
Nesta lógica dos dirigentes se servirem em vez de servirem, recorrem eles sistematicamente a ilegalidades ou mesmo ao ajuste das leis em benefício próprio ou de interesses sectários que na verdade são de uma injustiça e imoralidade gritantes. Daí eu afirmar sempre que Portugal é como uma mãe que não dá de comer aos seus filhos.
Um dirigente que para favorecimento próprio ou da sua empresa, partido ou lóbi, actue sem se importar com os danos causados à pátria, ainda que não cometa ilegalidades (admitamos…) tem uma conduta corrupta.

TP - É evidente então para si a existência de uma crescente promiscuidade entre o poder político e agentes económicos privados? Que medidas proporia o PNR para inverter esta situação?

JPC - É evidente! A permanente dança de lugares entre os mesmos de sempre que ora estão no governo ou em outros cargos políticos ou de administração pública, ora saltam para grupos financeiros privados ou públicos, com chorudos ordenados e prévia garantia de reformas imorais, fala bem das políticas de compadrio e de saque à nação. De novo: corrupção.
As situações são tantas e tão diversas que não é possível falar-se em medidas casuísticas. É preciso que a Justiça actue. Não pode haver este clima de impunidade onde o crime compensa.
Os culpados têm que restituir tudo aquilo que roubaram, mas para isso é necessário enfrentar poderes como a maçonaria e lóbis que protegem uns e outros, mantendo este clima de impunidade e vergonha.
É urgente enfrentar este polvo asfixiante, condenar todos os saqueadores do erário público e correr com os que têm praticado políticas anti-nacionais.
Mais uma vez, insisto, não se trata de implementar esta ou aquela medida pontual se tudo, no fundo, se mantiver igual. Os partidos de sempre adoram falar em novas medidas, quando na verdade as tomam sempre para que tudo se mantenha na mesma e os privilégios também.
Esse, não é portanto o nosso discurso. Dizemos claramente que Portugal tem que dar uma grande vassourada nesta classe política. É necessário que à frente dos cargos públicos estejam pessoas motivadas para servir a nação. Para tal dêem força ao PNR.

TP - Falando do poder político, acha que os políticos devem ser juridicamente penalizados pelo incumprimento de uma promessa eleitoral, como uma violação de um acto administrativo tipificado?

JPC - Tal não seria necessário se as pessoas não passassem quatro anos a dizer mal deles, para depois lhes voltarem a dar o voto… É com mágoa que o digo, mas esses têm o que merecem, já que reconduzem mentirosos, ainda que alternadamente.
A penalização para os profissionais de promessas por cumprir deveria ser a morte política. A penalização judicial, a meu ver, tem que ser para as irregularidades praticadas e não para as promessas por cumprir. Acredita quem quer. Quem vota nos mesmos culpados de sempre e neles ainda acredita, tem afinal aquilo que merece…

TP - Que futuro prevê para um país que consome mais do que produz, endivida-se a cada dia que passa e em tempo de crise reduz o seu tecido industrial/ agrícola, enviando para o desemprego milhares de trabalhadores? Como dizer às pessoas que votar no PNR é votar na solução?

JPC - Não vejo futuro nenhum senão a servidão, caso o panorama se mantenha. Se continuam a dar o voto de confiança aos responsáveis pelo descalabro nacional é claro que nada muda.
As pessoas têm de perceber que votar no PNR não é votar num pacote de medidas que acabem por ser “mais do mesmo”, mas sim votar numa mudança radical que inverta a 180 graus os rumos de Portugal. Tão simples como isto.
Com o PNR os fluxos migratórios seriam invertidos, a permanência na EU estaria em causa, a cultura de morte (aborto, homossexualidade, eutanásia, droga) teria os dias contados. O espírito de serviço dos governantes seria um ponto de honra.
Para nós é imperativo investir na Família, no crescimento demográfico e vitalidade do nosso povo.
Para o PNR é fundamental que os centros de decisão e sectores vitais para a independência e economia nacionais, quer estejam em mãos públicas ou privadas, sejam tutelados pelo Estado para haver garantia de servirem os interesses nacionais.
Portugal não pode continuar a consumir muito mais do que produz. O tecido industrial, a agricultura e as pescas têm que ser reanimados e apoiados.
Numa palavra: o PNR tudo fará para que Portugal alcance, sempre e em cada momento, a maior independência possível e apenas a dependência estritamente necessária. O que se passa hoje é bem o contrário disso…

TP - O ano de 2008 foi um ano em que a criminalidade brutal e violenta aumentou significativamente. Qualquer português seguramente tem bem presente na memória casos como o do assalto à dependência do BES e o tiroteio entre a comunidade cigana e africana em Loures, para citar apenas os mais mediáticos. Que medidas concretas o PNR apresenta em matéria de segurança?

JPC - O PNR não hesita em dizer que a criminalidade crescente foi importada com a imigração e propõe três linhas orientadoras fundamentais que definem a nossa política em matéria da segurança.
Assim, quanto à imigração - que, ao contrário do que diz a propaganda oficial, não é benéfica, mas sim um verdadeiro cancro - é imperativa a inversão dos seus fluxos através do repatriamento dos marginais, dos ilegais e dos subsídio-dependentes.
No que respeita às forças de segurança, defendemos a modernização e reestruturação das polícias, passando pela fusão da PSP e GNR, para fazer face ao crime organizado e às ameaças do mundo actual, a devolução de autoridade à polícia e meios eficazes de actuação, o que significa, equipamento, preparação e dignificação da carreira dos profissionais da polícia.
Naquilo que diz respeito à vertente judicial, defendemos a redução da inimputabilidade penal para os 14 anos, o julgamento rápido dos crimes e o cumprimento efectivo das penas.
Tem que haver vontade política para implementar estas medidas e fazer face ao crime.

TP - Há poucas semanas um polícia foi brutalmente espancado em Lisboa por um grupo, dois foram detidos em flagrante delito (um deles de nacionalidade brasileira em situação irregular no País). Apresentados a Tribunal, saíram em liberdade com a medida de coacção mais leve (termo de identidade e residência), mesmo ainda antes de o agente agredido ter recebido alta hospitalar. Que País é este?

JPC - É um país que está de pernas para o ar!... Onde os polícias são os maus e os criminosos os coitadinhos.

TP - Sendo o PNR um partido que é manifestamente contra esta União Europeia, porquê concorrer às eleições europeias de Junho próximo?

JPC - Porque ficar de fora das decisões não é, nem nunca foi solução. Encolher os ombros ou dizer que essa “guerra” não é nossa, é errado.
Mal ou bem estamos na União Europeia e a maneira de podermos intervir e lutar pelas nossas causas é utilizar os meios que estão ao nosso alcance.
Em sede de campanha legislativa afirmaremos a nossa posição inequívoca anti-UE. Em sede de campanha europeia diremos o mesmo e além disso tentaremos reforçar o grupo dos Nacionalistas dos outros países no Parlamento Europeu. Se queremos intervir, o nosso lugar tem que ser no campo e não na bancada.

TP - Porquê a escolha de Humberto Nuno de Oliveira?

JPC - São várias as razões dessa escolha. Para se ser cabeça de lista, o candidato tem que merecer a confiança da Direcção do partido, estar em perfeita sintonia com a linha ideológica do PNR e, naturalmente, estar disponível para tal. Além disso deverá ter capacidade e preparação para a exposição mediática.
Humberto Nuno de Oliveira, preenche todos esses requisitos. Trata-se de um nacionalista de longa data, capaz de criar convergência entre os Nacionalistas, e que nunca hesitou em dar a cara. Bem sabemos que dar a cara pelo nacionalismo e pelo PNR é ainda, nos dias de hoje, um acto de coragem e de entrega.

TP - Perante o mercado global e estando Portugal inserido numa União Europeia, com que argumentos pode o PNR advogar uma verdadeira independência nacional?

JPC - Perante as actuais circunstâncias o PNR pode à partida denunciar o facto de Portugal não ter qualquer peso ou prestígio como nação enquanto parte integrante da UE e nem sequer representa alguma coisa de jeito no seu próprio seio. O PNR tem que dizer que o actual rumo leva ao nosso desaparecimento e servidão.
Não vai dizer que as coisas são fáceis nem faz promessas falsas. Mas tem que dizer que é o partido que está disposto a correr os riscos necessários que permitam o resgate da nossa independência.
Independência não significa isolamento, mas sim implementação de políticas que permitam a menor dependência possível de forças mundialistas, que é o inverso do que hoje sucede.
Independência significa a maior liberdade possível na escolha das nossas alianças.
Temos que viver no mundo, na interdependência e relacionamento com as demais nações mas sem abdicar da defesa de Portugal e dos portugueses em primeiro lugar. São necessárias políticas de proteccionismo. Se não é o Estado português a proteger o seu povo, identidade e soberania, quem o fará?

TP - A democracia pode sustentar dogmas? Pergunto-lhe isto porque em vários países Europeus, por exemplo negar o holocausto é crime. Não lhe pergunto se acredita ou não, falo sim é na capacidade individual que cada um deve possuir para questionar e duvidar.

JPC - Vivemos num mundo cada vez mais totalitário e dominado por dogmas. Existe uma aparente liberdade de expressão, da qual os políticos e analistas têm sempre a boca cheia. Mas bem sabemos que não existe liberdade de pensamento nem de expressão. Existe sim, manipulação, lavagem ao cérebro, dogmas e ameaças a quem os ouse tocar.
Holocausto, racismo, homofobia, fazem assim parte desse índex que vai crescendo.
Está tudo previsto nesta construção totalitária do pensamento único: narcotização das massas, propaganda maciça, “pronto a pensar” e punição de quem pensa por si e contradiz a cartilha oficial ou simplesmente a questiona.
Assim, para que as pessoas se libertem desta teia infernal que atrofia a capacidade de pensar, julgar, decidir e lutar, é preciso que não aceitem de ânimo leve aquilo que lhes é apresentado como verdade. Sobretudo quando essas “verdades” não podem ser questionadas.
Há que ter a capacidade de, perante todas as realidades, cruzar informação e filtrar essa informação de acordo com a sua proveniência.
Há que consolidar valores e carga ideológica.
A capacidade individual para duvidar e questionar exercita-se, deve basear-se na experiência e deve consolidar-se com a adesão a valores e causas que, também eles, têm que ser alimentados e consolidados.
A capacidade de se duvidar daquilo que nos dizem e questionar aquilo que nos rodeia, passa pela escolha entre uma vivência fútil, ligeira e cómoda, passando ao lado da vida e das grandes causas, e fazendo-nos reféns das circunstâncias e servos das vontades alheias, ou pelo contrário, a entrega a princípios firmes, orientadores, livremente escolhidos e depois amadurecidos de forma constante, o que nos dá motivação e força e sobretudo uma imensa sensação de liberdade que nunca será alcançada por nenhuma forma de perseguição, ameaça ou censura.

TP - Encontra analogias na questão da liberdade de expressão para os Nacionalistas?

JPC - Claro! Tudo aquilo de que falei aplica-se aos que ousam pensar, falar e combater. Ora o grande inimigo do mundialismo tem um nome: nacionalismo.
Os senhores da situação sabem que os nacionalistas são os seus verdadeiros inimigos e desse modo, incansavelmente nos combatem de todas as formas que estão ao alcance das suas poderosas garras.
A mentira é a mais cruel forma de combate contra os nacionalistas vinda da parte do sistema. Mentindo a nosso respeito e impedindo a nossa livre expressão criam as condições necessárias para uma postura de desconfiança por parte das pessoas. Sobretudo das menos avisadas: as tais que não possuem a capacidade de questionar e duvidar.
Mas não há vencedores nem derrotados definitivos. A história tem os seus ciclos e, com ou sem liberdade de expressão, a nossa hora chegará inexoravelmente.

TP - Ao contrário dos ‘partidos do sistema’ o PNR não se pode valer da Televisão para chegar habitualmente às pessoas. Acha que o partido tem feito o suficiente para tornear esta questão? A Internet é ainda o meio mais eficaz?

JPC - Não só o PNR não se pode valer da TV ou dos jornais, como sabe que estes tudo fazem para denegrir a sua imagem. Tem havido algumas excepções. Há que reconhecer as coisas como são e nem tudo é mau.
Desde que o PNR ganhou um certo mediatismo, que tem funcionado por ondas que vão e vêm, é verdade que no meio de tanto ataque demolidor também se têm visto peças jornalísticas perfeitamente isentas e dignas.
Mas a tónica dominante é a de um silenciamento gritante ou de uma difamação grosseira.
A comunicação social está sempre à espera de uma meia verdade ou falsidade “credível” que envolva nacionalistas para enlamear o PNR. De contrário, para noticiar factos, acções ou tomadas de posição por parte do partido, é raríssimo alguma coisa passar.
Quantas entrevistas concedidas, nunca foram editadas. Quantos comunicados de imprensa – alguns bem fortes – caíram em saco roto. Quantas acções públicas ficaram por noticiar, mesmo estando presentes os órgãos de comunicação social.
É que a motivação dos media resume-se praticamente aos factos que nos possam denegrir. Se estão presentes numa manifestação, muitas vezes é apenas na esperança de que haja desacatos (que nunca houve!) para deles fazerem alarido. Não se verificando, não passam rigorosamente nada daquilo que foi dito ou visto.
Tão chocante como a procura ávida de situações negativas, é a ocultação intencional de situações de ataque aos nacionalistas. Essa existência de dois pesos e medidas é vergonhosa.
Em Setembro de 2008 a TVI realizou uma peça jornalística sobre imigração, a qual não passou de uma propaganda nojenta de vitimização dos imigrantes e ofensiva em relação aos portugueses, peça esta para a qual contribuí com uma entrevista dada no Martim Moniz. Nessa ocasião fui vítima de uma tentativa de agressão por parte de um grupo de africanos, que poderia ter acabado da pior forma. Desse acontecimento há imagens e uma excelente reportagem, mas o que dele resultou foi um silêncio total. Uma vergonha!
É fácil imaginar que se um grupo de nacionalistas tentasse agredir um político, dirigente ou mesmo uma pessoa comum, aquelas imagens dariam abertura de telejornal, primeiras páginas de jornais, debates e sei lá mais o quê, durante dias a fio.
Já sabemos que faltando liberdade de expressão e pior ainda, sobrando difamação e manipulação, para tornear a falta de acesso minimamente aceitável e isento aos media, nomeadamente TV, o PNR tem que contar com os seus próprios meios e dessa forma chegar às pessoas.
A Internet é um meio muitíssimo eficaz e bastante livre. Funciona muito bem como meio de divulgação, formação e mobilização. Mas não serve, na minha opinião, como informação de massas. Para se chegar às massas só mesmo com a TV.
Além da Internet, são precisos os meios clássicos de divulgação como cartazes, autocolantes e folhetos. São precisas acções de rua, conferências e convívio entre militantes e simpatizantes.
Se o PNR tem feito o suficiente? Sim e não.
Tudo o que se tem feito é manifestamente insuficiente se tomarmos como referência o objectivo de fazer passar a nossa mensagem com eficácia, em quantidade e de modo regular. Mas por outro lado, se tomarmos como referência as condições e os meios que estão ao nosso alcance, então não duvido em afirmar que muito se tem feito.
Poder-se-ia fazer mais e melhor? Claro que sim. Nunca estaremos satisfeitos com aquilo que se faz. Nunca estaremos livres de cometer erros. Mas estamos sempre a aprender e a fazer todos os possíveis por melhorar.

TP - Para além do Partido Nacional Renovador existem também outras organizações, associações de cariz identitário e nacionalistas em Portugal. Que atenções lhe merecem estas entidades?

JPC - Sempre tive a mesma postura que tenho hoje. Sempre me relacionei com facilidade com as várias tendências dentro do nacionalismo. Faço-o sem esforço.
Sei que há tendências e que nem sempre é fácil conseguir entre elas uma perfeita harmonia. Sei que há organizações com características específicas, mais ou menos efémeras, mais ou menos fecundas, mais ou menos abrangentes.
Acho óptimo que existam diversas associações onde no seio de cada uma delas os seus elementos encontrem o espaço ideológico, estético, cultural e de camaradagem com que mais se identifiquem.
A minha postura sempre foi de respeito institucional e cordial para com todas as organizações nacionalistas que estejam dispostas a apoiar o PNR, mas o meu esforço deve ser dirigido a cem por cento para o partido. Afinal é o partido que vai a votos…
Sempre me considerei um Nacionalista Integral, encontrando nas mais diversas tendências pontos essenciais de unidade. Se os diversos grupos comungam de pontos firmes comuns, então é possível a unidade e é mais o que os une do que aquilo que os separa.
O PNR deve justamente ser esse traço de união. Deve ser essa plataforma de entendimento e unidade no essencial.

TP - De que precisa o PNR para crescer?

JPC - O PNR tem tudo para crescer, mas, por outro lado, falta-lhe tudo para crescer…
Como partido com carga ideológica vincada que é, e que defende causas únicas e fortes em Portugal, tem tudo para crescer. Além disso, caminhamos para o caos social e político que dá razão ao que o PNR tem vindo a dizer e que reclamam as políticas por nós defendidas.
Mas a falta de meios financeiros, logísticos e de acesso aos meios de comunicação social, traçam um imenso caminho de penoso crescimento.
O PNR para crescer precisa de votos, assim como um equipa de futebol precisa de golos para ganhar. Para ter os votos o PNR precisa de candidatos para as listas, de militância e de dinheiro para as campanhas, de mobilização por parte dos nacionalistas.
O partido foi, é e será, em cada momento o que os nacionalistas dele fazem. Crescerá mais ou menos, com maior ou menor velocidade, com maior ou menor solidez, de acordo com o empenho dos nacionalistas. Mas vai sempre crescer.
O PNR precisa, acima de tudo, de estabilidade e credibilidade. A determinação, coragem e generosidade de uns quantos e a longevidade dessa conduta têm sido determinantes para a credibilidade do PNR, que é a base essencial para que o crescimento se possa depois verificar.

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