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segunda-feira, outubro 12, 2009

Para que todos os dias sejam dias de Portugal: o caminho do nacionalismo português 

O destino de Portugal será aquilo que nós formos capazes de fazer. Temos que ser capazes de levantar uma alternativa nacional ao regime que nos tem desgovernado; temos que começar a organizar a oposição, ser a voz dos que não têm tido voz, representar as forças e os interesses do país profundo, fortalecer as instituições que constituem a ossatura moral da nação, preparar activamente a reconstrução e dignidade desse organismo vivo que é a nossa Pátria.
Na acção se forjará o projecto, a proposta concreta que trazemos ao nosso Povo; o que não podemos é ter medo de falar com ele, não podemos continuara virarmo-nos para dentro e esquecer qual é o projecto e o objectivo.
Esse trabalho cabe-nos a todos, e já começou. Ninguém tem o direito de se dispensar. Pela palavra e pela acção, cada nacionalista tem que militar na difusão da doutrina que lhe deve ser familiar. O sentido da propaganda, de que são mestres os nossos inimigos, tem que estar mais e mais presente nas nossas hostes.
Fazer propaganda, organizar-se, difundir activamente as publicações que veiculem as nossas ideias, dar um exemplo constante de crença firme em outros princípios e de rejeição intransigente do sistema que nos domina, tais são mandamentos que todos os nacionalistas deveriam ter sempre em mente.
O regime apresenta característicos sinais de desagregação. A putrefacção apoderou-se de todas as suas estruturas. Mas não irá desaparecer de cena, por algum alçapão da história, por sua própria iniciativa. Se nada puser cobro a isto, continuará indefinidamente esta trágica palhaçada dos que entram e dos que saem sem que nunca alguém note a diferença. E os portugueses terão que continuar a esfolar-se para viver numa terra onde não arranjam casa nem emprego e onde a inflação lhes consome tudo o que conseguem ganhar, enquanto os seus políticos se divertem com várias eleições ao ano e com governos ao semestre, como tem acontecido nestes últimos anos.
Não temos portanto o direito de esperar mais tempo. É a hora de nos empenharmos sem reservas no combate ao que tem vigorado. Para isso é preciso inflamar o país na chama de um nacionalismo renovado, que una as forças vivas da nação num projecto de regeneração que possa atrair o consenso de todos os que não possuem interesses na manutenção da actual situação. E quase todos preenchemos essa condição.
A história demonstra que o empreendimento é possível. Com homens, com força de vontade inquebrantável, os meios aparecem. O que é preciso é que sejamos suficientemente entusiastas para lutar pelo que desejamos e suficientemente lúcidos para não esperar a vitória já para amanhã. E espalhar os princípios, a doutrina, que é a nossa maior força. As nossas ideias são simples e claras, as dos inimigos complicadas, contraditórias e confusas; as nossas são naturais, as deles são efabulações de teóricos divorciados da vida. Por toda a parte essas ideologias se encontram em refluxo, confrontadas com os seus próprios fracassos, resultados das contradições que desde o início as caracterizavam. Não devemos pois ter medo da batalha das ideias; antes temos que proceder na certeza de que a cultura, o povo e a juventude, são os melhores aliados no combate a travar. Só a nossa doutrina possui a poesia e o idealismo bastantes para aquecer as almas dos jovens; só ela contém o realismo, a autenticidade, a verdade suficientes para captar o apoio do povo que trabalha e produz.
Se travarmos de imediato a batalha pelo domínio dos aparelhos de condicionamento cultural, e vencermos aí onde tradicionalmente sempre perdemos, nos jornais, nas universidades, entre os intelectuais, na conquista dos espíritos, estou convencido que estarão criadas todas as condições para que naturalmente nasça e se ponha em marcha o movimento que trará a revolução que nos falta. Um movimento que nascerá assim da derrota e da traição, da amargura e da revolta, mas que terá em si as sementes da esperança, o fermento da construção, alimentado por esta insatisfação com a Pátria que se ama e não se tem. Este movimento nacionalista que temos de erguer em conjunto é a bandeira que se levanta pela Pátria, pelo Povo, pelo Pão, pelo Trabalho, pela Justiça.
Será um nacionalismo activo e dinâmico, pleno de juventude e alegria, contagiando a nação inteira com o entusiasmo e a confiança de quem cumpre uma grande missão; um nacionalismo popular, atento às necessidades e aos problemas do povo, permanentemente solidário com os que clamam por justiça; um nacionalismo do nosso tempo, sintetizando em harmonia perfeita as verdades eternas da tradição com a forma e o rosto que a modernidade lhes exige; um nacionalismo forte e viril, transbordante de vigor e energia, espalhando pelo exemplo a esperança e a fé num Portugal melhor; enfim, um nacionalismo que seja a expressão orgânica do descontentamento nacional, capaz de acordar nos portugueses aquele espírito heróico que os conduziu nas grandes tarefas históricas. Nenhum esforço colectivo será fértil, nenhuma gesta vitoriosa, se não soubermos criar a atmosfera adequada, se não comungarmos todos numa temperatura espiritual elevada, que fortifica os ânimos e torna os homens inacessíveis ao desalento.
Os povos, como os homens, precisam de quem os estimule, de quem os esclareça, de quem os comande; o nacionalismo português tem que fornecer à nação aquela chama, aquele suplemento de alma, sem a qual ela não poderá superar a crise em que se encontra mergulhada, e que é sem dúvida a mais grave de toda a nossa história.
Essa missão imensa, essa tarefa hercúlea, compete aos nacionalistas portugueses cumpri-la; essa a nossa honra; esse o destino do nacionalismo português.

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