quarta-feira, dezembro 16, 2009
Sair do pântano
Um sintoma notório da degradação a que se chegou em matéria política na sociedade portuguesa actual é o facto de ninguém nos aparecer a ocupar o poder por qualquer mérito ou qualidade própria. No sentimento geral, quem está continua a estar por ausência de alternativa, chegou até lá por exclusão de partes e assim se vai mantendo.
Como todos se lembram, as anteriores equipas governativas, chefiadas por Guterres, Barroso e Santana, para não ir mais atrás, foram elencos em que nunca ninguém vislumbrou virtudes de maior, e todos conseguiram o poder e exerceram-no devido aos desastres sucessivos que antes tinham enfraquecido os que os precederam. E todos vieram a perder o poder devido à sua própria inépcia.
Agora, a principal força de Sócrates é a sensação geral de que com ele ou sem ele poucas coisas seriam diferentes. E assim, muito embora ninguém encontre nenhum motivo para o apoiar, ninguém descortina razão de peso para acreditar que os outros seriam melhores.
Mesmo sem nenhuma crença em Sócrates, o país lá o vai tolerando, encolhendo os ombros, graças à descrença total em qualquer outro. A sorte do medíocre poder que temos é a desgraçada oposição que lhe corresponde. O país vai assistindo aos escândalos e misérias do poder que está, mas daí a fazer alguma coisa para os tirar de lá vai um passo que quase ninguém está disposto a dar. Estes são o que são, mas os outros parecem tão ou mais medíocres e insignificantes.
E desta forma, sem que ninguém saiba para quê, nem os próprios, o poder político vai-se mantendo, sem um projecto, uma ideia, uma linha de acção, uma imagem do futuro. Resignado ao facto, o país vai vivendo. É uma certa forma de estabilidade. Quem está está porque não há mais ninguém.
A opinião pública a respeito do exercício do poder é, reconhecidamente, a pior possível. Não há defensores da situação, que não sejam os interessados directos. Mesmo os opinadores disso encarregados, e pagos para isso, sentem as maiores dificuldades em vir a público exprimir as posições que por obrigação devem exprimir, por óbvio receio do ridículo. O estado de apatia e desorganização, de ausência de rumo, de desgoverno, é patente na actividade de navegação à vista em que se vai passando o tempo.
Provavelmente, assim iremos caminhando até próximas eleições legislativas. Antecipadas, ao que se anuncia. O pior é que, pelo que se vai vendo, o panorama nessa altura não será diferente do de hoje.
No círculo fechado em que o país se deixou aprisionar, não há saída possível.
Como todos se lembram, as anteriores equipas governativas, chefiadas por Guterres, Barroso e Santana, para não ir mais atrás, foram elencos em que nunca ninguém vislumbrou virtudes de maior, e todos conseguiram o poder e exerceram-no devido aos desastres sucessivos que antes tinham enfraquecido os que os precederam. E todos vieram a perder o poder devido à sua própria inépcia.
Agora, a principal força de Sócrates é a sensação geral de que com ele ou sem ele poucas coisas seriam diferentes. E assim, muito embora ninguém encontre nenhum motivo para o apoiar, ninguém descortina razão de peso para acreditar que os outros seriam melhores.
Mesmo sem nenhuma crença em Sócrates, o país lá o vai tolerando, encolhendo os ombros, graças à descrença total em qualquer outro. A sorte do medíocre poder que temos é a desgraçada oposição que lhe corresponde. O país vai assistindo aos escândalos e misérias do poder que está, mas daí a fazer alguma coisa para os tirar de lá vai um passo que quase ninguém está disposto a dar. Estes são o que são, mas os outros parecem tão ou mais medíocres e insignificantes.
E desta forma, sem que ninguém saiba para quê, nem os próprios, o poder político vai-se mantendo, sem um projecto, uma ideia, uma linha de acção, uma imagem do futuro. Resignado ao facto, o país vai vivendo. É uma certa forma de estabilidade. Quem está está porque não há mais ninguém.
A opinião pública a respeito do exercício do poder é, reconhecidamente, a pior possível. Não há defensores da situação, que não sejam os interessados directos. Mesmo os opinadores disso encarregados, e pagos para isso, sentem as maiores dificuldades em vir a público exprimir as posições que por obrigação devem exprimir, por óbvio receio do ridículo. O estado de apatia e desorganização, de ausência de rumo, de desgoverno, é patente na actividade de navegação à vista em que se vai passando o tempo.
Provavelmente, assim iremos caminhando até próximas eleições legislativas. Antecipadas, ao que se anuncia. O pior é que, pelo que se vai vendo, o panorama nessa altura não será diferente do de hoje.
No círculo fechado em que o país se deixou aprisionar, não há saída possível.
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