quarta-feira, setembro 08, 2010
Do Presidente aos Nacionalistas | Setembro de 2010
Com o desfecho do Processo Casa Pia, que se arrastou escandalosamente por 6 anos, nas teias dos meandros processuais, técnico-jurídicos, podemos agora, finalmente, falar clara e abertamente em vítimas, sem a necessidade do termo “supostas” sempre colado; e também de pedófilos criminosos, e já não de arguidos “inocentes” até prova em contrário.
Apesar de tudo, fez-se alguma justiça, já que o desfecho não foi assim tão mau, tal como seria de prever como cenário possível. Fez-se a justiça possível num processo tortuoso, condicionado e pressionado pelos poderes dos “grandes senhores”, maçonarias e afins. Processo este que ilustra bem o estado deplorável em que se encontra a Justiça em Portugal, que, refém e manietada por interesses obscuros se comporta como verdadeira injustiça.
Fica na mente dos portugueses, a nítida sensação de que no banco dos réus, muitos outros poderosos poderiam ter lá estado. Muitos que foram “salvos” pelo tráfico de influências e pela força dos tentáculos do polvo que tudo domina. As muitas pontas soltas e as perguntas sem resposta, as promessas no ar e as contradições, os adiamentos e as pressões, deixam perceber bem as sombras que envolveram todo este processo.
Como se explica. Por exemplo, que o Paulo Pedroso - retirado do processo depois de lá ter caído num momento de distracção do polvo – tenha processado os rapazes, vítimas da abjecta pedofilia, acusando-os de mentir e de integrarem uma cabala, e depois tenha perdido esses processos em todas as instâncias? Quem mentiu então?
Assiste-nos o direito de não sermos tolos. Temos o direito ao nosso juízo com base em evidências e em sólidos indícios, e desse modo percebermos que as seis condenações atingiram apenas a ponta mais desprotegida do icebergue. Percebemos que as alterações aos Códigos Penal e Processo penal, mais não têm sido do que encomendas à medida deste e de outros processos mediáticos que envolvem grandes tubarões do regime.
É um escândalo que uma pessoa, culpada dos crimes de que era acusada, possa sair em liberdade, não condenada, por via de questiúnculas legais, de prescrições ou leis à medida. Uma vergonha! E os condenados? Alguma vez irão cumprir pena efectiva? Ou, pelo contrário irão percorrer a senda dos recursos e dos truques jurídicos até à prescrição?
Mas como a vida não é só a preto e branco, mas, pelo contrário, tem uma vasta paleta de tons cinza, também não há só o muito bom e o muito mau, mas ainda outras classificações intermédias. É pois, nessa medida, que me congratulo, apesar de tudo, com o desfecho menos mau deste processo. Fez-se a justiça possível!
Fica demonstrado que, mesmo sob o domínio do polvo gigante, a vontade férrea, a coragem e a honestidade de uns quantos - entre eles a Jornalista Felícia Cabrita e o Juiz Rui Teixeira, vítima este, de perseguição na carreira, que é o preço da coerência - pode dar os seus frutos.
Que isso nos anime a continuar o combate!
José Pinto-Coelho, 7 de Setembro de 2010
Apesar de tudo, fez-se alguma justiça, já que o desfecho não foi assim tão mau, tal como seria de prever como cenário possível. Fez-se a justiça possível num processo tortuoso, condicionado e pressionado pelos poderes dos “grandes senhores”, maçonarias e afins. Processo este que ilustra bem o estado deplorável em que se encontra a Justiça em Portugal, que, refém e manietada por interesses obscuros se comporta como verdadeira injustiça.
Fica na mente dos portugueses, a nítida sensação de que no banco dos réus, muitos outros poderosos poderiam ter lá estado. Muitos que foram “salvos” pelo tráfico de influências e pela força dos tentáculos do polvo que tudo domina. As muitas pontas soltas e as perguntas sem resposta, as promessas no ar e as contradições, os adiamentos e as pressões, deixam perceber bem as sombras que envolveram todo este processo.
Como se explica. Por exemplo, que o Paulo Pedroso - retirado do processo depois de lá ter caído num momento de distracção do polvo – tenha processado os rapazes, vítimas da abjecta pedofilia, acusando-os de mentir e de integrarem uma cabala, e depois tenha perdido esses processos em todas as instâncias? Quem mentiu então?
Assiste-nos o direito de não sermos tolos. Temos o direito ao nosso juízo com base em evidências e em sólidos indícios, e desse modo percebermos que as seis condenações atingiram apenas a ponta mais desprotegida do icebergue. Percebemos que as alterações aos Códigos Penal e Processo penal, mais não têm sido do que encomendas à medida deste e de outros processos mediáticos que envolvem grandes tubarões do regime.
É um escândalo que uma pessoa, culpada dos crimes de que era acusada, possa sair em liberdade, não condenada, por via de questiúnculas legais, de prescrições ou leis à medida. Uma vergonha! E os condenados? Alguma vez irão cumprir pena efectiva? Ou, pelo contrário irão percorrer a senda dos recursos e dos truques jurídicos até à prescrição?
Mas como a vida não é só a preto e branco, mas, pelo contrário, tem uma vasta paleta de tons cinza, também não há só o muito bom e o muito mau, mas ainda outras classificações intermédias. É pois, nessa medida, que me congratulo, apesar de tudo, com o desfecho menos mau deste processo. Fez-se a justiça possível!
Fica demonstrado que, mesmo sob o domínio do polvo gigante, a vontade férrea, a coragem e a honestidade de uns quantos - entre eles a Jornalista Felícia Cabrita e o Juiz Rui Teixeira, vítima este, de perseguição na carreira, que é o preço da coerência - pode dar os seus frutos.
Que isso nos anime a continuar o combate!
José Pinto-Coelho, 7 de Setembro de 2010
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