terça-feira, outubro 26, 2010
Presidenciais: entrevista de José Pinto Coelho
Para os nossos leitores, aqui fica a entrevista de José Pinto Coelho, candidato às presidenciais, publicada hoje no semanário "O Diabo".
1- José Pinto Coelho, você acabou por ser a «única carta fora do baralho». Por outras palavras, é o único candidato que se apresenta «à direita» de Cavaco e Silva, fora da área do ‘arco constitucional’. Era esta a situação que perspectivava quando decidiu iniciar o processo da sua candidatura à Presidência da República?
As razões da minha candidatura prendem-se com a necessidade que senti, de me apresentar como única alternativa aos candidatos do sistema. Com uma visão diferente deles e radicalmente oposta.
Não me considero um candidato “fora do arco constitucional”, na medida em que cumpro as “regras do jogo”. Fora do sistema, sim. Contra o sistema, sem dúvida.
Foi um risco assumido, depois de reflectir e me aconselhar.
Naturalmente que previ os vários cenários possíveis. E entre eles o do bloqueio mediático e consequente asfixia da concretização da candidatura. Mas tal hipótese não me impediria de arriscar.
A verdade é que a minha candidatura tem passado ao lado dos portugueses, verificando-se o cenário mais pessimista. Ninguém, ou quase ninguém sabe dela. Mas a comunicação social, essa, sabe-o bem e ignora-a intencionalmente. É uma vergonha! De facto, este regime, sujo até à medula, está a desempenhar bem o seu papel habitual, que consiste em iludir os ingénuos, vendendo-lhes a ideia de que há liberdade e igualdade de direitos e oportunidades, mas na verdade, pratica a pior e mais profunda censura: a dissimulada!
Apresentam uma espécie de pluralismo, com vários candidatos, mas só os que lhes convém. Eu, que sou incómodo, devo ser silenciado e desprezado. E como tenho manifesta falta de meios financeiros e logísticos para contornar o bloqueio, o resultado é o ostracismo quase completo.
2. Que razões particulares e políticas o levaram a tomar a decisão de se candidatar, que, entretanto sabemos ter sido inteiramente pessoal?
Uma candidatura Presidencial é sempre inteiramente pessoal. Não vale a pena pensar-se o contrário.
É-o a todos os níveis. O que sucede é que os partidos políticos apoiam alguma das candidaturas ou, inclusivamente, as promovem. Mas é sempre pessoal.
Obviamente que essa característica “pessoal” assume contornos mais evidentes ou mais diluídos, consoante é mais “solitária” ou suportada e impulsionada pelo Sistema e por partidos com grandes máquinas.
Isso sim, faz toda a diferença, e nesse sentido, a minha candidatura é de facto profundamente pessoal.
As razões da minha candidatura não se separam entre particulares e políticas. Elas confundem-se e resumem-se nas palavras missão e combate: Por Portugal, e mais nada!
Numa época em que a governação é exercida pelos piores inimigos históricos da nossa Pátria, os Portugueses têm o direito de eleger um candidato nacionalista, católico e verdadeiramente suprapartidário — um candidato que represente o Portugal de sempre contra os desertores, os economicistas, os videirinhos, e que entenda o corpo histórico, territorial e humano da Pátria como sagrado. Numa época de mundialismo sem freio, é preciso sentir em português o que não é de sentir senão em português, e pensar em português o que só em português pode e deve ser pensado.
O objectivo que deve animar os nacionalistas é o de responder à afundação da nacionalidade mediante uma segunda fundação da mesma e libertar Portugal da pior ralé de governantes que lhe tocou em azar. E nesse contexto, todas as formas de luta têm que ser aproveitadas e tentadas.
1- José Pinto Coelho, você acabou por ser a «única carta fora do baralho». Por outras palavras, é o único candidato que se apresenta «à direita» de Cavaco e Silva, fora da área do ‘arco constitucional’. Era esta a situação que perspectivava quando decidiu iniciar o processo da sua candidatura à Presidência da República?
As razões da minha candidatura prendem-se com a necessidade que senti, de me apresentar como única alternativa aos candidatos do sistema. Com uma visão diferente deles e radicalmente oposta.
Não me considero um candidato “fora do arco constitucional”, na medida em que cumpro as “regras do jogo”. Fora do sistema, sim. Contra o sistema, sem dúvida.
Foi um risco assumido, depois de reflectir e me aconselhar.
Naturalmente que previ os vários cenários possíveis. E entre eles o do bloqueio mediático e consequente asfixia da concretização da candidatura. Mas tal hipótese não me impediria de arriscar.
A verdade é que a minha candidatura tem passado ao lado dos portugueses, verificando-se o cenário mais pessimista. Ninguém, ou quase ninguém sabe dela. Mas a comunicação social, essa, sabe-o bem e ignora-a intencionalmente. É uma vergonha! De facto, este regime, sujo até à medula, está a desempenhar bem o seu papel habitual, que consiste em iludir os ingénuos, vendendo-lhes a ideia de que há liberdade e igualdade de direitos e oportunidades, mas na verdade, pratica a pior e mais profunda censura: a dissimulada!
Apresentam uma espécie de pluralismo, com vários candidatos, mas só os que lhes convém. Eu, que sou incómodo, devo ser silenciado e desprezado. E como tenho manifesta falta de meios financeiros e logísticos para contornar o bloqueio, o resultado é o ostracismo quase completo.
2. Que razões particulares e políticas o levaram a tomar a decisão de se candidatar, que, entretanto sabemos ter sido inteiramente pessoal?
Uma candidatura Presidencial é sempre inteiramente pessoal. Não vale a pena pensar-se o contrário.
É-o a todos os níveis. O que sucede é que os partidos políticos apoiam alguma das candidaturas ou, inclusivamente, as promovem. Mas é sempre pessoal.
Obviamente que essa característica “pessoal” assume contornos mais evidentes ou mais diluídos, consoante é mais “solitária” ou suportada e impulsionada pelo Sistema e por partidos com grandes máquinas.
Isso sim, faz toda a diferença, e nesse sentido, a minha candidatura é de facto profundamente pessoal.
As razões da minha candidatura não se separam entre particulares e políticas. Elas confundem-se e resumem-se nas palavras missão e combate: Por Portugal, e mais nada!
Numa época em que a governação é exercida pelos piores inimigos históricos da nossa Pátria, os Portugueses têm o direito de eleger um candidato nacionalista, católico e verdadeiramente suprapartidário — um candidato que represente o Portugal de sempre contra os desertores, os economicistas, os videirinhos, e que entenda o corpo histórico, territorial e humano da Pátria como sagrado. Numa época de mundialismo sem freio, é preciso sentir em português o que não é de sentir senão em português, e pensar em português o que só em português pode e deve ser pensado.
O objectivo que deve animar os nacionalistas é o de responder à afundação da nacionalidade mediante uma segunda fundação da mesma e libertar Portugal da pior ralé de governantes que lhe tocou em azar. E nesse contexto, todas as formas de luta têm que ser aproveitadas e tentadas.
3. A sua candidatura é assumidamente nacionalista. Trata-se de uma área política relativamente nova. Está a sentir uma resposta positiva por parte dos eleitores? Como estão as suas expectativas quanto á Campanha, neste momento?
A minha candidatura é assumidamente nacionalista, como eu o sou e como toda a minha intervenção política.
É de facto uma área política relativamente nova no espectro político nacional. Uma área impensável há 10 anos atrás. Os nacionalistas foram profundamente estigmatizados e perseguidos aos mais diversos níveis desde o 25 de Abril. Esse ambiente mantém-se e se algo está de facto diferente, isso deve-se justamente ao nosso combate.
O nacionalismo, devido sobretudo a diversas razões alheias a nós mas não só, está muito mal visto e representa um anátema para muitos portugueses, conveniente ao Sistema, que não se cansa de o estimular como auto-defesa.
A verdade é que a visão nacionalista não só não é assustadora, como é a melhor solução para Portugal e vai ao encontro do que muitos portugueses – cada vez mais – pensam e sentem. Não fora a desinformação a que estão sujeitos e a nossa falta de recursos e não duvido que o nacionalismo passasse a ter um peso considerável na nossa política. Seja como for, de forma lenta e dura, a verdade é que a proposta nacionalista tem vindo a conquistar terreno, com muito esforço e a tornar-se presente da vida política. Aliás, basta perceber-se que esta candidatura, quer se concretize ou não, teria sido impossível de se equacionar nas últimas Presidenciais. Isso já quer dizer qualquer coisa…
Os eleitores, gradualmente vão dando resposta positiva. Lenta e a medo, mas vai-se sentido. Ainda há uma grande tentação do voto útil contra o que se classifica de mal maior. Mas claro está que discordo absolutamente dessa visão.
Fora isso há um medo efectivo que se instalou nas pessoas. As pessoas têm mesmo muito medo de se associar à minha candidatura e dizem-no com clareza: o emprego, as represálias, os vizinhos…
A campanha de recolha de assinaturas tem sido de facto muito dura, quer por falta de conhecimento por parte das pessoas, quer por medo que leva a que muitos que, manifestando vontade de votar em mim, temam dar o nome. Mas até ao prazo da entrega da documentação no Tribunal Constitucional há que tentar sem esmorecer. Temos mais de um mês para um esforço final.
Lembro que nas passadas eleições houve um candidato que só conseguiu a sua formalização no limite.
4. O José Pinto Coelho é um líder partidário. Preside ao PNR há mais de cinco anos. Essa «condição partidária» não é um entrave para ninguém se candidatar, como sabemos. No entanto o PNR tem ainda uma expressão muito reduzida. Como pensa ser possível ultrapassar a distância que ainda o separa do eleitorado nacional?
O PNR ainda tem uma expressão muito reduzida, mas eu tenho a profunda convicção de que muitos portugueses, mesmo muitos, comungam do essencial dos nossos pontos de vista. Simplesmente, ou não nos conhecem, ou conhecem de forma gravemente distorcida.
Eu só conheço uma fórmula para encurtar a distância que separa o único partido que é verdadeira alternativa, do eleitorado: lutar sem desistir.
Isto pode parecer estranho de afirmar, mas é a mais pura verdade. As pessoas lutam por algo que lhes traga vantagens ou dividendos a uma distância razoável. Mas lutar por incertezas quando temos que dar mesmo muito de nós mesmos, sem quaisquer contrapartidas que não a consciência do dever a ser cumprido, é que é muito difícil.
E a área nacionalista em Portugal, ao longo destas quase quatro décadas, entre mil projectos e realizações, nunca antes tinha mantido e feito crescer um partido, durante 10 anos.
A tenacidade e constância, darão os seus frutos, mais dia, menos dia. Não vejo outra forma neste cenário em que nos faltam meios e sobram dificuldades.
Dizem os filósofos que, a primeira perfeição é a própria existência. Essa, nós temo-la e não a devemos a ninguém, nem a favores. Nesse aspecto somos tão livres que nada nem ninguém nos pode alcançar.
Assim, conjugando a existência livre e a determinação sem tréguas, apenas nos falta, pacientemente, percorrer a distância que nos separa das pessoas.
5. Quem espera mobilizar fundamentalmente para o apoio à sua candidatura? A quem se dirigem os «Nacionalistas?»
Essa questão é complexa porque não tem uma previsibilidade racional ou espectável com uma certa segurança. Há uma série de pequenos-grandes factores que despoletam toda uma dinâmica ou a falta dela.
A sua visibilidade ou falta dela iria configurar um cenário muito distinto. E naturalmente o Sistema, através do silenciamento mediático, acabou por fazer o seu trabalho de casa.
Já imaginou a diferença que faria se a minha candidatura fosse conhecida e a mensagem passada para o público? Já imaginou como tudo seria diferente se fruto dela os apoios começassem a surgir?
Por isso, tudo é relativo e variável, excepto as causas que defendo e a minha determinação.
Naturalmente que no cenário ideal, de igualdade de circunstâncias para os candidatos, a mensagem nacionalista seria dirigida a todos os portugueses de boa vontade e que queiram cortar com este estado de coisas caótico. Esta é a mensagem que farei passar em tempos de antena, entrevistas e debates se a candidatura se formalizar.
6. As causas da Vida e a denúncia do «Casamento gay» têm merecido a sua adesão e defesa combativa. Entretanto, com cinco filhos, o José faz parte da Associação das Famílias Numerosas. Que intenções tem quanto a esse domínio das «causas directas» no quadro da sua campanha e, se quiser, como as consideraria também no quadro de uma eventual presidência da República?
As “causas directas”, mais não são do que consequências coincidentes daquilo que defendo. Empenho-me de igual modo no combate pelas “bandeiras” que me possam afectar directamente e naquele de “bandeiras” que não me afectem, porque me bato por convicções e princípios.
As causas da Pátria, da Vida e da Família, orientam a minha luta, mas também as da Justiça Social e muitas outras.
As minhas intenções são sempre as da luta pelo que defendo e contra o que agride esses princípios.
Nesse particular, da defesa da Vida e da Família, considerando-as como Valores supremos, jamais entraria em diálogos ou cedências como se de negócios se tratassem. No quadro de uma eventual Presidência, jamais aporia a minha assinatura numa aberração contra a natureza humana, como é o caso dessa lei do chamado “casamento” entre pessoas do mesmo sexo.
7. No Site da sua campanha refere, nos «10 Pontos Cardiais», uma «dinâmica social de sentido aristocratizante, tão ampla quanto possível, com vista a criar uma mentalidade colectiva de fundo aristocrático». O José Pinto Coelho é um conservador tradicional? Pode dar-nos uma ideia mais clara do que nos quis dizer ao incluir esse tópico?
Essa questão tem gerado a dúvida por parte de muitas pessoas. É compreensível, já que foge ao habitual e ao que as pessoas ouvem ou sobre que reflectem.
Eu não me considero conservador. Bem pelo contrário, pois não gosto do cheiro a mofo nem me sinto retrógrado.
Sou tradicionalista; o que é bem diferente. Tradicionalista por considerar que as raízes e a cultura das pessoas, das famílias e das nações, são âncoras, pilares e valores fundamentais que norteiam o nosso destino e acção no presente. Amarrado a esses pressupostos basilares, defendo uma postura renovadora, vanguardista e até revolucionária na dinâmica de evolução da sociedade.
Desejo que a sociedade avance, progrida e cresça. E tal só é possível com bases sólidas e raízes profundas que, reconhecendo o seu ADN e identidade, permita a elevação sustentada e contínua da sociedade.
Para isso, cabe aos governantes e aos que têm alguma forma de influência, promover a elevação intelectual, espiritual e cultural das pessoas ao invés de promoverem a “pimbalhice”, mediocridade e espírito rasteiro e mesquinho, que é o que se verifica nos nossos dias.
É neste sentido que quero que se promova um em todas as pessoas a possibilidade de aspirarem a “elite” (espiritual) e não à fatalidade de se tornarem um rebanho não pensante.
8. Imaginemos que seria eleito e teria que assumir as funções presidenciais. Que atitudes políticas fundamentais adoptaria como tal, em função da Presidência da República tal como está constitucionalmente definida, perante a situação em que Portugal se encontra e vai encontrar nos próximos anos?
Como se sabe, o Presidente da República não governa. Tem poderes importantes decisivos, mas muito restritos.
Seja como for, sendo a primeira figura, está longe de ser um simples “corta fitas”…
O Presidente tem uma capacidade de influenciar a sociedade e de ser um contra poder, única. O Presidente tem que emitir sinais claros, traçar caminhos e apontar metas. Tem que mobilizar os portugueses, motivá-los e influenciá-los.
Assim estaria de facto a limitar as atrocidades levadas a cabo por esta classe política horrenda que temos.
Como Presidente, teria posição firme e inequívoca face às múltiplas realidades. Teria uma agenda política afirmativa e combativa em temas tão fundamentais como a saúde, educação e economia, defendendo a propriedade e a iniciativa privada, sem cair nos excessos socialistas e nacionalizantes tão em voga, mas também sem impor o programa liberal, desregulado e antinacional.
Travaria uma luta sem tréguas na defesa da Família e no combate ao gravíssimo problema da natalidade em Portugal e enfrentaria com determinação a questão da insegurança e criminalidade crescentes, bem como dos actos sórdidos de pedofilia ou de corrupção.
Seria, enfim, um Chefe de Estado sem medo de assumir-se como nacionalista, e que considerando a Nação como um valor fundamental, denunciaria a Europa de Bruxelas e as «transferências» de soberania nacional e defenderia a necessidade de Portugal manter uma capacidade produtiva mínima, na agricultura, nas pescas, na indústria, para conseguir pelo menos produzir o que come.
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