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segunda-feira, fevereiro 07, 2011

7 anos de fascismo em rede (3) 

Passam hoje os tais 7 anos, bem contadinhos, sobre o dia inicial em que lancei fascismo em rede... Desde então não mais parei, a ver se o produto se espalhava, se a massa levedava...
Havia, sempre presente, uma ideia fixa: como bem explicou já há uns largos anos o grande pensador Thomas Molnar, a nossa acção política tem falhado regularmente, não por qualquer fraqueza intrínseca das nossas posições ou da nossa filosofia política, mas sim por a nossa gente se revelar largamente incapaz de utilizar a fundo os métodos modernos (referia o escritor expressamente: organização, slogans, partidos políticos e imprensa). E sobretudo, no que me aparecia como sendo o mais importante para a nossa situação, explicava que o processo publicitário foi abandonado aos media adversários, de tal modo que as nossas posições e a nossa gente surgem normalmente a uma luz desfavorável, quando ao menos conseguem fazer-se conhecer. Consequentemente, o homem da rua, o cidadão médio, mesmo o não comprometido, transporta em si os condicionamentos que lhe ditam reacções simpáticas aos heróis e às causas "boas", positivas (as da esquerda, as do progresso, of course...) e um sentimento de estranheza ou relutância ou hostilidade perante as pessoas e as causas que se lhes opõem.
A questão crucial reside, portanto, nos mecanismos de condicionamento cultural (os media, sempre os media, mas num plano mais vasto as escolas e universidades, e as chamadas indústrias da cultura: os livros, o cinema, a música, a produção artística, as editoras, e mais um largo etc., etc.). Tudo conflui na consolidação do tal caldo de cultura onde assentam as ideias difusas que irreflectida e inconscientemente se gravam em todos os sujeitos, até ao mais estúpido e distraído.
Obviamente, contra isso não há acção meramente política que possa valer, a não ser em situações históricas altamente excepcionais, em que as propostas vulgares mostram flagrantemente a sua insuficiência e incapacidade (por isso os nossos políticos e as nossas causas surgem apenas como realidade associadas a momentos "de excepção").
Quanto à terapêutica para este diagnóstico, e mesmo assentando que não existem receitas milagrosas, ela parece óbvia. Precisamos de jornalistas talentosos, de publicitários de génio, de criadores, de artistas, de editores, de comunicadores, de difusores, de militantes informados e conscientes que infatigavelmente trabalhem no campo normalmente abandonado ao adversário: os media, principalmente os media, mas sem descurar todas as áreas associadas que ficaram sumariamente indicadas. Precisamos desde já, e sobretudo, neste tempo que é o nosso, de gente formada na informática e nas novas tecnologias, que nos permita, seguindo desta vez à frente dos outros, tirar todo o partido destes meios que se deparam como realidade específica da nossa época. Daí a aposta, permanente e incessante, nas zonas abertas a essa exploração: os blogues, e as redes sociais, que se complementam de forma evidente, potencializando as virtualidades respectivas (v. g., os blogues oferecem conteúdos, e necessitam leitores; as redes carecem de conteúdos, e podem ser fornecidas disso pelos blogues, canalizando em troca os leitores que os primeiros precisam, numa simbiose perfeita).
Permanentemente, a mensagem que aqui se tentou transmitir pode resumir-se nisto: mediatizemo-nos, mediatizemo-nos, ocupemos os espaços de onde o adversário nos tem rechaçado e de onde depois nos mantém confinados no nosso campo cercado, sempre sob a ameaça da artilharia, sem hipótese alguma de sair para a sociedade que nos rodeia, para travar a batalha das ideias de igual para igual nesse terreno onde tudo se joga e decide.

2 Comentários
Comments:
Um grande abraço de penhorada gratidão pelo excelente contributo.
HNO
 
Parabéns, o seu blogue tem uma grande responsabilidade no aumento da "nossa" presença na net.
 
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