quarta-feira, fevereiro 09, 2011
7 anos de fascismo em rede (4)
Continuo a analisar o decurso destes 7 anos que passaram desde que iniciei na net este desafio do "fascismo em rede"...
Era sabido que o repto contava à partida com o obstáculo, quiçá insuperável, da força imensa dos mecanismos adquiridos, dos hábitos mentais, que entre os destinatários da mensagem estavam e estão totalmente ao invés da atitude que tal desafio propugna. Com efeito, a mentalidade entranhada entre as gentes que por comodidade de designação acordamos em chamar direita é totalmente contrária ao que se pretende com a estratégia implícita nessa expressão provocatória.
Na realidade, o que se procurava instalar era uma atitude expansiva, ofensiva e conquistadora, caracterizada por uma vontade constante de afirmação pública, através do conhecimento, da mobilidade, da presença e da visibilidade. Sobretudo, através de uma intervenção sistemática nos espaços mediáticos, normalmente considerados quase como uma coutada ou reserva privativa do adversário, por pacto tacitamente aceite por ambas as partes.
Isto implicava a interiorização pela nossa gente de uma forma de pensar e de agir que afastasse os particularismos, os amiguismos, os grupismos e fanatismos, para os substituir por uma aceitação de facto de um conceito de área, englobante e expansivo, e de uma ideia de rede, cuja actuação e alargamento servisse em cada momento de instrumento promocional a cada componente. Isto implicava a rejeição de individualismos e exclusivismos, o repúdio de subjectivismos pequeno-burgueses, a redução de cada eu à sua real dimensão. Esse conceito de área e essa ideia de rede teriam que ser interiorizadas e vividas em cada momento, por cada militante, sempre ao serviço de uma estratrégia dinâmica e expansiva.
Numa palavra, aos outros é que nos dirigimos; aos outros, para que se tornem nossos... Lembro-me sempre, neste ponto, do que dizia Rodrigo Emílio sobre a via encantatória, único caminho para a doutrinação em que depositava a sua confiança; e do que se escreve num texto francês já aqui publicado sobre "estratégia da sedução"...
Ora o que se observa tradicionalmente no campo a que nos dirigimos? Muitos autores convergiram nas mesmas observações, ocorrendo-me de novo os exemplos de Thomas Molnar e de Alain de Benoist, este mais recentemente. Assinalam eles que as gentes da direita dirigem-se essencialmente aos já convertidos, falando geralmente apenas em família e para a família. E, sendo assim, as pessoas que num dado momento partilham as nossas opiniões, e cujo número até pode ser muito importante, nunca aumentam após esse primeiro contacto - e pelo contrário, vão-se desmobilizando quer por acção da propaganda adversária, que nunca cessa, quer pela ausência de novos estímulos, conjugada com a erosão natural do tempo.
Ou seja, o público direitista é, em geral, estático, não sentindo necessidade ou vontade de conseguir maior expansão; basta-lhe ser assegurado que as suas opiniões são justas, sentir-se reconfortado na sensação de que as suas certezas são partilhadas por aqueles de quem se sente afim, de quem gosta e com quem se dá. Por isso, os direitistas normalmente lêem apenas os seus próprios livros, ou jornais quando os há, frequentam apenas os seus autores de confiança, para aí verem reflectidas as suas próprias convicções e também para confirmarem a existência de outras pessoas que as partilham. Se há instituições, círculos ou organizações, enclausuram-se nesses espaços fechados, que em regra vão estiolando até envelhecer e morrer.
Confrontando-se deste modo com a inércia da mentalidade instalada, não é de estranhar que o "fascismo em rede" obtivesse como resposta o silêncio, a incomodidade ou o enfado da maior parte dos destinatários.
Era sabido que o repto contava à partida com o obstáculo, quiçá insuperável, da força imensa dos mecanismos adquiridos, dos hábitos mentais, que entre os destinatários da mensagem estavam e estão totalmente ao invés da atitude que tal desafio propugna. Com efeito, a mentalidade entranhada entre as gentes que por comodidade de designação acordamos em chamar direita é totalmente contrária ao que se pretende com a estratégia implícita nessa expressão provocatória.
Na realidade, o que se procurava instalar era uma atitude expansiva, ofensiva e conquistadora, caracterizada por uma vontade constante de afirmação pública, através do conhecimento, da mobilidade, da presença e da visibilidade. Sobretudo, através de uma intervenção sistemática nos espaços mediáticos, normalmente considerados quase como uma coutada ou reserva privativa do adversário, por pacto tacitamente aceite por ambas as partes.
Isto implicava a interiorização pela nossa gente de uma forma de pensar e de agir que afastasse os particularismos, os amiguismos, os grupismos e fanatismos, para os substituir por uma aceitação de facto de um conceito de área, englobante e expansivo, e de uma ideia de rede, cuja actuação e alargamento servisse em cada momento de instrumento promocional a cada componente. Isto implicava a rejeição de individualismos e exclusivismos, o repúdio de subjectivismos pequeno-burgueses, a redução de cada eu à sua real dimensão. Esse conceito de área e essa ideia de rede teriam que ser interiorizadas e vividas em cada momento, por cada militante, sempre ao serviço de uma estratrégia dinâmica e expansiva.
Numa palavra, aos outros é que nos dirigimos; aos outros, para que se tornem nossos... Lembro-me sempre, neste ponto, do que dizia Rodrigo Emílio sobre a via encantatória, único caminho para a doutrinação em que depositava a sua confiança; e do que se escreve num texto francês já aqui publicado sobre "estratégia da sedução"...
Ora o que se observa tradicionalmente no campo a que nos dirigimos? Muitos autores convergiram nas mesmas observações, ocorrendo-me de novo os exemplos de Thomas Molnar e de Alain de Benoist, este mais recentemente. Assinalam eles que as gentes da direita dirigem-se essencialmente aos já convertidos, falando geralmente apenas em família e para a família. E, sendo assim, as pessoas que num dado momento partilham as nossas opiniões, e cujo número até pode ser muito importante, nunca aumentam após esse primeiro contacto - e pelo contrário, vão-se desmobilizando quer por acção da propaganda adversária, que nunca cessa, quer pela ausência de novos estímulos, conjugada com a erosão natural do tempo.
Ou seja, o público direitista é, em geral, estático, não sentindo necessidade ou vontade de conseguir maior expansão; basta-lhe ser assegurado que as suas opiniões são justas, sentir-se reconfortado na sensação de que as suas certezas são partilhadas por aqueles de quem se sente afim, de quem gosta e com quem se dá. Por isso, os direitistas normalmente lêem apenas os seus próprios livros, ou jornais quando os há, frequentam apenas os seus autores de confiança, para aí verem reflectidas as suas próprias convicções e também para confirmarem a existência de outras pessoas que as partilham. Se há instituições, círculos ou organizações, enclausuram-se nesses espaços fechados, que em regra vão estiolando até envelhecer e morrer.
Confrontando-se deste modo com a inércia da mentalidade instalada, não é de estranhar que o "fascismo em rede" obtivesse como resposta o silêncio, a incomodidade ou o enfado da maior parte dos destinatários.
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