quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Por uma alternativa integral
Há anos, o escritor Alain de Benoist notava que "aquilo que, no debate intelectual, fez a superioridade metodológica do esquerdista, foi ele ter sabido (e continuar a saber) o que cada um tem que pensar, do seu ponto de vista, em tópicos que são, à primeira vista tão diferentes como as relações de produção na Idade Média, a pintura abstracta, a invenção do cinema, o “Design” de “Mass Housing”, a genética molecular ou a teoria “Quantum” (...)"
Consequentemente, reconhecia que "(...) aquela corrente a que geralmente chamamos Esquerda ou Extrema-Esquerda, teve o mérito de ter sido a primeira a tomar consciência da realidade estrutural da inter-conexão de todos os sectores da mente e da actividade e, consequentemente, da realidade da impregnação ideológica destes sectores (...) e que "(...) a esquerda e extrema-esquerda acertaram sempre mais sistematicamente na teorização, na formalização do seu “approach” epistemológico e doutrinário, na criação de um corpus ideológico, útil para ser usado como referência em discussões posteriores (...)
As constatações do pensador francês, centradas no terreno da cultura, traduzem agudamente a realidade que tem feito normalmente a inferioridade da direita no terreno especificamente político. Não tendo em geral a consciência de si mesma,ignorando em regra as potencialidades do seu pensamento, não tendo frequentemente a noção das implicações das suas próprias aspirações, a direita comparece no combate político sempre em desvantagem, vivendo de posições fragmentárias e reivindicações sectoriais, movendo-se por impulsos circunstanciais e motivações de momento, sempre a reboque da esquerda, e incapaz de se confrontar com ela globalmente pois nem sequer a contesta globalmente - aceitando-a no âmbito que exceda o campo específico das suas preocupações parcelares.
Disto decorre a inferioridade metodológica, e o handicap que têm implicado sempre, a prazo, a derrota da direita no confronto político. Mesmo nos casos de vitórias pontuais e temporárias, a direita mostra-se depois incapaz de as consolidar e manter duradouramente. O domínio da esquerda, em geral incontestado, e até aceite como facto assente e normal, nos terrenos da cultura e de todos os aparelhos de condicionamento mental, garantem-lhe a vitória mesmo nas situações de revés histórico localizado. A ausência da direita dessas áreas decisivas, que não são apenas superestruturas dependentes da infraestrutura económica (ao contrário do que Marx dissera) tem determinado o seu fracasso no confronto propriamente político.
Compreender esta realidade, e agir em coerência, significaria sem dúvida uma mudança radical, uma inversão de papéis de efeitos historicamente incalculáveis. Infelizmente, até agora não são muitos, pelo menos não são suficientes, os que se têm mostrado capazes de compreender e interiorizar essas verdades.
Consequentemente, reconhecia que "(...) aquela corrente a que geralmente chamamos Esquerda ou Extrema-Esquerda, teve o mérito de ter sido a primeira a tomar consciência da realidade estrutural da inter-conexão de todos os sectores da mente e da actividade e, consequentemente, da realidade da impregnação ideológica destes sectores (...) e que "(...) a esquerda e extrema-esquerda acertaram sempre mais sistematicamente na teorização, na formalização do seu “approach” epistemológico e doutrinário, na criação de um corpus ideológico, útil para ser usado como referência em discussões posteriores (...)
As constatações do pensador francês, centradas no terreno da cultura, traduzem agudamente a realidade que tem feito normalmente a inferioridade da direita no terreno especificamente político. Não tendo em geral a consciência de si mesma,ignorando em regra as potencialidades do seu pensamento, não tendo frequentemente a noção das implicações das suas próprias aspirações, a direita comparece no combate político sempre em desvantagem, vivendo de posições fragmentárias e reivindicações sectoriais, movendo-se por impulsos circunstanciais e motivações de momento, sempre a reboque da esquerda, e incapaz de se confrontar com ela globalmente pois nem sequer a contesta globalmente - aceitando-a no âmbito que exceda o campo específico das suas preocupações parcelares.
Disto decorre a inferioridade metodológica, e o handicap que têm implicado sempre, a prazo, a derrota da direita no confronto político. Mesmo nos casos de vitórias pontuais e temporárias, a direita mostra-se depois incapaz de as consolidar e manter duradouramente. O domínio da esquerda, em geral incontestado, e até aceite como facto assente e normal, nos terrenos da cultura e de todos os aparelhos de condicionamento mental, garantem-lhe a vitória mesmo nas situações de revés histórico localizado. A ausência da direita dessas áreas decisivas, que não são apenas superestruturas dependentes da infraestrutura económica (ao contrário do que Marx dissera) tem determinado o seu fracasso no confronto propriamente político.
Compreender esta realidade, e agir em coerência, significaria sem dúvida uma mudança radical, uma inversão de papéis de efeitos historicamente incalculáveis. Infelizmente, até agora não são muitos, pelo menos não são suficientes, os que se têm mostrado capazes de compreender e interiorizar essas verdades.
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