quinta-feira, março 03, 2011
Alcança quem não cansa
Pelo menos um resultado positivo nasceu já de todas as manifestações de desagrado que estão em curso, mesmo restritas ao espaço virtual: apareceram claramente os instintos conservacionistas dos beneficiários do sistema, e a radical cumplicidade que une os seus agentes. As declarações convergentes de alguns dos mais altos representantes da situação mostram bem que em nada estão dispostos a ceder no que respeita às reivindicações populares que se insurgem contra as mais notórias aberrações que afectam todas as relações sociais na sociedade portuguesa. Por mais injusta, absurda, irracional e disfuncional que seja a anomalia denunciada, os mentores da situação apresentam-se a defendê-la - porque a sua eliminação prejudicaria alguns deles.
É preciso insistir: denunciar, reivindicar, esclarecer, até congregar todas as vontades que conduzam à transformação.
Que ninguém alimente ilusões. Nenhum combate político sério será fácil nem rápido. Os instalados, os privilegiados, não abandonarão sem luta as posições alcançadas. E por maior que seja a revolta das bases, são ainda eles que detêm as rédeas do poder - político, económico, mediático, etc.
As quadrilhas partidárias, as redes maçónicas, as mafias dos negócios, a bancocracia, todas elas aliás estreitamente interligadas e interdependentes, tudo farão para obstar a qualquer tentativa de regeneração nacional. Portugal assim como está serve-lhes muito bem, e só lhes serve assim como está.
Cabe-nos a nós persistir na luta, firmes e seguros. Se chegámos até aqui, é porque somos mais fortes. Se não nos destruiram até agora, não será amanhã que nos vencem. O futuro não há-de ser deles.
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