domingo, novembro 30, 2008
PNR promove manifestação pela Independência Nacional
Para José Pinto-Coelho “num país que se encontra neste estado de podridão interna em que os políticos governam para eles mesmos, como se pode falar em Independência Nacional? Se é urgente restaurar a Independência e o Orgulho Nacional, é condição indispensável correr com estes políticos. É imperativa, uma grande vassourada nacional.”
Assim o PNR promove uma manifestação em Lisboa, com início às 16.00 horas na Praça dos Restauradores e com desfile até à Praça do Município, onde cerca das 17.30 horas o Presidente do partido, José Pinto-Coelho irá proferir um breve discurso e protestar contra o Vereador José Sá Fernandes e a CML, como exemplos de um país amordaçado e a saque.
Todos os Patriotas e Nacionalistas estão convidados a participarem!
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sábado, novembro 29, 2008
Memória histórica
Memória histórica
Vidas Portuguesas: FERNANDO DE PAÇOS
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Fascismo e cultura no antigo regime
Não foi por acaso que uma leitura «realista» do antigo regime se revelou sempre — para os seus inimigos, mas também para os seus fiéis — uma empresa difícil, se não impossível. Essa leitura impossível, ou, o que resulta idêntico, inadequada, ajusta-se como uma luva à essência de um regime que nunca se etiquetou senão com rótulos arbitrários ou incolores, uns e outros ao serviço da sua vontade de se mascarar. Autodesignações como Revolução Nacional ou Estado Novo cumpriram bem essa dupla função de máscara. Onde estava (está) a realidade?
Na caracterização do regime fascista que lhe será atribuída pela franja mais decidida dos seus opositores? A rede não é totalmente inadequada, mas as malhas são muito largas. O ideólogo principal do regime e, após ele, os principais responsáveis nunca aceitaram ou reivindicaram esse baptismo. Melhor: rejeitaram-no no momento preciso em que o novo regime tomou a forma que
conservará durante mais de trinta anos. Não há muito, João Medina evocou a peripécia histórica do nosso autêntico fascismo, o da tentativa efémera de Rolão Preto. Do fascismo guardará o Estado Novo a temática antiparlamentarista clássica, a realidade do partido único consideravelmente moderada, a inspiração corporativa nos planos económico e social, igualmente modulada e despida das conotações mais socializantes do seu modelo histórico. Todavia, o que caracterizará o novo regime, além dessa genérica remodelação e moderação do ideário fascista italiano, é, como se sabe, a sua inscrição no âmbito de referências éticas e religiosas que nada têm que ver com a ideologia agnóstica de Mussolini e muito menos com o neopaganismo racista de Adolfo Hitler. A grande e única habilidade de Salazar foi a de articular o seu projecto político com a mais orgânica e tradicional das nossas vivências culturais: a do catolicismo. No seu pensamento
expresso — e porventura sincero—, era esse o modo de servir a visão do mundo e dos valores a que pessoalmente estava vinculado. Na realidade, esse vínculo orgânico constituía o apoio indispensável para levar a cabo o seu projecto político e social de conciliação, ou, antes, de colaboração forçada entre o patronato e as classes trabalhadoras. Enquanto o entendimento, tácito ou explícito, entre o Estado Novo e a Igreja funcionou a contento de ambos, Salazar e o seu regime não precisaram de cultivar uma ideologia e uma cultura de recorte inequivocamente fascistas. É por isso que, na sua face cultural, a produção mais representativa do antigo regime não apresenta, se não por excepção, um carácter fascista. Os seus grandes momentos simbólicos (Exposição Colonial, Comemorações de 1940, Centenário de Garrett, Comemorações Henriquinas), tanto como as obras universitárias ou académicas mais sintonizadas com o espírito do Estado Novo, relevam do bem clássico nacional tradicionalismo de inspiração católica, mais ou menos integrista. O caso de um Alfredo Pimenta, monárquico e admirador convicto do fascismo, é excepcional na atmosfera cultural do antigo regime. E mesmo tão polémico autor nunca deixou de se cobrir com a referência ritual à ortodoxia católica.
Paradoxalmente — ao menos na aparência —, uma clara, entusiástica e jovem ressurgência do ideário fascista ocorrerá na fase final do antigo regime e esse fenómeno merece, a vários títulos, a nossa atenção. Tudo se passa como se, no pressentimento do fim, o nunca explicitado lastro da ideologia e da prática efectivas do regime viesse finalmente à superfície. Não é a primeira vez que o ideário fascista serve de referência e de modelo à ala militante da extrema-direita do regime. Em termos meramente políticos ou superficialmente ideológicos, essas referências estão presentes ao longo de todo o percurso do Estado Novo, e em particular a partir de 1936. Mas o que é novo nesta última e mais orgânica ressurgência do fascismo é, ao mesmo tempo que o seu aparente anacronismo, a sua qualidade propriamente cultural. Em todos os momentos de crise, o antigo regime pôde contar com o apoio militante de uma extrema-direita fascista, polemicamente primária, grosseira, que certas publicações como Agora e outras «ilustraram». Mas a simples decência e uma certa e insólita má consciência cultural do antigo regime, uma vez passada a «crise», chegavam para desanimar essa expressão extremista, onde, no fundo, o seu ideário oficial «apolítico» não gostava de se reconhecer. Após o sobressalto de 1958 — campanha Delgado— e a primeira grande brecha aberta no sistema pela cisão provocada na sua tradicional base de apoio católica, a racionalização do regime traduzir-se-á, nos planos cultural, ideológico e militante, pelo aparecimento dos estigmas fascistas, até então mais ou menos recalcados. As dificuldades posteriores em matéria de política colonial só viriam a acentuar essa fascistização tardia. É nesse contexto que se situam quer o texto fascista sem ambiguidade representado pela revista Tempo Presente, quer o texto integralista-fascista da revista Resistência. Dos dois, o único com autêntica qualidade cultural — o que não quer dizer de maior impacte militante — é o texto do Tempo Presente. Por ele começaremos.
Se fosse necessário sublinhar a complexidade e, por vezes, a impossibilidade de situar com um mínimo de clareza e coerência o que foram durante quase meio século as autênticas —repetimos, as autênticcas— relações dos intelectuais portugueses de todos os quadrantes e o poder, enquanto horizonte e referente da cultura e da ideologia, o caso de Tempo Presente seria quase exemplar.
Assim, no seu aspecto ideológico confessado e nas referências culturais que a caucionaram —de Robert Brasillach a Montherlant, de Wyndham Lewis a Gottfried Benn, de Salazar a Alfredo Pimenta —, a apologia de uma nova ordem, herdeira e renovadora do fascismo (e mesmo do nazismo) é a característica imediata dessa revista, aparecida em 1959 e desaparecida dois anos depois. Mas, na mais complexa ordem cultural, a sua realidade não corresponde exactamente às opções militantes dos seus principais responsáveis: o poeta Fernando Guedes, seu director, e António José de Brito, António M. Couto Viana, Caetano de Melo Beirão e Goulart Nogueira, seus redactores. Embora possa surpreender, colaboraram em Tempo Presente um certo número de escritores, mais ou menos apolíticos ou distraídos, a quem tão reiteradas apologias fascistas passavam, sem dúvida, despercebidas. Esta forma de «inocência» ideológica, que nalguns seria acompanhada, porventura, da vontade deliberada de se desejarem alheios ou imunes a toda e qualquer promiscuidade, faz também parte integrante da nossa existência cultural durante o antigo regime. Ignorá-la é vão e pernicioso. A um ou a outro destes títulos: inocência, distracção, gosto da provocação, colaboraram na revista poetas, romancistas, críticos ou ensaístas que nem então, nem hoje, se podiam ou podem considerar associados ao ideário fascista.
A sua presença assegurou, sem dúvida, a Tempo Presente um bom nível cultural, embora não tenha sido ela que lhe deu o tom único que é o seu. Esse é representado, no plano ideológico, sobretudo por António José de Brito e Goulart Nogueira —mais discretamente por Fernando Guedes— e, no plano cultural (crítico e estético), pelos mesmos, mas sobretudo por Amândio César, Eduíno de Jesus, Manuel Vieira, Carlos Soveral e, ocasionalmente, António Quadros. Interessante é notar que não há — ou só muito de leve — uma correlação evidente entre o teor dessa colaboração — alguma excelente, em particular no domínio estético — e a ideologia fascista ou fascistizante que alguns desses ensaístas, como, por exemplo, Amândio César, partilham. Nem neste caso, raro, de confessada e assumida opção cultural fascista se pode aqui revelar uma coerência discursiva e crítica comparável, por exemplo, àquela que pôde exteriorizar-se durante décadas numa revista de esquerda como Vértice.
A razão é talvez simples: Tempo Presente não se desejou — e, em todo o caso, não foi — uma revista de doutrinação ou endoutrinamento sistemático de ordem teórica. O fascismo, que lhe serve de ideal (melhor seria dizer de mito), não tinha de ser reformulado em 1959-60, tinha, quando muito, em Portugal, de ser lembrado como exemplo para uma geração, no fundo, desiludida e mesmo apavorada com a falta de tónus, de convicção, do próprio regime (com exclusão do seu chefe), cuja mediocridade cultural lhes causa repulsa. Embora fosse porta-voz de uma geração na casa dos 30 anos (Fernando Guedes nasceu em 1928, Goulart Nogueira em 1927), Tempo Presente é menos a expressão de um «activismo» cultural feliz, sintonizado com a ideologia oficial triunfante, do que a expressão, extremamente minoritária, de um combate de retaguarda, nostálgico, de antemão perdido. Goulart Nogueira, o ideólogo lírico da revista, descreve a luta contra o mundo que o cerca como luta contra uma sociedade «suicida, perversa e comodista». O seu fantasma é «a nojenta mornosidade da burguesia prudente e gozadora». Para ele, só um escol, uma minoria estóica, com a vocação do heroísmo (e do martírio), pode regenerar uma massa acolhedora dos «nossos inimigos de hoje», que designa como sendo «a maioria democrática e materialista e burguesa». Se o fascismo se limitasse às nebulosas diatribes do poeta-cruzado Goulart Nogueira, às suas estereotipadas amálgamas de «comunismo» e «plutocracia», velhos fantasmas da velha nova ordem, a revista não mereceria, nem a título póstumo, ser tirada do anonimato e da insignificância que representou aos olhos dos próprios defensores da autêntica ideologia oficial. O seu interesse é outro. Mas não deixa de ser significativo o facto mesmo de esta ressurgência dos ideais fascistas, esta denúncia do marasmo vital e ideológico do regime, valer aos seus autores o epíteto de «energúmenos». A crítica de direita (no âmbito do regime) escandaliza tanto como a subversiva ou contestatária, de esquerda, e às vezes mais. De facto, o retrato de um Estado Novo crepuscular não é brilhante, segundo Tempo Presente:
"Jornais para elogiar, como blandícia; publicações raras e com umas prudentes generalidades ideológicas; milícias sem consciência, nem fé, nem garbo, envergonhadas da sua pouca importância e do seu pouco activismo; pessoas qúe percorrem lugares e se entrecruzam numa rede de interesses a defender; ausência de crítica fundamentada numa sólida fé e ortodoxia ideológicas; preocupações e recomendações de «Não faças ondas! Não faças ondas!» —é isto o sinal de uma doutrinação? Que tristeza!"
As páginas de Tempo Presente estão cheias destes ecos derrotistas, de constatações desabusadas, de pânico diante dos perigos que, segundo os seus mentores, ameaçam a unidade da Pátria e a sua coesão ideológica. Fernando Guedes, antigo filiado na Mocidade Portuguesa, permite-se exalar a sua pessoal desilusão em termos que, sob outra pluma, seriam subversivos e burlescos:
"Quem acredita na Mocidade Portuguesa? Nesses rapazes mal fardados, casacos vestidos sobre uma envergonhada camisa verde, meias que nunca foram as da farda, sapatos de qualquer cor, que de vez em quando, e em tardes de sábado somente, vemos passar na rua?"
Para o director da revista é necessário que essa triste falange se torne «nacionalista, imperial, paramilitar, una, com a indispensável mística - sem a qual toda a acção humana é vã - impulsionada por um pensamento activo». Tudo isto, o autor suspeita-o, são votos mais ou menos pios. O único verdadeiro ideólogo da revista, aquele que, ao longo dos seus vários números, com mais talento e ênfase se reclama do ideal e da mitologia cultural fascista (mesmo sob a forma nazi) — António José de Brito —, também não tem muitas ilusões acerca da consistência do Estado Novo: «Tudo repousa sobre um homem» - o que ele acharia bem noutras circunstâncias —, mas esse homem, escreve, «não tem sucessor (nem de direito nem de facto)». E continua: "É essa a tragédia da situação. A Autoridade, hoje em dia, é um homem. E irá cair-se, amanhã, na anarquia das urnas? Ou estaremos condenados a que desponte da balbúrdia dos golpes de Estado um hipotético novo Salazar?... Este o grande problema, que só tem solução se for ainda tempo de o actual Poder se transformar, pacificamente, num Poder verdadeiramente uno e contínuo, capaz de assegurar o futuro."
Goulart Nogueira, Fernando Guedes e, sobretudo, António José de Brito, futuro autor de reflexão filosófica e ideológica com interesse inegável, não ignoram que o fascismo é, em 1960 e há muito, um vencido. Razão suplementar para provocante e romanticamente o proporem, exaltando aqueles que no plano político e cultural melhor o encarnaram. É no número consagrado a Robert
Brasillach, fuzilado por colaboração com o nazismo em 1945, que esse fascínio e nostalgia melhor se exprimem, reiterando, a vinte e cinco anos de distância, a exaltação, já então nostálgica, do autor de Comme le Temps Passe. Tempo Presente retoma à sua conta o texto de Brasillach escrito na prisão de Fresnes:
"Desde há muito que nós considerávamos o fascismo como uma poesia, a própria poesia do século xx(com o comunismo, sem dúvida)... Ele continua sendo a mais exaltante verdade do século xx, aquela que lhe emprestará a cor [...] Um campo de juventude na noite, a impressão de constituir um todo com a nação inteira, a inscrição nas fileiras de heróis e santos do passado, uma festa totalitária, eis elementos da poesia fascista, eis o que terá feito a loucura e a sabedoria do nosso tempo, eis o que, tenho a certeza, a juventude, dentro de vinte anos, esquecendo taras e erros, há-de olhar com profunda sedução e incurável nostalgia."
Em sintonia com este texto, todo o número é um festival de cultura fascista autêntica, como não será fácil encontrar segundo, nessa época e antes: artigo de Amândio César sobre Brasillach romancista — aliás, bem informado e não injusto, pois Brasillach foi um admirável romancista—, artigo de Manuel Vieira intitulado «Intelectualismo e barbárie», assimilados um à outra sob as cauções de Goebbels e Gottfried Benn, o mais célebre dos poetas de inspiração nazi; outro, enfim, de António José de Brito sobre Ernst Krieck, nas suas palavras, um dos pensadores alemães mais representativos do nacional-socialismo, filósofo da raça e do Estado. As suas teses, segundo o redactor de Tempo Presente, revestem-se de enorme interesse para a perfeita compreensão do que ele invoca como «a potente, nobre e heróica realidade do que foi o III Reich alemão». Pertence ainda ao mesmo António José de Brito a invocação entusiástica do destino de Brasillach como destino exemplar fascista, que ele e os seus amigos desejariam continuar:
"[...] foi para nós o fascismo, como o foi para Brasillach, o encontro supremo, a revelação inesquecível da nossa juventude, [...] vencedor ou vencido era sempre o mesmo fascismo, com o seu ethos de camaradagem viril, o seu gosto da grandeza, o seu desdém dos valores burgueses, a sua apologia da coragem e da disciplina, o seu alto idealismo, a sua exaltação do que é sóbrio, sadio, nobre, a sua aspiração à unidade, à totalidade, ao universal."
Como entre portugueses as convicções são raras, estas e similares confissões de fé têm dois méritos: o da frontalidade e da coerência especificamente fascistas no interior de um regime que se viveu sempre como fascismo envergonhado.
Hegeliano de direita, em versão Gentile, António José de Brito, para melhor exaltar este «alto idealismo» que atribui ao fascismo, não hesitará, alguns anos mais tarde, em sustentar que os horrores e os crimes que o nazismo perpetrou (campos de morte, câmaras de gás) foram uma fábula. Não será o único Faurisson precoce entre nós. Mas raro a revista se envolve em polémica histórica e ideológica acerca da realidade fascista e nazi. Nos seus corifeus mais representativos, o tema de predilecção é esse da camaradagem viril e do ideal de fusão colectiva ao serviço da tradição e da raça. É a maneira de se oporem ao que eles consideram como a tradição anarquizante do individualismo e da democracia liberal, cuja lógica e bem paradoxal consequência seria — sempre segundo eles — o comunismo.
Importa menos a fragilidade ideológica da maioria destes textos que a sua paixão, de tonalidade marcadamente infeliz. Com estas referências culturais e históricas, esta apologia do fascismo só podia ser tida como comprometedora ou folclórica pelos ideólogos e subideólogos do autêntico salazarismo. Subsidiariamente, este fascismo incandescente e ultraminoritário prova que, mesmo sem ironias ou sarcasmo, a ideia de que o fascismo nunca existiu, como expressão adequada ao que o antigo regime foi, merece ser tomada a sério para a sério se perceber o que foi, na verdade, o salazarismo. Daí, sem dúvida, a oscilação nos mentores de Tempo Presente entre uma aparência de arrogância e provocação e a consciência de que pregam no deserto. Embora na defensiva, o regime tem outras referências culturais mais sólidas por mais banais, e outras formas de defesa de um outro extremismo que irão encontrar, depois de 1961 e das nossas sérias dificuldades em África, a sua fórmula militante mais incisiva na revista Resistência. Foi o último baluarte do regime e o facto de não só ter continuado a sobreviver-lhe, mas também haver melhorado de aspecto, prova que o antigo regime está ideologicamente vivo. Aí nada de nostalgias, nem assimilações ideológicas provocadoras com fascismos e nazismos. De inspiração integrista e ultranacionalista, o seu alvo de predilecção é menos um comunismo mítico e longínquo — embora pano de fundo permanente — que o progressismo caseiro, em particular o que começa a manifestar-se com relevo e intensidade nos meios culturais católicos, até então solidários do regime. Esses alvos de predilecção serão, entre outros, o bispo do Porto ou certos bispos das nossas colónias, no plano religioso, e Sá Carneiro e o Expresso de então, no plano político e ideológico.
Sob o plano de qualidade não se pode comparar Tempo Presente e Resistência.
Esta última não é um órgão cultural de poetas e intelectuais exaltados por uma mitologia «retro». É uma revista-cruzada, destinada a mobilizar a autêntica e sólida direita portuguesa para os combates de fim de reino e acaso de regime, que se adivinham perto. No seu n.°59, de Maio de 1973, ao defender-se da assimilação absurda com qualquer forma de «progressismo» católico, os seus responsáveis reivindicam apenas «o direito de ser animadores da doutrina social da Igreja... nas suas aplicações à ordem temporal». Sem complexos, a si mesmos se definem como «élite» social que são. Humildemente, apresentam-se, todavia, apenas como um gabinete de consultores técnicos em matéria de trabalho cívico, acção importante, confessam, para a colocação dos mil mais aptos em postos-chave da realidade portuguesa. Entre o seu escol, ao mesmo tempo social
e doutrinário, lá se encontram vários nomes que são hoje expoentes da nova direita e afins, entre outros os de Jaime Nogueira Pinto e José Miguel Júdice.
Sem carácter literário ou mesmo cultural digno desse nome, Resistência é uma máquina de combate doutrinal. Apresenta-se como defensora do «depósito da Fé», entendido no seu sentido mais integrista, como a reexposição das conhecidas teses ultramontanistas e ataque cerrado ao que considera «desvios», inclusivamente os da hierarquia, como no caso da pastoral colectiva de 1973. Antiliberal, antidemocrática, anticomunista, inscreve-se num contexto conhecido de contra-revolução, de que são exemplo, em França, Permanences ou Ordre Nouveau. Da doutrinação ao activismo puro não vai senão um passo, com a sua ligação orgânica ao movimento Vector, considerável ainda nas vésperas do 25 de Abril. Num e noutro encontramos a fina flor da direita e da extrema-direita portuguesas,do passado, do presente e, sem dúvida, do futuro. A simples menção dos seus colaboradores mostra como esse passado próximo sobrevive bem no nosso presente. É o nosso presente sob uma das suas faces. E sob ele um passado que é melhor tentar compreender naquilo que foi e pretendeu, do que sofrer-lhe passivamente o fascínio ou a ressurgida prepotência.
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Vidas Portuguesas: António Manuel Couto Viana
A sua estreia literária fez-se em 1948 com o livro de poemas O Avestruz Lírico, mas já escrevia desde 1943, pelo menos, em jornais locais de Viana, Braga, Valença e Lisboa.
Dirigiu com David Mourão Ferreira e Luís de Macedo as folhas de poesia Távola Redonda, e em 1956-1957, a revista de cultura Graal. Para além disso fez ainda parte do conselho de redacção de uma outra revista chamada Tempo Presente, entre 1959-1961.
Publicou, até hoje, mais de uma centena de obras, sobretudo de poesia, tendo algumas delas obtido honrosos prémios oficiais.
O livro Cancioneiro do Rio Lima (2001), por ele compilado, juntou-o a outros 34 poetas de várias gerações.
Desde cedo interessou-se pelo teatro, tendo colaborado como actor, cenógrafo, encenador e empresário em várias companhias, das quais destacamos o Teatro do Gerifalto. Uma boa parte da sua actividade teatral como actor, encenador e autor dirigiu-se às crianças, porventura reflexo da sua obra poética retratar um paraíso infantil perdido.
Para além da poesia e do teatro dedicou-se também à literatura infantil, através de ensaios, escrita e tradução de livros, e dirigiu, entre outras edições infanto-juvenis, a publicação Camarada (1949-1951).
Pertence ao Conselho de Leitura dos Serviços de Bibliotecas da Fundação Calouste Gulbenkian, possui o Grande Oficialato da Ordem do Infante Dom Henrique e é "cidadão de mérito" de Viana do Castelo. Em 2004, a Imprensa Nacional - Casa da Moeda editou-lhe a obra quase completa 60 Anos de Poesia, em dois volumes, de quase quinhentas páginas cada um deles. No mesmo ano, saía O Velho de Novo, uma edição da sua poesia (bela edição de luxo, com aguarelas de Paulo Ossião), com a chancela da editora portuense Caixotim. Estas duas publicações de António Manuel Couto Viana foram prefaciadas, respectivamente, pelo Professor Doutor Fernando Pinto do Amaral e por Pedro Mexia, crítico de literatura e cinema do Diário de Notícias.
Recentemente, A. M. Couto Viana editou o livro de poemas Digo e Repito (Averno, 2008). Pouco depois, foi dada à estampa a sua conferência O Poeta do Oriente do Oriente (Instituto Internacional de Macau, 2008).
O Poeta escreve "de novo", mais uma vez, ainda e sempre "de novo"! António Manuel Couto Viana vive desde a sua juventude em Lisboa. Muitos anos foram passados num andar alugado de um antigo prédio da Rua Marquês de Tomar. Há alguns anos deixou essa memória e foi residir na Casa do Artista. A doença não permitia ali permanecer por mais tempo. Na Casa do Artista, apesar dos reveses da doença, continua a escrever.
Incansável, António Manuel Couto Viana não perde tempo a repousar. Porque o seu modo de viver confunde-se com o do herói que nunca se cansa de lutar. Sem medo dos inimigos e com júbilo pelos amigos, escreve crónica, critica literária ou poesia. Com uma prodigiosa memória, a vida, que deveras sente como a sua maior relíquia, continua a ser o cenário dos seus belos escritos, a escorregarem de si com a emoção de cada momento.
(fonte)
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sexta-feira, novembro 28, 2008
Entrevista com Pinharanda Gomes
Como é que um filósofo poderá explicar as "subversões" climatéricas a que estamos a assistir?
A meteorologia aconselha que se comece de baixo para cima, mas como sou ignorante desses enigmas tenho de começar por cima.
Vai dizer-me que são coisas de Deus?
Há um espaço em que cada um de nós tem poder de exercício. Os fenómenos atmosféricos, por enquanto, não dependem do homem.
O homem não estraga o clima?
Mas os homens não têm poder sobre o cosmos. São fenómenos para além da sua capacidade de intervenção.
Quando matam florestas e agravam a poluição, não influem no cosmos?
O homem vai tendo acções que contribuem para que chova ou não, para que haja guerra ou paz. Não me recordo, por exemplo, de haver tantos incêndios como actualmente. E os grandes pulmões das cidades, como o do Parque de Monsanto, e mesmo os pequenos jardins, estão a ser destruídos. Não se podam as árvores, são decepadas.
É preciso aprender e fazer pedagogia...
Podar é uma técnica, decepar é um crime. Há, ainda, a poluição das águas. E aquilo a que se chama progresso tecnológico, ou seja cobrem-se as ruas com asfalto, dificultando o escoamento das águas e a infiltração que alimenta os mananciais subterrâneos. Lisboa assentava em estacas que desapareceram, pelo menos na Baixa. Existe o risco de um dia tudo isto cair.
Por que é tão catastrófico?
São visões catastróficas mas possíveis. É necessária uma vigilância permanente. As obras do homem nunca são seguras e definitivas.
Não acredita no homem perfeito...
O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, mas cometeu o pecado original e entrou em queda.
Com a relação de amor o mundo não ficou mais humanizado?
Não direi que ficou mais humano. Ao cometer o pecado original, fosse qual fosse (nem sei o que foi e creio que ninguém saberá), o homem perdeu o carisma da imagem e semelhança de Deus e ainda o não reconquistou. Veio a ter a possibilidade de reconquistar a condição perdida através dos sacramentos, como é o caso do baptismo na igreja cristã, que nos liberta do pecado original mas deixa em aberto o pecado actual.
Qual é o pecado actual?
O maior pecado actual do homem é o ódio e matar. Este ano, na pastoral da Igreja, reflecte-se sobre o quinto mandamento Não matarás. Os homens matam muito.
Mata-se, inclusive, em nome de Deus...
Exactamente. E matar não é só matar fisicamente, é também tentar matar a alma. Às vezes, a pior das mortes é a espiritual.
A formação do homem por meio da educação do espírito é possível nos nossos dias?
Possível, necessária e urgente. A queda do homem não acabou. Principiou e está documentada na alegoria de Adão e Eva, porém a humanidade continua a cair. E a regeneração só começará quando chegarmos ao fim da queda e dissermos Ai, meu Deus! Então surgirá o homem regenerado. Esperemos que a humanidade se reencontre com o seu paradigma inicial.
Está muito preso ao conceito grego da paideia?
A paideia parece-me ser agora o que poderemos chamar de educação estabelecida. Prefiro hoje a iniciação, a que abre um caminho na selva. A pessoa deve procurar o melhor caminho, independentemente dos poderes constituídos, mesmo correndo o risco de caminhar à margem. Alguns pensadores, tanto da gnose cristã como da hebraica e pérsica, tinham essa quase certeza valia mais ser livre à margem do estabelecido do que cativo dentro do estabelecido.
Sente-se cativo ou à margem?
Sou um homem livre. Caminho como uma pessoa política e ideologicamente independente. Quero ser livre. Um rio corre entre margens. Eu sou a margem.
Um rio tem duas margens. Está em ambas?
Às vezes saltito. É a condição do homem pendular. Quando a justiça escasseia, temos de saltar para a liberdade, quando a liberdade exagera, temos de saltar para a justiça. Sou um homem das margens. E defendo o meu pensamento.
Com vocação para a portugalidade?
Não me ponho à margem da sociedade portuguesa. Tenho procurado viver e pensar a Pátria. Se por algum mérito o meu nome ficar na história deste nosso tempo, creio que será pela minha dedicação a pensar a Pátria.
A política não o seduz?
É para os políticos. Sou céptico quanto aos políticos.
Também há políticos filósofos, mesmo em Portugal...
Aliança complicada. O filósofo rejeita o poder. Quer a sabedoria.
Acaba de surgir a segunda edição (aumentada) do seu Dicionário de Filosofia Portuguesa. Como filósofo já teve de corrigir uma ou outra ideia sua?
Muitas vezes. Pode é ter acontecido que não tenha chegado a exprimir juízo, que o tenha deixado entre parêntesis. Tenho do filósofo a noção de que é alguém que tropeça. Não recebe a sabedoria à partida. Se recebesse a sabedoria à partida não seria filósofo mas apenas um sábio. Os homens são filósofos porque, não tendo a sabedoria, a procuram, querem e amam.
Muitas coisas na sua vida ficaram entre parêntesis?
Muitas. Até o pecado.
Vive atormentado com isso?
O pecado inquieta-me. E o Diabo é inquietante. Diabólico é tudo aquilo que nos solicita para fora do nosso centro de consciência.
O pior é o que fica no subconsciente?
Os psicólogos é que sabem. O filósofo é apenas um homem que tenta abrir caminho através da sombra para chegar a uma clareira.
De algum modo, o filósofo julga-se o centro do mundo?
Se for verdadeiramente filósofo, não. Sente-se, como aliás vem nos diálogos platónicos, um mendigo a bater à porta da sabedoria.
Procurando responder a todas as interrogações?
Procurando respostas para as suas interrogações, para a sua modéstia e para as suas carências. O filósofo sente necessidade de bater às portas da liberdade em busca da verdade. Daí a trilogia do nosso mestre Álvaro Ribeiro: Filósofo é aquele que procura caminhar pela verdade e pela bondade até atingir a beleza, que é a harmonia.
Filósofos estão em vias de extinção?
Podemos, até, admitir que as sociedades promovem os filósofos. Estou a incluir aí os sem-abrigo, que têm consciência do que são, os fala-sós, os solitários. Toda essa gente tem alguma coisa de filósofo.
Assusta-o a clonagem?
Pode clonar-se o corpo mas não a alma. Cada indivíduo é irrepetível.
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Vidas Portuguesas: Pinharanda Gomes
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quinta-feira, novembro 27, 2008
Encontro de blogues nacionalistas
Uma organização contactável por correio electrónico vitorramalho1@gmail.com ou telefone n.º 961488375.
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Vidas Portuguesas: António José de Brito.
Nota: No início de 2009, publicar-se-á, na colecção NOVA ÁGUIA, um volume de estudos sobre o pensamento filosófico de António José de Brito ("Harmonias e Dissonâncias").
Etiquetas: António José de Brito
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quarta-feira, novembro 26, 2008
Novo CD de José Campos e Sousa
"Mensagem de Fernando Pessoa à beira-mágoa": pedidos directamente ao José Campos e Sousa, pelo email largodocarmo@gmail , ao preço unitário de 17 Euros.
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terça-feira, novembro 25, 2008
Conselho Nacional do PNR
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A nova lei do financiamento dos partidos
Os partidos sem representação parlamentar realizaram hoje, Sábado, mais uma reunião a propósito da nova lei do financiamento dos partidos políticos, no seguimento das várias que tiveram lugar nos últimos meses. Na sede do MPT, PNR, PH, POUS, MRPP e ND, concluíram que a nova proposta, acordada entre PS e PSD, "nada de substancial vem alterar à lei anterior", mantendo as suas enormes injustiças e modo de aplicação.
Foram relatados alguns exemplos inacreditáveis, como o caso em que um partido foi multado em milhares de euros por ter apresentado em Janeiro uma factura de telefone relativa a Dezembro, no valor de alguns euros, e que dizia respeito a ambos os períodos. A multa aplicada pelo Tribunal Constitucional excedia o próprio orçamento anual do partido, composto unicamente de quotas e donativos de militantes e simpatizantes.
São situações como estas que os partidos sem representação parlamentar, e sem subvenção estatal (ao contrário do que, erradamente, algumas manchetes indicavam), pretendem ver resolvidas e que a proposta de lei, acordada entre Alberto Martins (PS) e Paulo Rangel (PSD), não vem alterar. Recorde-se que aquele grupo de partidos já tinha apresentado uma proposta de lei que foi ignorada pelos partidos da maioria. Também já tinham reunido com o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, que se mostrou solidário e sensibilizado para o problema.
Agora, esperam-se novas tomadas de posição, com o objectivo de tentar corrigir uma situação que todos foram unânimes em considerar como "profundamente injusta" e que tem o objectivo de asfixiar e exterminar os partidos sem representação parlamentar.
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A Comissão Parlamentar de Inquérito ao BPN
1. Nunca uma Comissão Parlamentar de Inquérito descobriu ou resolveu o que quer que fosse.
2. Nunca uma Comissão Parlamentar de Inquérito contribuiu para apontar culpados ou indicar o alcance dos crimes.
3. Bem ao contrário, as Comissões Parlamentares de Inquérito limitam-se a dar espectáculo gratuito e dificultar a acção das entidades judiciais.
4. Lembram-se das Comissões sobre a privatização do Banco Totta? E das denúncias sobre a corrupção na Junta Autónoma de Estradas?
5. Para que servem então estas Comissões? Para lançar poeira para os olhos do Povo e para desviar as atenções das verdadeiras investigações. Servem para os políticos amigos dos ex-políticos investigados criem condições para que nada se descubra. Servem para o espectáculo e por isso são uma farsa. É urgente denunciar esta farsa nacional promovida por muitos que não querem o apuramento da verdade.
6. O PND denuncia esta farsa e espera que os políticos sérios e honestos não participem neste carnaval antecipado. Senhores Deputados, deixem trabalhar a polícia e os magistrados. Não sejam uma vez mais, um obstáculo à Justiça.
O Partido da Nova Democracia.
Lisboa, 23 de Novembro de 2008
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segunda-feira, novembro 24, 2008
1 de Dezembro 2008
Segue-se uma marcha em direcção à Praça do Município, onde terá lugar um protesto contra a decisão da Câmara Municipal de Lisboa de retirar o cartaz de propaganda do PNR.
Mais informações:
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Viva o 1.º de Dezembro!
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ENCONTRO DE BLOGUES NACIONALISTAS
Todos os que estão a pensar comparecer devem comunicar previamente com o Alma Pátria.
Como já foi anunciado, está incluído no programa o almoço e a confraternização e a troca de ideias. Solicita-se portanto informação prévia sobre a presença e o numero de acompanhantes, para efeitos de organização (restaurante e sala).
Rapidamente, e em força!
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sexta-feira, novembro 21, 2008
A Ofensiva Maçónica
Simultaneamente, estas jornadas revelaram-se como a ponta do icebergue, visível e alcançável, deste secretíssimo e controverso “mundo” que é a Maçonaria (Regular ou Irregular). De facto, começam agora a tornar-se visíveis alguns dos pilares em que assenta esta ofensiva maçónica a larga escala.
Por um lado, temos a Criação da Fundação do Grande Oriente Lusitano, Fundação esta que vai servir como que a representante formal e legal do Grande Oriente Lusitano (GOL) perante o Estado e a Sociedade portuguesa. É curioso assistir-se ao processo de reconhecimento (obrigatório) desta Fundação por parte do Governo português, por subdelegação de competências do Ministro da Presidência ao Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Dr. Jorge Lacão. Este Secretário de Estado é, ainda, também por subdelegação de competências, o responsável pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Alegadamente, o Dr. Jorge Lacão é um membro do GOL (de acordo com o Jornal de Notícias de 16/11/2008).
Por outro lado, estas jornadas foram uma espécie de manobra de marketing, provavelmente essencial a esta organização, nesta sua nova fase de pseudo abertura à sociedade portuguesa. Assistiu-se a uma autêntica manobra de charme e piscar de olho à plateia, constituída quase esmagadoramente por professores (de diversos graus e níveis de ensino), que aliaram a estas Jornadas Históricas a possibilidade de acumularem créditos para efeitos de progressão na Carreira Docente, por creditação pelo Conselho Científico Pedagógico de Formação Contínua. Bastava, para isso, assistirem a estas jornadas. Repare-se que esta questão da creditação não é meramente um pormenor insignificante nem, tão pouco, inocente ou obra do acaso. Isto constituiu uma manobra cuidadosamente planeada. Repare-se que, ao longo de doze anos, esta foi a primeira vez que estas jornadas puderam contribuir para efeitos de progressão na Carreira Docente, possibilitando, assim, uma vasta audiência repleta de professores. Deste modo, pretendeu atingir-se o coração da Sociedade portuguesa. Como? Os professores têm a notável capacidade de reproduzir, por gerações, as ideias e os ideais e de contribuir para a formação de consciências colectivas, para além de uma grande capacidade de intervenção cívica. Foi este, verdadeiramente, o objectivo (encapotado) destas jornadas (seguramente de um modo involuntário para a entidade responsável pela organização).
Aqui, pretendeu passar-se a imagem de que a Maçonaria é um conceito moderno, com uma mensagem actual e social e que não tem nada a esconder. E que, por isso mesmo, pode e deve expor-se sem receios e sem rodeios. Que é uma “organização” que discute os temas e os assuntos actuais, preocupada com a Sociedade, e ainda, portadora de belos ideais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Foi este o quadro que foi apresentado! Porém, esta autêntica acção de charme equipara-se, se permitem a comparação, a uma peça de roupa interior, a qual mostra quase tudo, mas esconde o essencial. Tratou-se, sim, de uma clara manobra de “recrutamento” de simpatizantes e de branqueamento das múltiplas acções destes cerca de 200 anos de influência da Maçonaria em Portugal. Nestes dois séculos assistiu-se, por parte da Maçonaria ou dos seus membros, directa ou indirectamente, a tentativas de subversões contra o Estado e a Igreja, a golpes de estado, ao regicídio, a mudanças de Regime por formas não democráticas ou amorais, à instigação de guerras civis, entre outras. Estes são factos reais e históricos, que não podem ser desmentidos. Atente-se a um dos seus lemas: “A soberania reside no povo maçónico” (In: sítio do GOL na Internet) – revelador! Nestas jornadas assistiu-se a uma pseudo abertura à sociedade, por exemplo, foi mostrada uma sala denominada “Templo Maçónico”. No entanto, e na realidade, o secretismo que envolve as reuniões de maçons quanto aos locais, datas e temas é absoluto, já para não falar na identidade dos participantes. Pelo átrio da exposição patente nas jornadas, estavam afixados dois placares com uma listagem contendo o nome de “Ilustres maçons” portugueses. Tratava-se, efectivamente, de ilustres cidadãos nacionais, embora e curiosamente, já falecidos há dezenas de anos. Nenhum nome de outras individualidades (ilustres, ou não) actuais foi referido. Avançou-se também com a indicação de sítios na Internet e de publicações (nomeadamente, a Revista Grémio Lusitano), tudo isto para mostrar que nada têm a esconder. Obviamente que não é assim! O facto é que muito pouco se sabe desta “organização”, onde quase todos os documentos que envolvem a Maçonaria, desde a sua fundação até hoje, são do desconhecimento público, ou alegadamente, não existem. Portanto, quanto à alegada transparência e abertura, não vale a pena dizer mais nada!... Revelador, foi também a circunstância de no programa destas jornadas constar uma mesa redonda com a presença simultânea dos três Grão-Mestres das três organizações maçónicas portuguesas (GOL, Maçonaria Feminina e Maçonaria Regular) – apesar de a Grão-Mestre da Maçonaria Feminina ter um imprevisto de última hora e não ter podido comparecer (foi representada, no entanto, por um membro da sua “organização”). Este facto revela-se de enorme pertinência, pois, historicamente, só em situações absolutamente excepcionais é que se assistiu à reunião dos três Grão-Mestres. Por outro lado, os oradores, salvo raríssimas excepções, eram quase todos maçons. Para além disso, mesmo aqueles que declararam expressamente não ser maçons, a grande maioria mostrou uma “colagem” quase perfeita às ideias defendidas pela Maçonaria, fazendo também suas, as críticas às adversidades sofridas por esta organização ao longo da história. Foi passada uma imagem altamente favorável do movimento maçónico e invocadas as conquistas anticlericais. Foram igualmente criticadas algumas das posições públicas da Igreja Católica (foram criticadas a Encíclica Humanum Genus do Papa Leão XIII, a "Declaração sobre a Maçonaria", de 26 de Novembro de 1983, assinada pelo então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Joseph Ratzinger – actual Papa Bento XVI –, assim como a posição pública do Bispo Emérito de Aveiro, D. António Marcelino, no Jornal de Opinião e Correio do Vouga, de 24 de Maio de 2007. Nestas circunstâncias, não houve, porém, qualquer direito ao exercício do contraditório, fundamental em democracia e essencial para um melhor entendimento do assunto em causa e esclarecimento da verdade. Estiveram ausentes diversas entidades ou individualidades, civis ou religiosas, que pudessem exercer o dito contraditório, nomeadamente: sociólogos, jornalistas de investigação, historiadores independentes (como, por exemplo, o Prof. Doutor José Hermano Saraiva) e não ligados directa ou indirectamente à Maçonaria, politólogos, entre outros. Seria também pertinente estarem representadas oficialmente, repito, oficialmente, as três grandes Igrejas monoteístas, em particular a Igreja Católica (por representar cerca de 90% da população portuguesa).
Outro factor desta ofensiva ficou bem patente com a declaração pública, nestas jornadas, por parte de António Reis, Grão-Mestre do GOL. Este afirmou que “Nos últimos 10 anos duplicou o número de iniciações de membros do GOL”, existindo já “70 Lojas e 10 Triângulos, espalhadas por quase todos os distritos do País” (Continente e ilhas). “O GOL tem entre 1500 a 2000 membros”. Se prestarmos um pouco de atenção nestes números, para lá da sua dimensão, verifica-se que há algo de incoerente nestas afirmações. A incoerência é esta: numa “organização” em que as admissões são raríssimas e passam por um sigiloso, rigoroso e apuradíssimo processo de admissão e selecção pessoal, e em que tudo é absolutamente registado e controlado, havendo até uma ou várias “Listas” próprias para o efeito – daí o conceito de “Regular” – não é de estranhar que o seu Grão-Mestre não saiba exactamente com quantos membros conta nas suas fileiras? Trata-se de uma diferença de 33% e, em número absoluto, de cerca de 500 pessoas. Tudo isto nos revela que, para lá desta eficiente manobra de marketing, comunicação e imagem, continua a ser muito o que a Maçonaria esconde da Sociedade, ou seja, dos “Profanos” (como são intituladas as pessoas que não pertencem à Maçonaria).
Por último, fica claro que esta ofensiva maçónica está já a dar os seus frutos, senão, vejam-se as consequências na Sociedade, em nome dos supostos ideais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”: violentos ataques contra a família (facilitação da dissociação familiar – divórcio – e a tentativa de legalizar e generalizar os casamentos homossexuais); contra as entidades religiosas, através de um laicismo redutor e atroz; contra a vida humana (legalização e liberalização do aborto, tentativa de introdução da eutanásia assistida). A última investida está a ser conduzida contra a comunicação social e as liberdades civis, nomeadamente com a tentativa, em curso, de fazer “calar” – extinguindo ou enfraquecendo – a Rádio Renascença, através da proposta de Lei sobre a não-concentração dos meios de comunicação social. Esta medida traduzir-se-á, também, num óbvio e claro ataque contra a Igreja Católica (curioso é que esta Lei praticamente só penalizará a Rádio Renascença – Canal 1 e RFM) e ainda, contra as liberdades civis (nomeadamente a liberdade de imprensa).
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quinta-feira, novembro 20, 2008
Também em Castelo Branco
Um blogue de serviço, pelos beirões, pela identidade regional e nacional.
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Em Lisboa: rumo a 2009
Para aqueles que não puderem comparecer neste dia e estiverem interessados em participar em futuras reuniões e acções de activismo devem contactar através do email:
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quarta-feira, novembro 19, 2008
Em Aveiro, por Portugal, sempre!
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segunda-feira, novembro 17, 2008
Comemoração do 1º de Dezembro
No próximo dia 1 de Dezembro a Causa Identitária sai à rua para celebrar a herança, liberdade e memória Portuguesa. Não fique em casa, e junte-se a nós nesta festa identitária pela reafirmação do nosso povo enquanto comunidade nacional! Contamos consigo!
Mais informações e/ou dúvidas contacte-nos através do nosso e-mail: correio@causaidentitaria.org.
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Comemoração do 1º de Dezembro
O PNR, como habitualmente, sairá à rua em Lisboa para assinalar com um Acto Público a Independência Nacional que se encontra cada vez mais ameaçada.
No dia 1 de Dezembro, às 16 horas na Praça dos Restauradores; com desfile até ao Largo do Município, em frente à Câmara Municipal de Lisboa, onde haverá um discurso final e onde se entoará o Hino Nacional, estando o encerramento previsto para as 18.00 horas.
Para o PNR, a Independência Nacional é um dos pontos fundamentais da doutrina nacionalista e, por isso, uma das nossas principais causas. Junte-se a nós, neste Acto Público, para assinalar uma importante data da nossa História, cada vez mais ignorada pelos governantes e para demonstrar com actos, que lutamos sempre para nossa independência!
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domingo, novembro 16, 2008
Informação Forum Nacional
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sábado, novembro 15, 2008
Carta de José Pinto-Coelho
http://www.pnr.pt/
Mas a luta, o verdadeiro combate, faz-se contando apenas com a certeza dos incondicionais. Com os que estão na linha da frente. São um punhado de gente corajosa, generosa e impermeável ao desânimo. São os que em qualquer circunstância, boa ou má, não hesitam em dizer: Presente!
A luta Nacionalista é dura e trilha caminhos armadilhados, de risco constante e ataques sucessivos, vindos de fora e de “dentro”.
Este caminho só é percorrido por quem, alicerçado em vontade firme e camaradagem forte, o consegue trilhar, escrevendo as páginas da História Nacionalista e do PNR com dor e fortaleza, com constância e Fé.
A incerteza da luta e dos seus resultados é algo que está sempre presente em quem se guia por profundas convicções. Esse é justamente um dos aspectos que nos distingue dos carreiristas, aburguesados e instalados no conforto e na certeza de contrapartidas.
O "poder" ser militante e combatente nacionalista tem que estar diariamente acompanhado por um renovado “querer” sê-lo!
Esse “querer” afirmativo, desprendido, confiante e determinado não é compatível com birras, caprichos ou teimosias estéreis. Não cabe neste “querer” a tentação da crítica fácil, do “treino de bancada” ou de teorias que não passam de falsas desculpas para “justificarem” a falta de entrega.
O ano que se aproxima, mais do que nunca na História do PNR, vai precisar de sentir por parte dos militantes e apoiantes o verdadeiro sentido da afirmação “Presente”!
Vamos precisar de mobilizar mais ainda: candidatos, cabeças de lista, presenças nas campanhas de propaganda, nas mesas de voto…
Há certas horas na vida das instituições e das pessoas, nas quais, mais que nunca, as palavras não acompanhadas por actos se tornam mais vazias e desprezíveis. É nessas horas, sobretudo nessas, de provação ou de esforço, de risco ou de entrega, que se distingue entre quem diz e quem faz.
O PNR não precisa de palavras, teorias ou promessas. Precisa de apoio e de actos.
A escolha cabe a cada um.
José Pinto-Coelho
15 Nov 2008
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quinta-feira, novembro 13, 2008
A ler, sem falta
quarta-feira, novembro 12, 2008
Encontro de blogues em Cantanhede, dia 29 de Novembro
Neste momento impõe-se que se procure uma sala, onde para além do almoço se possa confraternizar e trocar algumas ideias.
Por email ou por telemóvel, estão-se a receber as inscrições.
A organização apela para que se continue a divulgar a iniciativa, na certeza de que Cantanhede saberá receber todos de igual maneira e o melhor que pode e sabe.
Inscrevam-se contactando o
http://almapatria-patriaalma.blogspot.com/
Email: vitorramalho1@gmail.com
Telemóvel: 961488375
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A internet alterou o curso da batalha das ideias
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Uma tarde com Alberto Buela
Na passada sexta-feira tive a honra de conhecer pessoalmente o filósofo argentino (e subsecretário para o Desenvolvimento e o Fomento Social do Ministério do Interior argentino) Alberto Buela, sou leitor do mesmo pela internet e creio que inclusive cheguei a traduzir textos seus há alguns anos embora, não recordo bem porquê, tenha acabado por me convencer que era um pensador um tanto ou quanto reaccionário e conservador… erro meu, erro gravíssimo até, Alberto Buela consegue ser mais intelectualmente rebelde que eu próprio e é um espírito jovem apesar da sua já avançada idade.
Após o almoço deixaram-me a mim, e aos dois companheiros que me acompanhavam, a sós com Buela e a conversa esticou-se por algumas horas, a sua paixão por Oliveira Martins, Fernando Pessoa e Eça de Queirós vieram ao de cima, o contacto com António José de Brito e outros portugueses, inclusive (mundo pequeno) com um separatista açoriano que conheceu na Argentina.
Soubemos também dos seus encontros com Hugo Chávez (encontrou-se pessoalmente com o comandante três vezes) e incluso que o patriota e socialista presidente venezuelano manteve (talvez ainda mantenha) contacto com… Alain de Benoist!!!
Foi uma tarde em cheio repleta de bom humor (Buela faz-nos sentir bem dispostos com a sua mera presença e as suas brincadeiras constantes) no decorrer da qual se discutiu sobre tudo um pouco, desde Platão até aos tempos modernos passando pela Pérsia.
Na bagagem trago alguns livros que o mesmo insistiu em me oferecer e a promessa de um contacto contínuo doravante, é que o veterano Buela ficou rendido com a profundidade (palavras do mesmo) da filosofia da acção vertical que a delegação portuguesa promoveu nas conferências que ocorreram posteriormente, citou diversas vezes a intervenção de Filipe Ferreira.
Aliás, as III Jornadas da Dissidência ficaram marcadas pela inovação portuguesa, não nos faltaram elogios e citações posteriores por parte de diversos intervenientes, sendo o mais apaixonado deles Alberto Buela.
(In Admirável Mundo Novo, 11 de Novembro de 2008)
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terça-feira, novembro 11, 2008
Uma terra em que se tiram os filhos aos pais?
Na segunda-feira 17 de Novembro de 2008, pelas 15 Horas, realiza-se no Hotel Eurossol, em Leiria, uma conferência de imprensa, destinada a toda a comunicação social, dando público conhecimento do andamento do “Caso Esmeralda”, e das acções já empreendidas ou a empreender brevemente.
Intervirão Baltazar Nunes, e ainda os juristas José Luís Martins e José Pereira Santos.
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A importância de ser negro
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No sábado, em Lisboa: encontro na SHIP
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segunda-feira, novembro 10, 2008
PNR: acção em Coimbra a 15 de Novembro
O ponto de encontro é na Estação Nova às 12 horas.
Quem estiver interessado em participar deve comunicar para PNRCoimbra@gmail.com ou informar-se no Coimbra Terra Portuguesa.
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Recolha de brinquedos
Todas as ajudas são bem-vindas, e aos interessados pede-se apenas que contactem via mail: vianatp@gmail.com
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Sobre o complexo de culpa
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Autores e obras do legitimismo
"Bilderberg - os senhores do mundo": livro proibido?
Leia aqui o alerta para uma situação incrível.
E pelo sim pelo não descarregue já o livro, em pdf, enquanto está disponível na net...
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sexta-feira, novembro 07, 2008
Prioridades
"Os nossos principais campos de acção são o desenvolvimento de uma imprensa que escape ao consenso ideológico totalitário a que assistimos todos os dias entre as televisões e a "imprensa de referência", a multiplicação de estruturas comunitárias, tipo Vlaams Huis, que oferençam uma alternativa concreta à atomização liberal, a instauração de sistemas educativos alternativos, o desenvolvimento de uma economia militante assente na ética e no localismo, a produção de obras de verdade contra-cultura enraízada e, como sempre, a formação intelectual e política.
Cada alma salva da desculturização e das patologias materialistas é uma vitória mais importante que todas as eleições do mundo, sobretudo aquelas em que o resultado é decidido nos bastidores de Wall Street."
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Coimbra e Figueira da Foz: basta de criminalidade
O PNR faz assim sentir a sua acção na Figueira Foz, mostrando ao povo desta cidade que só nacionalismo é solução.
Outras acções se vão seguir..."
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"Grupo Vector" em entrevista
Aproveitando as polémicas manifestações estudantis em Itália, a No Media Portugal decidiu entrevistar um projecto nacional estudantil, de cariz local: no Instituto Superior Técnico. Dão pelo nome de Grupo Vector.
- Lendo a apresentação no vosso blogue oficial agradou-nos o carácter local do projecto, é muito específico o objectivo: o activismo no seio de um estabelecimento académico. Acreditam que deste modo se poderão evitar os habituais sectarismos da área nacional, mantendo a porta aberta a todos os estudantes nacionalistas, não importa a organização em que militem fora dos muros da escola?
- O Grupo Vector é um grupo autónomo de nacionalistas do Instituto Superior Técnico. Quer isto dizer que somos estudantes nacionalistas independentes de qualquer organização. Alguns de nós nem sequer estão ligados a grupos no exterior do instituto. Num ambiente universitário cada vez mais uniformizado, formatado e resignado, une-nos o sentimento nacionalista e o inconformismo de quem quer ter uma palavra a dizer no rumo da vida universitária.
- A ideia de criação do GV surge originalmente de um grupo de estudantes do Técnico, para contrapor as ‘jotas’ que não ocultam a sua influência na vida associativa juvenil das faculdades, ou inspirados por iniciativas semelhantes no estrangeiro (CUIB e Blocco Studentesco?
- Ao contrário de outros grupos, não somos o braço estudantil de um partido político. Por outro lado, não somos uma secção de um movimento internacional. A nós interessa-nos acima de tudo o instituto e os interesses dos estudantes. De uma perspectiva global, é óbvio que temos relações com grupos universitários nacionalistas de outros países da Europa, já que no fundo, com o processo de Bolonha e a crescente uniformização e privatização do Ensino Universitário europeu, estamos todos na mesma luta.
- Quais os problemas mais flagrantes do dia a dia de um estudante? Politicamente, notam algum policiamento externo ou destaca-se principalmente a autocensura exercida pelos vossos próprios colegas?
- O IST é uma faculdade com cerca de dez mil alunos e é uma das mais conceituadas instituições universitárias portuguesas. No dia-a-dia, os problemas que mais nos afligem são a insegurança nas imediações da faculdade e o crescente controlo dos estudantes dentro do campus (através da instalação de câmaras de vigilância, de “diligentes” seguranças e de certas restrições). Entretanto, a adaptação ao processo de Bolonha e as tentativas de privatização do IST (há muito que se fala em converter o instituto numa fundação privada) também são algo que nos preocupa.
Politicamente, o Grupo Vector quer ser claro sem deixar de suscitar a dúvida, quer estar presente sem deixar de parecer invisível. Dessa forma, podemos contornar o policiamento externo e a incompreensão de alguns colegas.
- Tendo em conta as diversas notícias vindas a público, consideram recuperável o bom nome do nacionalismo em Portugal?
- Consideramos a universidade o nosso campo de acção e, por isso, essa pergunta extravasa um pouco o nosso âmbito. Não fazemos depender a nossa motivação da popularidade das nossas convicções. Já o escritor francês Drieu la Rochelle dizia que “a verdade não precisa de muitos amigos e, mesmo quando vencida, não deixa de ter razão”.
- Julgam que o mau nome do nacionalismo se deve mais à parcialidade da comunicação social, à falta de formação dos jovens nacionalistas ou até às duas causas?
- Se é verdade que a imprensa manifesta uma posição muito hostil e até sensacionalista em relação a tudo o que tenha a ver com nacionalismo, verificam-se por vezes episódios infelizes que poderiam ser facilmente evitados. No entanto, esta é uma questão que extravasa completamente a nossa acção.
- Embora agradados pela inovação do projecto, ficamos apreensivos no que diz respeito ao símbolo adoptado, adoptar a cruz céltica foi uma ponderação estratégica de choque? Não consideram que o símbolo, por si só, poderá afastar pessoas que à partida poderiam simpatizar com as vossas ideias?
- Já ponderaram a criação de um boletim, ou folha, de opinião nacionalista acerca da vida no Técnico?
- Desde a sua criação, a acção do Grupo Vector tem sido encarada de uma forma sustentada. Lançado por um grupo restrito de estudantes, o projecto tem atraído progressivamente a atenção e o interesse de mais pessoas, dentro e fora do instituto. Apesar de todas as condicionantes, ao longo da sua existência o Grupo Vector esteve mais ou menos discretamente em diversas frentes na defesa dos alunos. Além disso, podemos dizer que temos várias iniciativas planeadas para os próximos tempos. E embora a criação de um boletim figure entre os nossos objectivos, não é de momento uma prioridade.
- Têm ponderado a possibilidade de criação de núcleos noutros estabelecimentos académicos?
- O Grupo Vector, quer pelo seu nome como pelos seus objectivos, só tem sentido dentro do Instituto Superior Técnico. No entanto, não descartamos a colaboração com outros projectos estudantis.
- Recentemente ocorreram manifestações conjuntas de organizações juvenis nacionalistas com organizações estudantis de esquerda em Roma, esse tipo de união na acção contaria com a participação do GV se ocorresse em Portugal?
- Não temos qualquer preconceito com outras organizações estudantis, até porque partilhamos certos objectivos e reivindicações. Na verdade, o Grupo Vector já esteve presente, mais do que uma vez, em iniciativas promovidas por outras organizações estudantis. No entanto, não acreditamos em uniões impossíveis. É sabido o resultado das manifestações conjuntas em Itália: os estudantes nacionalistas acabaram por sofrer uma carga violentíssima organizada por elementos de extrema-esquerda, com consequências ainda por conhecer.
- Para finalizar, veremos um dia o GV na AE do IST? Caso queiram acrescentar algo…
- Quem sabe se o Grupo Vector não se encontra já dentro da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico…
De resto, queremos agradecer por esta oportunidade e desejar boa sorte ao projecto No-Media na sua luta pela informação livre e independente.
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quinta-feira, novembro 06, 2008
Legião Vertical
Leia também no Legião Vertical e no Boletim Evoliano.
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"Questões nacionais"
"Sou um cidadão de Coimbra, com 50 anos de idade, preocupado com o que o futuro nos reserva. Como escrever é um dos meus vícios, e só escrevendo o alimento, através desta gaveta interactiva, tento exercer esta dependência na forma mais honesta possível. Fazendo das minhas palavras, talvez, a materialização do pensamento de quem gostaria de o fazer e não pode, por razões várias. Evidentemente, sem falsa modéstia, gostaria muito que este blogue fosse lido por muitos e, sobretudo, que fosse comentado.Para quem não sabe, afirmo que a melhor recompensa que poderão dar a uma pessoa que gosta de se manifestar através da escrita é fazê-lo sentir que é lido. E, nessa máxima, vale mais um comentário negativo do que nenhum. Por isso, não se sintam acanhados...comentem..concordem ou não."
É este o espírito!
Visitem o Questões Nacionais.. e participem!
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Combater a batalha da informação
"Dans la bataille des idées et de l’information, notre objectif n’est pas d’imposer notre point de vue mais simplement de le faire entendre. Bref de réintroduire de la pluralité dans un monde dominé par l’idéologie unique. Beaucoup d’actions – individuelles à effectuer depuis son ordinateur – sont possibles dans ce domaine: nourrir de commentaires les articles des grands journaux, ou compléter l’encyclopédie collaborative Wikipedia. Ces opérations doivent être conduites avec nuance et intelligence: il s’agit non de substituer une opinion à une autre mais de réexposer des faits dans leur pluralité ou de réparer des omissions."
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«O jornalismo online é a imprensa do futuro»
Os presentes concordaram no diagnóstico: «o jornalismo online é a imprensa do futuro».
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quarta-feira, novembro 05, 2008
Teses para um gramscismo tecnológico
(artigo de Jean Yves Le Gallou)
La présence et les modes d’expression sur Internet varient naturellement selon l’âge. Mais toutes les générations sont susceptibles d’être mobilisées par le cyber militantisme.
Il y a d’ailleurs un message à faire passer aux hommes de l’écrit traditionnel: Internet n’est pas le concurrent mais le complément du livre ou de la revue.
L’édition classique garde sa place parce qu’elle est plus confortable à la lecture, qu’elle est plus adaptée à des textes longs et reste encore souvent jugée plus valorisante. En l’état actuel des choses, Internet n’a pas vocation à remplacer l’essai ou l’article de fond imprimé.
Pour autant, il est dommage que bien des textes intéressants, importants, voire fondamentaux, ne soient pas disponibles sur Internet. Les arguments malthusiens – à savoir protéger les ventes payantes – couramment utilisés contre la mise en ligne ne sont pas recevables:
– d’abord, parce qu’en matière d’essais et de revues d’idées, il n’y a pas de modèles économiques purement commerciaux qui soient viables;
– parce que la visibilité sur Internet permet souvent d’accéder à de nouveaux clients, y compris payants;
– parce que la mise à disposition d’un texte sur Internet lui permet de trouver une nouvelle vie ainsi qu’une diffusion nouvelle;
– enfin, parce que la mise en ligne de textes supplémentaires augmente le volume de contenus des sites et contribue ainsi à améliorer leur référencement.
Il y a donc, pour la bataille des idées, un champ d’expansion à investir : la mise en ligne de textes écrits aujourd’hui en jachère, au regard de la diffusion numérique.
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terça-feira, novembro 04, 2008
O Presidente Negro
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Teses para um gramscismo tecnológico
(texto de Jean Yves Le Gallou)
Les adversaires de l’idéologie unique sont parfois démotivés: l’«aquabonisme» contribue à la démobilisation. A quoi bon réfléchir ou agir si nul n’en a connaissance? A quoi sert-il de produire un texte, s’il n’est pas édité? A quoi sert-il de conduire une opération, si elle n’est pas rapportée?
Internet permet de contourner le silence des grands médias centraux: l’auteur d’un texte devient son propre éditeur; l’organisateur d’une action devient son propre narrateur; et si ce qui a été dit ou fait le mérite, la diffusion en sera largement assurée par la propagation virale.
Certes, cela joue plus à l’échelle des réseaux de proximité que sur un ensemble national ou mondial. Mais une multitude de petites actions valent mieux qu’une… grande inaction; et de petits tréteaux locaux valent mieux que l’attente eschatologique de la représentation quinquennale du grand spectacle présidentiel.
D’autant que de petites victoires peuvent construire et structurer des réseaux ensuite disponibles pour d’autres batailles.
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Teses para um gramscismo tecnológico
(excerto da comunicação de Jean Yves Le Gallou)
La «révolte des élites» a été imposée aux peuples par l’intermédiaire des grands médias centraux: télévisions, radios et grands journaux; leur mode de fonctionnement est vertical: l’information part d’un émetteur et descend vers un récepteur.
Internet inverse le rapport de force entre le centre et la périphérie. Sur Internet chacun est à la fois récepteur et émetteur.
Le monopole de la presse est ainsi brisé. Jean-Paul Cluzel, président de Radio France, en fait le constat désabusé dans «Les Echos» du 14 octobre 2008: «Sur les sites Internet, les internautes, les jeunes en particulier, trouvent une information brute qui leur paraît plus objective et plus honnête.»
Plusieurs caractéristiques d’Internet contribuent à briser le monopole de l’idéologie unique diffusée par l’hyperclasse mondiale:
– d’abord, Internet permet l’extension de la parole privée qui, par nature, est plus libre que la parole publique; l’usage du pseudonyme peut encore renforcer cette attitude; et les tabous qui s’imposent dans la vie quotidienne existent moins, voire pas du tout, sur Internet;
– ensuite, Internet permet une propagation virale des messages; propagation qui peut être extrêmement rapide et qui contraint de plus en plus souvent les médias centraux à diffuser des informations initialement occultées;
– enfin, les moteurs de recherche n’ont pas – pas encore en tout cas – de conscience politique, ils sont neutres : un fait ou une analyse non conformes ont donc une bonne espérance de vie et de développement sur Internet.
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“As nossas vidas estão na Baixa”
(ver notícia no Alma Pátria e no Coimbra Terra Portuguesa)
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Ciclo Mishima
O ciclo "Mishima, Um Esboço do Nada", é dedicado à figura e à obra do romancista, dramaturgo, actor e realizador japonês Yukio Mishima (1925-1970), e oferece até ao dia 14 de Dezembro um conjunto de realizações, nomeadamente exposições, teatro, filmes, e outras, centradas na figura de Mishima.
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segunda-feira, novembro 03, 2008
Couto Viana no 60.º aniversário da sua vida literária
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Carta (Aberta) ao Zé Campos e Sousa e aos meus Amigos e a todos os Nacionalistas
O que diz pátria sem ter vergonha
E faz a guerra pela verdade;
Que ama o futuro, constrói e sonha
Pão e poesia para a Cidade
A esse quero chamar irmão,
Sentir-lhe o ombro junto do meu:
Ir a caminho de um coração
Que foi de todos e se perdeu.
(António Manuel Couto Viana)
Parece que estamos em “maré” de Epístolas. Às vezes assim é preciso. Às vezes mais que escrever cartas é necessário gritar. É o que eu vou aqui fazer, ou seja, escrevo-te esta carta, Zé Campos e Sousa,gritando.
Como te deves ter apercebido, eu recebi, via um email do nosso amigo Nonas uma tua carta, que intitulaste «CARTA AOS MEUS AMIGOS: No tempo em que se festejam os 120 anos de Pessoa». Logo eu tomei a providência de a reproduzir (disso te dei o devido conhecimento, como tu sabes), colocando a mesma a circular entre os meus amigos e conhecidos. Soube, depois, que outros nossos amigos a colocaram nos seus blog’s, como, por exemplo, foi o caso do Humberto Nuno Oliveira e outros mais.
Dentro das minhas parcas possibilidades (e elas são realmente pobres), foi o esforço que eu pude despender, meu velho. Pudesse eu fazer mais!...
Senti que a tua mensagem, embora não sendo a “MENSAGEM” de Fernando Pessoa (a tal que como menestrel da Pátria queres cantar), tinha que alcançar o maior número possível de gente amiga ou conhecida.
Confesso-te que tive que ler a tua Carta duas vezes. Duas vezes, porque foi com algum custo e uma certa perturbação quando eu a li vez primeira. Ler para crer, como São Tomé?
Aquela “CARTA AOS MEUS AMIGOS”, escrita por um português de lei, por um antigo combatente de Além-Mar em África, por um amigo e camarada como tu, que conheço desde os primeiros anos do 25A74, golpe de Estado militar, pretoriano e corporativo (de tão nefasta memória e resultante de uma acção desalmada, porque feita por gente da tropa sem Alma Lusa), que te viste na imperiosa e estranha contingência, quase dramática, de escrever aos teus amigos, isso para eles gerarem uma espécie de movimento de solidariedade (a tal bola de neve, como dizes na tua carta), com vista a ser editado um teu (NOSSO) CD, no caso vertente, especialmente alusivo aos 120 anos de Pessoa e ao seu poema “MENSAGEM”, representou para todos nós (nacionalistas), assim penso, um grito de alerta e que, inevitavelmente (assim o espero) terá que ter as devidas consequências. Nada pode continuar como dantes. Ou poderá? E não é só a ti que pergunto isso: é a todos aqueles que se consideram portugueses e nacionalistas que eu questiono tal. Poderão as coisas continuar na mesma? Se calhar vão continuar.
Em certa medida, é uma vergonha (para todos nós!) que tivéssemos que receber uma missiva tua dessa natureza para despertarmos para um combate em prol da tão mal tratada Cultura Portuguesa. Um combate que é URGENTE e necessário fazer. Isso sob pena, caso não sejamos capazes, de capitularmos, uma vez mais (e sempre) perante os nossos inimigos que, obviamente, também são os inimigos de Portugal.
Nós, nacionalistas, temos de encontrar (e rapidamente!) alternativas culturais verdadeiramente nacionais. Isso sob a forma de uma nova Oficina de Teatro (que já tivemos no passado), de uma nova Cooperativa Livreira (que já tivemos no passado), de organizar Saraus Culturais (que já organizamos no passado), de ter gente a escrever e a declamar poesia; que saiba fazer um “jornal falado” (que já fizemos no passado) e outras coisas novas, que poderemos fazer no presente e no futuro. Se muitas dessas coisas já fizemos (como nacionalistas revolucionários) no passado, porque razão não o fazemos agora? Será porque já não somos a mesma “raça” de portugueses e de nacionalistas, como no passado? Ou será porque muitos “nacionalistas” andam hoje mais interessados em desenhar cruzes gamadas nas paredes e a escrever o “portuguesíssimo” termo Sieg Heil? Meditemos, nisto tudo, nem que seja por um breve momento.
Olha, Zé Campos e Sousa, na tua “CARTA AOS MEUS AMIGOS”, devo aqui afirmar, que tu foste, no teu apelo, excessivamente modesto e humilde (como só as Almas Fortes são realmente capazes em o ser).
Tu tinhas o direito de exigir muito mais… Mas, pensando muito melhor, não és tu que tens que ser ajudado. Nós é que, na verdade, é que temos que ser acudidos por ti. Obrigado, Zé Campos e Sousa, por teres sido capaz de teres feito isso por nós – TODOS.
Obrigado por nos teres feito ver (espero que definitivamente) que a alguma indiferença (talvez antes uma distracção, melhor dizendo) que todos, no fundo, demonstramos possuir perante o teu sacrifício e talento em cantar a Pátria (lembraste de cantares, com letra do nosso amigo Diogo Pacheco de Amorim, o “tragam rosas brancas, para a Pátria morta…”?), nos pode vir a custar muito caro.
Muitíssimo mais caro do que o custo de uma qualquer produção de um mero CD que, embora cantado por ti, para que o possamos ouvir no próximo Natal e em todos os outros dias que o queiramos, deve ser, também, cantado pelas nossas vozes. Desafinadas ou não, isso pouco importa.
Obrigado, Zé Campos e Sousa, pela tua pequena/grande lição que nos deste a todos nós.
António José dos Santos Silva
Porto, Domingo, 2 de Novembro de 2008
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As conclusões de Jean-Yves Le Gallou
Je ne suis pas naïf.
Je ne crois pas à la martingale toujours gagnante.
Je connais les tentatives de censure et de répression sur Internet.
Je n’ignore pas que ce bel outil peut aussi servir d’alibi à la passivité de l’homme-tronc derrière son écran.
Et je vois chaque jour les puissants investir la Toile où ils ont, là comme ailleurs, l’avantage de l’abondance financière.
Pour autant, alors que depuis quarante ans la pression de l’idéologie dominante, l’idéologie perroquet, n’a cessé de se renforcer, Internet peut bouleverser la donne:
– d’abord, parce que c’est un instrument qui retire du «temps de cerveau disponible» (Le Lay) aux grands médias: c’est toujours ça de pris!
– ensuite, parce que c’est une arme utilisable du faible au fort;
– enfin, parce que c’est une arme au service des minorités agissantes qui sont aussi celles qui font l’histoire.
Je souhaite donc que le camp libertaro-identitaire ou communautaro-conservateur l’utilise encore davantage, toutes générations confondues.
Je ne peux m’empêcher d’établir un parallèle entre l’arrivée d’Internet dans les années 1995 et la montée progressive des mouvements populistes en Europe : en Suède, en Norvège, au Danemark, aux Pays-Bas, en Flandre, en Suisse, en Autriche, en Italie et même plus récemment en Grande-Bretagne et en Irlande.
Je ne peux m’empêcher d’interpréter non plus, de manière optimiste, les résultats des dernières élections autrichiennes. Les 16/18 ans sont ceux qui passent relativement le moins de temps devant la télévision et le plus de temps sur Internet: or ils ont voté à plus de 50% pour deux partis populistes qui incarnent la liberté et les valeurs traditionnelles de l’Autriche. Ne boudons pas les bonnes nouvelles!
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