domingo, outubro 31, 2004
E o mundo!
Com amizade e admiração sinceras, dedico aos mais combativos e desassombrados reaccionários da blogosfera, O Pasquim da Reacção e A Casa de Sarto, mais um excelente artigo do grande escritor católico que foi Gustavo Corção.
E o mundo? Que rumo tomará esse monstro de complexidade e de diversidade, que rosna em todos os tons a vanglória de suas conquistas, para logo, em todos os timbres gemer as misérias das mesmíssimas glórias; e o mundo? o mundo?
Lembro-me da visita que fiz a Nelson Rodrigues, recém-operado e ainda mergulhado nos abismos da semiconsciência. Quando, afinal, vencidas as reservas e proibições médicas consegui entrar no pequeno quarto onde Nelson me apareceu numa majestosa cátedra de dor toda cercada pelos fios e aparelhos luminosos da ciência. Nelson estava majestosamente alheio a tudo. De repente, por uma fresta acaso acesa na consciência, viu-me e precipitou-se para mim com um rugido que a custo estivera represado naquela grande alma tão apaixonadamente interessada: - Corção! E o mundo? E o mundo?
Tracei no ar um gesto largo e rotativo para tranqüilizá-lo: o mundo continuava seu ofício de girar.
Carinhosamente expulso pelo médico e pelas enfermeiras, vi o Nelson voltar às trevas protetoras da inconsciência enquanto, pelos corredores do edifício, voltava eu ao mundo.
Hoje, depois de uma semana a depressão gripal e de vertigens de natural cansaço de tanto girar com os que giram, retomei consciência da cátedra que me oferecem nesta bela página do GLOBO, de onde devo atender às interrogações vindas de todo o mundo e estampadas, neste ou naquele estilo, em todas as páginas dos jornais.
Parece-me que todas as inquietações convergem nesta: "Aonde vamos?"
Na semana passada, a contemplação dos mistérios da Paixão e da Cruz nos levaram a ponderar que deve estar no supremo ponto do combate e do ensinamento de Jesus o supremo critério para nosso pobre testemunho. Numa escalada em que Jesus e os doze, depois do drama da Ceia, sobem ao jardim das oliveiras há uma inimaginável ascensão espiritual. Quando dissemos que começa a Paixão no momento em que, feitos todos os preparativos, Nosso Senhor diz aos doze: "Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa", estávamos longe de imaginar os degraus de uma imensa e divina dor a serem galgados em poucas horas. E agora, em vez da mesa preparada e até dir-se-ia festiva, vemos o Senhor prostrado na terra, tomado de angústia, a suplicar "Pai afasta se possível de mim este cálice - mas que Tua Vontade Seja Feita e Não a Minha" (Mc. XIV, 37 de memória). E aí está a primeira lição: obediência ao Pai até a morte, e morte de cruz.
Todas as hesitações, todas as dúvidas, todos os cansaços, todos os medos se resolvem diante desta suprema obediência ao Pai.
O leitor dirá que repito frases convencionais, e perguntará como é que nós podemos saber qual é a vontade de Deus. Respondo dizendo que efetivamente repito o que com a Igreja aprendi, e dou graças a Deus de não ter sido vã a atenção que prestei à Sagrada Doutrina. Agora desdobro em duas a resposta ao leitor ávido de uma solução para o seu caso. Em primeiro lugar temos a ciência geral da vontade de Deus expressa nos mandamentos e desenvolvidos nas obras dos doutores da Igreja. Tudo isto se estuda e se aprende desde que inicialmente se escolha a graça que nos leva a amar a vontade de Deus. Para ouvir a vontade de Deus nos casos particulares é preciso ter a alma preparada pela mortificação, pela humildade e pelo silêncio interior. Isto também se aprende e se exercita se os admiráveis exemplos dos santos nos são oferecidos pela Igreja para que esses exemplos nos aproximem mais dos exemplos de Jesus.
E agora, neste ponto, marcado com uma cruz, ponderemos o rico paradoxo do mistério da redenção. Desde os preparativos da Ceia observamos que Jesus prepara e conduz sua Paixão mais como quem faz uma obra do que como quem se submete aos acontecimentos. Voltemos ao jardim das oliveiras onde deixamos Jesus prostrado, e depois a dizer com tristeza infinita: - "Não pudeste rezar uma hora comigo!"
Quando porém os passos da multidão armada de varapaus e seguida de soldados romanos, a atitude de Jesus tem tão visível força e majestade que derruba por terra os primeiros homens da corte. E quando pergunta: "quem procurais?" e sobretudo quando responde tranqüilamente: - "Sou eu...", torna-se para nós bem clara - na Fé - o desenvolvimento da cena sacerdotal: Jesus não é preso, Jesus se entrega, se oferece ao Pai.
Mas é diante do sinédrio reunido para julgar Jesus que a obra de nossa salvação, trabalhada por Nosso Senhor, ganha uma concentração inimaginável. Enquanto juízes e testemunhas formulavam acusações diversas e até incoerentes, Jesus calava-se como se nada daquilo lhe dissesse respeito, ou como se sua vida não estivesse nas mãos daqueles homens. Em outras circunstâncias, análogas diante de Heródes (Luc. XXIII, 9) e de Pilatos (Mc. XV, 5) Jesus calou-se. Quando porém no Sinédrio o Sumo Sacerdote, admirado de seu silêncio, dirigiu-lhe a pergunta que o mataria - "És tu o Cristo?" - Jesus respondeu com a única resposta que o Pai esperava dele, sabendo que nesta resposta concentrava o sacrifício em razão do qual o Verbo Divino se encarnara para a salvação eterna dos homens que, acima de todas as coisas do mundo, tivessem sede daquele Sangue. Eis a resposta de Jesus-Sacerdote que oferece ao Pai Jesus-Vítima: "Eu o sou". "E haveis de ver o Filho do Homem sentado à direita do Pai vir sobre as nuvens".
A continuação é conhecida: O Sumo Sacerdote rasga as vestes. Jesus vai de Heródes para Pilatos. O povo prefere Barrabás. E Jesus é crucificado exatamente por ser o Filho de Deus Encarnado para morrer na cruz por nossa salvação.
Da casa tranqüila de Betania (Luc. X, 42) ao tumultuoso ambiente do Sinédrio, e daí ao Calvário, traça-se a límpida linha do supremo critério com que queremos na terra, no turbilhão dos múltiplos cuidados temporais, nos mantermos fiéis ao único necessário e à razão central do sacrifício de Jesus. Blasfemaremos sim, quando reunidos em sínodos ou concílios dissermos que ali estamos em nome de Jesus Cristo para fins e cuidados "prevalentemente temporais". Ou pecaremos por omissão se, diante de tais declarações, não dissermos: "anathema sit".
Gustavo Corção
(O GLOBO Quinta-feira, 22/4/76)
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E o mundo? Que rumo tomará esse monstro de complexidade e de diversidade, que rosna em todos os tons a vanglória de suas conquistas, para logo, em todos os timbres gemer as misérias das mesmíssimas glórias; e o mundo? o mundo?
Lembro-me da visita que fiz a Nelson Rodrigues, recém-operado e ainda mergulhado nos abismos da semiconsciência. Quando, afinal, vencidas as reservas e proibições médicas consegui entrar no pequeno quarto onde Nelson me apareceu numa majestosa cátedra de dor toda cercada pelos fios e aparelhos luminosos da ciência. Nelson estava majestosamente alheio a tudo. De repente, por uma fresta acaso acesa na consciência, viu-me e precipitou-se para mim com um rugido que a custo estivera represado naquela grande alma tão apaixonadamente interessada: - Corção! E o mundo? E o mundo?
Tracei no ar um gesto largo e rotativo para tranqüilizá-lo: o mundo continuava seu ofício de girar.
Carinhosamente expulso pelo médico e pelas enfermeiras, vi o Nelson voltar às trevas protetoras da inconsciência enquanto, pelos corredores do edifício, voltava eu ao mundo.
Hoje, depois de uma semana a depressão gripal e de vertigens de natural cansaço de tanto girar com os que giram, retomei consciência da cátedra que me oferecem nesta bela página do GLOBO, de onde devo atender às interrogações vindas de todo o mundo e estampadas, neste ou naquele estilo, em todas as páginas dos jornais.
Parece-me que todas as inquietações convergem nesta: "Aonde vamos?"
Na semana passada, a contemplação dos mistérios da Paixão e da Cruz nos levaram a ponderar que deve estar no supremo ponto do combate e do ensinamento de Jesus o supremo critério para nosso pobre testemunho. Numa escalada em que Jesus e os doze, depois do drama da Ceia, sobem ao jardim das oliveiras há uma inimaginável ascensão espiritual. Quando dissemos que começa a Paixão no momento em que, feitos todos os preparativos, Nosso Senhor diz aos doze: "Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa", estávamos longe de imaginar os degraus de uma imensa e divina dor a serem galgados em poucas horas. E agora, em vez da mesa preparada e até dir-se-ia festiva, vemos o Senhor prostrado na terra, tomado de angústia, a suplicar "Pai afasta se possível de mim este cálice - mas que Tua Vontade Seja Feita e Não a Minha" (Mc. XIV, 37 de memória). E aí está a primeira lição: obediência ao Pai até a morte, e morte de cruz.
Todas as hesitações, todas as dúvidas, todos os cansaços, todos os medos se resolvem diante desta suprema obediência ao Pai.
O leitor dirá que repito frases convencionais, e perguntará como é que nós podemos saber qual é a vontade de Deus. Respondo dizendo que efetivamente repito o que com a Igreja aprendi, e dou graças a Deus de não ter sido vã a atenção que prestei à Sagrada Doutrina. Agora desdobro em duas a resposta ao leitor ávido de uma solução para o seu caso. Em primeiro lugar temos a ciência geral da vontade de Deus expressa nos mandamentos e desenvolvidos nas obras dos doutores da Igreja. Tudo isto se estuda e se aprende desde que inicialmente se escolha a graça que nos leva a amar a vontade de Deus. Para ouvir a vontade de Deus nos casos particulares é preciso ter a alma preparada pela mortificação, pela humildade e pelo silêncio interior. Isto também se aprende e se exercita se os admiráveis exemplos dos santos nos são oferecidos pela Igreja para que esses exemplos nos aproximem mais dos exemplos de Jesus.
E agora, neste ponto, marcado com uma cruz, ponderemos o rico paradoxo do mistério da redenção. Desde os preparativos da Ceia observamos que Jesus prepara e conduz sua Paixão mais como quem faz uma obra do que como quem se submete aos acontecimentos. Voltemos ao jardim das oliveiras onde deixamos Jesus prostrado, e depois a dizer com tristeza infinita: - "Não pudeste rezar uma hora comigo!"
Quando porém os passos da multidão armada de varapaus e seguida de soldados romanos, a atitude de Jesus tem tão visível força e majestade que derruba por terra os primeiros homens da corte. E quando pergunta: "quem procurais?" e sobretudo quando responde tranqüilamente: - "Sou eu...", torna-se para nós bem clara - na Fé - o desenvolvimento da cena sacerdotal: Jesus não é preso, Jesus se entrega, se oferece ao Pai.
Mas é diante do sinédrio reunido para julgar Jesus que a obra de nossa salvação, trabalhada por Nosso Senhor, ganha uma concentração inimaginável. Enquanto juízes e testemunhas formulavam acusações diversas e até incoerentes, Jesus calava-se como se nada daquilo lhe dissesse respeito, ou como se sua vida não estivesse nas mãos daqueles homens. Em outras circunstâncias, análogas diante de Heródes (Luc. XXIII, 9) e de Pilatos (Mc. XV, 5) Jesus calou-se. Quando porém no Sinédrio o Sumo Sacerdote, admirado de seu silêncio, dirigiu-lhe a pergunta que o mataria - "És tu o Cristo?" - Jesus respondeu com a única resposta que o Pai esperava dele, sabendo que nesta resposta concentrava o sacrifício em razão do qual o Verbo Divino se encarnara para a salvação eterna dos homens que, acima de todas as coisas do mundo, tivessem sede daquele Sangue. Eis a resposta de Jesus-Sacerdote que oferece ao Pai Jesus-Vítima: "Eu o sou". "E haveis de ver o Filho do Homem sentado à direita do Pai vir sobre as nuvens".
A continuação é conhecida: O Sumo Sacerdote rasga as vestes. Jesus vai de Heródes para Pilatos. O povo prefere Barrabás. E Jesus é crucificado exatamente por ser o Filho de Deus Encarnado para morrer na cruz por nossa salvação.
Da casa tranqüila de Betania (Luc. X, 42) ao tumultuoso ambiente do Sinédrio, e daí ao Calvário, traça-se a límpida linha do supremo critério com que queremos na terra, no turbilhão dos múltiplos cuidados temporais, nos mantermos fiéis ao único necessário e à razão central do sacrifício de Jesus. Blasfemaremos sim, quando reunidos em sínodos ou concílios dissermos que ali estamos em nome de Jesus Cristo para fins e cuidados "prevalentemente temporais". Ou pecaremos por omissão se, diante de tais declarações, não dissermos: "anathema sit".
Gustavo Corção
(O GLOBO Quinta-feira, 22/4/76)
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Militância em rede
Como calculo que nem todos tenham o saudável hábito de percorrer as ligações que destaquei na coluna à direita, vejo-me forçado a fazer aqui destaques que bem podiam ser desnecessários.
Sublinho hoje o excelente trabalho do Causa Nacional, lançado decididamente na chamada ao combate de todos os que se sentirem disponíveis. Acompanhem o sítio, e sigam os conselhos.
Não esquecer ainda o Forum Nacional, local indispensável como ponto de encontro e de debate da família nacional. Visitem, e não se limitem a visitar: participem activamente, deixem as vossas opiniões, quando concordarem e sobretudo quando não concordarem. Cultive-se a ginástica mental, a troca de opiniões livre e sem preconceitos, o debate e a polémica, a informação e a formação em linha entre toda a galáxia nacionalista.
Nem sempre da discussão nasce a luz, mas pelo menos do conhecimento, da análise e do enriquecimento cultural sempre podemos colher umas luzes.
O Forum Nacional tem que ser o areópago, a praça grande do movimento nacionalista. Vão lá afixar as vossas ideias, publicitar as vossas realizações e iniciativas, fazer sugestões e críticas - ou só desabafar.
E se não gostarem mesmo, já sabem: façam outro forum! Há sempre lugar para outros!
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Novidades LIBRAD
Saiu mais uma actualização do catálogo da LIBRAD, uma livraria que é realmente uma perdição para quem quer que goste de história, de literatura, de política, de geopolítica, sei lá de que mais - de livros, em suma.
Nas novidades encontramos mais um número da revista Éléments, um novo livro sobre as ideias de Céline, o diário de guerra de Marcel Déat, e muito mais que vale bem a pena ir investigar.
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Nas novidades encontramos mais um número da revista Éléments, um novo livro sobre as ideias de Céline, o diário de guerra de Marcel Déat, e muito mais que vale bem a pena ir investigar.
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O Homem e a Natureza
A julgar pelos vestígios que deixaram e pelas amostras de humanidade dispersa e degradada que os portugueses encontraram nas terras do Brasil, o homem paleolítico vivia num nível cultural de quase exclusiva e obsessiva preocupação de seu relacionamento com o mundo exterior e inferior. Vivia em luta com o meio. Não é fácil reconstituir e imaginar essa situação em que um ser dotado de dimensão racional, da mesmíssima espécie que hoje nos diferencia dos animais, estava obrigado a curvar a razão ainda impotente no domínio dos elementos, sem o socorro dos instintos que os animais possuem para adequar-se ao meio de mesmo nível ontológico. O homem não se espiritualizou gradativamente, isto é, não passou do ser não-espiritual para o ser espiritual por etapas contínuas ou discretas como pensam que pensam os evolucionistas ou como sugeriu o festejado Teilhard de Chardin que, infelizmente para a Companhia de Jesus e para a Igreja, não foi internado e metido numa camisa-de-força em momento oportuno. Tal transição do não-espiritual para o espírito, como se o espírito fosse uma fina emergência da matéria, é um disparate metafísico. Aliás, o evolucionismo, em que todos os habitantes deste século pensam que pensam, é um disparate físico e metafísico: físico porque contraria a lei fundamental do mundo físico que é a da entropia crescente; metafísico porque contraria o lema: «nada passa da potência ao ato a não ser por algo que já esteja em ato». É uma alucinação pensar (ou pensar que pensa) que os átomos de hidrogênio, por acaso, e vencendo improbabilidades fantásticas que Borel e Boltzman chamaram de extra-cósmicas, como apelido de impossível, se encontrem numa rosa ou num gato; e ainda mais alucinatório é pensar que aqueles átomos, a mesmo título que uma célula primeira tem no genotipo todas as virtualidades do fenotipo, tenham um encaminhamento necessário finalizado e já no elétron solitário ou no próton, possuam em ato um germe e uma intenção de se incorporar, mais tempo menos tempo, num grão de areia, numa estrela, num cabelo de uma criança ou numa lágrima de santo. Tudo viria do hidrogênio. Deixemos a evolução e reconsideremos os nossos pobres antepassados que tanto lutaram para dominar a pedra e para vencer o urso. Sabemos que, após longo esforço horizontal, o homem começou a imprimir na matéria do mundo as formas pensadas no espírito. Emergem as civilizações e multiplicam-se prodigiosamente as marcas impressas na matéria pela racionalidade do homem. Peço ao leitor que se demore em imaginar esse grandioso espetáculo que foi a ascensão dos homens. Muito antes de ouvir a notícia da próxima descida do Espírito de Verdade, que no Domingo passado ouvimos, a humanidade usou fartamente o espírito do homem, imagem e semelhança Daquele, e fartamente espalhou no mundo obras e feitos que ela mesma, com toda razão, admira. Mas, ai de nós! Em certa curva da história, marcada pelo falso humanismo da Renascença e pela Reforma – cujos malefícios sabemos hoje apreciar muito mais vivamente e muito mais dolorosamente do que no século XVI – a humanidade passou a admirar-se a si mesma de um modo vertiginoso e idolátrico. Estamos repetindo em quatro séculos o mito de Narcisus; ou estamos, depois de milênios, tentando uma reprise do Pecado Original. E agora vejam o estranho resultado: depois de tão maravilhosas conquistas científicas e técnicas, e pelo fato de se ter inclinado obsessivamente para as coisas inferiores e exteriores, o homem submete o espírito ao serviço delas, transubstancia a soberba em concupiscência e produz o monstruoso mundo tecnocrático que tem, no movimento helicoidal da história assim traçado, o mesmo meridiano do homem das cavernas, a mesma submissão ao mundo material, mas em nível fantástica e alucinatoriamente mais elevado. O senso comum e a reta teologia nos advertiam de que tamanho desenvolvimento tecnocrático seria letal para o homem sem o proporcionado desenvolvimento civilizacional, e portanto espiritual. Infelizmente para nós, habitantes deste século, Satã ganhou a batalha desses quatro séculos. A guerra, não ganhou nem ganhará; mas a batalha, o episódio, a etapa, ele contabilizou e nos deixou estupefatos diante desse mistério dos mistérios: o mal e o consentimento de Deus. Em torno da Igreja, os maus levitas recém-egressos, ou semi-apóstatas, querem desespiritualizar a Igreja de Cristo e do Espírito Santo, como pensam que os homens já desespiritualizaram o mundo. Assistimos a essa tragédia desenvolvida em dois planos: um assalto à Igreja, uma crise in sino Ecclesiae e a disputa pela hegemonia de uma civilização deformada e deformadora do homem. E aqui já não se divide o mundo em dois hemisférios, o da dureza totalitária e o da moleza liberal. Na dissolução do humano andam os adversários de mãos dadas. Na marcha acelerada que a tecnocracia imprimiu ao progresso material, a humanidade cada vez mais se dobra e mais se inclina para a terra. Alguns mais alvoroçados não escondem certa impaciência de atingirem o ideal de andar de quatro. A maioria evolui numa espécie de tabes dorsalis, cujos primeiros sintomas neurológicos se manifestam pela dificuldade da genuflexão. De um modo ou de outro está em perigo a postura ereta do homem, que só se mantém quando a espinha dorsal da alma é sustentada pela virtudes teologais.
Gustavo Corção (1972)
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Gustavo Corção (1972)
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sábado, outubro 30, 2004
Espírito Céltico
No dia 6 Novembro próximo, sábado, pelas 21.30 horas, será inaugurada uma exposição da pintora Ana Rita Borges com o título genérico "Espírito Céltico", no Café-Salão de Chá "O Torque", na Rua Consiglieri Pedroso, nº 20, em Sintra (entre o Posto de Turismo e o Hotel Lawrence).
Na mesma ocasião haverá um recital de temas tradicionais europeus com flautas e guitarra clássica por Gonçalo do Carmo e Miguel Almeida.
Para conhecer melhor a sua obra visitem a página de Ana Rita Borges.
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Na mesma ocasião haverá um recital de temas tradicionais europeus com flautas e guitarra clássica por Gonçalo do Carmo e Miguel Almeida.
Para conhecer melhor a sua obra visitem a página de Ana Rita Borges.
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sexta-feira, outubro 29, 2004
Livrai-nos Deus de nossos inimigos
Um leitor amigo telefonou-me hoje com palavras de compreensão e encorajamento. Graças a Deus não são poucos os telefonemas desta espécie. Mas hoje, creio que pela primeira vez senti a necessidade de assinalar a presença de uma posição prévia que frequentemente marca essas manifestações sobre os conflitos em questão. Sim, hoje, numa espécie de retrospecção multiplicada, como se tivesse em mim acionado às avessas um computador, observo uma constante nessas comunicações de meus leitores amigos e correligionários. Muitos se queixam do público dilaceramento da Igreja, dos debates entre irmãos da mesma Fé que, no calor da controvérsia, podem chegar a ferir a Caridade e apresentar a triste figura da Igreja ferida em sua unidade. Não, caro leitor amigo e correligionário, os artigos de luta que venho mantendo em público, abertamente, sem nenhum disfarce e sem nenhuma precaução especial no arredondamento das frases, não têm por objeto as divergências dos Irmãos na Fé e sim as injúrias feitas à Igreja pelos seus INIMIGOS. Não sou eu quem pretende sondar o foro íntimo para dizer quem pertence à Igreja e quem está fora dela como inimigo a destruí-la; são eles mesmos que fazem questão de assim se caracterizarem, sem nenhum equívoco e de quase nos forçar a dar-lhes crédito. Escrevo sobre o que escrevem e falam, ou o que deles alardeiam os seus vastos meios de comunicação, e não hesito um segundo em dizer que aceito o combate e que me considero INIMIGO e não apenas um irmão na Fé, com amenas divergências.
Bem quisera, bem quisera frequentemente entreter-me aqui da grandeza e da beleza das coisas de Deus; ou até entreter-me em discussões vivas, mas realmente amistosas, sobre reais e dolorosas divergências que me separam de alguns irmãos na Fé. Preferiria o debate elevado e sempre inspirado pela santa Caridade, que tem como primeira exigência o amor da verdade. Muitas vezes me entretenho com amigos sobre todos os assuntos que tocam a sagrada doutrina, e não tenho hoje mais feliz passatempo. Mas a sinistra realidade é a do combate público, escandaloso, que o inimigo faz à Igreja, e que, portanto, nos impõe.
Volvo quase um século, para lembrar a primeira lição de catecismo recebida de minha mãe. Creia-me o leitor ou não, mas o fato é que realmente me lembro. Suspendendo a esferográfica um instante, revi esse momento que peço a Deus rever na hora de minha morte: eu pequenino, nos joelhos de minha mãe, aprendia o Pelo Sinal. Segurava-me ela a mão e, com meu pequenino polegar, fazia o sinal iniciador da vida católica, repetindo as palavras: PELO SINAL DA SANTA CRUZ, LIVRAI-NOS DEUS NOSSO SENHOR, DE NOSSOS INIMIGOS, EM NOME DO PAI, DO FILHO, E DOS ESPÍRITO SANTO.
Hoje, depois de um século de empulhamentos e do triunfal aggiornamento trazido por uma apoteose de equívocos, querem nos inculcar a amolecida idéia de um cristianismo sem combate, sem inimigos e, por via de consequência, sem necessidade do Sinal da Cruz. Ouso dizer que a paz mundial, a paz terrestre, a paz feita de bem-estar e do comodismo, etc...constitui uma das principais preocupações do Demônio. Muito melhor do que nós, ele sabe que a obsessão desse cuidado nos leva ao abandono de qualquer ideal de Bem e de Verdade, e diverte-se em saber também que esse é o caminho da mais espantosa explosão de inimizades que o mundo conhecerá. Por mim, confesso que me apavoro, quando sinto o horror que esta simples palavra provoca nesta atualidade costurada de ecumenismos, cursilhos, diálogos e demais retalhos da fantasia dopada. Uma vez, conversando com um general, usei inadvertidamente este vocábulo: “os nossos INIMIGOS”, e ouvi esta afetuosa observação: Professor, eu prefiro o termo adversário...Calei-me aterrado. Se os padres e os militares não sabem mais o que é o “inimigo”, quem o saberá? Porque, na verdade, as duas instituições que devem ter a viva noção desta entidade, são realmente a Igreja e o Exército. Aqui no Brasil, as desavenças acaso ocorridas entre essas duas instituições se explicam umas vezes pelo fato de não serem “da Igreja” aqueles que em nome dela pretendem falar, outras vezes pelo fato de não saberem, os homens da Igreja, que o Exército, de 64 até hoje luta a seu lado contra o inimigo comum.
Imagino que nesta altura meu leitor esteja a revolver as idéias que aprendeu sobre a Caridade, Evangelho, Perdão e outras grandes noções que auriu no regaço da Igreja. Sendo estudioso, lembra-se que o Concílio de Trento trouxe esta definição lapidar: A Igreja Militante é aquela parte de seus membros (ainda na Terra) que luta contra três cruéis Inimigos: o Diabo, o Mundo e a Carne.
Mas meu leitor também se lembrará de uma palavra de Cristo: Mas eu vos digo amareis vossos inimigos... “Meu Deus, como conciliar tantas idéias aparentemente opostas?! Como poderei amar se devo combater? Respondeu dizendo: combatendo! Porque esta é a melhor forma de Caridade a que ele tem direito. Por incrível que pareça são os pacifistas que pecam contra a Caridade quando querem que todos se unam e se misturem na mesma indiferença em relação à Verdade e ao Bem. Sim, não há mais odioso pecado contra a Caridade do que a amável condescendência com que permitimos e colaboramos com a permanência no erro e no mal. Não fazer questão de incomodá-lo, de combatê-lo, de tirá-lo da sua tranquilidade no erro e no mal, é fazer uma das obras prediletas do Demônio.
Gustavo Corção
(O Globo, 25-7-74)
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Bem quisera, bem quisera frequentemente entreter-me aqui da grandeza e da beleza das coisas de Deus; ou até entreter-me em discussões vivas, mas realmente amistosas, sobre reais e dolorosas divergências que me separam de alguns irmãos na Fé. Preferiria o debate elevado e sempre inspirado pela santa Caridade, que tem como primeira exigência o amor da verdade. Muitas vezes me entretenho com amigos sobre todos os assuntos que tocam a sagrada doutrina, e não tenho hoje mais feliz passatempo. Mas a sinistra realidade é a do combate público, escandaloso, que o inimigo faz à Igreja, e que, portanto, nos impõe.
Volvo quase um século, para lembrar a primeira lição de catecismo recebida de minha mãe. Creia-me o leitor ou não, mas o fato é que realmente me lembro. Suspendendo a esferográfica um instante, revi esse momento que peço a Deus rever na hora de minha morte: eu pequenino, nos joelhos de minha mãe, aprendia o Pelo Sinal. Segurava-me ela a mão e, com meu pequenino polegar, fazia o sinal iniciador da vida católica, repetindo as palavras: PELO SINAL DA SANTA CRUZ, LIVRAI-NOS DEUS NOSSO SENHOR, DE NOSSOS INIMIGOS, EM NOME DO PAI, DO FILHO, E DOS ESPÍRITO SANTO.
Hoje, depois de um século de empulhamentos e do triunfal aggiornamento trazido por uma apoteose de equívocos, querem nos inculcar a amolecida idéia de um cristianismo sem combate, sem inimigos e, por via de consequência, sem necessidade do Sinal da Cruz. Ouso dizer que a paz mundial, a paz terrestre, a paz feita de bem-estar e do comodismo, etc...constitui uma das principais preocupações do Demônio. Muito melhor do que nós, ele sabe que a obsessão desse cuidado nos leva ao abandono de qualquer ideal de Bem e de Verdade, e diverte-se em saber também que esse é o caminho da mais espantosa explosão de inimizades que o mundo conhecerá. Por mim, confesso que me apavoro, quando sinto o horror que esta simples palavra provoca nesta atualidade costurada de ecumenismos, cursilhos, diálogos e demais retalhos da fantasia dopada. Uma vez, conversando com um general, usei inadvertidamente este vocábulo: “os nossos INIMIGOS”, e ouvi esta afetuosa observação: Professor, eu prefiro o termo adversário...Calei-me aterrado. Se os padres e os militares não sabem mais o que é o “inimigo”, quem o saberá? Porque, na verdade, as duas instituições que devem ter a viva noção desta entidade, são realmente a Igreja e o Exército. Aqui no Brasil, as desavenças acaso ocorridas entre essas duas instituições se explicam umas vezes pelo fato de não serem “da Igreja” aqueles que em nome dela pretendem falar, outras vezes pelo fato de não saberem, os homens da Igreja, que o Exército, de 64 até hoje luta a seu lado contra o inimigo comum.
Imagino que nesta altura meu leitor esteja a revolver as idéias que aprendeu sobre a Caridade, Evangelho, Perdão e outras grandes noções que auriu no regaço da Igreja. Sendo estudioso, lembra-se que o Concílio de Trento trouxe esta definição lapidar: A Igreja Militante é aquela parte de seus membros (ainda na Terra) que luta contra três cruéis Inimigos: o Diabo, o Mundo e a Carne.
Mas meu leitor também se lembrará de uma palavra de Cristo: Mas eu vos digo amareis vossos inimigos... “Meu Deus, como conciliar tantas idéias aparentemente opostas?! Como poderei amar se devo combater? Respondeu dizendo: combatendo! Porque esta é a melhor forma de Caridade a que ele tem direito. Por incrível que pareça são os pacifistas que pecam contra a Caridade quando querem que todos se unam e se misturem na mesma indiferença em relação à Verdade e ao Bem. Sim, não há mais odioso pecado contra a Caridade do que a amável condescendência com que permitimos e colaboramos com a permanência no erro e no mal. Não fazer questão de incomodá-lo, de combatê-lo, de tirá-lo da sua tranquilidade no erro e no mal, é fazer uma das obras prediletas do Demônio.
Gustavo Corção
(O Globo, 25-7-74)
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Uma perversidade fascista
De acordo com os jornais, o primeiro-ministro da Europa, Durão Barroso, foi forçado a bater em retirada perante o Parlamento Europeu e a a retirar de votação a lista de comissários que havia proposto devido a uma maldade da extrema-direita.
Então não é que os deputados da extrema-direita se preparavam para votar a favor da Comissão, assegurando-lhe deste modo uma vitória tangencial na votação?
Malandros! Admite-se lá uma coisa destas! Apoiarem o homem só para o lixarem!
Só mesmo da cabeça perversa de uns fascistas, que é o que eles são.
Ainda bem que o Zé Manel viu a coisa a tempo (bem, na verdade fizeram-lhe ver e encostaram-no à parede, mas não interessa). Corajosamente retirou logo a lista, e vai emendá-la de modo a satisfazer os reparos da esquerda. Na próxima vez que se apresentar à votação já terá garantido os necessários votos da esquerda parlamentar, e será entronizado como deve ser. Tudo está bem quando acaba bem.
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Então não é que os deputados da extrema-direita se preparavam para votar a favor da Comissão, assegurando-lhe deste modo uma vitória tangencial na votação?
Malandros! Admite-se lá uma coisa destas! Apoiarem o homem só para o lixarem!
Só mesmo da cabeça perversa de uns fascistas, que é o que eles são.
Ainda bem que o Zé Manel viu a coisa a tempo (bem, na verdade fizeram-lhe ver e encostaram-no à parede, mas não interessa). Corajosamente retirou logo a lista, e vai emendá-la de modo a satisfazer os reparos da esquerda. Na próxima vez que se apresentar à votação já terá garantido os necessários votos da esquerda parlamentar, e será entronizado como deve ser. Tudo está bem quando acaba bem.
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quinta-feira, outubro 28, 2004
REACÇÃO NACIONAL
Estava eu a lamentar na entrada anterior a ausência da rede dos textos doutrinários que nos faltam e eis que tomei conhecimento de um novo sítio que parece partilhar os meus sentimentos.
Surgiu o REACÇÃO NACIONAL, e embora ainda no início exibe já um valioso conjunto de documentos.
Pouco a pouco começam a aparecer sinais de esperança.
Todos não somos demais para continuar Portugal: que ninguém nos falte!
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Surgiu o REACÇÃO NACIONAL, e embora ainda no início exibe já um valioso conjunto de documentos.
Pouco a pouco começam a aparecer sinais de esperança.
Todos não somos demais para continuar Portugal: que ninguém nos falte!
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NOVA DIREITA
Estive a admirar a formidável quantidade de textos em espanhol, em francês e em inglês que é possível encontrar nesta página de arquivo dedicada à NOVA DIREITA.
Que inveja! Em Portugal nem a nova nem a velha; ninguém tratou ainda de colocar em rede os textos fundamentais indispensáveis para dar a conhecer o seu pensamento e a sua história.
Na net de língua portuguesa nem o elementar e básico foi disponibilizado. Nem sequer os discursos fundamentais de Salazar é possível encontrar, nem uma antologia de António Sardinha foi organizada, nem uma selecção de textos de Alfredo Pimenta ou António José de Brito se encontra - para só referir figuras fundamentais da cultura portuguesa do século XX.
Como vamos atrasados, amigos e camaradas!
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Que inveja! Em Portugal nem a nova nem a velha; ninguém tratou ainda de colocar em rede os textos fundamentais indispensáveis para dar a conhecer o seu pensamento e a sua história.
Na net de língua portuguesa nem o elementar e básico foi disponibilizado. Nem sequer os discursos fundamentais de Salazar é possível encontrar, nem uma antologia de António Sardinha foi organizada, nem uma selecção de textos de Alfredo Pimenta ou António José de Brito se encontra - para só referir figuras fundamentais da cultura portuguesa do século XX.
Como vamos atrasados, amigos e camaradas!
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quarta-feira, outubro 27, 2004
Parti des Suisses Nationalistes
Por toda a Europa se verifica a irrupção de novas forças políticas. Na cidade de Langenthal, na Suíça, houve este 24 de Outubro eleições comunais. Com grande surpresa, um partido recente, formado por jovens da cidade, conseguiu eleger um conselheiro para integrar o conselho da cidade.
Trata-se do Parti des Suisses Nationalistes, que tem agora como seu representante no "conseil de ville", que governa a cidade, o seu cabeça de lista, Tobias Hirschi.
O mais curioso é que o Tobias, operário numa empresa de construção de obras públicas (estradas), tem apenas vinte anos.
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Trata-se do Parti des Suisses Nationalistes, que tem agora como seu representante no "conseil de ville", que governa a cidade, o seu cabeça de lista, Tobias Hirschi.
O mais curioso é que o Tobias, operário numa empresa de construção de obras públicas (estradas), tem apenas vinte anos.
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FORUM NACIONAL
Verifico que o Forum Nacional está à beira de atingir os mil membros inscritos.
É um número notável, mesmo comparado com os congéneres estrangeiros, e mesmo descontando o facto de muitas dessas inscrições serem, talvez, meramente fictícias.
Não quero deixar de realçar esse marco, e sublinhar a importância da existência de tal ponto de encontro e informação.
Repare-se que não está aqui em causa a concordância plena com este ou aquele participante, nem sequer a adesão à linha política deste ou do outro responsável.
Tudo isso é matéria discutível, e onde existem três opinantes poderá haver até quatro opiniões. Mas o que é facto assente é que o Forum existe, está aberto a quem queira participar, e se não se valoriza mais e não ganha toda a projecção possível será pela nossa falta de colaboração.
Por mim, entendo que todos, os que concordam, os que discordam, e os assim-assim, podem e devem colaborar e intervir, sem preconceitos nem ideias feitas; o tempo dirá o que da controvérsia e do debate próprios de uma geração que procura um caminho poderá ainda vir a resultar.
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É um número notável, mesmo comparado com os congéneres estrangeiros, e mesmo descontando o facto de muitas dessas inscrições serem, talvez, meramente fictícias.
Não quero deixar de realçar esse marco, e sublinhar a importância da existência de tal ponto de encontro e informação.
Repare-se que não está aqui em causa a concordância plena com este ou aquele participante, nem sequer a adesão à linha política deste ou do outro responsável.
Tudo isso é matéria discutível, e onde existem três opinantes poderá haver até quatro opiniões. Mas o que é facto assente é que o Forum existe, está aberto a quem queira participar, e se não se valoriza mais e não ganha toda a projecção possível será pela nossa falta de colaboração.
Por mim, entendo que todos, os que concordam, os que discordam, e os assim-assim, podem e devem colaborar e intervir, sem preconceitos nem ideias feitas; o tempo dirá o que da controvérsia e do debate próprios de uma geração que procura um caminho poderá ainda vir a resultar.
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terça-feira, outubro 26, 2004
InfoKrisis
Um interessante blogue espanhol, do conhecido Ernesto Milá, é o InfoKrisis.
Tem conteúdo muito variado, sempre de elevado nível intelectual, numa perspectiva inconformista, contra a nova ordem mundial, o politicamente correcto e o pensamento único.
Acrescente-se ainda que fornece boas e úteis ligações.
Um local a acompanhar com toda a atenção.
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Tem conteúdo muito variado, sempre de elevado nível intelectual, numa perspectiva inconformista, contra a nova ordem mundial, o politicamente correcto e o pensamento único.
Acrescente-se ainda que fornece boas e úteis ligações.
Um local a acompanhar com toda a atenção.
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RED VÉRTICE
Recomendo aos meus estimados leitores uma excursão à RED VÉRTICE, a agência de informações alternativa.
Destaco a abundância das ligações, que nos permitem acesso imediato a muitas páginas de interesse.
Podem colocar nos favoritos a RED VÉRTICE, sem favor nenhum.
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Destaco a abundância das ligações, que nos permitem acesso imediato a muitas páginas de interesse.
Podem colocar nos favoritos a RED VÉRTICE, sem favor nenhum.
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Democracia Nacional
Teve lugar em Madrid no passado fim de semana o congresso da Democracia Nacional.
A notícia mais relevante é a eleição de Manuel Canduela para a chefia do movimento.
De resto, nota-se a reafirmação da linha política e objectivos que têm sido prosseguidos, até agora sem eco eleitoral visível.
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A notícia mais relevante é a eleição de Manuel Canduela para a chefia do movimento.
De resto, nota-se a reafirmação da linha política e objectivos que têm sido prosseguidos, até agora sem eco eleitoral visível.
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La Conquista del Estado
Decorre no ano de 2005 o centenário do nascimento de Ramiro Ledesma Ramos.
Para assinalar a efeméride, e renovar o conhecimento da personalidade e da obra de um dos mais fascinantes e criativos políticos do século XX espanhol, organizou-se o Círculo Cultural La Conquista del Estado, recordando o título da sua revista.
Fica aqui a lembrança.
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Para assinalar a efeméride, e renovar o conhecimento da personalidade e da obra de um dos mais fascinantes e criativos políticos do século XX espanhol, organizou-se o Círculo Cultural La Conquista del Estado, recordando o título da sua revista.
Fica aqui a lembrança.
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segunda-feira, outubro 25, 2004
Novo blogue
Um novo blogue apareceu a animar a área nacional.
Dá pelo estranho nome de 14 CORSERPENTIS 88 e merece ao menos que lhe façam uma visita.
Vão lá encorajar o novato a continuar, que a camaradagem serve para isso mesmo.
Que jamais te encontres sózinho na batalha!
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Dá pelo estranho nome de 14 CORSERPENTIS 88 e merece ao menos que lhe façam uma visita.
Vão lá encorajar o novato a continuar, que a camaradagem serve para isso mesmo.
Que jamais te encontres sózinho na batalha!
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Manifestação em Madrid
Foi um êxito de mobilização a manifestação realizada em Madrid pela FALANGE, no passado sábado, por uma nova política de imigração.
Apesar da habitual violência, desordem e intimidação dos profissionais do antifascismo, a manifestação fez-se e percorreu uma área central de Madrid, a partir da zona frontal à sede do PSOE.
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Apesar da habitual violência, desordem e intimidação dos profissionais do antifascismo, a manifestação fez-se e percorreu uma área central de Madrid, a partir da zona frontal à sede do PSOE.
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Verdadero Peronismo
Importa conhecer sempre mais e mais além; venho recomendar uma visita à Argentina, e o conhecimento do fenómeno que teve como protagonistas Juan Péron e Evita.
Fiquem então a conhecer o VERDADERO PERONISMO.
Tem pouco a ver com fantasias de Madonna...
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Fiquem então a conhecer o VERDADERO PERONISMO.
Tem pouco a ver com fantasias de Madonna...
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POR LA VIDA
Em Espanha a batalha pela vida, pela família, pela natalidade, desenvolve-se por forma inteiramente similar ao que acontece em Portugal - os problemas são os mesmos.
Recomento que visitem o sítio POR LA VIDA, muito bem concebido, com conteúdos muito úteis, e que faz o favor de me remeter com regularidade notícias sobre a matéria.
Em Portugal esse combate tem sido travado, e é bom que continue - porque nenhuma batalha foi vencida, e muito menos a guerra. Temos por isso que estar atentos e aprender com o que fazem os outros: os vizinhos, os amigos... e também os inimigos.
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Recomento que visitem o sítio POR LA VIDA, muito bem concebido, com conteúdos muito úteis, e que faz o favor de me remeter com regularidade notícias sobre a matéria.
Em Portugal esse combate tem sido travado, e é bom que continue - porque nenhuma batalha foi vencida, e muito menos a guerra. Temos por isso que estar atentos e aprender com o que fazem os outros: os vizinhos, os amigos... e também os inimigos.
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Bloc Identitaire
O Bloc Identitaire procura demonstrar campanha após campanha a sua capacidade para encontrar novas formas de acção e de propaganda.
Mas além da inovação responde também às exigências da propaganda clássica. Colocou por isso à disposição de todos um conjunto de pequenos cartazes e panfletos, que é possível utilizar, se necessário adaptando-os, a partir do seu site.
Podem encontrar aqui, e verificar se o material é útil para a realidade portuguesa.
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domingo, outubro 24, 2004
É A HORA?
Será que finalmente a blogomania começa a chegar às hostes nacionais?
Será que finalmente vou ver de pé a blogolândia nacional dos meus sonhos?
Pelo menos mais um lançou-se à aventura: que seja bem vindo o É A HORA!!!
E que outros se atirem para a frente, neste desafio que é de todos. Quem é o próximo?
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Será que finalmente vou ver de pé a blogolândia nacional dos meus sonhos?
Pelo menos mais um lançou-se à aventura: que seja bem vindo o É A HORA!!!
E que outros se atirem para a frente, neste desafio que é de todos. Quem é o próximo?
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sábado, outubro 23, 2004
Aos amigos
Quero manifestar o meu agradecimento a todos os que por diversas vias mostraram a sua preocupação com a minha ausência deste blogue. Fica aqui escrito para os devidos efeitos que o "Fascismo em Rede" não acabou.
A todos os leitores que se interessaram e se preocuparam, o meu muito obrigado.
Muito obrigado em especial para o Causa Nacional e para O Porta-Bandeira, que me deram importância suficiente para expressar publicamente a sua estranheza. Muito obrigado também para os outros, designadamente os que escreveram aqui nos comentários ou comunicaram por email.
O blogue seguirá logo que o seu autor esteja em condições de o actualizar.
Entretanto, que a ninguém falte o ânimo e a determinação para continuar. Temos que ser todos aquela minoria "inacessível ao desalento" de que falava José António.
Só vos peço uns dias.
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A todos os leitores que se interessaram e se preocuparam, o meu muito obrigado.
Muito obrigado em especial para o Causa Nacional e para O Porta-Bandeira, que me deram importância suficiente para expressar publicamente a sua estranheza. Muito obrigado também para os outros, designadamente os que escreveram aqui nos comentários ou comunicaram por email.
O blogue seguirá logo que o seu autor esteja em condições de o actualizar.
Entretanto, que a ninguém falte o ânimo e a determinação para continuar. Temos que ser todos aquela minoria "inacessível ao desalento" de que falava José António.
Só vos peço uns dias.
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sábado, outubro 16, 2004
Questões semânticas
Às teorias expostas no postal anterior chamaria o saudoso Rodrigo Emílio "o método encantatório". Outros, menos poetas, chamaram-lhe "a batalha da inteligência".
Seja o que for: uma coisa e a outra é o que com urgência se propõe. O combate à ditadura intelectual das esquerdas, com as armas que temos na mão (este é verso intersindicalista, mas fica aqui bem).
Em movimento, contra a estagnação e o conformismo lacrimejante, com a força das ideias e a luz do espírito.
Como queria Fernando Pessoa, num brado convocatório:
Aqui! Aqui! Todos que são
O Portugal que é tudo em si,
Venham do abismo ou da ilusão,
Todos aqui!
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Seja o que for: uma coisa e a outra é o que com urgência se propõe. O combate à ditadura intelectual das esquerdas, com as armas que temos na mão (este é verso intersindicalista, mas fica aqui bem).
Em movimento, contra a estagnação e o conformismo lacrimejante, com a força das ideias e a luz do espírito.
Como queria Fernando Pessoa, num brado convocatório:
Aqui! Aqui! Todos que são
O Portugal que é tudo em si,
Venham do abismo ou da ilusão,
Todos aqui!
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Ponto da situação
Há oito meses e alguns dias que surgiu o "Fascismo em Rede".
Munido apenas de uma táctica para a circunstância e uma estratégia para mais longo prazo, apareceu para defender e propor essa táctica e essa estratégia, exemplificando.
Creio que, com as imperfeições e insuficiências próprias do autor, marcou um estilo e foi capaz de comunicar a sua proposta, no círculo limitado que atingiu.
Prova disso é que alguns seguiram o caminho que era proposto e defendido, estando hoje notoriamente mais combatentes empenhados na batalha e no campo apontados pelo "Fascismo em Rede".
Não que este tivesse algum mérito como inovador: veio lembrar apenas o que desde sempre foi explicado por todos os mestres. As revoluções antes de se fazerem nas ruas fazem-se nos espíritos. Quando descem às ruas já ganharam antes, por força de um trabalho silencioso e persistente que há muito se desenrolava.
A batalha das ideias é hoje como ontem a decisiva. O que os homens pensam é que determina o que os homens fazem.
Por isso a importância crucial de empenhar todas as forças na conquista dos espíritos, nas áreas desde sempre deixadas ao domínio do inimigo: a cultura, a comunicação, a informação. Nesta sociedade da informação ganha quem controlar o meio por onde a mensagem circula.
Creio firmemente que é de manter o rumo: não temos nada como alternativa à internet.
Insistir e aprofundar o trabalho, lançar pontes para todos os que sentem a inquietação do presente e a aspiração da mudança, é a tarefa do nosso tempo.
O "Fascismo em Rede" assim tentou fazer: dar a conhecer os velhos aos novos e os novos aos velhos, ligar o passado ao presente e ambos ao futuro, dar ânimo a quem se mexe e avança, apoiar os que se lançam na aventura, encarar com benevolência e sem dogmatismos todos os que se apresentam como portadores de um projecto e de um ideal, não fechar portas, não ditar excomunhões, não ofender nem afastar ninguém, exercer permanentemente uma acção de formação e de divulgação.
Creio bem ter fornecido um exemplo de fascismo bem disposto, revolucionário e combativo mas quase sempre sorridente e crítico, simpático quando é caso disso, aberto e flexível sem nunca abandonar os princípios às conveniências.
Se alguém está a ler, mantenho o apelo: vamos construir uma enorme área nacional na net. Diversificada e plural, porque assim é a vida e são os homens. Diversificada e plural porque desse modo alargamos o círculo dos amigos e estreitamos o dos inimigos. Diversificada e plural porque sendo assim é quase impossível de atacar, controlar ou silenciar.
A política, antes de ser uma ciência, é uma arte; e com esta reflexão puxando aos clássicos me fico hoje, esperando ter conseguido a compreensão e a adesão das boas almas que tiveram a paciência de me ler.
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Munido apenas de uma táctica para a circunstância e uma estratégia para mais longo prazo, apareceu para defender e propor essa táctica e essa estratégia, exemplificando.
Creio que, com as imperfeições e insuficiências próprias do autor, marcou um estilo e foi capaz de comunicar a sua proposta, no círculo limitado que atingiu.
Prova disso é que alguns seguiram o caminho que era proposto e defendido, estando hoje notoriamente mais combatentes empenhados na batalha e no campo apontados pelo "Fascismo em Rede".
Não que este tivesse algum mérito como inovador: veio lembrar apenas o que desde sempre foi explicado por todos os mestres. As revoluções antes de se fazerem nas ruas fazem-se nos espíritos. Quando descem às ruas já ganharam antes, por força de um trabalho silencioso e persistente que há muito se desenrolava.
A batalha das ideias é hoje como ontem a decisiva. O que os homens pensam é que determina o que os homens fazem.
Por isso a importância crucial de empenhar todas as forças na conquista dos espíritos, nas áreas desde sempre deixadas ao domínio do inimigo: a cultura, a comunicação, a informação. Nesta sociedade da informação ganha quem controlar o meio por onde a mensagem circula.
Creio firmemente que é de manter o rumo: não temos nada como alternativa à internet.
Insistir e aprofundar o trabalho, lançar pontes para todos os que sentem a inquietação do presente e a aspiração da mudança, é a tarefa do nosso tempo.
O "Fascismo em Rede" assim tentou fazer: dar a conhecer os velhos aos novos e os novos aos velhos, ligar o passado ao presente e ambos ao futuro, dar ânimo a quem se mexe e avança, apoiar os que se lançam na aventura, encarar com benevolência e sem dogmatismos todos os que se apresentam como portadores de um projecto e de um ideal, não fechar portas, não ditar excomunhões, não ofender nem afastar ninguém, exercer permanentemente uma acção de formação e de divulgação.
Creio bem ter fornecido um exemplo de fascismo bem disposto, revolucionário e combativo mas quase sempre sorridente e crítico, simpático quando é caso disso, aberto e flexível sem nunca abandonar os princípios às conveniências.
Se alguém está a ler, mantenho o apelo: vamos construir uma enorme área nacional na net. Diversificada e plural, porque assim é a vida e são os homens. Diversificada e plural porque desse modo alargamos o círculo dos amigos e estreitamos o dos inimigos. Diversificada e plural porque sendo assim é quase impossível de atacar, controlar ou silenciar.
A política, antes de ser uma ciência, é uma arte; e com esta reflexão puxando aos clássicos me fico hoje, esperando ter conseguido a compreensão e a adesão das boas almas que tiveram a paciência de me ler.
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sexta-feira, outubro 15, 2004
Beira Interior
Um exemplo de nacionalismo aplicado, prático, com atenção permanente ao concreto, ao real, aos problemas locais, é dado pela militância da Aliança Nacional em relação à Beira Interior.
Um nacionalismo situado e radicado, mergulhado na vida diária das populações e orientado para soluções viáveis dos problemas actuais, é um modelo que deveria estar presente nas actuações de todos os que se sentem identificados com o destino colectivo da comunidade a que pertencem.
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Um nacionalismo situado e radicado, mergulhado na vida diária das populações e orientado para soluções viáveis dos problemas actuais, é um modelo que deveria estar presente nas actuações de todos os que se sentem identificados com o destino colectivo da comunidade a que pertencem.
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quinta-feira, outubro 14, 2004
L'insolent
De grande interesse para todos os que procuram as vias do pensamento livre, afastados dos lugares comuns do pronto a vestir ideológico e do politicamente correcto, é o sítio L'insolent, de Jean-Gilles Malliarakis, com o seu boletim quotidiano e as suas Éditions du Trident.
Destaco com particular ênfase a reedição da "Sociologie du Communisme", obra capital do politólogo Jules Monnerot, grande continuador da escola realista de Carl Schmitt.
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Destaco com particular ênfase a reedição da "Sociologie du Communisme", obra capital do politólogo Jules Monnerot, grande continuador da escola realista de Carl Schmitt.
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Tabus e interditos
No passado dia 11 de Outubro, segunda-feira, o Delegado Geral da Front National e professor de civilização japonesa na Universidade de Lyon, Bruno Gollnisch, numa conferência de imprensa, quando interrogado sobre as famosas câmaras de gás declarou que competia "aux historiens de se déterminer".
Nem imaginam a berraria desatada que irrompeu lá pelas Gálias!
Já querem expulsá-lo da Universidade e sei lá que mais... O homem está tramado!
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Nem imaginam a berraria desatada que irrompeu lá pelas Gálias!
Já querem expulsá-lo da Universidade e sei lá que mais... O homem está tramado!
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Geopolítica
Dado o interesse suscitado nos meus leitores pelos temas de geopolítica e política internacional (nomeadamente as correntes "eurasistas" de que é teorizador Aleksandr Dugin) recomendo o estudo de vários sítios: PARIS-BERLIN-MOSCOU, de Henri de Groussouvre, POLÉMIA, de Jean Yves Le Gallou, e ainda GEOSTRATÉGIE, talvez o mais completo e diversificado de todos.
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Com esta oposição, até eu era capaz
Para temas do debate mensal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, Santana escolheu falar sobre os problemas da lei do arrendamento e das auto-estradas (SCUT).
Escolheu esses certamente porque lhe convém falar desses, mas são problemas verdadeiros.
Perante isso, o PS, o PCP e o BE não concordam: exigem falar do caso Marcelo Rebelo de Sousa.
Admire-se a transcendente importância do assunto que ocupa as oposições. Como é sabido nenhum português tem mais nada com que se preocupar.
Com uma oposição destas, como não há-de o Santana ficar sempre em vantagem?
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Escolheu esses certamente porque lhe convém falar desses, mas são problemas verdadeiros.
Perante isso, o PS, o PCP e o BE não concordam: exigem falar do caso Marcelo Rebelo de Sousa.
Admire-se a transcendente importância do assunto que ocupa as oposições. Como é sabido nenhum português tem mais nada com que se preocupar.
Com uma oposição destas, como não há-de o Santana ficar sempre em vantagem?
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A canalha do pontapé na bola apanhada em flagrante
Na noite de ontem a selecção nacional de futebol goleou a Rússia, uma potência futebolística, por 7 a 1, fazendo uma exibição de luxo.
Perante isto, não vislumbro qual a desculpa para o que se passou no Liechstentein. Se eles são capazes de jogar assim, não existe qualquer atenuante para a vergonha de Vaduz.
Deviam ser todos castigados, multados, suspensos, sei lá - ao menos que não se finja que não houve nada e que é tudo normal.
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Perante isto, não vislumbro qual a desculpa para o que se passou no Liechstentein. Se eles são capazes de jogar assim, não existe qualquer atenuante para a vergonha de Vaduz.
Deviam ser todos castigados, multados, suspensos, sei lá - ao menos que não se finja que não houve nada e que é tudo normal.
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Relatório aspira ao maior prémio literário dos EUA
O relatório da Comissão governamental de inquérito ao 11 de Setembro está entre os 20 finalistas para receber o Prémio Nacional do Livro, um dos mais prestigiados prémios literários dos EUA.
Como se vê a boa ficção tarde ou cedo acaba por ser devidamente reconhecida.
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Como se vê a boa ficção tarde ou cedo acaba por ser devidamente reconhecida.
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EURASIA
Para os adeptos da geopolítica recomendo vivamente a revista italiana EURASIA, animada entre outros por Claudio Muti, e centrada nas doutrinas do teórico russo Aleksandr Dugin.
No último número um importante dossier sobre a Turquia e a Europa.
Lá no CIARI já conheciam esta?
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No último número um importante dossier sobre a Turquia e a Europa.
Lá no CIARI já conheciam esta?
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quarta-feira, outubro 13, 2004
Em defesa do Bairro de Alvalade
Para os lisboetas, naturais ou adoptados, e para os simples amantes da cidade e do seu povo, especialmente de um bairro que já foi exemplo de harmonia e tranquilidade de viver, deixo aqui a sugestão:
- Porque não se mobilizam numa campanha para salvar o Bairro de Alvalade da instalação do "MorteShopping"?
Conheçam a questão no sítio Funerária no Bairro, e subscrevam a petição de protesto.
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- Porque não se mobilizam numa campanha para salvar o Bairro de Alvalade da instalação do "MorteShopping"?
Conheçam a questão no sítio Funerária no Bairro, e subscrevam a petição de protesto.
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Canis Lupus
E por lobos? Já pensaram em interessar-se? Também são um património ameaçado!
Para quem queira saber tudo sobre os lobos, remeto para o LOUP.ORG
Descobri que em Portugal, com área bem menor, ainda conservamos um número de lobos bem superior ao que existe em França!
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Para quem queira saber tudo sobre os lobos, remeto para o LOUP.ORG
Descobri que em Portugal, com área bem menor, ainda conservamos um número de lobos bem superior ao que existe em França!
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AXIS MUNDI
Aos interessados em correntes musicais alternativas e contestatárias, remeto para este sítio espanhol, de AXIS MUNDI.
Destaco a sua solidariedade a Frank Rennicke, outra voz políticamente incorrecta, e os seus numerosos enlaces.
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Destaco a sua solidariedade a Frank Rennicke, outra voz políticamente incorrecta, e os seus numerosos enlaces.
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Causa Nacional
Continua em progressão o sítio da Causa Nacional, agora em formato remodelado e com novos textos e ligações, e iniciando também uma secção de entrevistas.
Um trabalho meritório, a justificar a colaboração de todos os militantes que se sentirem mobilizados para a batalha pelo futuro.
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Um trabalho meritório, a justificar a colaboração de todos os militantes que se sentirem mobilizados para a batalha pelo futuro.
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terça-feira, outubro 12, 2004
SURPRESA!!!
Lido no sítio do PND:
"O Conselho Geral do PND vai reunir no Porto, no próximo dia 23, pelas 15h, no auditório da Junta de Freguesia de Paranhos. Nesta reunião será aprovada a estratégia autárquica que o Partido vai seguir, bem como a data e local da próxima Convenção Nacional.
Aguarda–se ainda que o Presidente do Partido reafirme a sua intenção em ser candidato nas próximas eleições autárquicas."
Olha a novidade! Eu diria mesmo mais:
Aguarda-se que o Presidente do Partido anuncie a sua intenção em ser candidato nas próximas eleições presidenciais.
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"O Conselho Geral do PND vai reunir no Porto, no próximo dia 23, pelas 15h, no auditório da Junta de Freguesia de Paranhos. Nesta reunião será aprovada a estratégia autárquica que o Partido vai seguir, bem como a data e local da próxima Convenção Nacional.
Aguarda–se ainda que o Presidente do Partido reafirme a sua intenção em ser candidato nas próximas eleições autárquicas."
Olha a novidade! Eu diria mesmo mais:
Aguarda-se que o Presidente do Partido anuncie a sua intenção em ser candidato nas próximas eleições presidenciais.
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O saber não ocupa lugar
O olho de Big Brother
A Comissão de Liberdades Cívicas do Parlamento Europeu rejeitou ontem a nomeação do italiano Rocco Buttiglione como comissário da Justiça, Liberdade e Segurança da futura Comissão Europeia, presidida por Durão Barroso.
Motivo? O responsável indigitado proferiu declarações sobre homossexuais e família que não cabem nos quadros admissíveis pela liberdade tal como está actualmente regulamentada com força obrigatória geral.
Rocco Buttiglione tinha considerado a dado passo que a seu ver a homossexualidade era "um pecado" e defendeu que a família "existe para permitir à mulher ter crianças e ser protegida pelo marido", sublinhando que estas eram as suas posições pessoais.
O resultado foi que a Comissão considerou as suas declarações "chocantes", atentatórias dos direitos dos homossexuais e das mulheres e dos conceitos de família vigentes, pelo que vetou a sua nomeação.
Importa esclarecer que Rocco Buttiglione não é nenhum tenebroso fascista, mas sim um moderadíssimo dirigente democrata-cristão, encarado em Itália como próximo do Papa João Paulo II.
É pra que aprenda. Regra n.º 1 nestas coisas: se pensares, não digas.
Ninguém está a salvo...
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Motivo? O responsável indigitado proferiu declarações sobre homossexuais e família que não cabem nos quadros admissíveis pela liberdade tal como está actualmente regulamentada com força obrigatória geral.
Rocco Buttiglione tinha considerado a dado passo que a seu ver a homossexualidade era "um pecado" e defendeu que a família "existe para permitir à mulher ter crianças e ser protegida pelo marido", sublinhando que estas eram as suas posições pessoais.
O resultado foi que a Comissão considerou as suas declarações "chocantes", atentatórias dos direitos dos homossexuais e das mulheres e dos conceitos de família vigentes, pelo que vetou a sua nomeação.
Importa esclarecer que Rocco Buttiglione não é nenhum tenebroso fascista, mas sim um moderadíssimo dirigente democrata-cristão, encarado em Itália como próximo do Papa João Paulo II.
É pra que aprenda. Regra n.º 1 nestas coisas: se pensares, não digas.
Ninguém está a salvo...
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segunda-feira, outubro 11, 2004
INDÍCIO
Não me digam que não ouvem,
Na pulsação da manhã,
Sinfonias de Beethoven
e Prelúdios de Chopin!?...
Não me digam que persiste,
Convosco, a música triste,
O aroma de pesar,
D'alguma ária de Liszt,
D'algum requiem de Mozart?!...
-Necessário é coroar,
só d'élans,
o coração,
E erguer, a prumo, no ar,
Manhãs
de Restauração!
Rodrigo Emílio
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Na pulsação da manhã,
Sinfonias de Beethoven
e Prelúdios de Chopin!?...
Não me digam que persiste,
Convosco, a música triste,
O aroma de pesar,
D'alguma ária de Liszt,
D'algum requiem de Mozart?!...
-Necessário é coroar,
só d'élans,
o coração,
E erguer, a prumo, no ar,
Manhãs
de Restauração!
Rodrigo Emílio
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Grande marcha pela vida
Já no dia 16 de Outubro, em Paris, uma grande manifestação pública em defesa da vida, organizada por Renaissance Catholique.
Um encontro para todos os identitários europeus, como melhor se explica em Les Identitaires.
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Um encontro para todos os identitários europeus, como melhor se explica em Les Identitaires.
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Alternativa Española
Continuo a ser bombardeado pela propaganda da Alternativa Española, publicitando o tal acto de presentación no dia 23 de Outubro, em Madrid.
Confesso que não acho graça nenhuma à campanha protagonizada pela cara de uma manequim despenteada amostrando o corta-palha de orelha a orelha.
Pode ser modernaça à brava, mas de eficácia duvidosa e de significado político semelhante à campanha do TIDE.
Acrescento que sou muito céptico quanto a partidos nascidos em laboratório político, que só costumam durar enquanto não se esgota o plafond disponibilizado pelos patrocinadores.
Mas pronto, não quero fazer de Cassandra e estar já com maus augúrios em relação a esforço tão voluntarista. Fica em observação.
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Confesso que não acho graça nenhuma à campanha protagonizada pela cara de uma manequim despenteada amostrando o corta-palha de orelha a orelha.
Pode ser modernaça à brava, mas de eficácia duvidosa e de significado político semelhante à campanha do TIDE.
Acrescento que sou muito céptico quanto a partidos nascidos em laboratório político, que só costumam durar enquanto não se esgota o plafond disponibilizado pelos patrocinadores.
Mas pronto, não quero fazer de Cassandra e estar já com maus augúrios em relação a esforço tão voluntarista. Fica em observação.
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domingo, outubro 10, 2004
Combat Identitaire
Através do Causa Nacional tomei conhecimento da existência da página do Combat Identitaire, com um conteúdo realmente valioso e diversificado.
Acrescento que os responsáveis do Causa Nacional apelam a camaradas que estejam disponíveis para fazer traduções de textos, do francês, italiano e alemão, para que entrem em contacto com eles a fim de os ajudarem. Parece-me que é altura de alguns aproveitarem para passar das palavras aos actos.
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Acrescento que os responsáveis do Causa Nacional apelam a camaradas que estejam disponíveis para fazer traduções de textos, do francês, italiano e alemão, para que entrem em contacto com eles a fim de os ajudarem. Parece-me que é altura de alguns aproveitarem para passar das palavras aos actos.
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Encontro identitário
Quem no próximo 13 de Novembro estiver em França, ou passar por Lyon, não perca a grande reunião promovida pelo Bloc Identitaire.
Quem permanecer por cá, ao menos inscreva-se na lista de correio dos identitários (logo na página de entrada do Bloc, em cima, à direita), de modo a receber constante informação sobre o que se vai passando na luta política e cultural dos identitários.
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Quem permanecer por cá, ao menos inscreva-se na lista de correio dos identitários (logo na página de entrada do Bloc, em cima, à direita), de modo a receber constante informação sobre o que se vai passando na luta política e cultural dos identitários.
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Reaping Horde
Verificando que despertou o interesse de muitos a referência ao grupo musical WOLFSKIN, e curiosidade o pensamento que o anima, aconselho a visita também ao site Reaping Horde, e já agora ao concerto na Quinta da Regaleira no próximo dia 30 de Outubro.
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Actualizações no Eco-Nac
Os leitores interessados ficam a saber que há mais leitura no ECO-NAC, à vossa disposição.
Destaco o artigo sobre António Sardinha, embora haja muito mais.
Mesmo sendo poucos os operários, a Obra vai crescendo!
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Destaco o artigo sobre António Sardinha, embora haja muito mais.
Mesmo sendo poucos os operários, a Obra vai crescendo!
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sábado, outubro 09, 2004
Terra, povo, música e tradições
Para além da nossa já conhecida Associação Gaita de Foles, com um site magnífico, outros sítios e organizações se apresentam em defesa da música de inspiração popular e tradicional.
É o caso da editora Terra-Fria.
Chamo a atenção para a apresentação do grupo Wolfskin.
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É o caso da editora Terra-Fria.
Chamo a atenção para a apresentação do grupo Wolfskin.
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Algo de novo em Espanha?
Anuncia-se o aparecimento de um novo partido em Espanha, com a intenção manifesta de recuperar o eleitorado direitista do Partido Popular. Para já, o que se nota é um grande investimento publicitário, numa campanha de características muito profissionais (tipicamente de agência). O acto público de apresentação é um comício marcado para 23 de Outubro, e a campanha tem conseguido o objectivo de fazer crescer as expectativas e centrar as atenções para o acontecimento.
Esperemos, porque realmente tudo no novo partido ainda parece ser uma incógnita.
Entretanto, espreitem o site: Alternativa Española.
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Esperemos, porque realmente tudo no novo partido ainda parece ser uma incógnita.
Entretanto, espreitem o site: Alternativa Española.
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Mais uma prova...
...de como é decisiva e fundamental a batalha pela internet: um ataque criminoso tentou silenciar o site do BNP, cada vez com mais audiência na Grã-Bretanha e fora dela. O BNP reagiu em poucas horas, e voltou ao espaço. Para ler com atenção as suas explicações, e entender de vez a importância dessa guerra, usem o novo endereço.
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sexta-feira, outubro 08, 2004
SALVAR A DEMOCRACIA?
Pois claro, estamos todos de acordo; a Democracia é de salvar, já que é a coisa mais linda que existe desde que homens governam outros homens.
Tal como a uma mulher bela se desculpam algumas imperfeições de carácter, assim acontece com a Democracia: pelo bem que deveria fazer e os benefícios que deveria trazer consigo, esquecemos o muito mal que em seu nome se pratica.
Assim se passa com a Democracia. Tal qual.
É bem bom viver nela e com ela, mas esse benefício tem de ser pago a tempo e horas, sem atrasos nem adiamentos. Há que ser rico ou tentar sê-lo aproveitando o que existe e criando coisa nova e, além disso e sobretudo, não esbanjando ou delapidando o que existe, há que ser mais exigente com a sociedade e com a coisa pública, há que desejar mais sinceramente corrigir os desníveis e os desvios e, muito mais importante, desejar fazer justiça plena e imparcial. Quando não, uma madrugada qualquer, aparece-nos um sujeito na televisão, possivelmente, a dizer, isto quem manda agora aqui, sou eu, e, é claro, Democracia, a partir daí, viste-a por um óculo.
Isto tudo vem a propósito do que se ouve a cada instante dizer: é preciso salvar a Democracia...
Parece-me haver qualquer coisa de errado ou incompleto nesta afirmação. Em primeiro lugar, quem a faz, e muitos são constantemente, dá a impressão que quem está pondo a Democracia em perigo são só os outros, os ouvintes, excluindo, com absoluta precisão, o próprio que fala e os que lhe dão delegação para falar. Depois, porque os perigos que ameaçarão a Democracia são diferentes para uns e para outros. Em breve apanhado podem listar-se alguns dos perigos apontados, a saber: a Direita, os Comunistas, as Testemunhas de Jeová, a Europa de Leste, o Arcebispo de Braga, a Polícia, os Tribunais, a Isabel do Carmo, o aumento do custo de vida, o mau tempo, e até pessoas que já morreram há muito, como o Dr. Salazar, permanecem perigosíssimas para a Democracia, embora o mais corrente dos inimigos seja, sem dúvida alguma, o "Fascismo". Enfim, parece que só há na verdade perigos, ciladas, armadilhas tantas e tão variadas que, à pobre da democracia, chumbada por todos os lados, pouco lhe resta de vida.
Há que ver e muito bem, se o que existe em Portugal, agora, é Democracia. Corriqueiramente, democracia, pode traduzir-se por: o poder nas mãos do povo, mas, quer a gente queira quer não queira, não é nem nunca será possível todos mandarem em todos, e a verdade é que muitos andarão, sempre, a toque de caixa de uns quantos poucos. Nada resta pois, a todos, que escolherem os poucos que os representem e governem em seu nome e aqui é que começa o busílis e o desencanto.
Democraticamente libérrimos, podemos eleger um cidadão para a autarquia, para a Legislatura, até para a chefia do Estado. Na maior parte dos casos não conhecemos tal cidadão de parte nenhuma e, por isso, temos que nos deixar levar por um julgamento breve sobre as suas declarações de intenção, a conduta que parece transparecer, as promessas que faz. Em resumo, damos-lhe crédito com base nas referências que dele colhemos. Mas “errare humanum est", a carne é fraca, a memória é curta, ete., etc., e quantas vezes o fulano dá o dito por não dito e actua exactamente ao contrário do que tinha prometido e nós tínhamos acreditado. Se não fossemos democratas, faríamos, mais ou menos, isto: - Olhe lá: o senhor não tem cumprido coisa nenhuma do que prometeu, não tem feito nada do que disse que ia fazer, tem-se negado a ouvir-nos e a perceber o que nós queremos de si, portanto, faça favor, ou dá a volta completa e começa a cumprir, a actuar e a trabalhar como deve e a gente exige, ou então, põe-se a andar, já...
Mas como somos democratas e, acima de tudo, é preciso salvar a Democracia (sobretudo esta que temos), não fazemos nada disto e vamos aguentando político atrás de político, governo atrás de governo, discurso atrás de discurso.
Então, cansadíssimos mas felizes, os políticos podem relaxar os nervos e as cordas vocais e declarar, solenemente, apontando com o dedo infalível a Democracia toda rotinha, esfomeada, cheia de cuspidelas e nódoas negras: - Salvámos a Democracia!
Resta saber se nessa altura restará em Portugal um português que, mesmo com voz sumida de desilusão, responda: - Bem hajam...
ANTÓNIO MEXIA ALVES
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Tal como a uma mulher bela se desculpam algumas imperfeições de carácter, assim acontece com a Democracia: pelo bem que deveria fazer e os benefícios que deveria trazer consigo, esquecemos o muito mal que em seu nome se pratica.
Assim se passa com a Democracia. Tal qual.
É bem bom viver nela e com ela, mas esse benefício tem de ser pago a tempo e horas, sem atrasos nem adiamentos. Há que ser rico ou tentar sê-lo aproveitando o que existe e criando coisa nova e, além disso e sobretudo, não esbanjando ou delapidando o que existe, há que ser mais exigente com a sociedade e com a coisa pública, há que desejar mais sinceramente corrigir os desníveis e os desvios e, muito mais importante, desejar fazer justiça plena e imparcial. Quando não, uma madrugada qualquer, aparece-nos um sujeito na televisão, possivelmente, a dizer, isto quem manda agora aqui, sou eu, e, é claro, Democracia, a partir daí, viste-a por um óculo.
Isto tudo vem a propósito do que se ouve a cada instante dizer: é preciso salvar a Democracia...
Parece-me haver qualquer coisa de errado ou incompleto nesta afirmação. Em primeiro lugar, quem a faz, e muitos são constantemente, dá a impressão que quem está pondo a Democracia em perigo são só os outros, os ouvintes, excluindo, com absoluta precisão, o próprio que fala e os que lhe dão delegação para falar. Depois, porque os perigos que ameaçarão a Democracia são diferentes para uns e para outros. Em breve apanhado podem listar-se alguns dos perigos apontados, a saber: a Direita, os Comunistas, as Testemunhas de Jeová, a Europa de Leste, o Arcebispo de Braga, a Polícia, os Tribunais, a Isabel do Carmo, o aumento do custo de vida, o mau tempo, e até pessoas que já morreram há muito, como o Dr. Salazar, permanecem perigosíssimas para a Democracia, embora o mais corrente dos inimigos seja, sem dúvida alguma, o "Fascismo". Enfim, parece que só há na verdade perigos, ciladas, armadilhas tantas e tão variadas que, à pobre da democracia, chumbada por todos os lados, pouco lhe resta de vida.
Há que ver e muito bem, se o que existe em Portugal, agora, é Democracia. Corriqueiramente, democracia, pode traduzir-se por: o poder nas mãos do povo, mas, quer a gente queira quer não queira, não é nem nunca será possível todos mandarem em todos, e a verdade é que muitos andarão, sempre, a toque de caixa de uns quantos poucos. Nada resta pois, a todos, que escolherem os poucos que os representem e governem em seu nome e aqui é que começa o busílis e o desencanto.
Democraticamente libérrimos, podemos eleger um cidadão para a autarquia, para a Legislatura, até para a chefia do Estado. Na maior parte dos casos não conhecemos tal cidadão de parte nenhuma e, por isso, temos que nos deixar levar por um julgamento breve sobre as suas declarações de intenção, a conduta que parece transparecer, as promessas que faz. Em resumo, damos-lhe crédito com base nas referências que dele colhemos. Mas “errare humanum est", a carne é fraca, a memória é curta, ete., etc., e quantas vezes o fulano dá o dito por não dito e actua exactamente ao contrário do que tinha prometido e nós tínhamos acreditado. Se não fossemos democratas, faríamos, mais ou menos, isto: - Olhe lá: o senhor não tem cumprido coisa nenhuma do que prometeu, não tem feito nada do que disse que ia fazer, tem-se negado a ouvir-nos e a perceber o que nós queremos de si, portanto, faça favor, ou dá a volta completa e começa a cumprir, a actuar e a trabalhar como deve e a gente exige, ou então, põe-se a andar, já...
Mas como somos democratas e, acima de tudo, é preciso salvar a Democracia (sobretudo esta que temos), não fazemos nada disto e vamos aguentando político atrás de político, governo atrás de governo, discurso atrás de discurso.
Então, cansadíssimos mas felizes, os políticos podem relaxar os nervos e as cordas vocais e declarar, solenemente, apontando com o dedo infalível a Democracia toda rotinha, esfomeada, cheia de cuspidelas e nódoas negras: - Salvámos a Democracia!
Resta saber se nessa altura restará em Portugal um português que, mesmo com voz sumida de desilusão, responda: - Bem hajam...
ANTÓNIO MEXIA ALVES
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O FASCISMO EXPLICADO ÀS CRIANÇAS E AOS MINISTROS
O fascio era, na velha Roma, o feixe de varas de olmo ou vidoeiro, compridas de metro e meio, apertadas com correias vermelhas e com um machado inserido lateralmente. Levava-o o lítor seguro contra o ombro esquerdo e era o símbolo do imperium dos magistrados, segundo uma tradição que remonta às origens etruscas. Nele se continha a ideia de união, de poder, de autoridade do Estado, de justiça e daí a sua utilização para designar grupos de acção política, como fizeram em 1894 os revolucionários sicilianos.
Eram grupos de inconformistas com as estruturas conservadoras e burguesas do final do século passado. Alimentavam-se ainda do sonho de Giuseppe Mazzini, o carbonário, que se batera toda a vida pela unidade e pela independência da Itália.
Não lhes bastava o que fora feito até então; e o descontentamento alastrava por toda a Itália. Giovanni Papini conta que por 1896 esteve filiado em Florença no Fascio Giovanile Goffredo Mameli.
Este espírito de insatisfação, em que há reminiscências garibaldinas, haveria mais tarde de encontrar-se com o nacionalismo de Enrico Corradini num sonho de grandeza incompatível com a pequenez mental daquela época. Dum lado, a memória obsidiante das antigas glórias e a agitação que levara à Itália una; do outro o espírito burguês, conformado e parrana, acomodando-se nas novas instituições liberais consideradas como ideal atingido.
Ora as novas instituições andavam à roda de umas quantas noções teóricas com a mesma cegueira do gato que rodopia a ver se apanha o próprio rabo. Fora desse rodar havia umas quantas realidades a impor-se cada vez com mais premência: uma delas, o operariado fabril, liberto das limitações dos velhos organismos extintos e a crescer cada vez mais em volume e em diversificação de problemas. É a hora do socialismo e do sindicalismo, que não tardaram, como forças reais, a ser aproveitadas como instrumento de jogos essencialmente políticos. Realizava-se assim o absurdo de forças reais, agindo contra as abstracções do meio, serem logo desviadas para serviço de novas abstracções. Esse foi, aliás, o drama dos socialismos. Mussolini, filho dum militante socialista e ele próprio activista do partido, pôs ao serviço deste a sua inteligência e a bravura da sua indomável energia. Director desde 1912 do Avanti, jornal do partido, a sua orientação era fundamentalmente revolucionária, anticonservadora, antiburguesa, anti-reformista. Isso o levou a defender a intervenção do país no conflito, o que estava em desacordo com a decisão teimosamente neutralista dos socialistas. Expulso do partido em Outubro de 1914, logo no mês seguinte funda o Popolo d’Itália, onde faz propaganda da intervenção na guerra. Muitos camaradas o acompanharam. Eram apenas dissidentes socialistas, que defendiam ao mesmo tempo o revolucionarismo socialista ou sindicalista e o nacionalismo italiano gerado pelo idealismo garibaldino e carbonário. No plano interno, portanto, a coincidência de duas forças de raiz popular, no sentido, digamos, de um socialismo nacional. No plano externo, a ruptura com o internacionalismo socialista, que procurava fazer soçobrar as frentes aliadas perante o inimigo germânico, onde os socialistas haviam aceitado, contra os preceitos do internacionalismo, bater-se pela pátria.
A Itália veio a entrar na guerra e a alinhar depois entre os vencedores, que a trataram porém como a parente pobre, o que exasperou o nacionalismo dos italianos e foi aproveitado pelo partido socialista ortodoxo, jà francamente comunista, na obra de desestabilização moral e económica em que andava empenhado. Desse modo alastrou por todo o país, sobre a decomposição da partidocracia e a incapacidade construtora do socialismo, a desordem a que se referia o diplomata Valentim da Silva.
A necessidade de defesa da comunidade nacional fez que aparecessem em Janeiro de 1915 os primeiros grupos nacionais de acção revolucionária, não referidos ainda a um sistema doutrinário organizado. O próprio Mussolini escreveria mais tarde: "Quando em Março de 1919, no Popolo d’Itália, convoquei os intervencionistas que me haviam seguido desde a constituição dos Fasci d’azione rivoluzionaria - vindos de Janeiro de 1915 -, eu não tinha nenhum plano doutrinário no meu espírito. Era só um activista socialista. A minha doutrina era a doutrina da Acção. Em 1919 o socialismo estava morto na Itália. Vivia como rancor, como represália contra os que haviam feito a guerra e que deviam expiá-la. O Fascismo nasceu não de uma doutrina precisamente elaborada, mas da Acção". Ao princípio, antipartido e movimento, preocupava-se sobretudo em modelar italiani di combattimento, para uma pugna cuja orientação ideológica ficava nuns apontamentos genéricos. Algumas ideias, no entanto, principiaram a condensar-se: "O Fascismo rejeita na democracia a absurda mentira do igualitarismo político, o hábito da irresponsabilidade colectiva e o mito da felicidade e do progresso indefinido. Mas, se a democracia pode ser diversamente entendida, isto é, se a democracia significa não repelir o povo para as margens do Estado, o Fascismo pode ser para quem escreva definido como democracia organizada, centralizada, autoritária" (Mussolini).
Temos, aqui, inesperadamente para muitos, o Fascismo apresentado como democracia organizada, e centralizada como as partidocracias. Um maurrasiano rir-se-á da classificação, considerando-a paradoxal. Se a democracia é por natureza inorânica, o inorgânico natural é inorganizável. Certo, mas também não podemos deixar de considerar que, para além do rigor conceptual de certos termos, há conteúdos que nem por serem difusos deixam de ter importância na precisão dos factos. Não é democracia o que nós queremos que seja ou não seja, mas o que efectivamente é como força projectiva e como sentido de acção. Demais, não podem julgar-se no mesmo plano os doutrinadores e os criadores de História. O Fascismo, quer queiram quer não, tem uma raiz popular e uma intenção popular, cujo sentido se enquadra perfeitamente na figura ideológica da democracia.
Se não pode, pois, um socialismo atirar pedras ao fascismo por anti-socialismo deste, também uma democracia não poderá fazê-1o por antidemocracia. E ainda há mais...
BARRADAS DE OLIVEIRA
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Eram grupos de inconformistas com as estruturas conservadoras e burguesas do final do século passado. Alimentavam-se ainda do sonho de Giuseppe Mazzini, o carbonário, que se batera toda a vida pela unidade e pela independência da Itália.
Não lhes bastava o que fora feito até então; e o descontentamento alastrava por toda a Itália. Giovanni Papini conta que por 1896 esteve filiado em Florença no Fascio Giovanile Goffredo Mameli.
Este espírito de insatisfação, em que há reminiscências garibaldinas, haveria mais tarde de encontrar-se com o nacionalismo de Enrico Corradini num sonho de grandeza incompatível com a pequenez mental daquela época. Dum lado, a memória obsidiante das antigas glórias e a agitação que levara à Itália una; do outro o espírito burguês, conformado e parrana, acomodando-se nas novas instituições liberais consideradas como ideal atingido.
Ora as novas instituições andavam à roda de umas quantas noções teóricas com a mesma cegueira do gato que rodopia a ver se apanha o próprio rabo. Fora desse rodar havia umas quantas realidades a impor-se cada vez com mais premência: uma delas, o operariado fabril, liberto das limitações dos velhos organismos extintos e a crescer cada vez mais em volume e em diversificação de problemas. É a hora do socialismo e do sindicalismo, que não tardaram, como forças reais, a ser aproveitadas como instrumento de jogos essencialmente políticos. Realizava-se assim o absurdo de forças reais, agindo contra as abstracções do meio, serem logo desviadas para serviço de novas abstracções. Esse foi, aliás, o drama dos socialismos. Mussolini, filho dum militante socialista e ele próprio activista do partido, pôs ao serviço deste a sua inteligência e a bravura da sua indomável energia. Director desde 1912 do Avanti, jornal do partido, a sua orientação era fundamentalmente revolucionária, anticonservadora, antiburguesa, anti-reformista. Isso o levou a defender a intervenção do país no conflito, o que estava em desacordo com a decisão teimosamente neutralista dos socialistas. Expulso do partido em Outubro de 1914, logo no mês seguinte funda o Popolo d’Itália, onde faz propaganda da intervenção na guerra. Muitos camaradas o acompanharam. Eram apenas dissidentes socialistas, que defendiam ao mesmo tempo o revolucionarismo socialista ou sindicalista e o nacionalismo italiano gerado pelo idealismo garibaldino e carbonário. No plano interno, portanto, a coincidência de duas forças de raiz popular, no sentido, digamos, de um socialismo nacional. No plano externo, a ruptura com o internacionalismo socialista, que procurava fazer soçobrar as frentes aliadas perante o inimigo germânico, onde os socialistas haviam aceitado, contra os preceitos do internacionalismo, bater-se pela pátria.
A Itália veio a entrar na guerra e a alinhar depois entre os vencedores, que a trataram porém como a parente pobre, o que exasperou o nacionalismo dos italianos e foi aproveitado pelo partido socialista ortodoxo, jà francamente comunista, na obra de desestabilização moral e económica em que andava empenhado. Desse modo alastrou por todo o país, sobre a decomposição da partidocracia e a incapacidade construtora do socialismo, a desordem a que se referia o diplomata Valentim da Silva.
A necessidade de defesa da comunidade nacional fez que aparecessem em Janeiro de 1915 os primeiros grupos nacionais de acção revolucionária, não referidos ainda a um sistema doutrinário organizado. O próprio Mussolini escreveria mais tarde: "Quando em Março de 1919, no Popolo d’Itália, convoquei os intervencionistas que me haviam seguido desde a constituição dos Fasci d’azione rivoluzionaria - vindos de Janeiro de 1915 -, eu não tinha nenhum plano doutrinário no meu espírito. Era só um activista socialista. A minha doutrina era a doutrina da Acção. Em 1919 o socialismo estava morto na Itália. Vivia como rancor, como represália contra os que haviam feito a guerra e que deviam expiá-la. O Fascismo nasceu não de uma doutrina precisamente elaborada, mas da Acção". Ao princípio, antipartido e movimento, preocupava-se sobretudo em modelar italiani di combattimento, para uma pugna cuja orientação ideológica ficava nuns apontamentos genéricos. Algumas ideias, no entanto, principiaram a condensar-se: "O Fascismo rejeita na democracia a absurda mentira do igualitarismo político, o hábito da irresponsabilidade colectiva e o mito da felicidade e do progresso indefinido. Mas, se a democracia pode ser diversamente entendida, isto é, se a democracia significa não repelir o povo para as margens do Estado, o Fascismo pode ser para quem escreva definido como democracia organizada, centralizada, autoritária" (Mussolini).
Temos, aqui, inesperadamente para muitos, o Fascismo apresentado como democracia organizada, e centralizada como as partidocracias. Um maurrasiano rir-se-á da classificação, considerando-a paradoxal. Se a democracia é por natureza inorânica, o inorgânico natural é inorganizável. Certo, mas também não podemos deixar de considerar que, para além do rigor conceptual de certos termos, há conteúdos que nem por serem difusos deixam de ter importância na precisão dos factos. Não é democracia o que nós queremos que seja ou não seja, mas o que efectivamente é como força projectiva e como sentido de acção. Demais, não podem julgar-se no mesmo plano os doutrinadores e os criadores de História. O Fascismo, quer queiram quer não, tem uma raiz popular e uma intenção popular, cujo sentido se enquadra perfeitamente na figura ideológica da democracia.
Se não pode, pois, um socialismo atirar pedras ao fascismo por anti-socialismo deste, também uma democracia não poderá fazê-1o por antidemocracia. E ainda há mais...
BARRADAS DE OLIVEIRA
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Danças de salão
Não é que a mim me comovam especialmente estes quadros revisteiros em que se entretém a classe política; mas não resisto a este reparo.
Como já foi noticiado abundantemente, os socialistas exigiram a presença no Parlamento de Marcelo Rebelo de Sousa, de Miguel Paes do Amaral e do ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, para todos serem ouvidos sobre a incomensurável tragédia que vem ocupando o meio - as intrigas santano-portistas e a birra de Marcelo,
Em resposta, os sociais-democratas anunciaram que iriam viabilizar apenas a audição do presidente do conselho de administração da TVI, Paes do Amaral (Conde de Anadia, para os mais chegados).
Então e agora com que cara fica Rui Gomes da Silva (desde sempre o bulldog de Santana)? Ele que tanto se esforçou por explicar às televisões que só o incomodava a ausência de contraditório, a unilateralidade dos comentários de Marcelo, ali na televisão a falar sozinho durante 45 minutos sem ninguém para apresentar a outra face das coisas...
Na Comissão Parlamentar já não faz mal a falta de contraditório? Só se ouve um lado?
Basta o senhor Conde da Anadia? Será porque este... dá para os dois lados?
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Como já foi noticiado abundantemente, os socialistas exigiram a presença no Parlamento de Marcelo Rebelo de Sousa, de Miguel Paes do Amaral e do ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, para todos serem ouvidos sobre a incomensurável tragédia que vem ocupando o meio - as intrigas santano-portistas e a birra de Marcelo,
Em resposta, os sociais-democratas anunciaram que iriam viabilizar apenas a audição do presidente do conselho de administração da TVI, Paes do Amaral (Conde de Anadia, para os mais chegados).
Então e agora com que cara fica Rui Gomes da Silva (desde sempre o bulldog de Santana)? Ele que tanto se esforçou por explicar às televisões que só o incomodava a ausência de contraditório, a unilateralidade dos comentários de Marcelo, ali na televisão a falar sozinho durante 45 minutos sem ninguém para apresentar a outra face das coisas...
Na Comissão Parlamentar já não faz mal a falta de contraditório? Só se ouve um lado?
Basta o senhor Conde da Anadia? Será porque este... dá para os dois lados?
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quinta-feira, outubro 07, 2004
A “esquerda caviar” e a caça aos indígenas
Os leitores já terão ouvido falar do senhor Luciano Benetton, modelo exemplar do milionário tendência “esquerda caviar”, sempre em luta autoproclamada contra todos os “obscurantismos” e os “fascismos”.
Pois o grande moralista acaba de dar uma demonstração dos seus talentos como predador mundialista.
Os Benetton são os maiores proprietários de terras da Argentina, desde 1991 (900 000 hectares!). A certa altura celebraram um acordo verbal com a família Curinanco, um clan da tribo dos Mapuches, permitindo a estes regressar a 385 hectares das terras dos seus antepassados.
Agora, não se sabe por que novas conveniências, resolveram quebrar o tal acordo. Requisitaram então a presença da polícia, e esta expulsou os infelizes Mapuches das terras em causa, confiscando também os seus magros pertences.
Por sinal o “Le Point”, que conta esta história, acrescenta que posteriormente o magistrado que satisfez essa pretensão da “Compañia de Tierras”, empresa dos Benetton, veio a ser suspenso por ter expropriado outras famílias indígenas sem motivo válido.
Os Mapuches ameaçam agora apresentar as suas queixas ao Congresso argentino, expondo o problema da completa espoliação das suas terras de origem.
Não creio que tenham sorte. Na Argentina como na Europa, a esquerda mundialista não aprecia os indígenas nem tem em grande conta as comunidades locais.
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Pois o grande moralista acaba de dar uma demonstração dos seus talentos como predador mundialista.
Os Benetton são os maiores proprietários de terras da Argentina, desde 1991 (900 000 hectares!). A certa altura celebraram um acordo verbal com a família Curinanco, um clan da tribo dos Mapuches, permitindo a estes regressar a 385 hectares das terras dos seus antepassados.
Agora, não se sabe por que novas conveniências, resolveram quebrar o tal acordo. Requisitaram então a presença da polícia, e esta expulsou os infelizes Mapuches das terras em causa, confiscando também os seus magros pertences.
Por sinal o “Le Point”, que conta esta história, acrescenta que posteriormente o magistrado que satisfez essa pretensão da “Compañia de Tierras”, empresa dos Benetton, veio a ser suspenso por ter expropriado outras famílias indígenas sem motivo válido.
Os Mapuches ameaçam agora apresentar as suas queixas ao Congresso argentino, expondo o problema da completa espoliação das suas terras de origem.
Não creio que tenham sorte. Na Argentina como na Europa, a esquerda mundialista não aprecia os indígenas nem tem em grande conta as comunidades locais.
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Uns fachos que gosto de ler
São o Manuel Brás e o João de Mendia.
Vocês também deviam ler, em vez de andar praí embasbacados com os folhetins do Marcelo e do Santana ou a espreitar a quinta das celebridades.
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Vocês também deviam ler, em vez de andar praí embasbacados com os folhetins do Marcelo e do Santana ou a espreitar a quinta das celebridades.
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PRIMEIROS RUMORES DO FASCISMO EM PORTUGAL
Que é o fascismo? A pergunta impõe-se com actualidade flagrante em face da anunciada lei contra as organizações fascistas. Para se definir tal espécie de organizações, é necessário fixar previamente em lei o que é o fascismo e quais as organizações que por tal ideia se classificam.
Não é de crer que a lei vá fixar de fascismo o conceito expresso em 1974 pelo Prof. Pereira de Moura, segundo o qual o fascismo correspondia à desorganização, ao desrespeito dos cidadãos uns pelos outros, ao que no Brasil se condensa expressivamente no termo bagunçada. Tal aspecto corresponde mais caracteristicamente. segundo a experiência histórica, aos períodos de decomposição demagógica, que impõem uma solução de autoridade, cesarista ou não, e esta sim, mais próxima do que foi o fascismo na evolução social do século XX.
Também há outra definição: a dos comunistas, que chamam fascistas a todos os sistemas e governos que lhes são contrários, desde o nacional-socialismo do III Reich alemão e o fascismo italiano - a partir do momento em que estes deixaram de ser seus aliados contra as democracias ocidentais e a propaganda moscovita deixou de os enquadrar, como fazia até aí, nos estados de trabalhadores - até o capitalismo democrático e o socialismo reformista. Havia aqui, nítida, a intenção de denegrir a única força com valor revolucionário junto da mocidade e das massas, e portanto o único concorrente perigoso. A dificuldade estava só em baralhar tudo na confusão detestável, gritando repetidamente as mesmas acusações conforme a técnica da lavagem de cérebros colectiva.
É claro que o processo tem os seus aspectos negativos e um deles consiste em estender o apodo condenatório ao próprio partido comunista. Foram, salvo erro, os marxistas chineses quem primeiro chamou social-fascismo ao comunismo centrado na Rússia.
Para além desses aspectos polémicos, porém, há uma realidade histórica e cultural, surgida na Itália no primeiro quartel deste século e criadora de um determinado sistema de acção, ao qual corresponde, para além do restrito campo da política, um estilo de vida. Será esse fascismo que o legislador há-de definir com a maior precisão, para não cairmos na asserção estúpida, cómoda e perversa: - fascismo é tudo que for contra nós.
Um dos primeiros trabalhos a apreciar em Portugal sobre o fascismo foi um ensaio do diplomata Valentim da Silva, que tivera ao que se nos afigura, oportunidade de conhecer in loco o aparecimento do movimento italiano. É um trabalho objectivo, sereno, documentado, de um liberal que se atém à desapaixonada observação dos factos. Foi publicado no Instituto de Coimbra.
Descreve o ensaísta a situação política da Itália desde o princípio do século até às vésperas da I Grande Guerra:
"Num ambiente de artificioso parlamentarismo, sem correntes de definidos princípios, vivendo na subserviência das clientelas - os partidos constitucionais, logo no começo do século XX, entravam num período de decomposição."
Alastrou a seguir, no meio da partidocracia em putrefacção, o fermento da demagogia socialista, a tentar impedir primeiro a participação do país na guerra e, depois, a reclamar contra o desprezo a que ele fora relegado pelos aliados nas conversações da paz. E ao mesmo tempo, como lhe está na tentação, a expulsar os patrões das fábricas, com as naturais consequências:
"Estavam de facto os operários senhores dos instrumentos de produção, objectivando assim o dogma marxista. O colectivismo revolucionário dava o seu primeiro passo, mas que de proveitoso daí resultava? Passadas semanas, essas fábricas não laboravam, porque o operário, entregue a si mesmo, ficava sem força dirigente que lhe disciplinasse o esforço; não laboravam porque não tinham matérias-primas que as alimentassem; não laboravam porque lhes faltava o capital que as impulsionasse; não laboravam e por isso nada produziam, tornando-se não fontes de rendimento, mas valores inúteis sem significado económico. Eis o desmanchar da utopia que o próprio Lenine confessava nos últimos dias da sua vida, escrevendo no jornal Krasnaia Nov: “um proletariado não pode desenvolver-se sem auxílio do capital, e este antes de ser um inimigo é um aliado necessário; um estado inevitável. Basta de ilusões; é ridículo fechar os olhos à verdade”.
Nesse ambiente se enquadram as violências próprias da hora das desordens, com especial relevância em Bolonha e em Ferrara, "onde se mata e saqueia em nome do comunismo triunfante! Em Turim, as agressões a oficiais que vieram da guerra são constantes: o ministro da Guerra ordena aos oficiais que se defendam à mão armada. Numa província do norte há todos os dias incêndios, lançados pelos socialistas, cujos prejuízos são avaliados em 11 milhões de liras. Em 1920 chegam a estar em greve 1045733 trabalhadores rurais e 1267935 operários, isto é, quase dois milhões e meio de homens em agitação."
Os ataques pessoais completavam o quadro até nos meios rurais, que Pietro Gorgoloni descreve assim:
"O camponês que não obedecesse imediatamente às ordens do comité revolucionário era punido. Matavam-se-lhe os animais; incendiavam-se-lhe as searas; insultava-se-lhe a mulher; maltratavam-se-lhe os filhos. Se quisesse recorrer à farmácia ou ao médico, não o podia fazer, mesmo em casos graves. Do inquérito feito verificou-se que proprietários houve que, para não serem perseguidos, tiveram de pagar milhares de liras. Cita-se mesmo o caso dum camponês de Cavarzero que teve de pagar uma pesada multa por ter obstado a que uma sua irmã se deixasse cortejar por um chefe dum sindicato socialista."
Foi esta sociedade de euforia socialista subsequente à decomposição partidocrática que deu origem à reacção fascista, a qual surgiu, impetuosa e ardente, por toda a Itália. Não ainda como partido político, formado à luz de uma doutrina, orientado por um plano definido. Era antes uma reacção instintiva, digamos biológica, dum organismo nacional ameaçado de desintegração e morte. Certo o fascismo havia de procurar depois uma sistematização ideológica, em que se integraram orgulhos do velho nacionalismo oitocentista, ânsias de reforma social e necessidade de ordem, de disciplina, de autoridade. Mas antes disso, quando em Março de 1919 surge o primeiro Fascio di combattimento, pergunta Valentim da Silva: - “Qual o seu objectivo? A que fins visava? Trazia já ideias políticas no seu programa? Não. Apenas afirmações patrióticas sem preocupações doutrinárias. O Fascio di combattimento surgia como um produto gerado na instintiva defesa individual contra os ódios, as violências, as perseguições que, dia a dia, nos campos, nas comunas e nas cidades o comunismo ateava.”
Poderia em face destes sucessos apresentar-se a hipótese de ser o fascismo a planta que brota naturalmente da esterqueira em que se decompõem as partidocracias e a incapacidade socialista. Haveria depois que verificar se fora assim apenas na Itália ou se não viera a suceder o mesmo noutras nações. Agora, porém, estamos apenas no caso italiano.
Reacção nacional, contra a desordem dos partidos e a demagogia revolucionária, o Fascismo, ao condensar-se em sistema doutrinário, haveria de assentar em primeiro lugar no Nacionalismo, que defende o primado do interesse nacional; depois na ordem dos valores reais da sociedade (e não na ordem dos valores meramente abstractos); finalmente, na projecção revolucionária através de estruturas disciplinadas. Como quer que seja, primeiro as realidades, depois a doutrina.
Foi certamente mais pelos resultados práticos na vida italiana do que pela sua contextura doutrinaria que a governação fascista italiana chegou a ser apontada em Portugal por um dos mais inteligentes e dos mais combativos políticos da I República, o engenheiro Cunha Leal, senão como exemplo a copiar, pelo menos como lição a estudar. Foi ele que afirmou num discurso em Braga, na tarde de 26 de Abril de 1926, depois de amargas considerações sobre o caos da política portuguesa de então: - “Mas a Itália sofreu piores e mais fundas convulsões a que só agora Mussolini está começando a pôr termo." Haviam já passado quatro anos após a marcha sobre Roma e estávamos a um mês do levantamento do 28 de Maio, naquela mesma cidade de Braga...
Por hoje ficaremos nas causas determinantes do fascismo. Veremos depois como ele passou do ciclo da necessidade para o ciclo da identidade.
BARRADAS DE OLIVEIRA
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Não é de crer que a lei vá fixar de fascismo o conceito expresso em 1974 pelo Prof. Pereira de Moura, segundo o qual o fascismo correspondia à desorganização, ao desrespeito dos cidadãos uns pelos outros, ao que no Brasil se condensa expressivamente no termo bagunçada. Tal aspecto corresponde mais caracteristicamente. segundo a experiência histórica, aos períodos de decomposição demagógica, que impõem uma solução de autoridade, cesarista ou não, e esta sim, mais próxima do que foi o fascismo na evolução social do século XX.
Também há outra definição: a dos comunistas, que chamam fascistas a todos os sistemas e governos que lhes são contrários, desde o nacional-socialismo do III Reich alemão e o fascismo italiano - a partir do momento em que estes deixaram de ser seus aliados contra as democracias ocidentais e a propaganda moscovita deixou de os enquadrar, como fazia até aí, nos estados de trabalhadores - até o capitalismo democrático e o socialismo reformista. Havia aqui, nítida, a intenção de denegrir a única força com valor revolucionário junto da mocidade e das massas, e portanto o único concorrente perigoso. A dificuldade estava só em baralhar tudo na confusão detestável, gritando repetidamente as mesmas acusações conforme a técnica da lavagem de cérebros colectiva.
É claro que o processo tem os seus aspectos negativos e um deles consiste em estender o apodo condenatório ao próprio partido comunista. Foram, salvo erro, os marxistas chineses quem primeiro chamou social-fascismo ao comunismo centrado na Rússia.
Para além desses aspectos polémicos, porém, há uma realidade histórica e cultural, surgida na Itália no primeiro quartel deste século e criadora de um determinado sistema de acção, ao qual corresponde, para além do restrito campo da política, um estilo de vida. Será esse fascismo que o legislador há-de definir com a maior precisão, para não cairmos na asserção estúpida, cómoda e perversa: - fascismo é tudo que for contra nós.
Um dos primeiros trabalhos a apreciar em Portugal sobre o fascismo foi um ensaio do diplomata Valentim da Silva, que tivera ao que se nos afigura, oportunidade de conhecer in loco o aparecimento do movimento italiano. É um trabalho objectivo, sereno, documentado, de um liberal que se atém à desapaixonada observação dos factos. Foi publicado no Instituto de Coimbra.
Descreve o ensaísta a situação política da Itália desde o princípio do século até às vésperas da I Grande Guerra:
"Num ambiente de artificioso parlamentarismo, sem correntes de definidos princípios, vivendo na subserviência das clientelas - os partidos constitucionais, logo no começo do século XX, entravam num período de decomposição."
Alastrou a seguir, no meio da partidocracia em putrefacção, o fermento da demagogia socialista, a tentar impedir primeiro a participação do país na guerra e, depois, a reclamar contra o desprezo a que ele fora relegado pelos aliados nas conversações da paz. E ao mesmo tempo, como lhe está na tentação, a expulsar os patrões das fábricas, com as naturais consequências:
"Estavam de facto os operários senhores dos instrumentos de produção, objectivando assim o dogma marxista. O colectivismo revolucionário dava o seu primeiro passo, mas que de proveitoso daí resultava? Passadas semanas, essas fábricas não laboravam, porque o operário, entregue a si mesmo, ficava sem força dirigente que lhe disciplinasse o esforço; não laboravam porque não tinham matérias-primas que as alimentassem; não laboravam porque lhes faltava o capital que as impulsionasse; não laboravam e por isso nada produziam, tornando-se não fontes de rendimento, mas valores inúteis sem significado económico. Eis o desmanchar da utopia que o próprio Lenine confessava nos últimos dias da sua vida, escrevendo no jornal Krasnaia Nov: “um proletariado não pode desenvolver-se sem auxílio do capital, e este antes de ser um inimigo é um aliado necessário; um estado inevitável. Basta de ilusões; é ridículo fechar os olhos à verdade”.
Nesse ambiente se enquadram as violências próprias da hora das desordens, com especial relevância em Bolonha e em Ferrara, "onde se mata e saqueia em nome do comunismo triunfante! Em Turim, as agressões a oficiais que vieram da guerra são constantes: o ministro da Guerra ordena aos oficiais que se defendam à mão armada. Numa província do norte há todos os dias incêndios, lançados pelos socialistas, cujos prejuízos são avaliados em 11 milhões de liras. Em 1920 chegam a estar em greve 1045733 trabalhadores rurais e 1267935 operários, isto é, quase dois milhões e meio de homens em agitação."
Os ataques pessoais completavam o quadro até nos meios rurais, que Pietro Gorgoloni descreve assim:
"O camponês que não obedecesse imediatamente às ordens do comité revolucionário era punido. Matavam-se-lhe os animais; incendiavam-se-lhe as searas; insultava-se-lhe a mulher; maltratavam-se-lhe os filhos. Se quisesse recorrer à farmácia ou ao médico, não o podia fazer, mesmo em casos graves. Do inquérito feito verificou-se que proprietários houve que, para não serem perseguidos, tiveram de pagar milhares de liras. Cita-se mesmo o caso dum camponês de Cavarzero que teve de pagar uma pesada multa por ter obstado a que uma sua irmã se deixasse cortejar por um chefe dum sindicato socialista."
Foi esta sociedade de euforia socialista subsequente à decomposição partidocrática que deu origem à reacção fascista, a qual surgiu, impetuosa e ardente, por toda a Itália. Não ainda como partido político, formado à luz de uma doutrina, orientado por um plano definido. Era antes uma reacção instintiva, digamos biológica, dum organismo nacional ameaçado de desintegração e morte. Certo o fascismo havia de procurar depois uma sistematização ideológica, em que se integraram orgulhos do velho nacionalismo oitocentista, ânsias de reforma social e necessidade de ordem, de disciplina, de autoridade. Mas antes disso, quando em Março de 1919 surge o primeiro Fascio di combattimento, pergunta Valentim da Silva: - “Qual o seu objectivo? A que fins visava? Trazia já ideias políticas no seu programa? Não. Apenas afirmações patrióticas sem preocupações doutrinárias. O Fascio di combattimento surgia como um produto gerado na instintiva defesa individual contra os ódios, as violências, as perseguições que, dia a dia, nos campos, nas comunas e nas cidades o comunismo ateava.”
Poderia em face destes sucessos apresentar-se a hipótese de ser o fascismo a planta que brota naturalmente da esterqueira em que se decompõem as partidocracias e a incapacidade socialista. Haveria depois que verificar se fora assim apenas na Itália ou se não viera a suceder o mesmo noutras nações. Agora, porém, estamos apenas no caso italiano.
Reacção nacional, contra a desordem dos partidos e a demagogia revolucionária, o Fascismo, ao condensar-se em sistema doutrinário, haveria de assentar em primeiro lugar no Nacionalismo, que defende o primado do interesse nacional; depois na ordem dos valores reais da sociedade (e não na ordem dos valores meramente abstractos); finalmente, na projecção revolucionária através de estruturas disciplinadas. Como quer que seja, primeiro as realidades, depois a doutrina.
Foi certamente mais pelos resultados práticos na vida italiana do que pela sua contextura doutrinaria que a governação fascista italiana chegou a ser apontada em Portugal por um dos mais inteligentes e dos mais combativos políticos da I República, o engenheiro Cunha Leal, senão como exemplo a copiar, pelo menos como lição a estudar. Foi ele que afirmou num discurso em Braga, na tarde de 26 de Abril de 1926, depois de amargas considerações sobre o caos da política portuguesa de então: - “Mas a Itália sofreu piores e mais fundas convulsões a que só agora Mussolini está começando a pôr termo." Haviam já passado quatro anos após a marcha sobre Roma e estávamos a um mês do levantamento do 28 de Maio, naquela mesma cidade de Braga...
Por hoje ficaremos nas causas determinantes do fascismo. Veremos depois como ele passou do ciclo da necessidade para o ciclo da identidade.
BARRADAS DE OLIVEIRA
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quarta-feira, outubro 06, 2004
A MITOLOGIA CONTEMPORÂNEA
"Mais uns filmes americanos e depois o fim do mundo".
(Drieu la Rochelle)
Hoje em dia, a realidade frustra todas as explicações: os pacifistas, as "colombes de la paix", militarizam-se, lançam-se em empresas belicistas, recorrendo sempre que necessário ao binómio justificativo “guerra justa/guerra injusta", que tem quase um significado mágico, e serve para tornar ideologicamente razoáveis os seus actos, redentoras as chacinas, cientificamente necessárias as depurações, politicamente toleráveis as manifestações de violência repressiva. Em "1984", Orwell mostra-nos o reino de terror do "Grande Irmão" que, no entanto, por uma lógica interna e peculiar, é um “filantropo”...
Simultaneamente, a degradação da vida quotidiana traz à sociedade, a essa misteriosa "opinião pública", a nostalgia da calma, o ópio do descanso: “mostremos máscaras, pois os homens não suportam a realidade, que é demasiado horrível”. Entramos então no paraíso da droga comunitária, assegurada pelos “mass media”, pela publicidade dos grandes produtores, que, como notava Konrad Lorenz, não é "apolítica", antes desempenha, no Ocidente, “mutatis mutandis”, a tarefa das bandeirolas do partido, dos "slogans", a propaganda aos "pioneiros", a Leste.
Na sociedade de massas contemporânea, o indivíduo procura uma época inteiramente agradável, em que pretende ser o mais livre e o mais auxiliado possível: é um falso instinto de conservação, o daqueles que, da nascença à morte, acalentam a esperança de poder ser sustentados pelo Estado, que vêem sempre como algo distante, todo poderoso, radicalmente diverso da sociedade. E encontra-se esta ilusória sensação de segurança no princípio do fim de um sistema social.
Mas não acaba aqui a mitologia contemporânea. A “boa consciência universal" ergue-se julgando a astúcia e a violência, que já ocupam por si próprias um lugar suficientemente grande nos assuntos humanos para que seja necessário vir a “ciência” caucioná-los com a sua alta autoridade! Quer dizer, os profetas do ilusório estabelecem a dupla equação "sem dúvida a política utiliza métodos moralmente repreensíveis e perversos, no entanto, vale mais ignorar tais vícios, propor à humanidade fins nobres, do que comprometer a ciência aplicando-a a um prisma tão aviltante". Pretende-se, uma vez mais, assumir a máscara, tornar a realidade em abstracção, transformar a ciência numa oficina de consolações. Ora, o “Dever-Ser” aplicado às leis científicas é sempre a via aberta do cientismo.
A sociedade técnica habituou-se a ser como a Suíça, uma "sociedade de pais de família”, usando a expressão de Bardèche. Muito por isto, o desejo de paz é o desejo de “panem et circenses”, já que uma guerra que cortasse hoje as fontes de abastecimento às supersociedades de consumo seria catastrófica para um modo de vida, condicionante de um modo de pensar, condicionado por um modo de "aceitar”.
O medo da guerra é também hoje um desfasamento do real, de algum modo a institucionalização da "política de avestruz": é que, quer se queira quer não, tudo em política, e sobretudo política internacional, gira em torno da relação de forças, e não de declarações de intenções. A realidade não é passível de ser transformada através de juízos de valor. Como dizia Montherlant, “não basta proclamar que se ama a paz. Trata-se de ser suficientemente forte para impor a paz aos que querem a guerra”.
É sempre perigoso cair-se também no “ilusionismo jurídico”, e por maioria de razão em campos tão delicados como estes. É que os textos jurídicos apenas verificam o acordo de vontades, não as criam, relevando por isso da mera mistificação assimilar a paz aos tratados que marcaram a sua instrução, quase sempre no fim de uma guerra. (À primeira Constituição japonesa após a 2ª Guerra costumava ironicamente chamar-se “Constituição MacArthur”, pois derivou, na realidade, de uma imposição da América vencedora, utilizando como primordial instrumento de coacção o vector atómico. Daqui a concluir-se que todos os tratados de paz comportam uma teoria de guerra, vai um passo).
Da quebra com o que é também hoje um “nariz de cera”, o "realismo" político (i.e., o medo de agir contra “o Sentido da História”, de contrariar a “conjuntura internacional”, etc.) podem nascer, por decomposição várias atitudes negativas: a “nostalgia”, que se obstina a negar as modificações operadas em determinado meio, o deslocamento do poder, e joga numa relação de forças desactualizada, irreal; a “atrofia”, que consiste na perturbação incurável quanto ao uso da força, mesmo como “ultima ratio", e que originou o remoque de Max Weber, segundo o qual o timorato faria melhor “em não meter os dados nos raios da roda da história".
Este fraccionamento pode conduzir também a uma visão desonestamente romântica de uma "história boa" e uma "história má" na vida do homem, nascendo daqui muitas das utopias que ainda agrilhoam as sociedades, os povos e os “bem pensantes”. Vejamos o que diz sobre isto Julien Freund: "Uma civilização e uma cultura fazem um todo; seria intelectualmente desonesto não considerar a evolução da humanidade no seu conjunto e na sua plenitude, fazendo escolhas arbitrárias com o pretexto de separar o trigo (o pensamento, a arte, a ciência, a filosofia) do joio (a política, etc.). (...) Só um humanismo de segunda ordem, como o que plagia e falsifica o Renascimento, desviriliza e adultera a Antiguidade, pode erguer o homem contra a sua humanidade, e contra tudo o que nele há de divino e demoníaco”. ("Q’est-ce que la Politique?”, Sirey ed.).
Não advertia Robert Ardrey, no seu admirável “Social Contract”, dos perigos de uma visão falaciosa da natureza humana? As utopias oitocentistas, a miragem da “bondade natural” do homem, fizerem retroceder o pensamento muitos séculos: durante demasiado tempo acreditou-se ser o homem algo de radicalmente diferente e contraditório em relação à natureza. Foi preciso que a etologia, já na segunda metade deste século, viesse demonstrar a profunda coexistência, no ser humano, do mundo intelectual e do mundo animal reconciliando o homem com o todo.
No entanto, os Estados actuais enformam ainda uma sociedade truncada, separada do seu próprio ser, que observa a história de um quarto andar, fazendo passar por dois corredores distintos a própria unidade histórica. Sociedade que vive uma ilusão de óptica, no mito de Sísifo, contente pelo absurdo da sua existência num universo sem rei nem lei, clamando pela paz e pelos tratados que a imponham. Para os seus componentes, “a verdadeira paz é saber-se que há guerra algures”, na expressão cruel de Jacques Prévert.
Porque aqui, em última análise, o valor supremo é o egoísmo. E este acaba por ser um prenúncio da morte.
NUNO ROGEIRO
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(Drieu la Rochelle)
Hoje em dia, a realidade frustra todas as explicações: os pacifistas, as "colombes de la paix", militarizam-se, lançam-se em empresas belicistas, recorrendo sempre que necessário ao binómio justificativo “guerra justa/guerra injusta", que tem quase um significado mágico, e serve para tornar ideologicamente razoáveis os seus actos, redentoras as chacinas, cientificamente necessárias as depurações, politicamente toleráveis as manifestações de violência repressiva. Em "1984", Orwell mostra-nos o reino de terror do "Grande Irmão" que, no entanto, por uma lógica interna e peculiar, é um “filantropo”...
Simultaneamente, a degradação da vida quotidiana traz à sociedade, a essa misteriosa "opinião pública", a nostalgia da calma, o ópio do descanso: “mostremos máscaras, pois os homens não suportam a realidade, que é demasiado horrível”. Entramos então no paraíso da droga comunitária, assegurada pelos “mass media”, pela publicidade dos grandes produtores, que, como notava Konrad Lorenz, não é "apolítica", antes desempenha, no Ocidente, “mutatis mutandis”, a tarefa das bandeirolas do partido, dos "slogans", a propaganda aos "pioneiros", a Leste.
Na sociedade de massas contemporânea, o indivíduo procura uma época inteiramente agradável, em que pretende ser o mais livre e o mais auxiliado possível: é um falso instinto de conservação, o daqueles que, da nascença à morte, acalentam a esperança de poder ser sustentados pelo Estado, que vêem sempre como algo distante, todo poderoso, radicalmente diverso da sociedade. E encontra-se esta ilusória sensação de segurança no princípio do fim de um sistema social.
Mas não acaba aqui a mitologia contemporânea. A “boa consciência universal" ergue-se julgando a astúcia e a violência, que já ocupam por si próprias um lugar suficientemente grande nos assuntos humanos para que seja necessário vir a “ciência” caucioná-los com a sua alta autoridade! Quer dizer, os profetas do ilusório estabelecem a dupla equação "sem dúvida a política utiliza métodos moralmente repreensíveis e perversos, no entanto, vale mais ignorar tais vícios, propor à humanidade fins nobres, do que comprometer a ciência aplicando-a a um prisma tão aviltante". Pretende-se, uma vez mais, assumir a máscara, tornar a realidade em abstracção, transformar a ciência numa oficina de consolações. Ora, o “Dever-Ser” aplicado às leis científicas é sempre a via aberta do cientismo.
A sociedade técnica habituou-se a ser como a Suíça, uma "sociedade de pais de família”, usando a expressão de Bardèche. Muito por isto, o desejo de paz é o desejo de “panem et circenses”, já que uma guerra que cortasse hoje as fontes de abastecimento às supersociedades de consumo seria catastrófica para um modo de vida, condicionante de um modo de pensar, condicionado por um modo de "aceitar”.
O medo da guerra é também hoje um desfasamento do real, de algum modo a institucionalização da "política de avestruz": é que, quer se queira quer não, tudo em política, e sobretudo política internacional, gira em torno da relação de forças, e não de declarações de intenções. A realidade não é passível de ser transformada através de juízos de valor. Como dizia Montherlant, “não basta proclamar que se ama a paz. Trata-se de ser suficientemente forte para impor a paz aos que querem a guerra”.
É sempre perigoso cair-se também no “ilusionismo jurídico”, e por maioria de razão em campos tão delicados como estes. É que os textos jurídicos apenas verificam o acordo de vontades, não as criam, relevando por isso da mera mistificação assimilar a paz aos tratados que marcaram a sua instrução, quase sempre no fim de uma guerra. (À primeira Constituição japonesa após a 2ª Guerra costumava ironicamente chamar-se “Constituição MacArthur”, pois derivou, na realidade, de uma imposição da América vencedora, utilizando como primordial instrumento de coacção o vector atómico. Daqui a concluir-se que todos os tratados de paz comportam uma teoria de guerra, vai um passo).
Da quebra com o que é também hoje um “nariz de cera”, o "realismo" político (i.e., o medo de agir contra “o Sentido da História”, de contrariar a “conjuntura internacional”, etc.) podem nascer, por decomposição várias atitudes negativas: a “nostalgia”, que se obstina a negar as modificações operadas em determinado meio, o deslocamento do poder, e joga numa relação de forças desactualizada, irreal; a “atrofia”, que consiste na perturbação incurável quanto ao uso da força, mesmo como “ultima ratio", e que originou o remoque de Max Weber, segundo o qual o timorato faria melhor “em não meter os dados nos raios da roda da história".
Este fraccionamento pode conduzir também a uma visão desonestamente romântica de uma "história boa" e uma "história má" na vida do homem, nascendo daqui muitas das utopias que ainda agrilhoam as sociedades, os povos e os “bem pensantes”. Vejamos o que diz sobre isto Julien Freund: "Uma civilização e uma cultura fazem um todo; seria intelectualmente desonesto não considerar a evolução da humanidade no seu conjunto e na sua plenitude, fazendo escolhas arbitrárias com o pretexto de separar o trigo (o pensamento, a arte, a ciência, a filosofia) do joio (a política, etc.). (...) Só um humanismo de segunda ordem, como o que plagia e falsifica o Renascimento, desviriliza e adultera a Antiguidade, pode erguer o homem contra a sua humanidade, e contra tudo o que nele há de divino e demoníaco”. ("Q’est-ce que la Politique?”, Sirey ed.).
Não advertia Robert Ardrey, no seu admirável “Social Contract”, dos perigos de uma visão falaciosa da natureza humana? As utopias oitocentistas, a miragem da “bondade natural” do homem, fizerem retroceder o pensamento muitos séculos: durante demasiado tempo acreditou-se ser o homem algo de radicalmente diferente e contraditório em relação à natureza. Foi preciso que a etologia, já na segunda metade deste século, viesse demonstrar a profunda coexistência, no ser humano, do mundo intelectual e do mundo animal reconciliando o homem com o todo.
No entanto, os Estados actuais enformam ainda uma sociedade truncada, separada do seu próprio ser, que observa a história de um quarto andar, fazendo passar por dois corredores distintos a própria unidade histórica. Sociedade que vive uma ilusão de óptica, no mito de Sísifo, contente pelo absurdo da sua existência num universo sem rei nem lei, clamando pela paz e pelos tratados que a imponham. Para os seus componentes, “a verdadeira paz é saber-se que há guerra algures”, na expressão cruel de Jacques Prévert.
Porque aqui, em última análise, o valor supremo é o egoísmo. E este acaba por ser um prenúncio da morte.
NUNO ROGEIRO
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Gaudeamus!
Tenho o gosto de anunciar que na sequência do postal anterior o incansável Nelson Buíça, especialista em marketing e publicidade, aceitou o cargo de assessor de imagem e relações públicas da Blood & Honour - Portugal.
Para já está a estudar a questão dos penteados da rapaziada.
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Para já está a estudar a questão dos penteados da rapaziada.
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Voluntarismo
Na sequência das minhas chamadas ao trabalho na internet surge sempre como primeiro voluntário o incansável Buíça.
De modo a dar continuidade a essa notória vontade de servir as boas causas, venho comunicar ao prestável Buíça que já está em linha o site da Blood & Honour de Portugal.
Uma vez que os animadores estão sediados na Invicta, onde se movimenta o inestimável blogger com nome de regicida, deverá o mesmo dirigir-se aos mesmos a oferecer os seus préstimos, ficando às ordens para o que for preciso, nomeadamente em matérias informáticas, de design, artes gráficas, até de visual, tudo matérias em que o Buíça é perito e onde a sua colaboração será certamente muito apreciada.
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De modo a dar continuidade a essa notória vontade de servir as boas causas, venho comunicar ao prestável Buíça que já está em linha o site da Blood & Honour de Portugal.
Uma vez que os animadores estão sediados na Invicta, onde se movimenta o inestimável blogger com nome de regicida, deverá o mesmo dirigir-se aos mesmos a oferecer os seus préstimos, ficando às ordens para o que for preciso, nomeadamente em matérias informáticas, de design, artes gráficas, até de visual, tudo matérias em que o Buíça é perito e onde a sua colaboração será certamente muito apreciada.
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terça-feira, outubro 05, 2004
Militância: com vontade e uma estratégia
Se uma forte corrente de opinião existir na sociedade sem encontrar expressão nos partidos instalados ela acabará por traduzir-se em apoio social ao partido que surja a assumir a sua representação.
Se nada existir para ser representado, por maior que seja o esforço activista de um partido que de modo voluntarista tente a sua implantação a sua vontade sairá frustrada.
Por estas convicções me tenho orientado: uma forte corrente de opinião é uma realidade que pode criar-se. E acrescento que hoje e no futuro quem dominar a net dominará a opinião.
Em resumo, e insistindo: os militantes de uma ideia devem cavar as suas próprias trincheiras, e multiplicá-las no corpo social. Sobretudo ter a noção que é no campo mediático, informativo, cultural, no aparelho ideológico de condicionamento social, que as nossas ideias têm estado sempre em grave situação de inferioridade, comprometendo por isso todas as lutas desenvolvidas no terreno.
Torno portanto aos meus apelos: multiplique-se a área nacional na rede. Que proliferem os sites, os blogues, as páginas, os foros. Que se desenvolvam os existentes, se possível pelo processo de colaboração diversificada e multipolar que sugeri ali mais atrás.
Que se criem, se reforcem ou se apoiem as associações e as instituições que na sociedade desenvolvam temas que nos interessam. A preservação da História, da Cultura, da Vida, do Ambiente, a divulgação constante das doutrinas e dos pensadores, filósofos, escritores, poetas e heróis do nacionalismo é um imperativo diário.
A comunicação, o estabelecimento de canais de comunicação eficazes, poderosos, e nossos, constitui prioridade máxima.
Que cada um faça a sua parte, e tudo se tornará possível.
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Se nada existir para ser representado, por maior que seja o esforço activista de um partido que de modo voluntarista tente a sua implantação a sua vontade sairá frustrada.
Por estas convicções me tenho orientado: uma forte corrente de opinião é uma realidade que pode criar-se. E acrescento que hoje e no futuro quem dominar a net dominará a opinião.
Em resumo, e insistindo: os militantes de uma ideia devem cavar as suas próprias trincheiras, e multiplicá-las no corpo social. Sobretudo ter a noção que é no campo mediático, informativo, cultural, no aparelho ideológico de condicionamento social, que as nossas ideias têm estado sempre em grave situação de inferioridade, comprometendo por isso todas as lutas desenvolvidas no terreno.
Torno portanto aos meus apelos: multiplique-se a área nacional na rede. Que proliferem os sites, os blogues, as páginas, os foros. Que se desenvolvam os existentes, se possível pelo processo de colaboração diversificada e multipolar que sugeri ali mais atrás.
Que se criem, se reforcem ou se apoiem as associações e as instituições que na sociedade desenvolvam temas que nos interessam. A preservação da História, da Cultura, da Vida, do Ambiente, a divulgação constante das doutrinas e dos pensadores, filósofos, escritores, poetas e heróis do nacionalismo é um imperativo diário.
A comunicação, o estabelecimento de canais de comunicação eficazes, poderosos, e nossos, constitui prioridade máxima.
Que cada um faça a sua parte, e tudo se tornará possível.
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A guerra do ciberespaço
A recente polémica despoletada pelo AFIXE teve um mérito indiscutível: demonstrou até aos mais distraídos como é essencial a internet e a blogosfera em particular para todos aqueles que não têm voz noutro meio, nem possibilidade de se exprimir fora deste (lá fora tudo está atado e bem atado).
O valor deste meio para as forças inconformistas foi paradoxalmente apontado por quem, alarmado com o que existe na rede (ainda bem incipiente, a nosso ver), já sustenta a necessidade imperativa de colocar aqui um controlo qualquer que mantenha a coutada reservada aos bem comportados - o que bem se entende significa calar tudo o que seja politicamente desalinhado do situacionismo instalado.
Muito gostaria eu que esta lição fose reflectida e aprendida por todos: a extraordinária importância que este meio de comunicação e divulgação reveste para nós, enquanto liberto dos filtros do sistema, provoca já alarme nos nossos inimigos.
Será preciso mais prova para nos convencermmos do seu valor, e apressar-mo-nos a extrair dele todas as utilidades e potencialidades possíveis?
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O valor deste meio para as forças inconformistas foi paradoxalmente apontado por quem, alarmado com o que existe na rede (ainda bem incipiente, a nosso ver), já sustenta a necessidade imperativa de colocar aqui um controlo qualquer que mantenha a coutada reservada aos bem comportados - o que bem se entende significa calar tudo o que seja politicamente desalinhado do situacionismo instalado.
Muito gostaria eu que esta lição fose reflectida e aprendida por todos: a extraordinária importância que este meio de comunicação e divulgação reveste para nós, enquanto liberto dos filtros do sistema, provoca já alarme nos nossos inimigos.
Será preciso mais prova para nos convencermmos do seu valor, e apressar-mo-nos a extrair dele todas as utilidades e potencialidades possíveis?
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Casas na Arrábida
Caiu agora na blogosfera como grande escândalo a questão da casa do Ministro Nobre Guedes na Serra da Arrábida, e das possíveis ilegalidades da mesma.
Realmente o homem é Ministro do Ambiente, e a zona é protegida: o assunto merece atenção.
Mas não deixa de ser estranho a altura em que é lançada a campanha: precisamente quando o dito Ministro anunciou um programa de demolição de casas clandestinas... Será que se ele se mantivesse quietinho e deixasse estar o que está também viriam a público os seus rabos de palha?
É que isto incomoda muita gente! Há até quem diga que a única razão por que veio a público a casinha de Nobre Guedes é a morada ilegal do deputado José Magalhães na mesma área protegida da Arrábida. Será verdade? Os blogues que andam aí tão indignados com uma deviam esclarecer esta dúvida acerca da outra.
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Realmente o homem é Ministro do Ambiente, e a zona é protegida: o assunto merece atenção.
Mas não deixa de ser estranho a altura em que é lançada a campanha: precisamente quando o dito Ministro anunciou um programa de demolição de casas clandestinas... Será que se ele se mantivesse quietinho e deixasse estar o que está também viriam a público os seus rabos de palha?
É que isto incomoda muita gente! Há até quem diga que a única razão por que veio a público a casinha de Nobre Guedes é a morada ilegal do deputado José Magalhães na mesma área protegida da Arrábida. Será verdade? Os blogues que andam aí tão indignados com uma deviam esclarecer esta dúvida acerca da outra.
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Defesa Nacional
Segundo vejo nas gazetas, o Ministro Portas tem mais três adjuntos.
Um tem nome de homem, outro tem nome de mulher, e o terceiro é o Nuno Gonçalves.
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Um tem nome de homem, outro tem nome de mulher, e o terceiro é o Nuno Gonçalves.
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segunda-feira, outubro 04, 2004
Construção da biblioteca virtual
Num artigo que ficou ali para trás incentivei a que os nacionalistas portugueses, todos, tomassem a seu cargo a tarefa enorme de trazer para a internet todo o acervo doutrinário, documental, representativo das linhas de pensamento de que descendem. Deste modo se supriria uma grave lacuna, colmatando a ausência do mundo editorial e jornalístico de tantos e tantos autores e obras que são parte integrante do nosso património ideológico - ausência essa que se traduz numa verdadeira hemiplegia na esfera cultural.
A tarefa em questão seria assim como a construção de uma gigantesca biblioteca e arquivo em rede, tornando acessível a todos o que actualmente só é do conhecimento de poucos. É trabalho de interesse público e urgência nacional.
E teria que ser feito por todos, não só porque há imenso material que só uns têm, mas também porque é muito exigente o trabalho de digitalização e correcção desse material, sendo demais exigir isso apenas de uns poucos sacrificados. Com efeito a publicação em rede é fácil, os lugares existem, não está aí o obstáculo. A maior dificuldade está no momento anterior, na passagem do material a limpo, pronto para publicação.
Era neste ponto que eu alvitrava a ideia de colocar cada um a fazer a sua parte: se cada um dos que dispõem de scanner e de algum material bom para publicação se desse ao incómodo de preparar esse material para edição, os responsáveis dos sites existentes teriam a sua missão extraordiáriamente facilitada. E este tipo de colaboração pode ser assegurada por cada um em sua casa e onde quer que se encontre.
O trabalho em causa afigura-se-me como uma tarefa militante da mais transcendente importância - de dimensão verdadeiramente histórica.
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A tarefa em questão seria assim como a construção de uma gigantesca biblioteca e arquivo em rede, tornando acessível a todos o que actualmente só é do conhecimento de poucos. É trabalho de interesse público e urgência nacional.
E teria que ser feito por todos, não só porque há imenso material que só uns têm, mas também porque é muito exigente o trabalho de digitalização e correcção desse material, sendo demais exigir isso apenas de uns poucos sacrificados. Com efeito a publicação em rede é fácil, os lugares existem, não está aí o obstáculo. A maior dificuldade está no momento anterior, na passagem do material a limpo, pronto para publicação.
Era neste ponto que eu alvitrava a ideia de colocar cada um a fazer a sua parte: se cada um dos que dispõem de scanner e de algum material bom para publicação se desse ao incómodo de preparar esse material para edição, os responsáveis dos sites existentes teriam a sua missão extraordiáriamente facilitada. E este tipo de colaboração pode ser assegurada por cada um em sua casa e onde quer que se encontre.
O trabalho em causa afigura-se-me como uma tarefa militante da mais transcendente importância - de dimensão verdadeiramente histórica.
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domingo, outubro 03, 2004
UMA IDEIA NOVA – A EURODIREITA
O grande sucesso do comício da “Eurodireita”, na “Mutualidade”, não foi somente o sinal dum despertar que a campanha eleitoral não conseguiu provocar. Não foi também um acto de fé num futuro dum Parlamento europeu que se arrisca muito a ser uma assembleia sem poder real, e cuja única importância será transformar-se em um símbolo, o duma aspiração que terá ainda muito que fazer para se tornar uma vontade. É outra coisa: é a aplicação de uma ideia nova que pretende encher um vazio político e que incarna não só uma ideologia, mas o que é muito vasto e mais atraente, uma atitude.
A Comunidade Europeia que nos preparam os partidos colocados no seu lugar pelos Aliados em 1945 reproduzirá todas as taras dos regimes de sufrágio. Será portanto uma Europa democrática, isto é, uma Europa dos políticos, enfeudada aos trusts e aos monopólios, alimentada com mitos e confusões elaborados em 1945, incapaz de se defender contras as infiltrações e a subversão, paralisada na sua vontade de se defender pelos partidos subordinados a Moscovo ou aterrorizados à ideia de se oporem àqueles, venal e desonesta porque estará fundada no mecanismo eleitoral, impotente contra a invasão estrangeira, vestida de ideologias antiquadas como o antifascismo, imprópria por todas estas razões para proteger e, ainda menos, manifestar a sua independência, tão inviável como era a Polónia do século XVII, e exposta aos mesmos perigos.
Além disso “avançada”, isto é, frouxa, hipnotizada pelos estoira-vergas que se proclamam mais avançados que ela, sem defesa contra os terroristas e os separatistas, espantados com a ideia de ser aquilo que convém ser quando se quer ter, em política, uma força. Por todas estas razões, a Comunidade europeia democrática conduz em si própria todas as causas de malogro e decadência, não conseguirá, pois, remediar as necessidades mais urgentes, organizar um exército que seja suficiente para tornar perigosa uma empresa contra o seu território e dotar-se de uma legislação que proteja eficazmente os seus interesses económicos.
Podemos, pois, estar seguros de que a “Comunidade” dos regimes sem alma e sem força será, ela própria, uma Comunidade sem alma e sem força. A Comunidade europeia democrática não produzirá qualquer milagre: não pode ser senão a das fraquezas dos Estados democráticos que a compõem.
O revigoramento da Europa tem por condição o revigoramento moral e político de cada uma das nações europeias.
É nisso que o aparecimento da “Eurodireita” é simpático. Ao reabilitar uma terminologia política, que parecia votada ao ostracismo e que nenhum partido ousará reivindicar, o M.S.I. italiano, a “Fuerza Nueva» espanhola e o P.F.N. em França, nos quais a juventude representa um papel importante, tomam, em primeiro lugar, uma atitude característica, opondo-se, pela escolha do vocabulário, a uma esquerda paralisada e convencional e, por consequência, conservadora sem o saber, entorpecida por ritos e responsos, cuja observância e recitação lhes conserva lugar em toda a ideia política. Esta nova “direita” não pode já contar com a Igreja, que se passou para a esquerda, nem com o exército, que se tornou inerte, nem com os grandes proprietários, que desapareceram, nem com os chefes do capitalismo que se encontram bem instalados no presente regime. Ela não pode representar senão recusas e exigências, pelo que é necessariamente a recusa da subversão, do esquerdismo, da frouxidão e do terrorismo, do crime e dos grandes negócios, que ilustram tão perfeitamente o caso Leone em Itália, sintoma de decomposição (tão grave como o caso Moro) da confraria antifascista que se tornou uma confraria de videirismo e de benesses, resultando daí uma confraria de ódio e de denúncia.
Esta “Eurodireita”, concebida como um contrário, como uma “medicina” de que a Europa tem urgente necessidade, ultrapassa fatalmente a política, não falando, por consequência, a mesma linguagem que os partidos entronizados. A sua vocação é, em primeiro lugar, moral. O que está inscrito no seu programa não importa, porque os programas dependem das circunstâncias. Mas o que ela representa pode importar muito se incarna essas qualidades de homem e de Estado de que se não ouve falar há mais de trinta anos: a honestidade, a seriedade, a consciência profissional, a disciplina, a coragem, a lealdade como virtude dos particulares, a autoridade, a probidade, a franqueza, o sentido das responsabilidades como virtudes de Estado.
A recusa de se comprometer nas polémicas estéreis sobre o fascismo e antifascismo, a escolha duma política realista que dê prioridade aos instrumentos de independência militar e política da Europa, o sentimento sempre presente do perigo que correm os Estados Europeus, ao mesmo tempo pelo cerco à Europa independente, que não esteja enfeudada a Washington nem a Moscovo.
Mas devemos convencer-nos que esses esforços para o rearmamento material da Europa serão vãos se não forem acompanhados dum rearmamento moral da Europa.
Não sendo a Europa outra coisa senão a soma das forças que representa cada um dos Estados europeus, para o rearmamento moral da Europa convém um rearmamento moral de cada um dos Estados que compõem a Europa. É inútil estabelecer uma distinção entre o destino próprio das nações da Europa e a sua vocação europeia, a Europa os reclama também: não existe senão uma contradição aparente, visto que a força da Europa é a força de cada um de nós. Nenhuma nação da Europa se salvará só de perigos que as ameaçam a todas: salvar-se-ão conjuntamente ou tornar-se-ão escravas umas após outras.
É evidente que diante do terrorismo, do crescimento do banditismo, da impunidade dos marginais, assim como diante dos perigos exteriores, todos os países da Europa, quaisquer que eles sejam, necessitam de Estados fortes, decididos a agir, decididos a prevenir, o que é ainda mais difícil. A esta necessidade nenhum dos Estados europeus se poderá esquivar, apesar dos seus sonhos quiméricos de contemporização e de demagogia. Nós caminhamos inevitavelmente para Estados ousados e firmes porque só eles são os garantes da liberdade e da segurança individuais. Mas ao mesmo tempo, para o rearmamento moral necessário à Europa, a adesão da opinião é indispensável. É bom, portanto, que a “Eurodireita” rectifique profundamente a imagem da “direita” na opinião pública. Esta deve saber, não somente pelas suas declarações, mas por atitudes novas e por factos, que a “direita” se demarca do conservantismo social que os seus adversários quiseram impor-lhe como etiqueta definitiva. Mesmo sem se referir às posições dos movimentos extremistas de direita de antes da guerra, é natural e lógico que um regime forte seja o melhor protector dos trabalhadores contra aqueles que os procuram explorar.
MAURICE BARDÈCHE
(Nota: este artigo surgiu na sequência do êxito do comício realizado em Agosto de 1978 em Paris, na “Mutualité”, pela união que então se anunciava entre diversas forças europeias, tendo como cabeças de cartaz Giorgio Almirante e Blas Pinãr. Tratou-se então de uma novidade com grande repercussão nos meios políticos europeus, de que me lembrei agora devido à recente criação da Frente Nacionalista Europeia, já aqui noticiada. Desnecessário recordar também aqui que o artigo tem já 26 anos, e muita coisa mudou a nível dos equilíbrios políticos mundiais. Mesmo assim parece-me de proveitosa leitura nos tempos de hoje.)
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A Comunidade Europeia que nos preparam os partidos colocados no seu lugar pelos Aliados em 1945 reproduzirá todas as taras dos regimes de sufrágio. Será portanto uma Europa democrática, isto é, uma Europa dos políticos, enfeudada aos trusts e aos monopólios, alimentada com mitos e confusões elaborados em 1945, incapaz de se defender contras as infiltrações e a subversão, paralisada na sua vontade de se defender pelos partidos subordinados a Moscovo ou aterrorizados à ideia de se oporem àqueles, venal e desonesta porque estará fundada no mecanismo eleitoral, impotente contra a invasão estrangeira, vestida de ideologias antiquadas como o antifascismo, imprópria por todas estas razões para proteger e, ainda menos, manifestar a sua independência, tão inviável como era a Polónia do século XVII, e exposta aos mesmos perigos.
Além disso “avançada”, isto é, frouxa, hipnotizada pelos estoira-vergas que se proclamam mais avançados que ela, sem defesa contra os terroristas e os separatistas, espantados com a ideia de ser aquilo que convém ser quando se quer ter, em política, uma força. Por todas estas razões, a Comunidade europeia democrática conduz em si própria todas as causas de malogro e decadência, não conseguirá, pois, remediar as necessidades mais urgentes, organizar um exército que seja suficiente para tornar perigosa uma empresa contra o seu território e dotar-se de uma legislação que proteja eficazmente os seus interesses económicos.
Podemos, pois, estar seguros de que a “Comunidade” dos regimes sem alma e sem força será, ela própria, uma Comunidade sem alma e sem força. A Comunidade europeia democrática não produzirá qualquer milagre: não pode ser senão a das fraquezas dos Estados democráticos que a compõem.
O revigoramento da Europa tem por condição o revigoramento moral e político de cada uma das nações europeias.
É nisso que o aparecimento da “Eurodireita” é simpático. Ao reabilitar uma terminologia política, que parecia votada ao ostracismo e que nenhum partido ousará reivindicar, o M.S.I. italiano, a “Fuerza Nueva» espanhola e o P.F.N. em França, nos quais a juventude representa um papel importante, tomam, em primeiro lugar, uma atitude característica, opondo-se, pela escolha do vocabulário, a uma esquerda paralisada e convencional e, por consequência, conservadora sem o saber, entorpecida por ritos e responsos, cuja observância e recitação lhes conserva lugar em toda a ideia política. Esta nova “direita” não pode já contar com a Igreja, que se passou para a esquerda, nem com o exército, que se tornou inerte, nem com os grandes proprietários, que desapareceram, nem com os chefes do capitalismo que se encontram bem instalados no presente regime. Ela não pode representar senão recusas e exigências, pelo que é necessariamente a recusa da subversão, do esquerdismo, da frouxidão e do terrorismo, do crime e dos grandes negócios, que ilustram tão perfeitamente o caso Leone em Itália, sintoma de decomposição (tão grave como o caso Moro) da confraria antifascista que se tornou uma confraria de videirismo e de benesses, resultando daí uma confraria de ódio e de denúncia.
Esta “Eurodireita”, concebida como um contrário, como uma “medicina” de que a Europa tem urgente necessidade, ultrapassa fatalmente a política, não falando, por consequência, a mesma linguagem que os partidos entronizados. A sua vocação é, em primeiro lugar, moral. O que está inscrito no seu programa não importa, porque os programas dependem das circunstâncias. Mas o que ela representa pode importar muito se incarna essas qualidades de homem e de Estado de que se não ouve falar há mais de trinta anos: a honestidade, a seriedade, a consciência profissional, a disciplina, a coragem, a lealdade como virtude dos particulares, a autoridade, a probidade, a franqueza, o sentido das responsabilidades como virtudes de Estado.
A recusa de se comprometer nas polémicas estéreis sobre o fascismo e antifascismo, a escolha duma política realista que dê prioridade aos instrumentos de independência militar e política da Europa, o sentimento sempre presente do perigo que correm os Estados Europeus, ao mesmo tempo pelo cerco à Europa independente, que não esteja enfeudada a Washington nem a Moscovo.
Mas devemos convencer-nos que esses esforços para o rearmamento material da Europa serão vãos se não forem acompanhados dum rearmamento moral da Europa.
Não sendo a Europa outra coisa senão a soma das forças que representa cada um dos Estados europeus, para o rearmamento moral da Europa convém um rearmamento moral de cada um dos Estados que compõem a Europa. É inútil estabelecer uma distinção entre o destino próprio das nações da Europa e a sua vocação europeia, a Europa os reclama também: não existe senão uma contradição aparente, visto que a força da Europa é a força de cada um de nós. Nenhuma nação da Europa se salvará só de perigos que as ameaçam a todas: salvar-se-ão conjuntamente ou tornar-se-ão escravas umas após outras.
É evidente que diante do terrorismo, do crescimento do banditismo, da impunidade dos marginais, assim como diante dos perigos exteriores, todos os países da Europa, quaisquer que eles sejam, necessitam de Estados fortes, decididos a agir, decididos a prevenir, o que é ainda mais difícil. A esta necessidade nenhum dos Estados europeus se poderá esquivar, apesar dos seus sonhos quiméricos de contemporização e de demagogia. Nós caminhamos inevitavelmente para Estados ousados e firmes porque só eles são os garantes da liberdade e da segurança individuais. Mas ao mesmo tempo, para o rearmamento moral necessário à Europa, a adesão da opinião é indispensável. É bom, portanto, que a “Eurodireita” rectifique profundamente a imagem da “direita” na opinião pública. Esta deve saber, não somente pelas suas declarações, mas por atitudes novas e por factos, que a “direita” se demarca do conservantismo social que os seus adversários quiseram impor-lhe como etiqueta definitiva. Mesmo sem se referir às posições dos movimentos extremistas de direita de antes da guerra, é natural e lógico que um regime forte seja o melhor protector dos trabalhadores contra aqueles que os procuram explorar.
MAURICE BARDÈCHE
(Nota: este artigo surgiu na sequência do êxito do comício realizado em Agosto de 1978 em Paris, na “Mutualité”, pela união que então se anunciava entre diversas forças europeias, tendo como cabeças de cartaz Giorgio Almirante e Blas Pinãr. Tratou-se então de uma novidade com grande repercussão nos meios políticos europeus, de que me lembrei agora devido à recente criação da Frente Nacionalista Europeia, já aqui noticiada. Desnecessário recordar também aqui que o artigo tem já 26 anos, e muita coisa mudou a nível dos equilíbrios políticos mundiais. Mesmo assim parece-me de proveitosa leitura nos tempos de hoje.)
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NACIONALISMO REVOLUCIONÁRIO E NACIONALISMO REACCIONÁRIO
III – Rumo ao Futuro
2.2 "Luta pela abolição da "Europa-Protectorado" - A nível europeu pretende o nacionalismo revolucionário a construção de uma verdadeira independência em relação aos EUA e URSS, que passará pelo apoio incondicional a todas as tentativas insurreccionais, a Leste, contra os corpos expedicionários soviéticos de ocupação, e pela liquidação do poder norte-americano na Europa Ocidental, através da edificação de um Exército europeu poderoso e fortemente ideologicizado (rompimento com as teses do exército de funcionários ou de polícias), liberto do auxilio militar do Pentágono, que mais não é do que um travão a uma real emancipação europeia, e pela desmontagem da estrutura multinacional norte-americana, que explora os sectores vitais da economia europeia, sem compensação real.
2.2.1- Parece evidente que qualquer tentativa de fazer a URSS regressar às suas fronteiras de 1939 só poderá ser empreendida por aqueles que forem portadores de uma "verdadeira alternativa de justiça" ao sistema soviético. Esta realidade essencial, tantas vezes esquecida, vem-nos, por exemplo, nas palavras de Jean Thiríart: "É normal que muitos europeus do Leste hesitem na troca de ocupante. A ideia de que o seu levantamento contra os Russos só aproveitaria aos Americanos e ao seu sistema económico-social não os entusiasma nem os incita. A situação altera-se completamente se o apelo à revolta contra o ocupante russo é lançado por uma Europa comunitária. É então o apelo de irmãos. Na medida em que garantimos as reais conquistas sociais às populações da Europa do Leste, o nosso nacionalismo europeu torna-se uma força de molde a provocar a derrocada, pelo interior, do protectorado russo".
Assim se compreenderá que não é algo de vago o falar-se em acção revolucionária: porque, num terreno em que a plutocracia ocidental, mercê dos erros acumulados, apenas procura "sobreviver" e jogar na defensiva, o nacionalismo revolucionário pode falar de política de ataque, de conquista, de revolução.
2.2.2. Longe da "unificação" europeia, entendida como submissão dos povos a um projecto mundialista, fruto da coacção dos grandes grupos económicos e dos seus aliados políticos, o nacionalismo revolucionário pretende uma verdadeira "unidade" construída na livre colaboração das comunidades nacionais, na criação de uma zona poderosa que sirva de freio aos sonhos de condomínio mundial. Mas esta solidariedade não terá mais por base a "Europa Legal", parlamentar, fraca e corrompida, nem os mecanismos repressivos e retrógrados que criou. Porque hoje as vozes livres fazem-se ouvir fora dessa Europa ligada apenas por interesses económicos. Europa que em momentos decisivos se encontra sempre de joelhos perante Washington, fraca e de má consciência perante Moscovo. Após a revolução nacional nos vários países, impõe-se a criação de um novo mecanismo institucional que assegure uma cooperação europeia justa, eficaz, livre e responsável.
2.3. "Aliança diplomática ofensiva, de oposição às actuais superpotências, radicalmente diversa da política ambígua e debilitante do “Não Alinhamento" - Uma unidade construída na liberdade significa assim também a liberdade das Nações, como comunidades de destino, cumprirem o seu fio histórico.
Resulta daí, então, a importância da criação de uma grande aliança defensiva que englobe, para além da Europa física, os seus aluviões culturais noutros continentes. Aí estão os países africanos, sobretudo aqueles que só Portugal pode compreender e ajudar a libertar. Porque, histórica, cultural e emocionalmente, só a Nação Portuguesa poderá, querendo servir de ponte com um Terceiro Mundo liberto da impostura do "não alinhamento", visto que foi a única que soube construir um Destino fora do estrito espaço europeu. Para além disso, a África é o prolongamento natural da Europa, e as economias dos dois continentes são até complementares.
Uma aliança diplomática passaria também por uma política de amizade com o mundo árabe, atirado hoje para os braços soviéticos pela cegueira dos políticos europeus. No mesmo contexto se poderia englobar a China, como aliado táctico no combate a Moscovo, embora potencial perigo futuro para a segurança mundial. Tudo dependeria da capacidade e habilidade de manobra.
Portanto, com a África, "simbiose", impedindo qualquer ameaça ao flanco Sul da Europa; com o mundo árabe, "amizade", pois a unidade árabe fecha a estrada de África a Moscovo, elimina o pretexto de intervenção americana no Mediterrâneo, serve de tampão e ponte entre a Europa e a Ásia Ocidental; com as superpotências, qualquer política de "coexistência" que implique a divisão da Europa, ou da sua colonização e tutela, será totalmente rejeitada.
Porque a verdadeira coexistência só existe em Estados soberanos.
Muito mais seria preciso dizer sobre as perspectivas da acção nacionalista revolucionária. Para já, foram lançados alguns tópicos, pontos comuns aos vários grupos nacionalistas revolucionários em busca de uma solidariedade cooperativa. O trabalho mais importante será no entanto a sua clarificação posterior, com base numa aturada reflexão militante.
Por agora, importa apreender-se isto: a História ensina que, nos momentos de crise, o mundo só avança pela "acção" dos grupos decididos. Não serão as Academias poeirentas que poderão validamente desmentir tal evidência.
NUNO ROGEIRO
(Nota: sublinha-se que o presente artigo, a terceira e última parte do ensaio que temos vindo a publicar, data de 27 de Setembro de 1979; a sua leitura não poderá portanto fazer-se sem ter presente o decurso de 25 anos e as mudanças entretanto ocorridas no mundo.)
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2.2 "Luta pela abolição da "Europa-Protectorado" - A nível europeu pretende o nacionalismo revolucionário a construção de uma verdadeira independência em relação aos EUA e URSS, que passará pelo apoio incondicional a todas as tentativas insurreccionais, a Leste, contra os corpos expedicionários soviéticos de ocupação, e pela liquidação do poder norte-americano na Europa Ocidental, através da edificação de um Exército europeu poderoso e fortemente ideologicizado (rompimento com as teses do exército de funcionários ou de polícias), liberto do auxilio militar do Pentágono, que mais não é do que um travão a uma real emancipação europeia, e pela desmontagem da estrutura multinacional norte-americana, que explora os sectores vitais da economia europeia, sem compensação real.
2.2.1- Parece evidente que qualquer tentativa de fazer a URSS regressar às suas fronteiras de 1939 só poderá ser empreendida por aqueles que forem portadores de uma "verdadeira alternativa de justiça" ao sistema soviético. Esta realidade essencial, tantas vezes esquecida, vem-nos, por exemplo, nas palavras de Jean Thiríart: "É normal que muitos europeus do Leste hesitem na troca de ocupante. A ideia de que o seu levantamento contra os Russos só aproveitaria aos Americanos e ao seu sistema económico-social não os entusiasma nem os incita. A situação altera-se completamente se o apelo à revolta contra o ocupante russo é lançado por uma Europa comunitária. É então o apelo de irmãos. Na medida em que garantimos as reais conquistas sociais às populações da Europa do Leste, o nosso nacionalismo europeu torna-se uma força de molde a provocar a derrocada, pelo interior, do protectorado russo".
Assim se compreenderá que não é algo de vago o falar-se em acção revolucionária: porque, num terreno em que a plutocracia ocidental, mercê dos erros acumulados, apenas procura "sobreviver" e jogar na defensiva, o nacionalismo revolucionário pode falar de política de ataque, de conquista, de revolução.
2.2.2. Longe da "unificação" europeia, entendida como submissão dos povos a um projecto mundialista, fruto da coacção dos grandes grupos económicos e dos seus aliados políticos, o nacionalismo revolucionário pretende uma verdadeira "unidade" construída na livre colaboração das comunidades nacionais, na criação de uma zona poderosa que sirva de freio aos sonhos de condomínio mundial. Mas esta solidariedade não terá mais por base a "Europa Legal", parlamentar, fraca e corrompida, nem os mecanismos repressivos e retrógrados que criou. Porque hoje as vozes livres fazem-se ouvir fora dessa Europa ligada apenas por interesses económicos. Europa que em momentos decisivos se encontra sempre de joelhos perante Washington, fraca e de má consciência perante Moscovo. Após a revolução nacional nos vários países, impõe-se a criação de um novo mecanismo institucional que assegure uma cooperação europeia justa, eficaz, livre e responsável.
2.3. "Aliança diplomática ofensiva, de oposição às actuais superpotências, radicalmente diversa da política ambígua e debilitante do “Não Alinhamento" - Uma unidade construída na liberdade significa assim também a liberdade das Nações, como comunidades de destino, cumprirem o seu fio histórico.
Resulta daí, então, a importância da criação de uma grande aliança defensiva que englobe, para além da Europa física, os seus aluviões culturais noutros continentes. Aí estão os países africanos, sobretudo aqueles que só Portugal pode compreender e ajudar a libertar. Porque, histórica, cultural e emocionalmente, só a Nação Portuguesa poderá, querendo servir de ponte com um Terceiro Mundo liberto da impostura do "não alinhamento", visto que foi a única que soube construir um Destino fora do estrito espaço europeu. Para além disso, a África é o prolongamento natural da Europa, e as economias dos dois continentes são até complementares.
Uma aliança diplomática passaria também por uma política de amizade com o mundo árabe, atirado hoje para os braços soviéticos pela cegueira dos políticos europeus. No mesmo contexto se poderia englobar a China, como aliado táctico no combate a Moscovo, embora potencial perigo futuro para a segurança mundial. Tudo dependeria da capacidade e habilidade de manobra.
Portanto, com a África, "simbiose", impedindo qualquer ameaça ao flanco Sul da Europa; com o mundo árabe, "amizade", pois a unidade árabe fecha a estrada de África a Moscovo, elimina o pretexto de intervenção americana no Mediterrâneo, serve de tampão e ponte entre a Europa e a Ásia Ocidental; com as superpotências, qualquer política de "coexistência" que implique a divisão da Europa, ou da sua colonização e tutela, será totalmente rejeitada.
Porque a verdadeira coexistência só existe em Estados soberanos.
Muito mais seria preciso dizer sobre as perspectivas da acção nacionalista revolucionária. Para já, foram lançados alguns tópicos, pontos comuns aos vários grupos nacionalistas revolucionários em busca de uma solidariedade cooperativa. O trabalho mais importante será no entanto a sua clarificação posterior, com base numa aturada reflexão militante.
Por agora, importa apreender-se isto: a História ensina que, nos momentos de crise, o mundo só avança pela "acção" dos grupos decididos. Não serão as Academias poeirentas que poderão validamente desmentir tal evidência.
NUNO ROGEIRO
(Nota: sublinha-se que o presente artigo, a terceira e última parte do ensaio que temos vindo a publicar, data de 27 de Setembro de 1979; a sua leitura não poderá portanto fazer-se sem ter presente o decurso de 25 anos e as mudanças entretanto ocorridas no mundo.)
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sábado, outubro 02, 2004
Crónica de Sábado
Não é que a minha religião o proíba, mas neste sábado não bloguei.
Vejo aliás que isto anda tudo muito parado. É preciso encontrar temas e campanhas, chaves de mobilização e activação.
Por mim, estive a procurar textos suceptíveis de enriquecer o espólio do "Fascismo em Rede", e resolvi continuar com alguns escritos antigos que me parecem ainda hoje de proveitosa leitura.
Em princípio, logo que digitalizados e passados a pente fino, aqui estarão publicados a terceira parte do ensaio de Nuno Rogeiro sobre nacionalismo revolucionário e nacionalismo reaccionário, um artigo de Maurice Bardèche sobre a "eurodireita" que recobrou actualidade com esta recente "Frente Nacionalista Europeia", e uns apontamentos de Barradas de Oliveira sobre os primórdios do fascismo.
Entretanto, remeto os meus leitores para outros locais mais vocacionados para constituir o vasto repositório de leitura que o campo nacional precisava de colocar em rede, dada a actual dificuldade de acesso a todo o património intelectual, histórico, doutrinário, cultural, deixado pelas correntes nacionais e sepultado no esquecimento.
Vão acompanhando e encorajando o Portal Nacionalista, o ECO-NAC e a Causa Nacional.
Com o tempo, talvez se alcance esse ideal de colocar em linha uma antologia de autores e pensadores, de obras e escritos representando esse imenso património doutrinário.
Repare-se que isto representa um imenso trabalho, mas poderia ser feito por muitos: bastava que cada um usasse o que tem, livros, revistas, jornais, todo o material que lhe parecesse justificar publicação, e por si mesmo o digitalizasse e enviasse depois para os responsáveis dos sites. Deste modo, com o tal trabalho imenso bem repartido por todos poderia edificar-se mais facilmente do que parece a imensa biblioteca de que precisávamos na net. A antologia e a selecção seriam feitas por todos. E eu bem sei que todos os nacionalistas têm guardada esta ou aquela preciosidade, este ou aquele livro, este ou aquele jornal, manifesto ou proclamação que entretanto se tornaram raros e em que têm especial orgulho.
Se todos quisessem, surgiria em linha, disponível para todos, a gigantesca biblioteca à medida dos nossos sonhos e do extraordinário acervo escondido pelas luzes do presente. Será possível que haja quem não queira?
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Vejo aliás que isto anda tudo muito parado. É preciso encontrar temas e campanhas, chaves de mobilização e activação.
Por mim, estive a procurar textos suceptíveis de enriquecer o espólio do "Fascismo em Rede", e resolvi continuar com alguns escritos antigos que me parecem ainda hoje de proveitosa leitura.
Em princípio, logo que digitalizados e passados a pente fino, aqui estarão publicados a terceira parte do ensaio de Nuno Rogeiro sobre nacionalismo revolucionário e nacionalismo reaccionário, um artigo de Maurice Bardèche sobre a "eurodireita" que recobrou actualidade com esta recente "Frente Nacionalista Europeia", e uns apontamentos de Barradas de Oliveira sobre os primórdios do fascismo.
Entretanto, remeto os meus leitores para outros locais mais vocacionados para constituir o vasto repositório de leitura que o campo nacional precisava de colocar em rede, dada a actual dificuldade de acesso a todo o património intelectual, histórico, doutrinário, cultural, deixado pelas correntes nacionais e sepultado no esquecimento.
Vão acompanhando e encorajando o Portal Nacionalista, o ECO-NAC e a Causa Nacional.
Com o tempo, talvez se alcance esse ideal de colocar em linha uma antologia de autores e pensadores, de obras e escritos representando esse imenso património doutrinário.
Repare-se que isto representa um imenso trabalho, mas poderia ser feito por muitos: bastava que cada um usasse o que tem, livros, revistas, jornais, todo o material que lhe parecesse justificar publicação, e por si mesmo o digitalizasse e enviasse depois para os responsáveis dos sites. Deste modo, com o tal trabalho imenso bem repartido por todos poderia edificar-se mais facilmente do que parece a imensa biblioteca de que precisávamos na net. A antologia e a selecção seriam feitas por todos. E eu bem sei que todos os nacionalistas têm guardada esta ou aquela preciosidade, este ou aquele livro, este ou aquele jornal, manifesto ou proclamação que entretanto se tornaram raros e em que têm especial orgulho.
Se todos quisessem, surgiria em linha, disponível para todos, a gigantesca biblioteca à medida dos nossos sonhos e do extraordinário acervo escondido pelas luzes do presente. Será possível que haja quem não queira?
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sexta-feira, outubro 01, 2004
Bloc Identitaire
O movimento francês Bloc Identitaire anuncia para o próximo dia 13 de Novembro em Lyon a realização dos seus encontros, uma espécie de congresso do agrupamento.
Queria acima de tudo realçar para os militantes identitários portugueses a temática em que se centram tais encontros; só do enunciar dos temas já se podem retirar proveitosos ensinamentos quanto a uma estratégia identitária nos tempos actuais.
Veja-se: acção local e municipal; acção cultural e educativa; acção social e solidariedade europeia; acção multimédia e lobbying.
Espero que todos pensem um pouco nos temas propostos.
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Queria acima de tudo realçar para os militantes identitários portugueses a temática em que se centram tais encontros; só do enunciar dos temas já se podem retirar proveitosos ensinamentos quanto a uma estratégia identitária nos tempos actuais.
Veja-se: acção local e municipal; acção cultural e educativa; acção social e solidariedade europeia; acção multimédia e lobbying.
Espero que todos pensem um pouco nos temas propostos.
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